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Atuação do cirurgião-dentista no ambiente hospitalar

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO - UNIFAMETRO
CURSO DE ODONTOLOGIA
MARILIA GIRÃO ARAGÃO
A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA NO AMBIENTE HOSPITALAR
FORTALEZA - CE
2021
INTRODUÇÃO
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde bucal pertence a saúde geral do indivíduo, promovendo um pleno bem-estar físico, social e mental. A atenção com a cavidade bucal deve ser de inteira responsabilidade do indivíduo, das equipes de saúde bucal e, também, de outros profissionais da área da saúde1.
Define-se como odontologia hospitalar o ato de executar atividades que visam a melhoria da saúde geral e a qualidade de vida dos pacientes hospitalizados através de cuidados com a cavidade oral2. 
‘’O exercício da Odontologia hospitalar foi normatizado pelo Conselho Federal de Odontologia por meio do código de ética odontológica (2012) no capítulo X (Da Odontologia Hospitalar), onde “Compete ao cirurgião-dentista internar e assistir paciente em hospitais...” e mais recentemente, pela Resolução CFO-162 (2015), onde são elencados os requisitos para a habilitação legal do cirurgião-dentista’’3,4.
O atendimento do cirurgião-dentista em pacientes hospitalizados tem como objetivo avaliar a presença de alterações bucais, remover focos infecciosos por meio de restaurações, curativos, cirurgias, raspagens periodontais e medicações, prevenir sangramentos, tratar de lesões orais e realizar intervenções paliativas5. Deste modo, com a melhora da saúde bucal e com o acompanhamento de um profissional qualificado é observado uma redução significativa do aparecimento de doenças respiratórias em pacientes adultos de alto risco e com cuidados paliativos, principalmente em pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva6.
A atuação dos cirurgiões-dentistas no âmbito hospitalar, principalmente na UTI, funciona de modo a estabelecer a integralidade da terapêutica com a promoção de qualidade de vida para esses pacientes, como, por exemplo, na redução dos casos de pneumonia nosocomial e pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV), e na redução de custos hospitalares com internações prolongadas7.
É de suma importância a manutenção da saúde bucal de pacientes hospitalizados com o intuito de impedir a proliferação de bactérias e fungos que podem prejudicar a saúde bucal e o bem-estar do paciente, além de poder acometer órgãos e sistemas, agravando o quadro clínico e assim, estendendo sua permanência na UTI. A atuação do cirurgião-dentista na área hospitalar ainda é muito restrita na grande maioria dos hospitais brasileiros, devido ao fato de não fazer parte da equipe multidisciplinar8,9.
REVISÃO DE LITERATURA
A odontologia é uma especialidade da área da saúde que está ganhando bastante destaque e superando barreiras no ambiente hospitalar, mesmo diante dos preconceitos advindos da cultura hospitalar que é estabelecida pela população direta ou indireta desse serviço10.
Conforme Camargo, o cirurgião-dentista pode atuar, no ambiente hospitalar, como consultor de saúde bucal e/ou como prestador de serviços, tanto em nível ambulatorial quanto em regime de internação, buscando colaborar, oferecer e integrar forças caracterizando a nova identidade do hospital11.
A relação do cirurgião-dentista com a equipe multidisciplinar tem bastante perspectiva em um tratamento de forma integral, não sendo somente dedicado nos aspectos relacionados aos cuidados com a cavidade oral. Com isso pode reduzir os custos hospitalares e o tempo de permanência no leito, além de possuir alto poder de resolutividade das injúrias sofridas pelos pacientes, promovendo uma promoção de saúde12,13,14.
O tratamento de pacientes hospitalizados em UTI deve ter uma atenção especial e contínua, tanto para o problema que ocasionou à internação, como também para os demais órgão e sistemas, evitando um possível agravamento desfavorável para a recuperação e prognóstico15.
O cirurgião-dentista atuando na UTI deve realizar o atendimento odontológico em condições específicas, supervisionar e orientar a equipe técnica assistencial quanto à importância da higiene bucal. Em um paciente com estado crítico, principalmente intubado, a avaliação diária da orofaringe e a manutenção de um nível favorável da higiene bucal são funções bastante difíceis de serem realizadas, devido aos obstáculos para o acesso à cavidade bucal, como o tubo orotraqueal, as fitas de fixação do tubo e dispositivos de ancoragem, que fazem parte do aparato para ventilação mecânica16.
Os pacientes hospitalizados que não podem se deslocar para os consultórios ou postos de saúde para realizar os cuidados com a cavidade oral recebem no ambiente hospitalar, pelos dentistas, procedimentos que são extremamente importantes para a promoção de saúde bucal, como a profilaxia dentária e técnicas de escovação7. Com relação aos pacientes inconscientes deve-se ter bastante cuidado, logo, nesse caso, a escovação é realizada com o auxílio de abridor de boca, escovas infantis, limpadores de língua e solução de clorexidina na gaze para limpar superfícies de mucosa e dentes17. 
A higiene bucal é o cuidado fornecido para restaurar e manter o equilíbrio biológico da boca, no qual tanto a equipe de cirurgiões-dentistas como a equipe de enfermagem devem estar envolvidas, principalmente, o paciente com deficiência de autocuidado18. O controle do biofilme é um procedimento simples e barato, utilizado nos protocolos de Saúde Pública, visto que o controle dos patógenos bucais promovem benefícios à saúde do paciente19. 
Porém, a literatura aponta que nas condições hospitalares existe uma carência na realização das atividades higiene bucal nos pacientes hospitalizados, tanto pela equipe de enfermagem como pelos próprios acompanhantes20. 
A higienização bucal é bastante precária devido a impossibilidade de autocuidado pelo enfermo, no qual desenvolve um desequilíbrio da microbiota residente e consequentemente há um aumento da possibilidade de adquirir diversas doenças infecciosas comprometendo a saúde geral do paciente. Diversos agravos, como lesão cariosa, doença periodontal, endocardite bacteriana, pneumonia, entre outros, são associados aos microrganismos da cavidade oral21. 
Conforme a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) as finalidades da higiene bucal são: manter a cavidade bucal limpa, reduzir a colonização da orofaringe e consequentemente, evitar a contaminação da traqueia, controlar o biofilme bucal, hidratar os tecidos intrabucal e peribucal, detectar focos infecciosos e lesões de mucosa, presença de corpo estranho, dor em região orofacial ou dificuldade na movimentação mandibular, diminuir os riscos de infecção respiratória devido ao conteúdo presente na cavidade oral, através de microaspirações do mesmo e promover conforto e bem-estar ao paciente22.
Dentre as prioridades do cirurgião-dentista após a avaliação inicial do paciente internado está o alívio da dor e a adequação do meio bucal. A partir disso são realizados alguns procedimentos que visam o cuidado assistencial, como a aspiração das secreções bucais e orofaríngeas, a remoção de biofilme e debris, coágulos e saburra com solução de clorexidina 0,12% aplicado nas mucosas e dorso na língua. A solução de digluconato de clorexidina 0,12% possuem os melhores resultados no controle da placa e da colonização bacteriana por toda a extensão do trato respiratório, podendo ser utilizada diariamente na higiene da cavidade bucal do paciente intubado. E quando possível realizar a escovação dentária e a descontaminação do tubo orotraqueal7,23.
CONCLUSÃO
Conclui-se que é extremamente importante a atuação do profissional de Odontologia no ambiente hospitalar desde a sua inserção nos hospitais como na realização de procedimentos durante a internação do paciente, que tem como objetivo a manutenção da saúde bucal e geral do paciente. 
Deste modo, a atuação do cirurgião-dentista nos hospitais é bastante eficaz na recuperação do paciente, evitando o aumento na proliferação de fungos e bactérias que representam um risco para a saúde do indivíduo,diminuindo o tempo de internação e custos hospitalares, além de contribuir efetivamente no seu bem-estar.
REFERÊNCIAS
1. Santana A, Xavier DC, Santos KLD, Menezes MV, Piva RM, Werneck RI. Atendimento odontológico em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). 2012(3):19-24.
2. Wayama MT, Aranega AM, Bassi APF, Ponzoni D, Garcia Junior IR. Grau de conhecimento dos cirurgiões-dentistas sobre Odontologia Hospitalar. Rev Bras Odontol. 2014;71(1):48- 52.
3. CFO. Código de Ética Odontológica. Resolução CFO 118/2012 [Internet]. Rio de Janeiro; 2013. Disponível em: http://cfo.org.br/legislacao/codigos/ 
4. CFO. Resolução CFO-162 [Internet]. Rio de Janeiro; 2015. Disponível em: http://cfo.org.br/legislacao/atos-normativos/?num_pagina=9
5. Lopes DR. Odontologia hospitalar – uma realidade. Disponível em: http://jornaldehoje.com.br. Acesso em: 25 de maio de 2014.
6. Rabelo GD, Queiroz CI, Santos PSS. Atendimento odontológico ao paciente em unidade de terapia intensiva. Arq Med Hosp Cienc Med Santa Casa São Paulo 2010; 55(2): 67-70.
7. Araújo RJ, Oliveira LC, Hanna LM, Corrêa AM, Carvalho LH, Alvares NC. Perceptions and actions of oral care performed by nursing teams in intensive care units. Rev Bras Ter Intensiva. 2009;21(1):38-44.
8. Gomes SF, Esteves MCL. Atuação do cirurgião-dentista na UTI: um novo paradigma. Rev Bras Odontol. 2012;69(1):67- 70. 
9. Caldeira PM, Cobucci RAS. Higiene oral de pacientes em intubação orotraqueal internados em uma Unidade de Terapia Intensiva. Rev Enferm Integrada. 2011;4(1):731-9.
10. Doro GM, Fialho LM, Losekann M, Pfeiff DN. Hospital dentistry Project. Rev ABENO. 2006; 6(1):49-53.
11. Camargo EC. Odontologia hospitalar é mais do que cirurgia buco-maxilo-facial [citado em 2005 Maio]. Disponível em: http://www.jornaldosite.com.br/arquivo/ anteriores/elainecamargo/artelainecamargo98.html
12. Godoi APT de, Francesco AR de, Duarte A, Kemp APT, Silva-Lovato CH. Odontologia hospitalar no Brasil . Uma visão geral. Rev Odontol da UNESP. 2009;38(2):105-9. 
13. Silva JAS da, Pasetti LA, Morais TMN. Histórico da odontologia em ambiente hospitalar. In: Morais TMN, Silva A, editors. Fundamentos da Odontologia em Ambiente Hospitalar / UTI. Rio de Janeiro: Elsevier; 2016. p. 1-18. 
14. Mattevi GS, Figueiredo DDR, Patrício ZM, Rath IBDS. A participação do cirurgiãodentista em equipe de saúde multidisciplinar na atenção à saúde da criança no contexto hospitalar. Cien Saude Colet. 2011;16(10):4229-36.
15. Mulim N. Assembleia Legislativa. Projeto de Lei N° 2776, de 2008. Estabelece a obrigatoriedade da presença de profissionais de odontologia nas unidades de terapia intensiva e dá outras providências. [Internet]. 2008 [acesso 2017 Maio 29]. Disponível em:http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=3831 13
16. Abidia RF. Oral Care in the Intensive Care Unit: A Review. J Contemp Dent Pract. 2007; 8(1):76-82.
17. Kim EK , Jang S, Choi Y, Lee K, Kim Y, Kim S, et al. Effect of an oral hygienic care program for stroke patients in the intensive care unit . Yonsei Med J 2014; 55(1):240-246.
18. Gaetti-Jardim EC, Setti JS, Cheade MFM, Mendonça JCG. Atenção odontológica a pacientes hospitalizados: revisão da literatura e proposta de protocolo de higiene oral. Rev bras ciênc saúde. 2013; 11(35):31-6. 
19. Santos OS, Mariano M, Kallas MS, Vilela MC. Impact of tongue biofilm removal on mechanically ventilated patients. Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(1):44-8
20. Doro GM, Fialho LM, Losekann M, Pfeiff DN. Hospital dentistry Project. Rev ABENO. 2006; 6(1):49-53.
21. TOLEDO, G., CRUZ, I. The importance of the oral hygiene in Intensive Care Unit as a way of prevention of nosocomial infection - Sistematic Literature Review. Journal of Specialized Nursing Care. 2009: 2 (1).
22. Associação de Medicina Intensiva Brasileira. (AMIB). Departamento de Odontologia e Departamento de Enfermagem. Recomendações para higiene bucal do paciente adulto em UTI – AMIB. 2013.
23. Assis C. Atendimento odontológico nas UTI’s.Rev. bras. odontol. 2012; 69(1): 72-5

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