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Síndrome Dolorosa Miofascial

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Alice Bastos 
Síndrome Dolorosa Miofascial (SDM) 
É uma das causas mais comuns de dor 
musculoesquelética; 
É uma condição dolorosa que comete músculos, fáscias 
e junções ligamentares; 
 Caracterizada pela presença de pontos de 
irritabilidade no músculo esquelético 
denominados pontos-gatilho (PG); 
 Estes pontos se localizam em bandas tensas 
musculares e podem estar associados a 
fenômenos autonômicos, sensitivos e 
motores; 
A lesão aguda do músculo ou o esforço repetitivo são 
as causas mais comuns da SDM, porém, está 
comumente associada a outras condições dolorosas 
somáticas e neuropáticas; 
Os PG causam dor espontânea em repouso e, quando 
estimulados, provocam dor referida; 
Além da dor, muitas vezes incapacitante, a restrição da 
amplitude de movimento e a fadiga do músculo 
envolvido podem caracterizar um grande prejuízo 
funcional para o indivíduo. 
Epidemiologia 
É uma condição comum, particularmente nos centros 
de dor, em ambulatórios de ortopedia e traumatologia, 
fisiatria, reumatologia e neurologia; 
Frequentemente ocasiona dor crônica e incapacidade 
significantes; 
Ocorre em 21% a 93% dos indivíduos com queixas de 
dor regionalizada; 
A prevalência maior é observada em pessoas de 30 a 
49 anos de idade; 
Ocorre com frequência mais elevada na região cervical, 
quadril, cintura escapular e na região lombar. 
Manifestações clínicas 
A dor é pobremente localizada e percebida como 
profunda, dolorida e em queimação; 
Geralmente é restrita a um quadrante do corpo e é 
caracterizada pela presença de PG miofasciais; 
A intensidade da dor é muito variável e está 
diretamente relacionada ao grau de atividade dos PG; 
 Quadros de dor intensa podem levar a uma 
grande incapacidade funcional; 
O exercício físico geralmente exacerba os sintomas e 
nota-se diminuição da amplitude de movimento do 
músculo afetado; 
Os PG ativos podem levar ao desenvolvimento de 
fenômenos autonômicos como lacrimejamento, 
piloereção, trofoedema e extremidades frias; 
 Além disso, podem afetar a propriocepção, 
acarretando desequilíbrio; 
Algumas alterações motoras podem ser observadas: 
 Fraqueza; 
 Diminuição de amplitude de movimento e da 
coordenação; 
 Espasmos em outros músculos. 
Diagnóstico 
Anamnese 
Para o diagnóstico das SDMs, é fundamental a história 
detalhada sobre a condição clínica; 
 Destacando a ocorrência ou não de 
sobrecargas musculoesqueléticas e posturas 
inadequadas adotadas durante a execução de 
tarefas (sono, lazer, no lar, no trabalho e em 
atividades esportivas); 
Deve-se pesquisar os antecedentes pessoais e 
familiares, enfatizando afecções traumáticas, 
inflamatórias, metabólicas, oncológicas, viscerais, 
neuropáticas ou musculoesqueléticas pregressas; 
Os fatores ergonômicos e posturais devem ser 
detalhadamente analisados (hábitos, características 
dos ambientes de trabalho, modo de dormir); 
 A análise dos eventos biomecânicos geradores 
dos sintomas auxilia a identificação dos 
Alice Bastos 
músculos responsáveis pela SDM, e as 
assimetrias corporais observadas pelos 
doentes devem ser valorizadas. 
Exame físico 
Consiste, inicialmente, em solicitar ao paciente que 
aponte a região da dor; 
Realiza-se a palpação do músculo com a ponta dos 
dedos, deslizando-os a fim de encontrar a banda tensa 
muscular; 
No meio da banda tensa exerce-se pressão com o dedo, 
em posição perpendicular às fibras musculares, até que 
o paciente refira a dor que sente normalmente; 
 É comum que haja um movimento de retirada 
do membro ou região afetada, caracterizando 
o sinal do pulo; 
A compressão do ponto ou mesmo a palpação da 
banda tensa pode provocar a LTR (resposta contrátil 
local rápida); 
 Não é necessário que se consiga detectá-la, 
mas quando for visualizada, tem-se a 
confirmação do local certo para o tratamento. 
De acordo com a International Association for the 
Study of Pain (IASP), existem 3 critérios diagnósticos 
mínimos (1-3) e 6 critérios diagnósticos de confirmação 
da SDM (4-9); 
1. Presença de banda tensa palpável no 
musculoesquelético; 
2. Presença de ponto hipersensível dentro da banda 
tensa muscular; 
3. Reprodução da queixa de dor referida com a 
estimulação do ponto doloroso; 
4. Presença de LTR com a palpação da banda tensa; 
5. Presença do sinal do pulo (o paciente tem reação 
de retirada ao exame dos pontos); 
6. O paciente reconhece que a sua queixa dolorosa é 
a mesma reproduzida no exame da palpação do 
PG; 
7. A dor referida segue padrões de localização 
previsíveis; 
8. Fraqueza e tensão do músculo; 
9. Dor à contração ou alongamento do músculo 
afetado; 
10. Os exames laboratoriais podem ser úteis na 
exclusão de doenças sistêmicas que cursam com a 
dor miofascial, principalmente as hepatites, o 
hipotireoidismo e as doenças reumatológicas; 
 Os exames de imagem podem mostrar 
osteoartrite, discopatias vertebrais, 
compressões nervosas e outras alterações 
mecânicas associadas. 
Referência 
YENG, L. T. et al. Síndrome dolorosa miofascial. In: 
ALVES NETO, O. et al. Dor: princípios e prática. 1. Ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2009. p. 449-463.

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