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3.6- Ensinar exige saber escutar Seguindo com a ideia apresentada nos tópicos acima, Freire ressalta a necessidade constante do escutar como ferramenta ativa no processo pedagógico, retirando de nosso âmago a premissa de detentor da verdade “O educador que escuta aprende a difícil lição de transformar o seu discurso, às vezes necessário, ao aluno, em uma fala com ele.”(FREIRE,1996, p.43). Ao insistir no enfrentamento desse método padronizado de ensino, permite-se ter mais liberdade de e estimular tanto no educador quanto no educando um espirito de aventura, exercendo a liberdade de maneira mais lúdica e incentivando ao questionamento de um método de domesticação burocrática do ensino que aliena e engessa o método de ensino, Freire usa como exemplo a globalização, que que impulsiona ensinos elitistas e isola as minorias. “A globalização que reforça o mando das minorias poderosas e esmigalha e pulveriza a presença impotente dos dependentes, fazendo-os ainda mais importantes é destino dado.” (FREIRE, 1996, p.43) O processo de aprendizagem do professor ocorre de maneira constante, o saber ouvir é um exercício que demanda muito auto controle e desprendimento do ego, ” No processo da fala e da escuta a disciplina do silêncio a ser assumido com rigor(...)” (FREIRE, 1996, p.44), pois Freire destaca que ao ficar em silêncio o educador abre um canal de comunicação com o educando, o convidando a compartilhar a sua vivência de mundo e interpretação da vida e cabe ao professor a tarefa de entender e utilizar isso ao seu favor, cativando, incentivando e estimulando ao questionamento, a criação do pensamento crítico, “(...) deve assumir o dever de motivar, de desafiar quem escuta, no sentido de que, quem escuta diga, fale, responda.” (FREIRE, 1996, p.44). Para Freire, escutar vai além do processo auditivo, significa estar disponível de maneira permanente por parte do sujeito, pois o gesto de estar aberto para o outro não diminui o educador, pois o direito de discordar, de questionar se opor e posicionar ocorre com muito mais desenvoltura quando se escuta, entende, e analisa ao outro. Ao aceitar essa condição respeitando as diferenças se cresce em suas virtudes, pois um professor progressista tem que agir dando ênfase no acolhimento, pois ao descriminar os seus alunos, acaba-se por cortar esse vinculo e deixa de escuta-los(las), gerando desprezo mútuo e distanciamento de mundos. (FREIRE, 1996) Quando o professor resiste em escutar o seu aluno ou pior, em respeitar o seu espaço de mundo, você o rebaixa a uma classe de mero coadjuvante em sua história de aprendizado, um espectador em sua própria vida, pois foi lhe extirpado o pensamento crítico, a afronta a sistemas impositivos ao conhecimento histórico de sua cultura na construção da sua historicidade gerando a curiosidade e ânsia por saber. “No fundo, o educador que respeita a leitura do mundo do educando, reconhece a historicidade do saber, o caráter histórico da curiosidade, dessa forma, recusando a arrogância cientificista, assume a humildade crítica, própria da posição verdadeiramente científica. (FREIRE, 1996 p.46)
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