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1 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 Metabolismo e homeostasia da Glicose Os hormônios insulina e glucagon são secretados pelo Pâncreas, em resposta a mudanças na concentração sanguínea de glicose. Pâncreas Possui células exócrinas, que secretam enzimas digestivas na forma de zimogênios; Também tem grupos de células endócrinas, as ilhotas de Langerhans As ilhotas têm células α, β e δ (também conhecidas como células A, B e D, respectivamente), e cada tipo celular secreta um hormônio peptídico específico. O organismo possui vias catabólicas e anabólicas que estão envolvidas no processo de manutenção da homeostasia da glicose. Exemplo: Gliconeogênese Via anabólica de síntese de glicose; pode ter como substratos o lactato, alanina, glicerol, etc. Vias catabólicas: os produtos dessas vias objetivam o ATP, ou ele diretamente ou intermediários que levarão a ele. A regulação do catabolismo e anabolismo, para a homeostasia da glicose, é dada por hormônios: A insulina e o glucagon são os principais; regulam a disponibilidade de glicose, sua concentração plasmática e, em geral, o estado do metabolismo energético. Hormônio anabólico: insulina; Hormônio catabólico: glucagon + catecolaminas, cortisol, GH, etc. Mediante pico glicêmico tem que haver um pico de insulina. A variação hormonal contrarregulatória é exatamente para manter o nível da glicose constante numa faixa normoglicêmica. Faixa de 70 a 99mg/dL. 2 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 INSULINA Estrutura Sequenciamento em duas cadeias peptídicas, unidas por pontes de sulfeto. Identificados quais aminoácidos que fazem ligação com o receptor de insulina, ou seja, qualquer anormalidade neles, pode afetar a interação da mesma. É formada na forma de preproinsulina e precisa sofrer duas hidrólises para ser funcional. A última hidrólise então formando peptídeo C + insulina. Dosagem do peptídeo C é importante para saber a quantidade de insulina ENDÓGENA produzida. A concentração sérica de peptídeo C expressa a concentração sérica de insulina. Secreção O metabolismo da glicose nas células β pancreáticas que determina a secreção do hormônio: Refeição >> glicose é absorvida >> célula β capta ela utilizando GLUT-2 O processo de “correspondência” de secreção de insulina à concentração plasmática de glicose percebida pela célula β: acoplamento metabolismo-secreção. ATENÇÃO!!! Quando nos alimentamos, temos uma produção de insulina para distribuir essa glicose que tá entrando em grande quantidade. Nesse momento, é produzida a insulina em bolos – significa em alta concentração. Entre uma refeição e outra, deixamos de produzir insulina? Não, ela é sempre produzida. Mas, no caso citado, é produzida em estado basal. Tanto que, por este motivo, um diabético tipo 1 possui “diferentes tipos de insulinas” para serem aplicadas. Duas fases: 1- Primeiro pico é da insulina de reserva. 2- Segundo pico é do estímulo de síntese de insulina. 3 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 Sinalização 1- Receptor metabotrópico do tipo enzimático 2- Recebem do sangue o hormônio, interagem no domínio interno 3- Feito sinalização com respostas químicas ainda no receptor 4- Fosforilação do receptor 5- Recrutamento de proteínas do meio, sofrerão sinalização pelo receptor 6- Serão ativadas e vão ativar outras enzimas 7- Proteína cinase fosforilando o PIP3 Proteína quinase B – translocação do GLUT4 que é interno em alguns tecidos. Efeitos metabólicos Função da insulina no metabolismo energético: tecidos hepático, muscular e adiposo Secreção: estado alimentado Hepatócito: glicose chegando por meio de GLUT-2. Primeiras vias que a insulina vai ativar: síntese de glicogênio – glicogênese – sustentar as reservas de energia. Paralelo a isso: glicólise – realizada para o próprio benefício, quando ativada produz o piruvato, precursor para o CK. Apenas a gliconeogênese é para os outros tecidos. Também é ativado: lipogênese - realiza a síntese de ácidos graxos, armazenados na forma de triglicerídeos. No fígado tem o aporte necessário para a síntese de VLDL. Armazenado no tecido adiposo. VLDL no sangue sofre ação da lipase lipoproteica, sofre degradação em glicerol e AG, que vai para o tecido adiposo para ser ressintetizado em TG. No tecido adiposo é armazenado para funções de reserva No músculo tem uma expressão aumentada de GLUT-4 (graças ao mecanismo anterior) e sofre caminhos semelhantes ao do hepatócito – de glicogênese e glicólise. Também está favorecendo a captação intracelular de potássio. Hormônios intestinais potencializam a secreção de insulina: aminoácidos como leucina, arginina e lisina; hormônios gastrointestinais, como o peptídio insulinotrópico dependente de glicose (GIP), colecistoquinina, peptídio-1 semelhante ao glucagon (GLP-1) e peptídio intestinal vasoativo (VIP), secretados após a ingestão de alimentos, potencializam a secreção de insulina. Isso explica por que a resposta insulínica à administração de glicose oral é maior do que a resposta à sua infusão intravenosa. 4 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 Favorece a captação dos aminoácidos plasmáticos – para síntese proteica. Uma vez que está em estado alimentado e não precisa da mobilização de energia. ATENÇÃO A entrada de glicose insulinodependente nas células é mediada pelos GLUT’s. GLUT-4 (músculo esquelético e adipócitos) circula entre os endossomos e a membrana Insulina duplica o recrutamento dele para a membrana. Resistência à insulina No fígado resulta no aumento da produção de VLDL e em um estado pró-coagulante; No músculo causa a diminuição da captação de glicose; No tecido adiposo causa a sobreprodução de AG livres e alterações na secreção de adipocinas. 5 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 Quando a insulina é liberada, existe ainda uma possibilidade dela não ser ativa, porque, perifericamente, ela pode ter dificuldade de ação. Efeitos metabólicos do glucagon e hormônios anti-insulínicos Antagonistas: promovem hiperglicemia, liberados na ausência de insulina Em casos de hipoglicemia, o glucagon atua no fígado se liga ao seu receptor na membrana ativa proteínas-G cascata do AMP cíclico Não existem receptores de glucagon no músculo Esses efeitos no músculo são estimulados pela epinefrina OBS: Quais são os sinais clínicos de uma pessoa com hipoglicemia? Pouca vitalidade física, lentidão de respostas psicomotoras, etc. Estimula a via da gliconenólise – no fígado e no músculo. Inibe a via da glicólise – necessidade de glicose para o sangue Ativa a gliconeogenese – necessita de esqueletos carbonos – 3 estruturas: glicerol, lactato e alanina. No tecido adiposo Glucagon se liga ao receptor acoplado a proteína Gs ativa adenilato ciclase forma AMP-c, e proteína cinase A. Cinase A ativa a lipase-hormonio-sensível degradar os lipídeos, os quais vão para circulação, Glicerol vai para os tecidos normalmente e os AG vão ligado a albulmina para realizar a B- oxidação degradação forma o Acetil-CoA e alimenta o CK. Ocorre uma desproporção pois cada TG oferece 3 AG livres porém apenas 1 glicerol, por isso precisa de outras fontes paramanter a gliconeogenese. FORMAS DE RESISTÊNCIA À INSULINA Ela é produzida, ela é liberada, mas ela não consegue exercer seus efeitos nos tecidos dependentes de insulina. Por que? Ou porque essa pessoa tem problemas autoimunes (os próprios anticorpos da pessoa) que atacam os receptores; ou existe uma diminuição na expressão dos receptores e na afinidade deles para a insulina; ou acontece um processo de resistência à insulina pós- receptor – defeitos na transdução do sinal. 6 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 Cetogenese ativada devido o aumento do Acetil-CoA, por conta do deslocamento do piruvato para a gliconeogenese e não formação do oxaloacetato (necessário para continuação no CK). Glucagon regula a gliconeogenese pelo controle da enzima bifuncional Pfk-2/Fru-1,6-BPase-2 PKA fosforila o complexo Pfk-2/Fru-1,6-BPase-2 ativa a bifostase degrada a Fru-2,6-BP redução da degradação de Fru-2,6-BP desinibição da degradação de Fru-2,6-BPase-1 ativação da gliconeogenese. Funciona pelo mecanismo regulatório de fosforilação – desfosforilação » Fosforilado: PRK-2 » Desfosforilado: Fosfofrutocinase-2 » Fru-2,6-BP é o MODULADOR ALOSTÉRICO E FATOR LIMITANTE Fosforilação de enzimas chaves controlados pelo glucagon e epinefrina é o principal mecanismo para regulação do metabolismo de carboidratos e lipídeos. Fosforilação Estimula as enzimas das vias catabólicas inibe as enzimas das vias anabólicas Gliconenólise glicogenio fosforilase ativada e glicogenio sintase é inativada. Gliconeogenese Fru2,6-BP é ativada pela PFK-2 é inibida diminui FRU2,6-BP – inibe PFK-1 glicólise Glicólise FRU1,6-BP ativa piruvato quinase com sua diminuição piruvato diminui 7 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 Lipólise fosforilação estimula a lipase hormônio sensível estimula lipólise β -oxidação forforilação inibe a acetil-coa carboxilase inibe a formação do malinil-coa redção do malonil-coadesinive (ative) a carnitina-palmitoil transferase-1 entrada de AG na mitocôndria 1. Glicogênio fosforilase + e Glicogênio sintase – 2. Fru-2,6-Bpase + e PFK-2 – = ⇣ Fru-2,6-BP, que – PFK-1 (glicólise) e + FBPase (gliconeogênese). 3. Fru-1,6-BP + Piruvato quinase, mas como ⇣ Fru-2,6-BP, ⇣ glicólise. 4. Fosforilação + Lipase hormônio sensível 5. Fosforilação – Acetil-CoA Carboxilase e ⇣ Malonil-CoA 6. ⇣ Malonil-CoA “desinibe” a Carnitina-palmitoil transferase = + β-oxidação da AG 8 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 Regulação Insulina e o glucagon ligam e desligam genes durante o ciclo jejum/alimentação Insulina regula a transcrição das proteínas FOXO1 (glicídicos) e FOXA2 (lipídicos) essenciais para alterar o metabolismo de anabolismo para catabolismo, ou seja, interferem na utilização da glicose para fins de reserva e de lipídios para fins de reserva. Além do glucagon e da insulina, temos outros fatores que contribuem para a homeostasia da glicose; e que não são mediados por hormônios pancreáticos, mas pelos hormônios intestinais Potencializam a secreção de insulina Esses hormônios são importantes e, inclusive, são alvos de medicamentos atuais utilizados para tratamento de diabetes tipo 2 Peptídeo semelhante ao glucagon (GLP-1): sintetizado e secretado pelas células intestinais; ele, uma vez liberado, estimula as células β pancreáticas a secretarem insulina. Peptídeo insulinotrópico dependente de glicose (GIP): também sintetizado pelos enterócitos e secretado pelo intestino; tem a mesma função do GLP-1. Colecistoquinina: hormônio intestinal importante, e que leva à produção/liberação das secreções pancreáticas e de insulina. Peptídeo intestinal vasoativo (VIP): também potencializa a secreção de insulina, assim como a CCK. Qualquer um desses hormônios, uma vez liberados, vão trazer como efeito final a potencialização da secreção de insulina. Esses hormônios são inativados por uma enzima chamada dipeptidil peptidase 4 (DPP-4). OBS: Atualmente, muitos tratamentos para a diabetes tipo 2 é o uso de agonistas do GLP-1 ou de inibidores da DPP- 4. Fatores de transcrição FOXO1 e FOXA2 9 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 CICLO ALIMENTAÇÃO – JEJUM O estado alimentado/absortivo/pós-prandial a relação insulina-glucagon estará elevada e no jejum estará diminuída. Considera-se jejum o espaço entre 6 a 12 horas após alimentado Nesse momento estamos na via metabólica de glicogenólise – quebra de glicogênio. O jejum prolongado é acima de 12 horas A partir daqui temos a via de gliconeogênese – os três substratos chave para essa via são o lactato, a alanina e o glicerol. Metabolismo no estado alimentado 10 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 CUIDADO!! Ciclo de Cori (fígado) e o Ciclo de Glicose-Alanina são processos semelhantes ao metabolismo de insulina-glucagon. Metabolismo no jejum 11 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 Metabolismo no jejum prolongado A direção do metabolismo é similar àquela do jejum mediano, mas existem respostas adaptativas em operação. Os estoques de glicogênio estão esgotados; O fornecimento de combustíveis metabólicos depende da gliconeogênese e da lipólise; Os corpos cetônicos produzidos da acetil-CoA tornam-se uma importante fonte de energia para o músculo, e o cérebro também se adapta a utilizá-los. De forma importante, uma diminuição na demanda por glicose (e, portanto, a gliconeogênese) poupa as proteínas musculares. 12 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 Metabolismo no estresse e lesão Epinefrina no estresse Mobilização do glicogênio hepático 13 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 Mobilização do glicogênio muscular 14 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 DIABETES MELITO 15 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 Metabolismo no diabetes X X 16 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 Expressão de GLUT-4 reduzida Realiza glicogenólise Tecido adiposo realiza lipólise Fígado produz corpos cetônicos Cetoacidose Diabética - Consequência da falta de insulina e a resultante hiperglicemia e suas complicações. 17 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 Relação obesidade x intolerância à glicose x aterosclerose Na obesidade, a atividade endócrina do tecido adiposo aumentado é importante no desenvolvimento da resistência à insulina,intolerância à glicose e diabetes tipo 2; A resposta inflamatória de baixo grau e o estresse oxidativo aumentado podem ser induzidos pela obesidade e também pelos fatores de risco cardiovasculares clássicos; Isso resulta em dano endotelial e no início da aterosclerose; Uma vez o diabetes estando presente, a glicosilação de proteínas e a formação dos produtos finais da glicosilação avançada (glicoxidação) contribuem ainda mais para o dano vascular. 18 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 Glicação de proteínas e glicoxidação Composto carbonílico muito reativo E stresse oxidativo celular Complicações micro e macrovasculares do DM 19 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 Formação de ROS Ativação do fator de necrose tumoral Reação inflamatória de baixo grau na parede vascular Neuropatia Diabética Via do poliol Hiperglicemia altera o estado redox da célula aumenta a razão NADH/NAD+ e diminui a razão NADPH/NADP+ Principal na disfunção das células da retina Hipoglicemia – Complicação aguda mais comum do diabetes Fatores que podem reduzir a glicemia - ↓ 70mg/dl 20 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO METABOLISMO GLICÍDICO Prova oral de tolerância à glicose Glicemia de jejum (8-12h jejum) Coleta de jejum 75gr/300mL de agua Coleta sangue 2h após IGT = Impaired Glucose Tolerance = Tolerância oral à glicose diminuída IFG = Impaired Fasting Glucose = Glicemia de jejum alterada 21 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 22 BIOQUIMICA Natasha Ferreira ATM25 Hemoglobina A 1c Avaliação da Hemoglobina glicada para diagnóstico e monitoramento do tratamento no DM. Tratamento de DM DM1 Insulinas (rápida, intermediária e lenta) DM2 Hipoglicemiantes orais (insulina) Sulfanilureais Meflitinidas Agonistas do receptor GLP-1 Inibidores de DPP-4 Biguanidas Tiazolidinedionas Acarbose e amilina – diminuem absorção intestinal
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