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Artigo - Laboratório

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1
PRA CEGO VER: A (IN)VISIBILIDADE DA DEFICIÊNCIA VISUAL A PARTIR DO
CORDEL “PELEJA DO CEGO ADERALDO COM ZÉ PRETINHO DO TUCUM”
Raissa Kainara Campêlo da Silva 1
RESUMO
Falar sobre inclusão na atual conjuntura já não é uma utopia, tornou-se uma
realidade com a qual nos deparamos diariamente. Seja nas escolas ou na vida
social, os portadores de necessidades especiais exigem e são merecedores de
lugar de destaque. Porém, o tema ainda é pouco pesquisado dentro da academia e,
devido a falta de registros a esse respeito na historiografia caicoense, o presente
trabalho propõe-se a analisar uma fonte ainda pouco usual, a literatura de cordel. E
é no folheto A peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum que baseia-se
esse estudo, indo além da busca pela representatividade do deficiente visual na
literatura, mas com o intuito de analisar e problematizar os discursos que,
porventura, cercam esses indivíduos
Palavras-chaves: Inclusão; Literatura de Cordel; Deficiência Visual; Cego Aderaldo
ABSTRACT
Talking about inclusion in the current conjuncture is no longer a utopia, it has
become a reality that we face daily. Whether in schools or in social life, people with
disabilities demand and deserve prominence. However, the subject is still little
researched within the academy and, due to the lack of records on this subject in the
Caicoense historiography, the present work proposes to analyze a still unusual
source, the cordel literature. And it is in the booklet A peleja do Cego Aderaldo com
Zé Pretinho do Tucum that is based on the research, going beyond the search for
the representativeness of the visually impaired in the literature, but in order to
analyze and problematize the discourses that perhaps surround these individuals.
Keywords: Inclusion; Literature of twine; Visual impairment; Cego Aderaldo
INTRODUÇÃO
No âmbito da educação, um dos debates mais recentes é o da inclusão de
crianças que carecem de atenção especial. Tornou-se corriqueiro adentrar às salas
de aula e deparar-se com alunos que possuem deficiências físicas, intelectuais,
transtornos de aprendizagem, superdotação, dentre outras situações que, na
prática, solicitam um olhar mais sensível por parte do professor.
Segundo o artigo 205 da Constituição Federal de 1988:
1 Graduanda do curso de Licenciatura em História UFRN. E-mail: raissa_narinha@oi.com.br
2
A educação é um direito de todos e é dever do Estado, juntamente
com a sociedade, promovê-la e assegurar a igualdade de condições
de acesso e permanência na escola. A máxima é válida para
indivíduos pertencentes a qualquer gênero, raça ou classe social,
incluindo crianças e jovens que possuem necessidades educacionais
especiais (Constituição Federal do Brasil, artigo 205) .
Ao atentar-se para a educação inclusiva, percebemos algumas fragilidades.
Na prática, a inserção desses indivíduos no meio social dito típico, ainda mostra-se
instável, em especial nas escolas, devido a escassez de profissionais qualificados
para atender suas especificidades e de materiais didáticos que facilitem suas
atividades diárias.
De acordo com a Declaração de Salamanca, redigida em junho de 1994 na
Espanha, todas as crianças possuem habilidades e necessidades educacionais
únicas, assim sendo, a escola deve recebê-las de forma igualitária e incentivar essa
socialização, sempre que possível.
Conforme a Lei Nº 9394/96 - LDB, cabe ao sistema educacional oferecer,
quando necessário,serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender
as peculiaridades da clientela de educação especial. Assegurando assim currículos,
métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às
suas carências.
Mas, como falar sobre inclusão em um cenário onde esses sujeitos passam
despercebidos em meio a multidão tida como normal e as suas deficiências são
tratadas enquanto motivo de vergonha e, por vezes num passado nada distante,
escondidas em manicômios para que ninguém as veja?
Esboça-se um eixo da corrigível incorrigibilidade, em que vamos
encontrar mais tarde, no século XIX, o indivíduo anormal,
precisamente. O eixo da corrigibilidade incorrigível vai servir de
suporte a todas as instituições específicas para anormais que vão se
desenvolver no século XIX. Monstro empalidecido e banalizado, o
anormal do século XIX também é um incorrigível, urn incorrigível que
vai ser posta no centro de uma aparelhagem de correção. Eis o
ancestral do anormal do século XIX (FOUCAULT, 2001, p 73).
No decorrer do curso de Licenciatura em História na Universidade Federal do
Rio Grande do Norte - Ceres / Caicó, é gritante a ausência de registros que tragam
os deficientes enquanto protagonistas de ações que mereçam destaque e, até
mesmo de episódios em que estes apareçam, ainda que de forma secundária. A
própria ementa exclui disciplinas que preparem os futuros educadores para a
realidade da Educação Especial.
Ao pesquisar a temática dentro dos trabalhos de conclusão de curso na área
de História e demais artigos escritos pelos discentes, o silêncio mostrou-se
ensurdecedor. E a perspectiva de pesquisa a curto prazo deveras obtusa, visto a
ausência de referencial teórico-metodológico acerca do assunto.
A maior motivação para esmiuçar esse horizonte de pesquisa é a emergência
que existe nas escolas das redes de ensino básico, despreparadas para enfrentar
as dificuldades que podem vir a surgir no dia-a-dia ao lado de crianças e jovens que,
3
a bem pouco tempo eram privados de frequentar ambientes sociais, quiçá
educacionais regulares.
Sem citar a ausência de trabalhos que responsabilizem-se por estudar o
campo temático, a fim de quebrar os paradigmas existentes e desconstruir a idéia
de que a criança com deficiência é problemática e impossibilitada de aprender.
Vygotsky (2006) afirma que a criança com deficiência não desenvolve-se menos,
mas de forma diferente. E é justamente da interação com outras pessoas e
ambientes que esse conhecimento é adquirido. Situação que autor denomina como
aprendizagem mediada.
Ao escolher o tema e, posteriormente o recorte da pesquisa, decidiu-se
trabalhar sob a ótica de fontes documentais textuais, fazendo ainda o recorte para a
literatura de cordel.
O presente estudo se debruça sob o cordel “Peleja do Cego Aderaldo com Zé
Pretinho do Tucum” , vislumbrando apresentar a deficiência visual de acordo com o
olhar do autor Firmino Teixeira do Amaral. Além de fazer uma breve revisão
bibliográfica acerca dos discursos que permeiam a presença dos atípicos nesse
nicho literário.
O cordel, segundo Curran,“é um dos principais documentos da cultura
brasileira, mesmo sendo da cosmovisão do homem comum” (2011, p.13). E é
justamente nessa visão do sertanejo, semi ou totalmente analfabeto, que
buscaremos os registros de deficiências em um sertão ainda desprovido de
consciência social. Em Medeiros (2017), temos como destaque o Cego Aderaldo
que, mesmo privado de um sentido básico como a visão, percebe o mundo de forma
sensível, tendo seus versos reconhecidos não apenas no cordel, mas ainda na
música e até mesmo tornando-se personagem recorrente em filmes.
Sua importância foi tamanha que, ao procurar por “Cego Aderaldo” como
palavra-chave no catálogo da Biblioteca de Obras Raras Átila Almeida, localizada na
cidade de Campina Grande/PB e referência mundial por seu extenso acervo de
cordéis, aparecem 45 (quarenta e cinco) registros.
Da mesma fonte bebe o autor Aderaldo Luciano dos Santos, porém sob uma
percepção adversa, visto que, em sua tese de doutorado Literatura de Cordel: visão
e re-visão (2013) buscou desconstruir o que nós conhecemos como a historiografia
do cordel nordestino, descrevendo o cordel enquanto uma forma de poesia e não
um gênero literário independente.
Além dos livros que tratam essa tipologia de escrita de forma
teórico-metodológica, trabalhar-se-á com o cordel em si, o folheto escrito com rimas
marcadas e xilogravura como marca de identidade visual.
Por fim, fazer-se-á um levantamento bibliográfico acerca do Aderaldo
enquanto homem e enquanto personagemmitológico, buscando nas minúcias
denunciar sua essência. Além de abrir espaço para a discussão de como as
deficiências costumam ser descritas nas narrativas aqui elencadas.
Ouvindo principalmente os silêncios presentes na historiografia nessa área,
visto que não há material escrito no CERES - Caicó, campus seridoense da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, dentro do curso de História, que
abarque a presença de deficientes em quaisquer cenário, o objetivo principal é abrir
espaço para discussões sobre as deficiências e assim, iniciar um debate sobre a
inclusão enquanto realidade diária.
4
Como passo inicial, foi feito uma revisão de literatura nas bibliotecas locais,
dentro das sessões de História, em busca dos relatos acerca dos excepcionais na
educação, seja ela especial ou inclusiva. Devido a falta de material, foi proposta
pelo orientador da disciplina Laboratório de História, que tem como produto final o
presente artigo, uma varredura nos livros de memórias encontrados na Biblioteca
Municipal Olegário Vale. Nesta, os relatos permaneceram raros e inconclusivos.
Partiu-se então para o planejamento de um novo viés de pesquisa. Nesse sentido,
foi feita a escolha de filtrar resultados na literatura presente na Cordelteca da UFRN
Poeta Djalma Mota, localizada à Rua Joaquim Gregório, s/n. Prédio dos
Laboratórios do curso de História - CERES/UFRN e os que foram, gentilmente
cedidos pelo Professor Dr. Lourival Andrade Júnior e pelo Professor José Mário
Dantas.
O maior percalço encontrado pelo pesquisador foi definir o conceito que
embasaria o presente trabalho, tendo em vista que o tema encaixa-se dentro da
História Social. Entretanto, para Lynn Hunt, o próprio Michael Foucault construiu um
caminho próprio, que viria a unir a história social à antropologia:
Seguindo por um caminho diferente, Foucault questionou o próprio
princípio implícito em toda a história social: o de que a própria
sociedade constitui a realidade a ser estudada.(HUNT, 1992, p35)
Se, porventura, a própria sociedade se constitui enquanto material de estudo,
o cordel configura-se como retrato do contexto cultural que o produziu. Assim
sendo, como utiliza-se esse documento enquanto fonte, encontramos na História
Cultural os conceitos que viriam a permear o estudo, tendo em vista que, para
Pesavento, escrita e leitura são indivisíveis. Diz a autora que:
Nessa medida, é a História que formula as perguntas e coloca as
questões, enquanto a Literatura opera como fonte. A Literatura
ocupa, no caso, a função de traço, que se transforma em documento
e passa a responder às questões formuladas pelo historiador. Não
se trata, no caso, de estabelecer uma hierarquia entre História e
Literatura, mas sim de precisar o lugar de onde se faz a pergunta.
(2012, p 82)
Aspirando fazer essa ponte entre o cordel e as deficiências, nos ateremos
inicialmente na apresentação do folheto de cordel enquanto fonte historiográfica e
nas possibilidades criadas a partir desse filão literário como documento oficial. Em
seguida, teremos uma revisão bibliográfica acerca dos materiais encontrados que
trazem em seus títulos a deficiência como destaque. O texto conta ainda com a
descrição do Aderaldo Ferreira de Araújo e sua história de vida e conclui com a
análise do folhetim “A peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum” e a
maneira como a sua deficiência física é mostrada no decorrer da narrativa.
1 - O CORDEL ENQUANTO FONTE HISTORIOGRÁFICA
É sublime a maneira que Marco Haurélio, define a sua paixão pela literatura
de cordel; gênero brasileiro, que traz Leandro Gomes de Barros e João Martins de
Athayde como nomes de destaque.
5
Acreditando na cultura popular como sinônimo de resistência, e no
cordel como manifesto dessa cultura que não entrega os pontos, vou
espargindo versos sobre o papel com o mesmo respeito e cuidado
do agricultor que lança a semente e, com ela, a esperança, no ventre
da terra. (2013, p.9).
Segundo Curran:
A literatura de cordel - assim chamada porque os folhetos em verso
eram muitas vezes vendidos “cavalgando” um barbante (cordel)
numa barraca de feira do Nordeste (quando esta literatura surgiu, os
folhetos eram expostos como cartas de baralho em cima da mala do
poeta-vendedor) - é aquele corpus de poesia narrativa
folclórico-popular surgida originalmente no Nordeste do Brasil.
( 2011, p 16)
A priori, é importante ressaltar que o cordel é produto de uma determinada
época em um determinado espaço. Significa dizer que o cordel nada mais é que o
retrato do tempo em que foi escrito e das pessoas que o pensaram. Justamente por
isso, retrata pensamentos que, por vezes, na contemporaneidade, consideram-se
preconceituosos ou desusados, muitas vezes até mesmo descabidos.
Para Curran, “o cordel é o registro escrito da cultura do povo humilde do
Nordeste do Brasil, arraigada em seu processo formativo” (2011, p 13). A partir dele
é possível encontrar maneiras inéditas de compreender o Brasil. Mas qual Brasil?
Peter Burke nos traz esse questionamento.
Quem é “o povo”? Todos, ou apenas quem não é da elite? Neste
último caso, estaremos empregando uma categoria residual e, como
acontece muitas vezes em se tratando dessas categorias, corremos
o risco de supor a homogeneidade dos excluídos. Talvez seja melhor
seguir o exemplo de vários historiadores e teóricos recentes e
pensar as culturas populares (ou, como os sociólogos costumam
chamar, “subculturas”) no plural, urbana e rural, masculina e
feminina, velha e jovem, e assim por diante. O termo “subcultura”
parece estar caindo em desuso, talvez porque esteja associado à
delinquência ou porque, erradamente, tenha passado a significar
mais posição inferior em uma hierarquia cultural do que a parte de
um todo. (BURKE, 2005, p 28)
No caso dos folhetins utilizados para este trabalho, o povo do qual se fala é o
homem sertanejo, em sua maioria semi-analfabeto, que encontra nos cordéis uma
espécie de jornal da época, para manter-se informado dos acontecimentos. Ou
busca ali pelo menos uma distração da labuta diária.
Já para SANTOS (2012) tomar o termo ‘literatura de cordel’ utilizado por
Silvio Romero para nomear a produção cordelistica brasileira resulta em equívoco.
O autor defende que o cordel é poesia e não um gênero à parte, como muitos
teóricos defendem, baseando-se na descrição feita por Romero que, em 1879 já
6
dava conta do nascimento de um novo gênero de literatura popular, escrito para
narrar os feitos de Antônio Conselheiro no Arraial de Canudos.
Trazendo para o cerne de nossa problemática, o uso do cordel enquanto
fonte histórica, Lucena (2016) afirma que, a literatura de folhetos relata os
acontecimentos políticos, econômicos, religiosos e culturais de um determinado
período e tessitura social, configurando-se como uma das possibilidades de
memória, documento e registro da história da sociedade brasileira.
Por fazer parte de uma complexa rede social e transcrever situações de uma
dada conjuntura, é de sua alçada contribuir para a compreensão do pensamento
em que foi escrito.
Fazendo uso de Michel de Certeau pode-se visualizar nos cordéis
particularidades que fabricam as pluralidades de uma cultura, eles
são artes de fazer, táticas de uma produção popular cotidiana que
produz uma antidisciplina em relação a uma ordem social
hegemônica e a um sistema cultural instituído. Eles além de
testemunharem um passado, apresentam-se com uma forma de ler e
ouvir diferente de um texto convencional. Possuem um poder de
atração que se expressa a partir das rimas, da musicalidade, da
liberdade de pensamento e dos gracejos de seus versos. (LUCENA,
2016, p 02)
O mais importante aqui é desmistificar a ideia do cordel como um objeto
literário de meio de feira, mas desnaturaliza-lo de seu ambiente original e fazer uso
enquanto documento histórico capaz de expressar a cultura do povo que viveu
naquele cenário específico.
E, por fim, usá-lo para desqualificar e problematizar os discursos impressos
que não condizem mais com a realidade atual. Indicação principal para àqueles que
pretendemutilizar o folhetim enquanto ferramenta didática em salas de aulas,
inclusive àqueles que abarcam temáticas interligadas com as deficiências, tema já
bastante destrinchado no presente artigo.
2 - O DISCURSO ACERCA DAS DEFICIÊNCIAS NO CORDEL
Segundo Mazzotta, “[...] a falta de conhecimento sobre as deficiências em
muito contribuiu para que às pessoas portadoras de deficiência, por ‘serem
diferentes’, fossem marginalizadas, ignoradas” (2005, p 16). E é justamente nesse
cenário que discutiremos o conceito de deficiência para a sociedade e como o
mesmo encontra-se representado na Literatura de Cordel.
E são justamente esses discursos que podemos encontrar dentro da
literatura de cordel, ou, pelo menos, nos poucos exemplares que foram analisados
para esta análise bibliográfica.
De acordo com Pontes, este estudo focaliza a leitura dos marginalizados na
literatura, como uma variedade de tipos que insere os personagens no rol dos
despossuídos. [...] portanto, estudar esta figura literária grotesca amplia as
possibilidades de compreensão da marginalidade social como fator estético da
maior relevância na literatura brasileira contemporânea (2014, p13)
Durante as pesquisas, deparamo-nos com uma personagem, no mínimo
curiosa. “A estória da nêga de um peito só”, de Cícero Vieira, narra as balelas de um
7
homem que só quer contar as proezas da tal moça, feia e assombrada, como ele
mesmo diz, parecia o satanás.
“Eu preguntei aos colegas
Com paciência de Jó
Andei por todo lugar
Fui à casa da vovó
Pra saber dessa história
Da Nêga dum peito só”
O discurso mostra-se apelativo, tratando sempre a negra como defeituosa,
fedorenta e desmazelada. Além do preconceito para com a deficiência física, temos
presente o racismo e machismo. Discursos a serem problematizados e
desconstruídos sempre que possível.
A descrição física é comumente usada para desqualificar a
personagem através de comparações e da riqueza de detalhes
depreciativos, tanto físicos como morais. (...) isso nos leva a refletir
sobre a condição da existência do pobre diabo estar ligada aos
aspectos sociológicos e biológicos, ‘o que foi destinado pela própria
natureza a esse que é o mais humilde dos papéis ficcionais” (PAES,
1990, p.44 )
Encontramos ainda “A cidade dos cegos ou a História de pescador”, de
Queima-Bucha. Este narra como a soberba cega o coração daqueles que só
buscam o ouro. Será só mais uma história de pescador:
“Hoje em dia eu sou um deles
Caminho na escuridão
Tirei a venda dos olhos
Joguei o pano no chão
Preferi cegar meus olhos
Que cegar meu coração.”
Neste exemplar é feito uma analogia acerca da cegueira, indo além da
deficiência visual, mas tratando da cegueira que a ganância é capaz de gerar no
homem, quando a sede de possuir mais e mais venda os olhos do soberbo.
Outro exemplar lido foi a “Peleja do Mestre Azulão com o Negro dos pés
redondos”. Que, assim como a “Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do
Tucum” traz mais um duelo de palavras trocadas, algumas até ofensivas, a fim de
descobrir quem é o mais sabido dos dois, através do uso de verbetes, por vezes
infames. Essas pelejas, geralmente, baseiam-se nas grandes guerras da Idade
Média, em especial nas toadas que trazem Carlos Magno como herói.
“Pois seus pés eram redondos
Visguentos como quiabo
E bem no fundo da calça
O negro escondeu o rabo
Tanto que Azulão disse:
8
-Agora encontrei o diabo!”
Menção honrosa para o professor José Mário Dantas, cordelista e cadeirante,
que, ao saber do interesse pela pesquisa das deficiências na literatura de cordel,
prontamente nos recebeu em sua casa e apresentou seu ilustre trabalho. Em “O baú
dos absurdos”, a deficiência aparece, mas não como protagonista. Em meio a um
sonho, o personagem se vê envolto em situações descabidas, porém sempre
puxado por sua cadeira de rodas. Mas, por incrível que pareça, nenhum dos
despautérios lhe é causa ou efeito de sua limitação física.
“Num cadeira de rodas
Sonhei que eu caminhava
Puxado por um jumento
Um negócio eu acertava
Com um sitiante antigo
Que a venda efetuava”
Em um segundo trabalho o professor narra sua trajetória de superação desde
a mais tenra infância, quando a paralisia infantil tirou-lhe o movimento das pernas,
mas nunca o desejo de lutar.
“Conheci a nuvem densa
Daquele que discrimina
Que maltrata e exclui
Que a maldade rumina
Quando somos diferentes
\Que a violência domina”
Peço licença ao leitor, para parabenizar ao professor que, gentilmente forneceu
peças que se mostraram indispensáveis na construção deste trabalho, trazendo
uma visão que vai além do preconceito, demonstrando que o verdadeiro deficiente é
aquele que se entrega sem antes batalhar.
“Relatei aqui um pouco
Dessa minha trajetória
Vida, escola, poesia
Vividos como História
Sempre vieram depois,
O sucesso da vitória”
O que pudemos perceber, ao analisar os folhetins acima citados, é que o
discurso presente nas narrativas vem sempre abarrotado de julgamentos e
preconceitos. O deficiente, costumeiramente, é tido como marginal, seja por
proceder de forma malcriada, seja por estar, literalmente, fadado a permanecer às
margens da sociedade.
Outrossim, a narrativa deixa cada vez mais claro a impossibilidade da
inclusão, do deficiente ser visto como um igual. Ele está sempre abaixo, mesmo
9
quando consegue se sobressair por seus talentos, como nas pelejas em que os
cegos obtém sucesso ou quando o cadeirante consegue, enfim, tornar-se alguém
que merece respeito.
O mais comum é que o “defeito” seja visto como um castigo ou como motivo
de vergonha ou repulsa, como fica claro nas narrativas sobre a negra dum peito só
ou do negro dos pés redondos.
3 - O CEGO ADERALDO ALÉM DO MITO
Aderaldo Ferreira de Araújo nasceu em 24 de Junho de 1878, no Crato -
Ceará. Filho de Joaquim Rufino de Araújo, alfaiate e Maria Olímpia de Araújo, dona
de casa, muda-se para Quixadá ainda menino, como narra em entrevista a Robert
Rowland:
Meu caro amigo, como lhe disse há pouco tempo, eu, com cinco
anos de idade, comecei a trabalhar p’ra sustentar minha mãe e meu
pai. Meu pai, em 1888, teve uma congestão, que ficou sem fala e
sem ouças e aleijado. Mudo e surdo e aleijado. E eu trabalhando pra
manter. Ora, eu ganhava dois vinténs por dia. Com cinco anos de
idade. Era com aquilo, com aqueles dois vinténs, que se comia. Que
a gente não tinha mais recursos. Nada não se tinha. (1965, p 02)
Fez de tudo na vida: Aprendiz de carpinteiro, empregado de hotel e até ferro
forjou. mas foi como maquinista nas Estradas de Ferro de Baturité que mais
trabalhou. Até que, em 25 de Março de 1896, 10 dias após o falecimento de seu pai,
o jovem sofre uma dor de cabeça tamanha que escurece-lhe as vistas. E desde
então o mundo tornou-se negro para Aderaldo.
Fiquei completamente cego. E aquela coisa morna, que pingou na
minha mão, repetidas vezes, me disseram que era sangue. O
sangue que descera de meus olhos, estalados pelo destino.(
MEDEIROS 2017, p.14).
Pobre, cego e com uma mãe idosa, Aderaldo se viu sem ter a quem recorrer.
O orgulho não lhe permitia sair às ruas pedindo esmolas. Fome virou castigo diário.
Até que um dia, em meio a suas orações pedindo que São Francisco do Canindé
lhe desse um caminho, sonhou cantando:
“Oh! Santo de Canindé!
Que Deus te deu cinco chagas
Fazei com que este povo
Para mim faça as pagas;
Uma sucedendo às outras
Como o mar soltando vagas.”
Aderaldo afirma em entrevista que não ouvia outros cantadores, visto a
raridade de que estes aparecessem em Quixadá, mas naquele dia teve a certeza de
que faria dessa sua tábua de salvação. Reza a lenda que o mancebo ganhou um
10
cavaquinho de uma moça e, desde então passou a ofertar versos pela cidade em
troca de moedas, comida e mantimentos. E assim nasceu o cego cantador mais
famoso do Nordeste.
Até que chegou o dia em que qua mãe veio a falecer. Triste, sozinho e sem
rumo, pega seu cavaquinho e sai pelo mundo a cantar. Como ele mesmo diz: “Sem
guia, porque eu não tinha quem quisesse ir mais eu de graça. E pagar – não tinha
dinheiro. Saí. Agora, com a bengalinha namão, batendo, batendo e seguindo.
Devagarinho, que eu não podia andar depressa”
E são dessas andanças que nascem suas mais importantes pelejas. Em
1914 trava sua peleja com Zé Pretinho; em 1923 ruma ao Juazeiro d’onde é
recebido pelo próprio Padre Cícero; posteriormente canta para Lampião e ganha
como agrado um revólver de cangaceiro..
Atrás de uma novidade, em 1931 comprou um gramofone e alguns discos pro
povo escutar. Logo depois, começa a passar filmes para os sertanejos, mas isso
não o realizava. Tentou ainda abrir uma bodega, mas percebeu que seu traquejo só
dava pra ser cantador. Cansado da lida, Aderaldo, então, aposenta-se dos desafios
e, na serenidade de seu lar, vai cuidar da família que construiu.
“Aderaldo era solteiro
Nunca teve uma mulher
Mas os filhos adotivos
Seguiram o seu mister
Luis Bento e Zé Raimundo
Tinham carinho profundo
Por aquele pai de fé.”
(LACERDA)
Aderaldo Ferreira de Araújo faleceu aos 89 anos de idade, em 29 de Junho
de 1967, em Fortaleza. Mas deixou seu nome gravado na historiografia sertaneja,
como um dos maiores cantadores já vistos por essas paisagens. Sua visibilidade
tornou-se tamanha que ganhou proporções nacional.
Em 1969, o violonista Baden Powell compôs e gravou a toada "O
Cego Aderaldo (Nordeste)", no LP "27 Horas de estúdio", da
gravadora Elenco. Em 1974, o cantor e violeiro Téo Azevedo, no LP
"Grito selvagem", da gravadora Central Park Tapes, gravou a cantiga
"Cego Aderaldo ", do próprio Téo Azevedo. Em 1977, o cantor Ari
Toledo em LP da gravadora Beverly, adaptou e gravou a música
tradicional nordestina "Desafio do Cego Aderaldo X Zé Pretinho". Em
1979, a composição "Cego Aderaldo", de Egberto Gismonti, foi
gravada por Naná Vasconcelos no LP "Saudades", da WEA. Em
1980, o baião "Cego Aderaldo", de João Silva e Pedro Maranguape,
foi lançado por Luiz Gonzaga no LP "O Homem da terra", da
gravadora RCA Victor. No mesmo ano, "Cego Aderaldo", de César
Barreto e Marcus Accioly, foi gravada por César Barreto no LP
"Nordestinados - A poesia de Marcus Accioly com música de César
Barreto", da gravadora Continental. (Dicionário Cravo Albim da
Música Popular Brasileira)
11
Aderaldo teve ainda sua trajetória contada no documentário Cego Aderaldo:
O cantador e o mito, de Rosemberg Cariry (2012) e tornou-se personagem, ainda
que de forma alegórica, do filme A história da eternidade, de Camilo Cavalcante
(2014), este último vencedor de diversas premiações de cinema.
4- A PELEJA DO CEGO ADERALDO COM ZÉ PRETINHO DO TUCUM
A presente peleja narra uma discussão acontecida entre o Cego Aderaldo e o
brilhante cantador do sertão piauiense Zé Pretinho do Tucum. Chegando ao sertão,
um camarada vem perguntar se Aderaldo, porventura, não teme à fama de Zé
Pretinho. E assim se marca o tal duelo de palavras que viria a originar esse cordel
escrito por Firmino Teixeira do Amaral. No presente texto há diversas questões a
serem problematizadas. Seja a discriminação:
“Um disse a Zé Pretinho:
A roupa do cego é suja
Botem três guardas na porta
Para que ele não fuja
Cego feio assim de óculos
Só parece uma coruja”
Nesse trecho é perceptível como não aceitam a condição do deficiente visual,
tratando-o como sujo ou alguém que mereça ser vigiado, descumpridor de seus
acordos.
“Cala-te cego ruim,
Cego aqui não faz figura
Cego quando abre a boca
é uma mentira pura
O cego quanto mais mente
Inda mais sustenta a jura.”
Surge a figura do cego enquanto um ser de índole malvada, predisposto a
mentira e ao crime. Ao deficiente visual é imposta automaticamente a alcunha de
marginal.
Alguns traços comuns a esses personagens nas narrativas são:
- o desamparo do homem frente ao destino
- a solidão existencial
- uma violência exposta ou camuflada pela sociedade de que
faz parte
- o desengano que se estabelece pela consciência
atormentada
- o contraste entre o mundo e a ruína pessoal das
personagens em suas vidas malogradas. (PONTES, 2014, p. 20).
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E essa discriminação fica bastante clara, sempre que se referem ao Cego
Aderaldo, de forma ruim, como se a sua deficiência disse absolutamente tudo sobre
ele, e, além, dissesse apenas coisas discriminatórias e vexatórias.
Outra característica peculiar ao pobre diabo é a qualificação que se
faz dele por outras personagens. A descrição física comumente
usada para desqualificar a personagem através de comparações e
da riqueza de detalhes depreciativos tanto físicos como morais. é
recorrente a comparação do pobre diabo a animais. (PONTES, 2014,
p 51)
Mas também é possível citar outros discursos politicamente incorretos na
contemporaneidade, embora fossem deveras utilizados a tempos atrás:
“Negro é raiz
Que apodreceu
Casco de judeu
Moleque infeliz
Vai pra teu país
Senão eu te surro
Dou-te até de murro
Tiro-te o regalo
Cara de cavalo
Cabeça de burro”
Analisar os cordéis com o olhar de historiador faz-se cada vez mais urgente e
necessário. Seja para se aprazer com essa fonte tão rica de relatos, seja para
problematizar os discursos nela existentes.
O exemplar “Peleja de Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum” vai além
do retrato de uma época; nos traz verdadeiros tratados acerca do desrespeito para
com as deficiências, para com os colorismos e, atém mesmo, com os homens em
geral. Problemas estes que devem ser discutidos, inicialmente na academia e,
principalmente, fora dela.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O debate acerca da inclusão ainda é deveras inicial, mas torna-se cada vez
mais urgente, visto que os tempos de masmorras para aqueles que possuem
limitações físicas ou intelectuais findaram-se.
E, justamente por ser necessário, é preciso criar metodologias que auxiliem o
educador a trabalhar esses conteúdos em sala de aula, vislumbrando assim formar
cidadãos que tratem-se de maneira igualitária. E mais, que verdadeiramente
adequem as condições no traquejo social para que todos possam se fazer
presentes, independente de sua limitação.
A escolha do Cego Aderaldo enquanto personagem da presente pesquisa
não foi aleatória. Homem de diversos talentos, provou que a sua deficiência jamais
o impediria de vencer. E fez dela apenas mais uma característica de seu ser.
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Sai pelo mundo a cantar. Os meus pés pisaram a poeira de muitos
caminhos! Percorri todas as serras, alcancei os chapadões, varei a
caatinga, entrei no brejo… por toda parte eu levava a minha voz,
assim como um soldado leva a bandeira do seu batalhão, cumprindo
um roteiro de cantorias. Aqui escrevo, e juro que é verdade.
(MEDEIROS, 2017, p 16)
Fica a sugestão do uso do cordel enquanto ferramenta de inclusão, para
debates em sala de aula, a fim de desconstruir ideias já pré estabelecidas. E
enquanto fonte a ser revisitada pelo pesquisador, a fim de (re) conhecer e (re)
conectar-se aos sertões e as deficiências, temáticas sensíveis e ainda tão pouco
pesquisada.
FONTES
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[folheto de cordel]. SP: Editora Luzeiro, 2011.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de
dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional.
Brasília : MEC, 1996.
DANTAS, José Mário. Escola, vida e leitura. [folheto de cordel] Caicó/RN, 2018.
DANTAS, José Mário. O baú dos absurdos. [folheto de cordel] Caicó/RN, 2018.
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das Necessidades Educativas Especiais, 1994, Salamanca-Espanha.
FRANCISCO, Antônio. A cidade dos cegos ou história de pescador. [folheto de
cordel]. Mossoró/RN: Editora Queima-Bucha, 2008.
LACERDA, José Medeiros de. O cego Aderaldo. [folheto de cordel] Série
Cantadores, vol XXX. Santa Luzia/PB
ROWLAND, Robert Lewis. Entrevista com o Cego Aderaldo: aprendizagem
como cantador. Extrato de uma longa conversa com Aderaldo Ferreira de Araújo
(1878-1967), conhecido como o Cego Aderaldo, gravada em sua casa, em Quixadá
(CE), em 8 de setembro de 1965. Disponível em
https://www.academia.edu/8701709/Entrevista_com_o_Cego_Aderaldo_aprendizagem_como_cantador_1965_
SILVA, Antônio Alves da. Peleja do mestre Azulão com o negro dos pés
redondos. [folheto de cordel]. SP: Editora Luzeiro, 2006.
https://www.academia.edu/8701709/Entrevista_com_o_Cego_Aderaldo_aprendizagem_como_cantador_1965_
https://www.academia.edu/8701709/Entrevista_com_o_Cego_Aderaldo_aprendizagem_como_cantador_1965_
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VIEIRA, Cícero. A estória da nêga dum peito só. [folheto de cordel] Juazeiro do
Norte/CE -
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Petrópolis, RJ: Vozes,2004. p. 125-132
BURKE, Peter. O que é História Cultural? 2ª ed. RJ: Editora Zahar, 2005. 216p.
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a educação especial. Rev. psicopedag. [online]. 2006, vol.23, n.72, pp. 232-240.
CURRAN, Mark. Retrato do Brasil em Cordel. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2011.
365p.
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FOUCAULT, Michel. Os anormais. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 479p
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PESAVENTO, Sandra Jatahy Pesavento. História & História Cultural. Belo
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PONTES, Carlos Gildemar. Seres ordinários: O anão e outros pobres diabos na
literatura. Fortaleza: Edições Acauã; João Pessoa: Ed. da UFPB, 2014. 160p.
SANTOS, Aderaldo Luciano. Literatura de cordel: Visão e re-visão. 2009. Teses
(Doutorado em Letras) - Universidade Federal do Rio de Janeiro - RJ, 2009.
http://dicionariompb.com.br/cego-aderaldo/dados-artisticos

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