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Conceitos de tributos

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ESPÉCIES DE TRIBUTOS
 
 CONCEITO DE TRIBUTO
Não há um conceito de tributo expresso na Constituição Federal, apenas um conceito implícito. O conceito expresso está no artigo 3º do Código Tributário Nacional – CTN:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. (grifo nosso).
 
a) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória: Quer dizer o comportamento obrigatório de uma prestação em dinheiro, independem da vontade do sujeito passivo, que deve efetivá-la, ainda que contra seu interesse.
O Código Tributário Nacional ao se referir a palavra “toda” prestação, estabelece que qualquer prestação que se enquadre em todos os requisitos do art. 3º do CTN será tributo, independentemente da denominação, conforme determina o art. 4º do CTN:
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
 
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. (grifos nossos).
É importante frisar nesse momento, que ainda que o art. 4º do CTN no inciso II menciona que seria irrelevante a destinação legal do produto para ser tributo, temos que a partir da Constituição Federal de 1988, para as contribuições e empréstimo compulsório é relevante sim a destinação, pois nessas exações a denominação e a destinação são destacadas pelo próprio legislador constituinte, não tendo relevância para a identificação do fato gerador do tributo, como ocorre com os impostos, taxas e contribuições de melhoria.
 
b) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: O legislador infraconstitucional incorreu em redundância ao repetir o caráter pecuniário da prestação, não havia a necessidade de insistir com a locução “em moeda” “ou cujo valor nela possa se exprimir”, pois ao tratar de obrigação pecuniária, é porque será paga em dinheiro.
Ninguém poderá entregar ao fisco, como forma de pagamento, algo que não seja dinheiro, salvo o caso do art.156, XI do CTN, que trata sobre a dação de bem imóvel, quando houver expressa previsão em lei. Observa-se que mesmo nesse caso, por se tratar de uma exceção, há necessariamente a previsão em lei para autorizar o pagamento do tributo com a entrega de bem imóvel.
 
c) Que não constitua sanção de ato ilícito: Ninguém paga o tributo por ter desrespeitado uma lei, tributo não é castigo. Ao contrário paga-se o tributo por incorrer em uma situação prevista em lei como hipótese de incidência tributária, ou seja, o legislador elegeu uma situação que uma vez praticada pelo sujeito, no mundo concreto, estará sujeita à incidência da norma tributária e por essa razão irá nascer a obrigação de pagar um tributo.
Por exemplo: A Lei prevê que a hipótese de incidência tributária do Imposto sobre Renda ou proventos de qualquer natureza - IR é “auferir renda”, o sujeito terá que pagar IR quando auferir renda, porque praticou o fato previsto em lei.
Assim sendo, pode-se afirmar que uma lei descreve hipoteticamente um estado de fato e dispõe que a realização concreta, no mundo fenomênico, do que foi descrito, determina o nascimento de uma obrigação de pagar um tributo
 
 
2 Defende a maioria da doutrina que existem 05 tributos (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimo compulsório e contribuições) no atual sistema tributário constitucional brasileiro (teoria pentapartida).
No entanto, o art. 145 da CF, na esteira do art. 5º do CTN, indica a existência de somente 03 tributos (impostos, taxas e contribuições de melhoria). 
3 IMPOSTO Art. 145, I. CF. IMPOSTO é tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa à vida do contribuinte, à sua atividade ou a seu patrimônio (art. 16, CTN). É tributo não vinculado à atividade estatal. A CF prevê, de modo taxativo, as listas de IMPOSTOS federais, estaduais e municipais. 
4 IMPOSTOS FEDERAIS ( ART. 153 CF) Imposto de Importação (inc. I) Imposto de Exportação (inc. II) Imposto de Renda (inc. III) IPI (inc. IV) IOF (inc. V) ITR (inc. VI) Imposto sobre Grandes Fortunas (inc. VII) Imposto residuais (art. 154, I) Imposto extraordinário (de Guerra) (art. 154, II) 
5 IMPOSTOS ESTADUAIS (art. 155, CF) ITCMD (inc. I) ICMS (inc. II) IPVA (inc. III) IMPOSTOS MUNICIPAIS (art. 156, CF) IPTU (inc. I) ITBI (inc. II) ISS (inc. III) 
6 Ressalte-se que as siglas anteriormeente indicadas não equivalem, na maioria dos casos, a seus verdadeiros nomes. Observe: a) II: Imposto sobre importação de produtos estrangeiros; b) IE: Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; c) IR: Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza; d) IPI: Imposto sobre produtos industrializados; 
7 e) IOF: Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários; f) ITR: Imposto sobre propriedade territorial rural; g) IEG: Imposto extraordinário de guerra; h) ITCMD: Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; i) ICMS: Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação; 
8 j) IPVA: Imposto sobre propriedade de veículos automotores; l) IPTU: Imposto sobre propriedade territorial urbana; m) ITBI: Imposto sobre transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; n) ISS: Imposto sobre serviços de qualquer natureza. 
9 TAXA Art. 145, II, da CF, c/c os arts. 77 a 79 do CTN. A TAXA é tributo vinculado à ação estatal. Tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia e/ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição (art. 79, I, II e III, CTN). Há dois tipos de taxa: A TAXA DE POLÍCIA e a TAXA DE SERVIÇO. 
10 TAXA DE POLÍCIA O art. 78, caput, do CTN, estipula o conceito de poder de polícia: “Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”. 
11 A TAXA DE POLÍCIA, também chamada de taxa de fiscalização, será exigida em razão de atos de polícia realizados pela Administração Pública, pelos mais diversos órgãos ou entidades fiscalizatórias. Pagar-se-á tal TAXA em virtude do “exercício regular do poder de polícia administrativa”, tendente a limitar direitos ou liberdades individuais em benefício da coletividade. 
12 Exemplos de TAXA DE POLÍCIA (segundo Hugo Goes): Taxa de inspeção sanitária – cobradas, por exemplo, de restaurantes, bares etc., em razão da fiscalização realizada pelo poder público. Taxa de obras em logradouros públicos; Taxa de alvará – cobrada em função da autorização que o Município concede para que um estabelecimento possa se instalar em determinado local; Taxa de licenciamento de veículos; Taxa de expedição de passaporte, etc. 
13 TAXA DE SERVIÇO Será cobrada em razão da prestação estatal de um serviço público específico e divisível. Não são poucos os serviços que preenchem os requisitos ensejadores dessa taxa, como serviços de luz, gás, esgotamento sanitário, entre outros. Por conta dos requisitos essenciais à sua caracterização, vários tributos “tentaram” se enquadrar” na categoria de TAXA DE SERVIÇO, quando deveriam ser custeados por impostos, incorrendo, na maioriadas vezes, em inconstitucionalidade: Taxa de Segurança Pública; Taxa de Limpeza Pública; Taxa de Iluminação Pública. 
14 Exemplos de taxas cobradas em virtude da utilização de serviços (segundo Hugo Goes): Taxa de remoção de lixo domiciliar; Taxa de coleta de esgoto; Taxa judiciária. 
15 TAXA X TARIFA A TAXA não se confunde com a TARIFA (ou preço público), mesmo sendo ambas as prestações pecuniárias tendentes a suprir de recursos os cofres estatais, em face de serviços públicos prestados. A TARIFA é o preço de venda do bem, exigido por empresas prestacionistas de serviços públicos (concessionárias ou permissionárias), como se vendedoras fossem. Já a TAXA é tributo imediatamente vinculado à ação estatal. 
16 Se houver evidente vinculação do serviço com o desempenho de função estatal, teremos a TAXA. Por outro lado, se houver desvinculação deste serviço com a ação estatal, inexistindo óbice ao desempenho da atividade por particulares, teremos a TARIFA. 
17 Assim, sempre que o serviço, específico e divisível, deva ser prestado diretamente pela Administração Pública, por imposição constitucional ou legal, o regime será o de TAXA. Nos casos em que a execução do serviço puder ser delegada a outra entidade, pública ou privada, o legislador poderá optar entre o regime de TAXA e o de TARIFA. Exemplos de TARIFAS: a tarifa postal, telegráfica, de transportes, telefônica, de gás, de fornecimento de água e outras. V. quadro esquemático pp. 58/59. 
18 PEDÁGIO A doutrina diverge quanto à natureza jurídica do PEDÁGIO, entendendo alguns trata-se de TAXA, enquanto outros entendem trata-se de TARIFA. O PEDÁGIO é prestação comumente exigida por concessionárias, isto é, por pessoas jurídicas de direito privado, que se colocam na condição de “sujeitos ativos” – um paradoxo inconcebível no campo da obrigação tributária. O PEDÁGIO é prestação instituída e reajustada por atos diversos de lei, afastando a feição tributária. 
19 Havendo a inexistência de vias alternativas, a exação se torna compulsória, aproximando-a de uma TAXA. Analisando a questão, pode-se dizer que, caso a administração da via pública, objeto de cobrança do PEDÁGIO, seja feita por órgão da administração direta (autarquia ou empresa controlada por Estado, como DER), a exação deve ser considerada uma TAXA. Por outro lado, se a via for explorada por entidade particular (concessionárias, permissionárias), poderá haver uma escolha da exação pelo legislador – se PEDÁGIO-TAXA ou PEDÁGIO-TARIFA. 
20 Em conclusão, o PEDÁGIO pode ser TAXA ou PREÇO PÚBLICO (TARIFA), dependendo das circunstâncias e da maneira como for exigido. Entretanto, pela complexidade da matéria e pela diversidade de entendimentos, será necessário aguardar novos julgamentos do STF para uma melhor definição jurisprudencial sobre o tema. 
21 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA Art. 145, III, da CF. Art. 81 do CTN. Art. 3º do DeC.-LEI 195/67. O tributo CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA tem como bússola para sua cobrança a proporção do benefício efetivamente experimentado pelo contribuinte, decorrente de obra pública realizada pelo Poder Público. 
22 O sujeito passivo é o proprietário do imóvel que circunvizinha a obra pública geradora de sua valorização tributária. É imperativo que a cobrança do tributo cinja- se à área de influência ou zona de beneficiamento. O fato gerador da contribuição de melhoria reside na valorização imobiliária experimentada pelos imóveis adjacentes a uma obra pública. Para ensejar sua cobrança, deve haver uma relação direta entre a obra pública construída e a valorização imobiliária dela decorrente. 
23 A base de cálculo significa o quantum de valorização acrescido ao imóvel em função da obra pública realizada pela Administração. A cobrança da contribuição de melhoria encontra limitações em dois aspectos: - O LIMITE INDIVIDUAL aponta para uma tutela da valorização imobiliária de cada proprietário. - O LIMITE GLOBAL impõe que arrecadação não pode se situar acima do gasto despendido com a obra. 
24 EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO Art. 148 da CF. “A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b. Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.” 
25 É um “tributo com cláusula de restituição” (Pontes de Miranda). É de competência exclusiva da União. Tem natureza temporária, subsistindo sua cobrança enquanto existe o fundamento constitucional. Tendo em vista que o parágrafo único do art. 148 da CF atrela a arrecadação do empréstimo compulsório à despesa que o respaldou, não se admite a “tredestinação” (desvio de finalidade) na gestão de seus recursos. 
26 Pressupostos autorizativos: A) despesas extraordinárias (inc.I) - A.1) calamidade pública (maremotos, teremotos, enchentes, incêndios, secas, tufões, ciclones etc.) - A.2) guerra externa (a expressão indica os conflitos externos, cuja deflagração tenha sido provocada por país estrangeiro). B) investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (inc. II). 
27 Os pressupostos autorizativos NÃO se confundem com seu fato gerador. Isso porque o legislador constituinte não apontou expressamente o fato gerador do empréstimo compulsório, ficando a cargo da lei complementar selecionar o fato imponível específico, apto a gerar, para o contribuinte, o dever de pagar o gravame. Assim, o legislador federal, à luz da Constituição, goza de larga liberdade de escolha para a definição do fato gerador. 
28 CONTRIBUIÇÕES Segundo o art. 149 da CF, há: a) contribuições federais, de competência exclusiva da União (caput); b) contribuições estaduais, distritais e municipais, de competência dos Estados, DF e Municípios (§ 1º); c) contribuições municipais, de competência dos municípios e DF (art. 149-A da CF). 
29 As CONTRIBUIÇÕES são gravames cuja destinação se revele no financiamento de gastos específicos, no contexto de intervenção do Estado nos campos social e econômico, no cumprimento de ditames da política de governo. Para Fernando Maida, “as contribuições extrafiscais deverão atender as necessidades na condução da economia ou correção de situações sociais indesejadas ou mesmo possibilidade de fomento a certas atividades ou ramo de atividades de acordo com o preceituado na Constituição. Já as contribuições parafiscais são aquelas que se destinam exclusivamente ao custeio de atividades paralelas à administração pública direta.” 
30 O art. 149, caput, da CF designa as seguintes contribuições: a) contribuições SOCIAIS; b) contribuições de INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO; c) contribuições de INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS. 
31 CONTRIBUIÇÕES DE INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS Também chamadas de contribuições PROFISSIONAIS ou CORPORATIVAS, são de competência exclusiva da União. Há dois bons exemplos deste tributo: - a contribuição-anuidade; - a contribuição sindical. 
32 Contribuição-anuidade Busca prover de recursos os órgãos controladores e fiscalizadores das profissões (CREA, CRM, CRC, etc.). Esses órgãos ou PARAFISCOS são, geralmente, pessoas jurídicas de direito público, que se revelam como sujeitos ativos de uma relevante contribuição profissional ou corporativa. 
33 Contribuição sindical Para o STF, a contribuição sindical é contribuição PARAFISCAL, ou especial, na subespécie “corporativa ou profissional”, sendo um tributo federal, de competência exclusiva da União, que tem, vulgarmente, recebido o nome inadequado de “imposto sindical” (RE 129.930/1991-SP). Detém inegável feição tributária, sujeitando-se às regras gerais de Direito Tributário, torna-se compulsória aos trabalhadores celetistas, integrantes da categoria, sindicalizados ou não, que devem, de modo obrigatório, pagá-la anualmente ao sindicato, montante equivalenteà importância de um dia de trabalho. 
34 A contribuição SINDICAL não se mistura com a contribuição CONFEDERATIVA. A contribuição CONFEDERATIVA (art. 8º, IV, parte final, CF) é desprovida de natureza tributária e, portanto, de obrigatoriedade. É devida pelos filiados à entidade sindical respectiva (Súmula 666 STF). Os membros da organização sindical têm a possibilidade de não a pagar, retirando-se do sindicato, caso queiram, e, ainda assim, mantêm-se aptos a exercer a atividade profissional ou econômica. 
35 Portanto, a contribuição SINDICAL tem natureza tributária, sendo legalmente prevista e cobrada de todos os trabalhadores, filiados ou não à organização sindical correspondente. A contribuição CONFEDERATIVA não detém natureza tributária, é estabelecida por Assembléia Geral e é cobrada dos filiados ao respectivo sindicato para o custeio do sistema confederativo de representação sindical. 
36 CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO Também chamadas CONTRIBUIÇÕES INTERVENTIVAS ou CIDEs, são de competência exclusiva da União (art. 149, § 2º, I, II e III, da CF). O Brasil é um Estado intervencionista, voltado a comandar a vida econômica dos cidadãos, por meio de atuação estatal. Nesse cenário, é que são cultivadas as CIDEs. 
37 Há atividades econômicas que necessitam sofrer intervenção do Estado Federal, de modo a se provocar ora um controle fiscalizatório, regulando o fluxo de produção, ora uma atividade de fomento, tendente à melhoria do setor beneficiado. Têm natureza EXTRAFISCAL. 
38 Aplicam-se às CIDEs as seguintes regras (art. 149, § 2º, CF): a) não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; b) incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; c) obedecerão a todos os princípios constitucionais tributários, ressalvado o caso da CIDE – Combustível; d) poderão incidir uma única vez. Há dois bons exemplos desse tributo: - CIDE – Combustível - CIDE – Royalties. 
39 CIDE – Combustível A CIDE – Combustível recai sobre a importação e a comercialização de petróleo e gás natural (e derivados) e sobre o álcool etílico combustível. Este tributo não atende aos tributários princípios da legalidade e anterioridade (anual), quanto à redução e restabelecimento de alíquotas (art. 149, § 2º, II e 177, § 4º, CF). Sua alíquota poderá ser diferenciada em função da natureza do produto. 
40 São contribuintes da CIDE – Combustível: - o produtor; - o formulador; - o importador. Sua base de cálculo é a unidade de medida estipulada na lei para os produtos importados e comercializados no mercado interno, enquanto as alíquotas são específicas. É arrecadada pela Secretaria da Receita Federal. A repartição de suas receitas é feita pela União com Estados e DF, no percentual de 29%. Estes últimos devem repassar 25% (1/4) do que receberem da União aos Municípios. 
41 CIDE – Royalties A CIDE – Royalties atende ao Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação, buscando estimular o desenvolvimento tecnológico brasileiro, mediante fomento à pesquisa. A alíquota é de 10%. São considerados “contratos de transferência de tecnologia”, para fins de incidência da CIDE – Royalties, os contratos relativos à exploração de patentes ou de uso de marca e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica. Cabe à administração da Secretaria da Receita Federal do Brasil. 
42 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS De acordo com o STF, são “contribuições sociais” (parafiscais): 1. Contribuições Sociais Gerais (salário- educação e sistema “S”); 2. Contribuições de Seguridade Social (art. 195, I a IV, CF) 3. Outras Contribuições Sociais (as “Contribuições Residuais”, à luz do art. 195, § 4º). 
43 Contribuições Sociais Gerais São de competência da União. Custeiam a atuação do Estado em outros campos sociais, diversos daquele previstos no art. 195 da CF, quais sejam, saúde, previdência e assistência social, pertencentes à Seguridade Social e financiados pelas correspondentes contribuições para a seguridade social. As Contribuições Sociais Gerais são a contribuição ao salário-educação (art. 212, § 5º, CF) e as contribuições ao Sistema “S” (art. 240 da CF). 
44 As Contribuições destinadas aos Serviços Sociais Autônomos (Sistema “S”) são destinadas às entidades privadas de serviços sociais autônomos e de formação profissional. Tais organismos – SENAI, SESI, SESC, SEBRAE, SENAC etc. -, pertencentes ao chamado Sistema “S”, dedicam-se ao ensino fundamental profissionalizante e à prestação de serviços no âmbito social e econômico. Exigem-se as contribuições ao Sistema “S” dos empregadores, destinando-se o recurso às entidades privadas mencionadas. A base de cálculo atrela-se às remunerações pagas aos empregados. As Contribuições do Sistema “S” são recolhidas pela Receita Federal. 
45 Contribuições de Seguridade Social O orçamento da seguridade social é composto de receitas advindas de recursos dos entes públicos, por meio dos impostos, e de receitas oriundas das contribuições específicas. Sujeitam-se à anterioridade nonagesimal. O art. 149, § 1º, da CF destaca as contribuições previdenciárias estaduais, distritais e municipais que podem ser cobradas dos servidores públicos estatutários, para custear o regime próprio de previdência social. Alíquota não inferior a 11%. 
46 A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta (princípio da solidariedade), mediante recursos da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 1ª - importador (art. 195, IV, da CF); 2ª - receita de loterias (art. 195, III, da CF); 3ª - trabalhador (art. 195, II, da CF); 4ª - empregador e empresa (art. 195, I, da CF). Tais fontes de custeio podem ser criadas por meio de lei ordinária ou, até mesmo, por medida provisória, exceto as contribuições residuais (por lei complementar).

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