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Autoras: Profa. Andreza Pereira dos Santos Profa. Sinária Rejany Nogaia de Sousa Colaboradores: Prof. Thiago Macrini Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano Drenagem Linfática Professoras conteudistas: Andreza Pereira dos Santos / Sinária Rejany Nogaia de Sousa Andreza Pereira dos Santos É graduada em Fisioterapia pela Universidade de Guarulhos (2004), especializada em Dermatofuncional pela Universidade Gama Filho (2007) e Educação e Saúde pelo Centro Universitário Ítalo-brasileiro (2008), mestre em Patologia Ambiental e Experimental pela Universidade Paulista – UNIP (2013) e doutora em Patologia Ambiental e Experimental também pela UNIP (2018). Atualmente é docente e coordenadora auxiliar do curso de Estética e Cosmética na UNIP (campus Norte) e realiza atendimentos na área da estética e fisioterapia dermatofuncional. Sinária Rejany Nogaia de Sousa É fisioterapeuta graduada pela Universidade Bandeirante de São Paulo (2001), pós-graduada em Intervenção em Neuropediatria pela Universidade Federal de São Carlos (2004) e Fisioterapia Dermatofuncional pela Universidade Gama Filho (2008), mestre em Patologia Ambiental e Experimental pela UNIP (2014) e doutora em Patologia Ambiental e Experimental pela UNIP (2018). Atualmente é docente na UNIP no curso de Tecnologia em Estética e Cosmética e na pós-graduação de Fisioterapia Dermatofuncional e Cosmetologia e Estética Funcional. Atua em projetos de pesquisa relacionados aos cursos de Estética e Fisioterapia Dermatofuncional. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) S237d Santos, Andreza Pereira dos. Drenagem linfática / Andreza Pereira dos Santos, Sinária Rejany Nogaía de Sousa. – São Paulo: Editora Sol, 2020. 200 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230. 1. Fisiologia. 2. Protocolo desintoxicante. 3. Drenagem. I. Sousa. Renajy Nogaía de. II. Título. CDU 615.825 U505.77 – 20 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcello Vannini Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Giovanna Oliveira Kleber Souza Sumário Drenagem Linfática APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8 Unidade I 1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E URINÁRIO ..... 11 1.1 Sistema cardiovascular ...................................................................................................................... 12 1.1.1 Coração ....................................................................................................................................................... 12 1.1.2 Sangue ........................................................................................................................................................ 17 1.1.3 Vasos ............................................................................................................................................................ 20 1.2 Sistema linfático ................................................................................................................................... 25 1.2.1 Linfa .............................................................................................................................................................. 26 1.2.2 Capilares linfáticos ................................................................................................................................. 26 1.2.3 Linfonodos ................................................................................................................................................. 28 1.2.4 Troncos linfáticos .................................................................................................................................... 29 1.2.5 Ductos linfáticos ..................................................................................................................................... 29 1.2.6 Órgãos linfoides: tonsilas, timo, baço e apêndice ..................................................................... 31 1.3 Sistema urinário .................................................................................................................................... 34 1.3.1 Rim e glândula suprarrenal ................................................................................................................ 35 1.3.2 Ureter ........................................................................................................................................................... 39 1.3.3 Bexiga urinária ......................................................................................................................................... 39 1.3.4 Uretra ........................................................................................................................................................... 39 2 FISIOPATOLOGIA DAS ALTERAÇÕES EDEMATOSAS APLICADAS À ESTÉTICA ............................ 41 2.1 Distúrbios hemodinâmicos ............................................................................................................... 41 2.2 Edema ....................................................................................................................................................... 43 2.3 Linfedema ................................................................................................................................................ 46 2.3.1 Linfedema primário ................................................................................................................................ 47 2.3.2 Linfedema secundário ........................................................................................................................... 47 2.3.3 Classificação do linfedema ................................................................................................................. 51 Unidade II 3 HISTÓRICO, DEFINIÇÃO, EFEITOS FISIOLÓGICOS E TERAPÊUTICOS, INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL .............................................................. 56 3.1 Histórico e definição da drenagem linfática manual ............................................................ 56 3.2 Efeitos fisiológicos e terapêuticos da drenagem linfática ................................................... 58 3.3 Indicações e contraindicações da drenagem linfática .......................................................... 59 3.3.1 Indicações .................................................................................................................................................. 59 3.3.2 Contraindicações .................................................................................................................................... 62 3.4 Métodos edescrição da drenagem linfática manual ............................................................ 63 3.4.1 Método Vodder ........................................................................................................................................ 63 3.4.2 Método Leduc .......................................................................................................................................... 66 3.4.3 Método Godoy ......................................................................................................................................... 69 4 PREPARAÇÃO PARA A TÉCNICA E PROTOCOLO DESINTOXICANTE .............................................. 72 4.1 Preparação para a aplicação da técnica de drenagem linfática ....................................... 72 4.2 Drenagem linfática manual para gestantes .............................................................................. 75 4.3 Protocolo desintoxicante .................................................................................................................. 76 Unidade III 5 DESCRIÇÃO DA APLICAÇÃO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL FACIAL .............................. 81 5.1 Preparação para a técnica de drenagem linfática .................................................................. 82 5.2 Evacuação dos linfonodos faciais .................................................................................................. 84 5.3 Captação da linfa facial ..................................................................................................................... 91 6 DRENAGEM LINFÁTICA REVERSA: PRINCÍPIOS ATIVOS DESINTOXICANTES E PROTOCOLO DESINTOXICANTE FACIAL .................................................................................................107 6.1 Drenagem linfática reversa ............................................................................................................107 6.2 Princípios ativos desintoxicantes .................................................................................................107 6.3 Protocolo desintoxicante facial ....................................................................................................108 Unidade IV 7 PREPARAÇÃO PARA A TÉCNICA E DESCRIÇÃO DAS MANOBRAS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL CORPORAL ................................................................................115 7.1 Preparação para a técnica da drenagem linfática manual corporal .............................117 7.2 Manobras de evacuação dos gânglios linfáticos corporais ...............................................122 7.3 Manobras de captação da linfa corporal ..................................................................................127 7.3.1 Decúbito dorsal ..................................................................................................................................... 128 7.3.2 Decúbito ventral ................................................................................................................................... 163 8 COMPRESSÃO EXTERNA DOS TECIDOS ................................................................................................181 8.1 Compressão externa dos tecidos e enfaixamento ................................................................181 8.2 Protocolo desintoxicante corporal ..............................................................................................182 7 APRESENTAÇÃO Este livro-texto tem como objetivo fornecer a você um material teórico com amplo apoio visual e sugestões para um maior conhecimento sobre a técnica de drenagem linfática manual. Dando embasamento ao conhecimento proposto, serão apresentados exercícios através da análise de um caso clínico que faz parte do dia a dia de uma clínica de estética. O estudo de casos clínicos traz o aluno para uma visão mais próxima dos atendimentos com a técnica de drenagem linfática manual. O conhecimento de anatomia e fisiologia oferecido aqui proporciona facilidade de correlacionar a técnica com as alterações estéticas faciais e corporais, como nos casos de fibroedema geloide (celulite), retenção hídrica (inchaço), olheiras, dificuldade circulatória, entre outras alterações visíveis na pele. Além disso, estar ciente de indicações e contraindicações, já que nem todos os indivíduos têm a indicação de receber a massagem, é vital – essas informações levam o profissional para a aplicabilidade de forma correta e segura das técnicas, seguindo a sequência fisiológica. O conteúdo programático se iniciará com a abordagem da anatomia e fisiologia do sistema circulatório sanguíneo, pois este é responsável pela distribuição do sangue pelos órgãos e tecidos do corpo. Ele é importante para esta disciplina porque caminha paralelamente ao sistema linfático; além disso, todo líquido captado durante a drenagem vai desembocar no coração, aumentando o volume de sangue, então seria impossível falar de sistema linfático sem citar o circulatório sanguíneo. O sistema linfático é responsável pela captação do líquido excedente durante a técnica de drenagem. Esse processo é importante, pois evita a formação de edema (inchaço). No interior dos vasos e gânglios linfáticos, além do líquido, temos uma grande concentração de células do sistema imunológico, responsáveis pelos mecanismos de defesa corporal. Todo o líquido recolhido pelo sistema linfático será devolvido ao sistema circulatório, o que aumenta a quantidade de sangue distribuído pelo corpo, e esse sangue precisa passar pelo sistema urinário, em especial pelos rins, nos quais é depurado (filtrado), a fim de evitar que ocorram alterações na composição do sangue pelo acúmulo de substâncias nocivas. Assim, a drenagem tem o efeito de promover a formação de urina e sua eliminação, e por isso esse é um assunto estudado neste livro-texto. Igualmente importante para a prática profissional é o tema da fisiopatologia das alterações edematosas aplicadas à estética. Vamos discutir as principais alterações relacionadas a problemas no próprio sistema linfático, como elefantíase, linfedema – que pode ser causado por obstrução do sistema linfático – ou por retirada de vasos ou linfonodos/gânglios, no caso de uma mastectomia radical, por exemplo. Além disso, falaremos detidamente da técnica de drenagem linfática manual, trazendo ao aluno a oportunidade de avaliar um cliente/paciente a fim de verificar se essa técnica é a melhor indicação para o quadro clínico apresentado. Na continuação dessa proposta, o livro-texto trará o passo a passo da prática clínica da massagem, demonstrando de forma ilustrativa e descritiva a sequência da drenagem linfática manual facial e corporal. 8 Com isso, ao término de seus estudos, você, aluno, deverá estar apto para realizar a técnica da drenagem linfática manual facial e corporal associada às alterações estéticas, analisando de forma individualizada cada caso, o que é extremamente relevante para sua formação como profissional completo. INTRODUÇÃO Iniciaremos nosso percurso de estudos com a anatomia e fisiologia dos sistemas circulatório, linfático e urinário, conhecimento necessário para entender a integração de todos eles com as disfunções fisiopatológicas das alterações edematosas aplicadas à estética, tais quais distúrbios hemodinâmicos, edema e linfedema. O sistema linfático é uma via de mão única: o líquido intersticial, após ser captado, só será liberado nos vasos sanguíneos. A linfa é o líquido presente nos vasos e gânglios linfáticos e apresenta semelhança com o sangue, embora seja incolor pela ausência de hemácias em sua composição. Além disso, é rica em glóbulos brancos, o que permite participar da defesa orgânica do indivíduo. A rede linfática tem o percurso paralelo ao sistema vascular sanguíneo, no qual a linfa terá sua via final. Quando ela se junta ao sangue, ocorre aumento do fluido que deverá seguir o trajeto até os rins, nos quais ocorre o processo de filtração com a retenção de substânciasnão utilizáveis pelo organismo e o excedente de água, formando a urina, que, posteriormente, deve ser eliminada pela via excretora. É essencial o conhecimento aprofundado sobre anatomia e fisiologia dos sistemas que envolvem a drenagem de líquidos corporais para que, na sequência, possa ser abordado o tema da técnica de drenagem linfática manual. Quando chegarmos a ele, falaremos da definição, do histórico, dos métodos e da descrição da drenagem linfática manual. Serão descritos os diferentes métodos da massagem, seus efeitos fisiológicos e terapêuticos, suas indicações e contraindicações. Demonstraremos a prática clínica da técnica em pacientes gestantes e, complementando o tratamento, a aplicação do protocolo desintoxicante. A técnica de drenagem linfática manual foi criada em 1936 por Emil Vodder e sua esposa, Estrid Vodder, na Dinamarca. Ela é considerada uma massagem diferenciada pela ação direta no sistema linfático através da remoção do excesso de líquido presente no espaço intersticial e da retirada de proteínas plasmáticas e resíduos metabólicos, processo que aumenta a oxigenação e a nutrição tecidual. Para sua execução, são utilizadas manobras de compressão manual nos tecidos de forma intermitente e monótona, sempre respeitando a anatomia do trajeto linfático e mantendo uma velocidade lenta nos movimentos, com pressão suave, em torno de 30 a 40 mm Hg. Quando a técnica é realizada de forma correta, ocorrem alterações benéficas no sistema imunológico, vascular, muscular, nervoso etc. As indicações para a massagem são diversas, dentre elas, fibroedema geloide, conhecido popularmente como “celulite”, retenção de líquidos causada por períodos prolongados na posição sentada e/ou em pé, quadros de pós-operatório de cirurgias plásticas faciais e corporais, 9 gestação, presença de edema, entre outras. Entretanto, nem todos os indivíduos podem realizar a drenagem linfática, por isso a necessidade de estudo profundo sobre suas contraindicações. O próximo passo de nossa discussão é demonstrar de forma ilustrativa e descritiva as manobras da drenagem linfática manual facial, para que você, aluno, possa realizá-la no dia a dia em seus clientes/pacientes. A técnica pode ser aplicada em pessoas com edema na face, olheiras, pele envelhecida, dificuldade de circulação, rosácea, acne, situação de pré ou pós-operatório, entre outras. Nossa demonstração trará a forma de preparação a fim de a técnica de drenagem linfática com as manobras de evacuação dos linfonodos faciais importantes para que o líquido estagnado (parado) nos gânglios linfáticos siga o percurso e auxilie o mecanismo de captação (absorção) da linfa facial. Como sugestão, descrevemos um protocolo desintoxicante facial que auxilia na eliminação de toxinas e favorece o processo de remineralização com o uso de argila. Por fim, a última etapa de nosso estudo descreve as manobras da drenagem linfática manual corporal, a preparação para a técnica da drenagem linfática manual corporal com posicionamento do cliente na maca, técnicas de respiração para o relaxamento, seguindo com as manobras de evacuação dos gânglios corporais e captação da linfa corporal. Para potencializar e manter a drenagem por mais tempo, vamos discutir a importância da compressão externa dos tecidos com o uso de cintas ou bandagens compressivas, e depois oferecer como sugestão de finalização o protocolo desintoxicante corporal, de grande auxílio para a prática clínica. 11 DRENAGEM LINFÁTICA Unidade I 1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E URINÁRIO Podemos simplificar os componentes do sistema cardiovascular em: vasos através dos quais circulam continuamente os líquidos corporais e coração, que é uma bomba responsável por impulsionar o sangue para todo o corpo através de sua contração rítmica. Os vasos são considerados um circuito fechado de tubos de diversos tipos e calibre (espessura), que fazem a comunicação de todos os sistemas do organismo. O sistema cardiovascular é formado pelo sistema vascular sanguíneo e pelo sistema vascular linfático. O sanguíneo tem como função o transporte de sangue por órgãos e tecidos, distribuindo oxigênio, nutrientes, hormônios, fatores de coagulação, células de defesa e calor. Ele promove o recolhimento de gás carbônico e catabólitos produzidos pelas células durante seu metabolismo, que devem ser recolhidos e conduzidos aos locais onde são eliminados, contribuindo, assim, com o processo de homeostase (equilíbrio). Quando temos alguma falha no processo de vascularização em membros inferiores, podemos observar que a perna ou o pé apresentam alterações na coloração e muitas vezes a presença de um quadro doloroso. No sistema linfático, temos a circulação de um líquido transparente chamado de linfa, na qual pode ser encontrada uma grande quantidade de células de defesa e também de partículas estranhas que foram retiradas de outras regiões do corpo e precisam ser destruídas pelas células de defesa. Como funções do sistema linfático, podemos citar: • limpeza da linfa através da remoção de partículas estranhas; • destruição de agentes agressores, por exemplo, bactérias que são destruídas através de fagocitose; • resposta imune como a produção de anticorpos que agem no combate aos agentes agressores e no retorno do líquido intersticial excedente para corrente sanguínea, evitando o acúmulo de edema no espaço intersticial. O funcionamento adequado do sistema urinário complementa o sistema vascular sanguíneo e linfático. Ele é considerado de vital importância, pois é responsável pela filtração do sangue, retendo todas as substâncias nocivas e o excedente de líquido, que serão posteriormente eliminados através da formação de urina. Durante a aplicação da técnica de drenagem linfática, é comum observar esse processo de filtração pela vontade de urinar durante a massagem. A partir de agora, vamos conversar um pouco mais profundamente sobre essas informações. 12 Unidade I 1.1 Sistema cardiovascular O sistema cardiovascular, também chamado de sistema vascular sanguíneo, é composto de coração, sangue e vasos, e é responsável por realizar o deslocamento (circulação) do sangue através do corpo, começando no coração, passando, na sequência, por todos os tecidos e órgãos e finalmente retornando ao coração. Para que a circulação seja feita constantemente e sem falhas, é necessário que todos os seus componentes funcionem de forma harmônica. Um exemplo de desarmonia é a presença de uma doença cardíaca em razão da qual os batimentos e a força contrátil do coração apresentam comprometimento. Nesse quadro, o sangue tem dificuldade de chegar em regiões mais distantes do coração, ameaçando a sobrevida das células, órgãos e tecidos. 1.1.1 Coração O coração é um órgão presente no corpo humano, constituído por tecido muscular específico, chamado de músculo cardíaco. Esse músculo apresenta contração involuntária, ou seja, ele bate independentemente da vontade do indivíduo, e seu funcionamento é rítmico e estável, cerca de 70 batimentos por minuto. O coração está localizado entre os pulmões sobre o músculo diafragma no espaço denominado mediastino, posteriormente posicionado em relação ao osso esterno, às cartilagens costais e às costelas esquerdas. O órgão pesa aproximadamente 400 gramas em adultos e apresenta o formato de um cone com o tamanho de uma mão fechada. O coração é composto de quatro cavidades cardíacas, dois átrios e dois ventrículos; os átrios estão localizados na porção superior do coração e os ventrículos, na porção inferior. Além disso, ele é dividido em lado direito e lado esquerdo pelo septo interventricular, que separa o ventrículo direito do ventrículo esquerdo e o septo interatrial, que separa o átrio direito do átrio esquerdo. Átrio direito Átrio esquerdo Ventrículo esquerdoVentrículo direito Figura 1 – Câmaras cardíacas, átrios e ventrículos 13 DRENAGEM LINFÁTICA Os átrios, situados na porção superior do coração, sãoresponsáveis pelo recebimento do sangue proveniente do corpo e dos pulmões e por ejetar o sangue para os ventrículos. Anatomicamente, são cavidades menores que os ventrículos, inclusive tendo paredes mais finas que as deles, o que se deve ao fato de os átrios não precisarem realizar muita força na sua contração para ejetar o sangue para os ventrículos. No átrio direito, desembocam as veias cavas inferior e superior, que liberam o sangue proveniente do corpo rico em gás carbônico, enquanto o átrio esquerdo recebe o sangue oxigenado que retornou dos pulmões pelas veias pulmonares. Os ventrículos são cavidades maiores e com paredes mais densas (ou mais potentes) que as dos átrios, devido à força de que eles precisam para impulsionar o sangue em direção aos pulmões e ao corpo. Lembrete Os ventrículos estão localizados na porção inferior do coração, já os átrios, na superior. Os ventrículos realizam a propulsão do sangue em direção aos pulmões a fim de serem oxigenados e impulsionam o sangue em direção ao corpo para serem distribuídos a todos os órgãos e tecidos. O ventrículo direito recebe o sangue do átrio direito pela valva atrioventricular direita (também chamada de tricúspide). Ela evita que o sangue retorne ao átrio, já que ele deve ser impulsionado para os pulmões através das artérias pulmonares para serem oxigenados. O ventrículo esquerdo é mais potente que o ventrículo direito pela necessidade que este lado apresenta de encaminhar o sangue para todo o corpo. O ventrículo esquerdo recebe o sangue do átrio esquerdo pela valva atrioventricular esquerda (bicúspide ou mitral) e seguirá o percurso pela artéria aorta em direção ao corpo. Na saída do sangue do ventrículo direito em direção aos pulmões, encontramos a valva pulmonar, que evita o retorno do sangue para o coração. Já do ventrículo esquerdo em direção à artéria aorta, temos a valva aórtica, cuja função é evitar o retorno do sangue em direção ao coração. Todo esse mecanismo de entrada e saída de sangue no coração ocorre de forma rítmica e constante, e qualquer falha pode comprometer a saúde do indivíduo. O coração é chamado de bomba porque apresenta entrada e saída (através dos átrios e ventrículos, respectivamente), as valvas, que direcionam o sangue (evitando seu retorno) e os vasos, que conduzem o sangue do coração para os órgãos e corpo e do corpo e órgãos de volta para o coração. 14 Unidade I Todo esse processo de distribuição de sangue é chamado de circulação sanguínea, e podemos dividi-lo em pequena e grande circulação, como veremos logo a seguir. Ventrículo esquerdo Aorta Artéria pulmonar Átrio direito Valva pulmonar 1 2 3 4 Átrio esquerdo Valva aórtica Valva mitral Valva tricúspide Ventrículo direito Figura 2 – Válvulas cardíacas: 1) valva tricúspide; 2) valva pulmonar; 3) valva mitral; 4) valva aórtica O processo da grande circulação ocorre na maior parte do corpo, passando pelo coração, todos os órgãos e tecidos e retornando novamente ao coração. Seu trajeto se dá no seguinte caminho: átrio esquerdo, válvula bicúspide, ventrículo esquerdo, válvula aórtica, artéria aorta, órgãos e tecidos, retornando ao átrio direito pelas veias cava superior e inferior. Essa circulação é importante para a total distribuição do sangue oxigenado. A pequena circulação engloba o sangue que sai do coração ao pulmão e retorna ao coração. Seu caminho se dá da seguinte forma: o sangue chega ao átrio direito, passa pela válvula tricúspide em direção ao ventrículo direito, segue para os pulmões pelas artérias pulmonares (direita e esquerda) e retorna ao átrio esquerdo pelas veias pulmonares (direita e esquerda). Essa circulação é importante para que o sangue chegue aos pulmões, onde ocorre a troca gasosa, liberando o gás carbônico e captando o oxigênio para ser distribuído pelos órgãos e tecidos. 15 DRENAGEM LINFÁTICA Pulmões Corpo Coração esquerdo Circuito pulmonar Bombeamento Bombeamento Grande circulação Coração direito Figura 3 – Pequena e grande circulação O coração é composto (revestido) de três túnicas (camadas) chamadas de pericárdio (camada externa), miocárdio (camada intermediária) e endocárdio (camada interna). Endocárdio é a túnica interna, responsável pelo revestimento das cavidades cardíacas em contato direto com o sangue. Ela é composta de tecido endotelial, de uma camada subendotelial de tecido conjuntivo denso e da camada subendocárdica de tecido conjuntivo frouxo. O pericárdio é a túnica (camada) externa que reveste o coração. Ele é composto de tecido conjuntivo frouxo recoberto por epitélio simples pavimentoso. Essa camada tem funções como a proteção do coração e das raízes dos vasos, o auxílio na manutenção da posição correta do órgão na cavidade torácica e a limitação na distensão dos ventrículos, o que é importante para a manutenção do líquido pericárdico nos seus níveis adequados. O pericárdio é composto de duas membranas: fibrosa e a serosa. O pericárdio fibroso é mais resistente pela presença de fibras elásticas e colágenas (tecido conjuntivo denso não modelado), o que confere sustentação estrutural e age como isolante elétrico, impedindo o fluxo livre de impulsos entre átrios e ventrículos, ou seja, controlando os movimentos entre contração e relaxamento dos átrios e ventrículos. Já o pericárdio seroso é dividido em duas lâminas, entre as quais encontramos um fluido seroso que promove a lubrificação, evitando atrito entre as paredes do coração durante os batimentos cardíacos. 16 Unidade I Miocárdio é a túnica intermediária composta de músculo estriado cardíaco que apresenta células musculares especializadas. Ele é responsável por manter a contração rítmica do coração durante toda a vida do indivíduo, pelo bombeamento do sangue através da contração e pelo relaxamento do músculo cardíaco, que ocorre cerca de 70 vezes por minuto. Saiba mais Amplie seu conhecimento sobre a histologia cardíaca fazendo a leitura do seguinte livro: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 1 2 3 Figura 4 – Membranas que revestem o coração: 1) endocárdio; 2) miocárdio; 3) pericárdio A frequência cardíaca, também chamada de ciclo cardíaco, consiste na contração alternada entre os átrios e ventrículos (já que não podemos ter contrações de átrios e ventrículos simultaneamente), e é controlada pelo sistema de condução elétrica, do qual depende tanto a contração do coração quanto seu ritmo constante. O sistema de condução elétrica ocorre pelo controle de propagação das despolarizações e é realizado por feixes específicos de musculatura atrial. O processo de despolarização é feito pelo nodo sinoatrial localizado na junção da veia cava superior com o átrio direito. É nesse nodo que se iniciam os impulsos (condução) elétricos responsáveis pela contração cardíaca. Posteriormente, estimula-se o nodo atrioventricular, situado onde seu nome indica. Dessa forma, é realizada a estimulação cardíaca, que corresponde a dois batimentos consecutivos. 17 DRENAGEM LINFÁTICA Então, resumindo, ocorre um estímulo elétrico no nodo sinoatrial e na sequência no nodo atrioventricular, primeiro um depois o outro, de forma ritmada e constante. Nó sinoatrial Nó atrioventricular Rede de purkinje Músculo ventricular Ramos de feixe de His Feixe de His Músculo átrio Figura 5 – Sistema de condução elétrica do coração Para a função de bombeamento de sangue, é necessário que ocorram movimentos de contração e relaxamento de forma simultânea, ou seja, condução elétrica perfeita. O período de contração dos ventrículos para expulsar o sangue proveniente dos átrios para as artérias pulmonares e aorta é chamado de sístole. Em contraposição a ele temos a diástole, que é o período de relaxamento dos ventrículos, simultâneo ao da contração dos átrios, permitindo a passagem do sangue dos átrios para os ventrículos. Esse ciclo repete-se incessantemente, mantendo a frequênciacardíaca sempre rítmica e estável. A pressão sanguínea deve ser controlada e mantida em torno de 120 a 80 mmHg, pressão que representa a força exercida pelo sangue no vaso sanguíneo. Observação A frequência cardíaca pode ser alterada em situações emocionais ou no exercício pela influência do sistema nervoso autônomo. 1.1.2 Sangue No sistema circulatório, temos o único órgão líquido do corpo humano, chamado de sangue, que é um componente fluído. Sendo um tecido conjuntivo especializado pela presença de matriz extracelular totalmente fluida, ele é capaz de interligar o meio interno e externo, e é responsável pelo transporte de substâncias entre os diferentes tecidos e tipos celulares. Sua cor varia de acordo com a concentração de oxigênio que detém, indo do vermelho ao roxo. 18 Unidade I As células sanguíneas são produzidas na medula óssea (conhecida popularmente como “tutano”). A medula é um tecido gelatinoso presente no interior dos ossos como o fêmur, a tíbia, as costelas, o crânio, as vértebras e o osso esterno. Ela recebe nutrientes para a produção celular, dando origem a uma célula-tronco, que se diferencia, sofre multiplicação e se divide em diferentes tipos celulares, como os mieloides, que dão origem aos glóbulos vermelhos (como as hemácias), os eritrócitos e as plaquetas, e as células linfoides, que dão origem aos glóbulos brancos (como os linfócitos B). O sangue é impulsionado nos vasos pelas contrações cardíacas, estimulando a circulação dentro dos vasos sanguíneos. Essa circulação é de vital importância, pois se o indivíduo ficar com o sangue parado, ele pode coagular, trazendo malefícios ao organismo. Um adulto tem cerca de 5 a 6 litros de sangue distribuídos pelo corpo, quantidade que corresponde a 8% do peso corporal do indivíduo. As principais funções do sangue são respiratória (troca gasosa), nutritiva (distribuição de nutrientes), excretora (liberação de toxinas), defesa (glóbulos brancos), termorreguladora (aumento ou diminuição de temperatura), endócrina (distribuição de hormônios), e de manutenção do potencial de hidrogênio (pH). Vale a pena conversarmos um pouco mais detidamente sobre essas funções. Na função respiratória, ocorre o transporte de oxigênio dos pulmões até as células e de gás carbônico das células até os pulmões. Não podemos esquecer que a presença de oxigênio é vital para nossa sobrevida, sua falta pode levar a pessoa à morte. Logo após a alimentação, ocorre o processo de metabolização do alimento para posterior absorção, depois de absorvido, ocorre o transporte e a distribuição dos nutrientes através do sangue, que deve chegar a todas as células do corpo. O transporte e a distribuição dos hormônios produzidos nas diversas glândulas endócrinas são realizados através do sangue que chega às diversas regiões do corpo, onde eles são necessários para que ocorra a regulação e a coordenação das inúmeras atividades celulares e tissulares. Todo o metabolismo (funcionamento) celular gera produtos do catabolismo (restos do metabolismo). Catabólitos como amônia e ureia, por exemplo, devem ser eliminados para não causarem toxicidade ou acúmulo de toxinas ao indivíduo. Logo, assim como o sangue faz o transporte de substância para o funcionamento metabólico, ele é responsável por carregar os restos do metabolismo para que sejam metabolizados ou eliminados por outros órgãos, promovendo, assim, um ambiente celular saudável. Esse ambiente saudável também ocorre pela ausência de agentes infecciosos, e para isso o sangue conduz os leucócitos, que são células especializadas no combate aos agentes agressores externos que invadem o corpo (vírus, bactérias, entre outros), assim como conduz anticorpos para a defesa do organismo e elementos relacionados à imunização do organismo. A manutenção da temperatura corpórea nos seres humanos é vital, o homem é considerado um ser homeotérmico, ou seja, mantém sua temperatura constante em torno de 38 ºC para que as atividades enzimáticas ocorram sempre nesse ambiente saudável. O sangue é um dos responsáveis por essa temperatura constante. 19 DRENAGEM LINFÁTICA O potencial de hidrogênio (pH) mantém o equilíbrio hidrossalino, como regulação iônica e eletrolítica entre o sangue e as células, de extrema importância para a manutenção da vida e do conteúdo aquoso, de sais, ácidos e bases de todas as células e tecidos. Na composição do sangue, temos o plasma e os elementos celulares. O plasma corresponde a 55% do volume sanguíneo, sendo composto de 90% de água e o restante de diversos materiais, como proteínas plasmáticas, sais minerais, hormônios, fatores de coagulação, como o fibrinogênio, globulinas, que agem na resposta imune, entre outros. As proteínas plasmáticas são muito importantes, pois contribuem com a pressão osmótica e com o controle da viscosidade do sangue, evitando que ele se torne mais fino ou mais grosso. Os elementos celulares incluem os glóbulos vermelhos (também conhecidos como hemácias ou eritrócitos), os glóbulos brancos (ou leucócitos) e as plaquetas (ou trombócitos). Os eritrócitos ou hemácias fazem parte dos glóbulos vermelhos e são as células em maior número no sangue. Os eritrócitos não apresentam núcleo e contêm grande quantidade de pigmento no seu interior, chamado de hemoglobina. A hemoglobina é de vital importância, pois tem como função o transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos e o carregamento do gás carbônico das células para os pulmões. Esse processo de troca de gases entre oxigênio e gás carbônico ocorre nos pulmões através da nossa respiração. As moléculas de hemoglobina têm total afinidade com o oxigênio e quando se ligam a ele, fazem a liberação apenas no ambiente celular, deixando o oxigênio e ligando-se automaticamente ao gás carbônico, direcionando-se, na sequência, aos pulmões, onde deixam o gás carbônico para ser eliminado e se ligam novamente ao oxigênio, formando um circuito constante de distribuição e troca gasosa. As plaquetas que também fazem parte dos elementos figurados estão envolvidas na coagulação sanguínea, não são células inteiras e sim fragmentos celulares. Finalizando os elementos figurados, temos os leucócitos ou glóbulos brancos, que são células nucleadas maiores do que as hemácias e cuja função está ligada à defesa orgânica contra doenças e infecções. Dentre essas células de defesa, temos os linfócitos, que atuam no combate de agentes agressores, produzindo anticorpos, monócitos e neutrófilos, que realizam a fagocitose (destruição) dos agentes invasores. Quando o organismo humano está sofrendo algum tipo de lesão, como um corte, por exemplo, os glóbulos brancos entram em resposta imediata a esse processo, as células de defesa precisam migrar rapidamente em direção à área lesionada, e fazem isso atravessando a parede dos vasos sanguíneos em direção aos tecidos lesionados para fazer a defesa do local. Muitos leucócitos estão presentes no sistema linfático, como nas tonsilas, timo, linfonodos e baço, como veremos mais adiante em nossos estudos. 20 Unidade I Figura 6 – Elementos celulares no interior do vaso sanguíneo 1.1.3 Vasos Agora que já sabemos que o coração é responsável por ejetar o sangue em direção ao corpo, precisamos conhecer um pouco mais sobre os vasos, responsáveis por distribuir todo o sangue que flui através do coração e percorre todo o corpo. O corpo humano é formado por um grande sistema de tubos chamados de vasos sanguíneos, divididos em capilares, veias e vênulas, artérias e arteríolas. Lembrete Os vasos apresentam uma estrutura tubular e são responsáveis pelo transporte sanguíneo em direção ao corpo e do corpo de volta ao coração, movimento circulatório responsável pela troca de nutrientes, oxigênio, hormônios, produtos metabólicos, entre outros. A circulação de sangue nos vasos é impulsionada através da mobilidade de contração e relaxamento do próprio vaso, da contração dos músculos e da movimentação dos órgãos que estão em torno dos vasos, e é afetadapela quantidade de sangue dentro do vaso. O que devemos saber e considerar é que ela é de extrema importância na regulação do débito cardíaco e na pressão arterial. Os vasos apresentam uma variação de tamanho e espessura relacionada à pressão do sangue no seu interior. Essa variação de espessura, que também chamamos de calibre, se deve à quantidade de camadas que compõem a parede vascular. As camadas que revestem os vasos são três: túnica íntima (interna), túnica média (intermediária) e túnica adventícia (externa). Elas apresentam composição feita de diferentes tecidos, o que confere maior ou menor resistência durante sua contração. Túnica íntima, a camada mais interna dos vasos, é formada por tecido endotelial de tecido conjuntivo frouxo e uma membrana basal. A túnica média é frequentemente mais espessa que a íntima 21 DRENAGEM LINFÁTICA e é encontrada entre a íntima e adventícia. Sua composição engloba células de musculatura lisa, matriz extracelular, fibras elásticas e reticulares. Por fim, a túnica adventícia, também chamada de externa, é relativamente fina e reveste as outras camadas externamente, que são compostas de tecido conjuntivo, fibras elásticas e colágenas. Logo a seguir vamos falar sobre os vasos arteriais e venosos e a diferença de ambos com relação às camadas de revestimento, o que vai conferir ao vaso maior ou menor resistência à passagem do sangue no seu interior. Seio sagital superior Tronco pulmonar V. safena parva esquerda Seio coronário V. tibial anterior esquerda V. cardíaca magna V. tibial posterior esquerda V. porta do fígado Arco venoso dorsal esquerdo V. esplênica V. metatarsal dorsal esquerda V. mesentérica superior V. digital dorsal do pé esquerda V. renal esquerda V. mesentérica inferior V. cava inferior V. ilíaca comum esquerda V. ilíaca interna esquerda V. ilíaca externa esquerda V. femoral esquerda V. jugular interna direita V. jugular externa direita V. subclávia direita V. braquiocefálica direita V. cava superior V. axilar direita V. cefálica direita V. hepática direita V. branquial direita V. intermédia do cotovelo direita V. basílica direita V. radial direita V. intermédia do antebraço direita V. ulnar direita Plexo venoso palmar direito V. digital palmar direita V. digital palmar própriadireita V. safena magna esquerda V. poplítea esquerda Seio sagital inferior Seio reto Seio transverso direito Seio sigmóideo Figura 7 – Vasos sanguíneos venosos 22 Unidade I A. carótida externa direita A. carótida comum esquerda A. subclávica esquerda Arco da aorta A. axilar esquerda A. gástrica esquerda A. esplênica A. renal esquerda A. mesentérica superior A. testicular (ou ovárica) esquerda A. mesentérica inferior A. ilíaca comum esquerdaA. ilíaca externa esquerda A. femoral esquerda A. femoral profunda esquerda A. poplítea esquerda A. tibial anterior esquerda A. tibial posterior esquerda A. fibular esquerda A. dorsal do pé esquerda A. arqueada esquerda A. metatarsal dorsal esquerda A. digital dorsal esquerda A. femoral profunda direita A. ulnar direita A. renal direita A. radial direita A. hepática comum Tronco celíaco A. branquial direita Tronco braquicefálico A. subclávia direita A. carótida comum direita A. carótida interna direita A. vertebral direita Parte abdominal da aorta Parte ascendente da aorta Arco palmar superficial direito Arco palmar profundo direito A. ilíaca interna esquerda A. digital palmar comum esquerda A. digital palmar própria esquerda Parte torácica da aorta Diafragma Figura 8 – Vasos sanguíneos arteriais Artérias As artérias fazem a condução do sangue do coração para o corpo. Elas são vasos de diferentes calibres (diâmetro) ricos em fibras elásticas e musculares, o que confere maior resistência a grandes pressões internas. As paredes arteriais mudam conforme o diâmetro do vaso. Artérias de maior calibre, como aorta e seus principais ramos, apresentam-se com uma camada mais espessa de túnica média, o que dá aos vasos maior elasticidade pela presença de muitas fibras elásticas em sua composição. Em razão disso, são também denominadas artérias elásticas. As artérias com maior diâmetro se dividem em artérias mais finas e estas, por sua vez, em arteríolas, as quais se estreitam tornando-se finos capilares. 23 DRENAGEM LINFÁTICA As artérias mais finas são denominadas musculares por apresentarem muitas células musculares lisas e poucas fibras elásticas. Elas são consideradas artérias de distribuição, pois levam o sangue para o corpo. Arteríola é um vaso arterial de calibre menor que 0,5 mm responsável por regular a passagem do sangue para os capilares. As arteríolas recebem o sangue com muita pressão e velocidade dos vasos maiores, as artérias, e controlam essa passagem para os capilares de modo a evitar sua ruptura. Sangue desce do coração Troca gasosa Sangue retorna ao coraçãoLâmina basal Lâmina elástica interna Lâmina elástica externa Área transversal Músculo liso Músculo liso Túnica adventíciaTúnica adventícia Membrana basal Válvula Membrana basal Capilares Arteríola Vênula CapilaresArteríola Eritrócito Endotélio Endotélio Endotélio Lúmen Lúmen VeiaArtéria Figura 9 – Vaso arterial, venoso e a junção através dos capilares Capilares sanguíneos Os capilares sanguíneos são vasos extremamente finos, responsáveis por fazer a conexão das arteríolas com as vênulas. Eles são compostos de uma única camada de tecido epitelial, e essa composição favorece a troca capilar, ou seja, a saída do sangue do interior do vaso para o espaço intersticial, facilitando a distribuição de oxigênio e nutrientes, bem como a retirada de gás carbônico e restos metabólicos. No corpo humano, os capilares representam cerca de 60.000 quilômetros de comprimento. Os capilares podem ser fenestrados, contínuos ou sinusoides. Os fenestrados apresentam orifícios (janelas) ovais nas paredes do endotélio, o que facilita a troca de substâncias entre o tecido e o sangue. Contínuos não contêm fendas no endotélio. Já capilares sinusoides apresentam paredes muito finas, às vezes incompletas, que acompanham o formato da sua localização, fazendo com que eles deixem de ser cilíndricos. 24 Unidade I Capa endotelial (túnica íntima) Contínuo Fenestrado Sinusoide Junção comunicante Membrana basal incompleta FenestraçõesFissura intercelular Membrana basal Figura 10 – Tipos de capilares sanguíneos Veias As veias são responsáveis pelo transporte de sangue da periferia do corpo de volta ao coração, processo chamado de retorno venoso. Anatomicamente, os vasos venosos são mais rígidos e finos do que os vasos arteriais, o que se deve ao fato de o sangue chegar sem força, prescindindo de pressão para ser impulsionado. As veias apresentam válvulas que dividem os vasos mais longos em segmentos, evitando, assim o refluxo sanguíneo. Durante a contração muscular, ocorre uma pressão nas veias profundas que facilita o processo de retorno venoso, forçando o sangue a seguir no sentido do coração. Observação As veias, conforme sofrem diminuição no seu calibre, passam a ser chamadas de vênulas. As vênulas são veias mais finas consideradas pequenos vasos sanguíneos que se juntam aos capilares, proporcionando o retorno do sangue em direção aos vasos de maior calibre. As paredes das veias também são compostas de túnicas: íntima, média e adventícia, assim como as artérias. Como pudemos observar até aqui, os vasos são compostos de artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias. Todos juntos fazem um sistema completo de circulação entre a entrada e saída de sangue do coração em direção ao corpo e do corpo em direção ao coração. O sistema venoso é dividido em superficial e profundo. O superficial inclui a veia safena longa e a veia safena curta nos membros inferiores, fazendo o transporte do sangue da superfície (pele e tecidos subcutâneos) em direção às veias profundas. O sistema venoso profundo está disposto de forma paralela às artérias correspondentes,composto de veias ilíacas, femorais, poplíteas e femorais profundas. O sistema venoso é importante para esta disciplina porque ele tem a função de facilitar o retorno venoso e quando acontece qualquer falha nesse processo, ocorre a formação de edema (inchaço), o que muitas vezes apresenta indicação de drenagem linfática manual para auxiliar na normalização do quadro. 25 DRENAGEM LINFÁTICA 1.2 Sistema linfático Antes de entrarmos no tema do sistema linfático propriamente, vamos falar sobre os folhetos embrionários que dão origem aos órgãos e tecidos do corpo humano. Durante o período gestacional, entre a terceira e oitava semanas, temos a formação dos três folhetos embrionários chamados de ectoderme, endoderme e mesoderme. O sistema linfático é formado por células embrionárias (ectoderme, mesoderme, endoderme), e esses três folhetos embrionários dão origem a quatro grupos teciduais: tecido epitelial, tecido muscular, tecido nervoso e tecido conjuntivo. A ectoderme, parte mais externa desses folhetos embrionários, é responsável por originar a epiderme e o sistema nervoso. Tanto a pele quanto o sistema nervoso possuem a mesma origem e estão estrutural e funcionalmente ligados. A mesoderme origina o sistema linfático e os vasos sanguíneos, o tecido conjuntivo responsável pelo preenchimento de cavidades, diferenciando-se em derme, tendões, ligamentos e outros, além disso, a mesoderme é responsável por originar os músculos, ossos, gônadas e rins. A endoderme é a parte mais interna e dá origem ao aparelho digestório e aos pulmões. O sistema vascular linfático é também chamado de sistema imune e representa uma via para o retorno do líquido intersticial, trazendo consigo proteínas plasmáticas que escaparam do vaso sanguíneo e são incapazes de retornar pelo seu alto peso molecular. Essas proteínas devem ser encaminhadas novamente ao sangue pelos vasos linfáticos. O sistema atua como reservatório de água e eletrólitos e também participa na resposta imune através da produção de anticorpos, destruição de bactérias e remoção de partículas estranhas da linfa. Os vasos linfáticos apresentam semelhança com os vasos sanguíneos e caminham paralelamente a eles, porém não têm um órgão bombeador como o coração – o bombeamento da linfa depende da contração dos vasos e dos músculos e da movimentação dos órgãos que estão em volta dos vasos linfáticos. Compõem o sistema uma vasta rede de capilares, vasos coletores, ductos linfáticos, linfonodos, linfa e órgãos linfoides como as tonsilas, o baço e o timo. Vamos falar de cada um deles mais à frente. O líquido acumulado deve ser retirado pelos capilares linfáticos para evitar alteração na homeostase (equilíbrio) e para solucionar esse problema os capilares linfáticos têm como função a captação do líquido intersticial excedente. O espaço intersticial fica entre as células. Ele corresponde a cerca de 1/6 do volume corporal. Como sugere o nome, o líquido intersticial é aquele que se encontra nesse espaço. Muito semelhante ao plasma, o líquido intersticial se diferencia deste principalmente por ter uma baixa concentração de proteínas plasmáticas. Os membros inferiores tendem a reter maior quantidade de líquido pela ação da gravidade, principalmente quando passamos muito tempo em pé, posição que gera dificuldade para a captação de líquido devido à diferença de pressão e ao retorno e bombeamento de sangue e linfa. 26 Unidade I Por exemplo: se o indivíduo permanecer parado por longo período, o líquido se acumula, inclusive a ponto de ser possível observar a presença de retenção nos tornozelos e pés. Por isso é importante realizar a drenagem linfática: para melhorar o conforto dos membros inferiores e o inchaço. Observação Homeostase é habilidade de manter o meio em equilíbrio quase constante, independentemente das alterações que ocorram no meio externo. 1.2.1 Linfa A linfa é um líquido tecidual claro e incolor, constituída de água (cerca de 95%) e substâncias minerais. Encontrada apenas no sistema linfático, é formada a partir da captação do líquido intersticial pelos capilares linfáticos. Apresenta semelhança com o sangue, mas não contém hemácias, o que a torna transparente. Apresenta glóbulos brancos – como os linfócitos –, água, eletrólitos, imunoglobulinas e lipídios absorvidos no intestino delgado. A linfa circula até seis vezes mais lenta do que o sangue, cerca de 2 a 3 litros a cada vinte e quatro horas, em grande parte devido à ausência de um órgão bombeador como o coração para movimentar o líquido. A circulação linfática depende da contração muscular, da pulsação dos vasos e do próprio sistema linfático pela mudança de pressão. A região torácica também influencia de forma importante o fluxo da linfa. A movimentação que ocorre durante o processo respiratório atua sobre os troncos linfáticos da região, através de compressão e descompressão, o que facilita o encaminhamento da linfa. 1.2.2 Capilares linfáticos Os capilares linfáticos estão presentes em quase todo o corpo, compondo uma vasta rede. Estão distribuídos no espaço intersticial e são vasos de pequena espessura, extremamente finos, compostos de uma lâmina basal descontínua, que se sobrepõe em escamas, o que lhe permite abrir-se ou fechar-se, conforme a tração dos filamentos de proteção. Essa anatomia permite a entrada de líquidos e macromoléculas, denominados vasos de fundo cego, pois não possibilitam o refluxo da linfa de volta ao interstício. A pressão do líquido intersticial empurra as margens (paredes) dos capilares linfáticos, permitindo a entrada do líquido. Essa entrada torna o capilar impermeável, enquanto a pressão interna impede o refluxo do líquido captado. No sistema linfático, encontramos capilares especiais chamados de vasos lácteos. Eles auxiliam na absorção de gordura do sistema digestivo, transportando um líquido leitoso chamado de quilo que depois é liberado na chamada cisterna do quilo. 27 DRENAGEM LINFÁTICA Localizada no abdome, entre a artéria aorta abdominal e veia cava inferior, na altura das vértebras lombares L1 ou L2, a cisterna do quilo recebe a linfa dos troncos lombares direito e esquerdo e dos troncos intestinais e drena a linfa de todas as áreas do corpo localizadas abaixo do músculo do diafragma na altura do umbigo, de todo abdome e das vísceras pélvicas, e conduz a linfa para o canal torácico esquerdo. Parede de capilares linfáticos Linfa Abertura nos vasos linfáticos Células do tecido Líquido intercelular Figura 11 – Capilar linfático A junção de vários capilares é chamada de anastomose e forma vasos de maior calibre (mais grosso) semelhantes às veias, os chamados vasos coletores. Essa semelhança ocorre pela presença de válvulas que impedem o refluxo da linfa e apontam a direção a seguir. Os vasos coletores seguem ao lado das veias e artérias, passando por um ou mais linfonodos. Os que estão antes do linfonodo são chamados de coletores linfáticos pré-nodais ou aferentes, e depois do linfonodo, pós-nodais ou eferentes. Apresentam distribuição anatômica superficial e profunda. Segmento coletor (enchimento) Segmento coletor (esvaziamento) Válvula distal Válvulas linfáticas Figura 12 – Válvulas do vaso linfático 28 Unidade I 1.2.3 Linfonodos Linfonodos, nodos ou gânglios linfáticos são órgãos linfáticos pequenos de formato arredondado, lembrando um grão de feijão. O linfonodo é composto de uma camada externa cortical e uma interna medular. No seu interior, o centro germinativo é rico em tecido linfoide – como os linfócitos e macrófagos, que fazem a defesa e fagocitose (destruição) – já que na linfa podem circular agentes estranhos capazes de causarem doenças, se não forem destruídos. Os gânglios são distribuídos pelo trajeto dos vasos e recebem a linfa dos vasos linfáticos aferentes, com a função de filtrar a linfa retendo as partículas estranhas que são presas e rapidamente atacadas e destruídas pelos macrófagos. Ao mesmo tempo, os linfócitos e plasmócitos aprisionam osagentes agressores (como bactérias, por exemplo) e produzem anticorpos contra eles. Depois disso, a linfa filtrada será encaminhada para os vasos eferentes. A quantidade e o tamanho dos gânglios podem sofrer variações entre as regiões e os indivíduos. Por exemplo, idosos ou pessoas doentes apresentam linfonodo aumentado na área afetada. Temos como modelo a inflamação de garganta quando observamos as amígdalas inchadas e vermelhas, dificultando, muitas vezes, a deglutição dos alimentos. O número de vasos também sofre alterações entre a entrada e saída dos linfonodos, o que faz com que a linfa siga seu percurso de forma lenta e rítmica e permite uma função mais efetiva. Temos maior quantidade de vasos na entrada dos linfonodos do que na saída deles, isso ocorre para que a linfa tenha uma saída mais controlada e seja, assim, capaz de reter qualquer tipo de agente agressor. A distribuição dos linfonodos ocorre em cadeias como em regiões axilares, inguinais e cervicais, tendo aproximadamente de 400 a 600 linfonodos distribuídos pelo corpo em regiões superficiais e profundas. Lembrete No câncer de mama, é importante a biópsia dos linfonodos axilares, pois as células tumorais podem entrar nos capilares linfáticos, serem transportadas pela linfa e, no linfonodo, se multiplicarem e produzirem metástases. 29 DRENAGEM LINFÁTICA Vaso aferente Vaso aferente Vaso eferente Figura 13 – Anatomia do linfonodo, vasos aferentes de entrada e eferentes de saída 1.2.4 Troncos linfáticos Os vasos coletores eferentes convergem para vasos maiores, denominados troncos linfáticos, que são cinco: • lombares direito e esquerdo, que recebem a linfa dos membros inferiores e de alguns órgãos pélvicos; • troncos subclávios, que recebem a linfa dos membros superiores e de parte do tórax e dorso; • troncos jugulares, que recebem a linfa da cabeça e do pescoço; • troncos mediastinais, que recebem a linfa do tórax e do tronco intestinal – o único par que recebe linfa dos órgãos abdominais; • tronco intestinal, que recebe a linfa dos órgãos abdominais. Os troncos se convergem e formam dois grandes vasos, denominados ducto linfático direito e ducto torácico (SPENCE, 1991, p. 345). 1.2.5 Ductos linfáticos Os ductos linfáticos são dois: o ducto torácico e o ducto linfático direito, que estruturalmente são semelhantes às veias de grande calibre. O ducto torácico é o maior e se estende do abdome até o pescoço. Ele recebe a maior quantidade de linfa, tem origem na cisterna do quilo (dilatação sacular situada anteriormente à segunda vértebra lombar), sobe pelo mediastino posterior e pela abertura torácica superior, em parte do seu 30 Unidade I trajeto entrando na veia braquiocefálica esquerda. O ducto torácico recebe a linfa dos membros inferiores (MMII), dos órgãos abdominais, do membro superior esquerdo (MSE), da metade esquerda do tórax, da metade esquerda da cabeça e do pescoço. A união dos troncos intestinais lombares forma o ducto torácico. O ducto linfático direito é formado pelos troncos subclávio, jugular e broncomediastinal direito e recebe a linfa do membro superior direito (MSD), da metade direita do tórax e direita da cabeça. Os ductos recebem toda a linfa que foi coletada e filtrada através do sistema linfático. Ela é lançada na corrente sanguínea pelas veias subclávias direita e esquerda, nas quais recomeçará o seu circuito como plasma sanguíneo. 1 2 Figura 14 – A região de número 1 refere-se à área de drenagem do ducto linfático direito e a de número 2, à área de drenagem do ducto torácico 31 DRENAGEM LINFÁTICA Figura 15 – Distribuição do sistema linfático pelo corpo 1.2.6 Órgãos linfoides: tonsilas, timo, baço e apêndice Os órgãos linfoides não têm ação direta nos vasos linfáticos ou na linfa, eles são partes integrantes do sistema imune que já participam da defesa orgânica: tonsilas, baço e timo, como veremos adiante. Tonsilas As tonsilas faríngeas, palatinas e linguais, são constituídas por numerosos folículos de tecido linfoide, dispostos em nódulos com centros germinativos de anticorpos e linfócitos. Elas fazem uma defesa adicional da cavidade oral e nasal contra a entrada de agentes infecciosos. Tonsilas faríngeas localizadas na região posterior da nasofaringe têm a função de monitorar as fossas nasais e são conhecidas como adenoides. Já tonsilas palatinas estão presentes na retroboca e são nomeadas popularmente como amígdala; elas fazem a defesa dessa região. 32 Unidade I Tonsilas linguais situam-se no dorso da língua, das papilas valadas até a epiglote. Úvula Tonsilas faríngeas Tonsilas linguais Tonsilas palatinas Palato mole Figura 16 – Tonsilas palatinas, linguais e faríngeas Observação Amigdalite é a inflamação das tonsilas palatinas atacadas por vírus ou bactérias resultando numa hipertrofia do órgão. Timo É um órgão achatado, de coloração rosa-cinzenta, que se apresenta com dois lobos localizados à frente da artéria aorta e abaixo do osso esterno na região do mediastino anterior, seu tamanho aumenta durante a infância e com o passar dos anos diminui lentamente. O timo participa da resposta imune através da produção do hormônio timosina, responsável pela maturação dos linfócitos T, gerados na medula óssea. Essa maturação favorece a resposta imune durante a invasão de microrganismos, atuando na sua identificação e destruição. Muitas vezes essa resposta imune também acontece durante o processo de recuperação de transplantados e células malignas. 33 DRENAGEM LINFÁTICA Baço Tonsila Ducto linfático direito, entrando na veia Timo Coração Gânglios linfáticos Figura 17 – Timo Baço É o maior dos órgãos linfáticos. Sua anatomia é a de um órgão sólido, meio arroxeado, de consistência mole e elástica, e ele está localizado no lado esquerdo e superior do abdome, entre o fundo do estômago e o diafragma. Ele mede cerca de doze centímetros, embora haja variação de peso e tamanho entre os indivíduos. Está protegido pelas costelas inferiores e é revestido por uma cápsula fibrosa que contém linfócitos, plasmócitos e macrófagos, que são células de defesa. O baço participa da função linfática e sanguínea. Na sanguínea, atua como filtro para o sangue, está relacionado com o metabolismo do ferro, com o mecanismo de hemocaterese – que é a destruição de células sanguíneas danificadas ou envelhecidas – e apresenta ligação com a reserva e produção de células do sangue (hematopoiese), principalmente na fase da infância. Observação Quando um indivíduo retira o baço, ele se torna mais susceptível a processos infecciosos. Já na função linfática, participa da retenção de agentes agressores presentes no sangue e também da produção de linfócitos e plasmócitos, ambos responsáveis pela fabricação de anticorpos. É um órgão extremamente frágil e, por isso, suscetível à ruptura em casos de trauma ou crescimento. Observação Esplenectomia (cirurgia de retirada do baço) determina capacidade reduzida na defesa contra alguns tipos de infecção. 34 Unidade I Vasos linfáticos Tonsila Timo Baço Gânglios linfáticos Figura 18 – Baço Apêndice É uma pequena porção do intestino grosso, de formato vermiforme, cilíndrico e flexível, inserido no ceco (intestino grosso), abaixo da válvula ileocecal. Atua como órgão linfático e possui a função de produzir alguns leucócitos que contribuem com a defesa da região do intestino grosso na qual se encontra. 1.3 Sistema urinário Para a sobrevida das células, é necessário o equilíbrio do meio onde elas estão, o que depende da constância no nível de água, sódio, potássio, cálcio, hidrogênio, nutrientes, entre outros. O desequilíbrio de substâncias pode ocasionar ao corpo certa toxicidade, trazendo alterações na homeostase. Os rins são órgãos excretores que mantêm o equilíbrio do meio celular e extracelular, eliminam produtos do metabolismo, conservam ou excretam excesso de água e eletrólitos. Além disso, são importantes na produção do hormônio eritropoietina, que estimulaa produção de glóbulos vermelhos do sangue. O sistema urinário é responsável pela depuração do sangue. É a partir desse processo que se dá a formação de urina, cuja eliminação é importante, pois evita alterações na composição do sangue pelo acúmulo de substâncias nocivas. O sistema é composto de vias urinárias, de rins direito e esquerdo, responsáveis pela depuração do sangue, de dois ureteres (direito e esquerdo), que são vias de condução da urina produzida, uma bexiga – a qual funciona como reservatório – e um canal de uretra responsável pela eliminação da urina. 35 DRENAGEM LINFÁTICA Muitas vezes, durante a execução da drenagem linfática, o cliente/paciente sente vontade de urinar. Isso é decorrente do aumento do fluxo linfático, que aumenta o fluxo sanguíneo e, consequentemente, a filtração do sangue pelos rins, formando uma maior quantidade de urina – sendo a vontade de urinar do cliente, portanto, uma resposta satisfatória. Rim Bexiga Ureter Uretra Figura 19 – Componentes do sistema urinário 1.3.1 Rim e glândula suprarrenal Rim é um órgão par, está localizado posterior à região abdominal, à direita e à esquerda da coluna vertebral, apresenta formato de um grão de feijão, pesa cerca de 150 gramas, mede aproximadamente 12 cm, e na porção superior do órgão se encontra a glândula suprarrenal. A glândula suprarrenal é responsável pela produção de hormônios como adrenalina, noradrenalina, mineralocorticoides e glicocorticoides. O hormônio adrenalina aumenta a excitabilidade e atividade metabólica em todo o organismo até 100 vezes, controla funções como a pressão arterial, os batimentos cardíacos, provoca vasoconstrição periférica, aumenta a frequência respiratória, entre outras. O hormônio noradrenalina produz os mesmos efeitos da adrenalina, porém seus efeitos duram até 10 vezes mais, por ser lentamente eliminada. Os mineralocorticoides, como aldosterona, aumentam a reabsorção da água e sódio e a excreção de potássio. A falta de aldosterona afeta o coração, debilitando-o e diminuindo a pressão arterial. Os glicocorticoides são androgênio e estrogênio, que são formados em pequenas quantidades pela glândula suprarrenal e pelo cortisol, que estimula o armazenamento de glicogênio no fígado, a mobilização dos tecidos graxos de depósitos adiposos, atua contra o cansaço físico e auxilia na resposta inflamatória, antialérgica e antichoque anafilático. 36 Unidade I Glândula suprarrenal A. renal Rim V. renal Ureter A. aorta V. cava inf. Figura 20 – Glândula suprarrenal Os rins têm como função a filtração sanguínea com a retenção de substâncias ainda utilizáveis pelo organismo que são devolvidas ao sangue, controlam a quantidade de sais minerais do corpo, a quantidade e o potencial de hidrogênio (pH) de líquidos corporais e na sequência formam a urina de acordo com o líquido excedente. Diariamente ocorre uma ingestão de aproximadamente 2.300 ml/dia de líquido. Essa quantidade de água corporal é proveniente da ingestão de líquido propriamente dito, da água contida nos alimentos e do processo de oxidação dos carboidratos. Esse consumo pode sofrer variações de acordo com os hábitos de vida, atividade física e temperatura do local. A ingestão de água deve ser balanceada de acordo com as perdas diárias. A diminuição no volume hídrico ocorre de diversas formas, por exemplo, durante o processo respiratório, temos perdas de aproximadamente 350 ml/dia, durante a sudorese, cerca de 350 ml/dia, na eliminação das fezes, 100 ml/dia e na perda de urina, 1.400 ml/dia. Esses valores podem sofrer alterações de acordo com a atividade física, quadros de diarreias, entre outros. Observação No paciente queimado, no qual se perde a camada córnea, a perda de água pode ser dez vezes maior, chegando até a 5 l/dia. A água corporal total está distribuída entre o espaço intracelular, que corresponde a cerca de 40% do peso corporal, e o extracelular, que equivale a cerca de 20% do peso do corpo. O líquido extracelular (intersticial) corresponde a ¾ do volume extracelular e o plasma, a ¼. Esse controle d’água entre o interior 37 DRENAGEM LINFÁTICA da célula e o espaço intersticial é mantido pela força hidrostática e oncótica, como visto anteriormente, e, por outro lado, é determinado principalmente pelo efeito osmótico. A osmose ou – efeito osmótico – é mantida pela concentração de solutos de baixo peso molecular, como o sódio, cloreto, entre outros eletrólitos; eles atuam através da permeabilidade da membrana celular. Osmose é a difusão de água de um meio mais concentrado para um meio menos concentrado, sendo assim, onde houver uma concentração maior de soluto – como o sódio, por exemplo – haverá uma migração de água nessa direção, na tentativa de equilibrar o meio com maior concentração. Esse processo ocorre pela facilidade de permeação da água, que vence facilmente a membrana celular, diferente dos solutos, que não conseguem passar pela membrana celular. A seguir, falaremos de um modo breve sobre os líquidos isotônicos, hipotônicos e hipertônicos, que influenciam diretamente a entrada e saída de água, principalmente em pacientes hospitalizados. Soluções isotônicas com o cloreto de sódio a 0,9% ou glicose a 5% não causam alterações no espaço intra e extracelular. A célula não muda de volume, pois existe um equilíbrio osmótico entre os líquidos. Esses solutos são utilizados na prática clínica sem prejuízo ao cliente/paciente. Já soluções hipotônicas (menor concentração de soluto) com cloreto de sódio menor que 0,9% fazem com que a água migre para o interior da célula. Essa migração tem como objetivo diluir o líquido intracelular até que ocorra o equilíbrio entre o meio intra e extracelular. Soluções hipertônicas (maior concentração de soluto) com cloreto de sódio maior que 0,9% fazem com que a célula entre em contração e a água saia do meio intracelular para o espaço extracelular. Quando isso ocorre de forma descontrolada, a quantidade de líquido no espaço intersticial aumenta, embora possa haver acúmulo de líquido também no interior da célula, devido a fatores como processo inflamatório, falta de nutrição adequada, queda no metabolismo tecidual etc. O excedente de líquido será captado pelo sistema linfático e devolvido ao sangue pelos ductos linfáticos, do coração o sangue será distribuído pelos órgãos e tecidos pela artéria aorta. É exatamente nesse ponto que o sistema urinário exerce sua função. O sangue penetra nos rins pelas artérias renais e depois é distribuído pelas milhares de unidades renais chamadas de néfrons, responsáveis pela retirada de resíduos tóxicos a serem eliminados. Cerca de 1.200 ml de sangue passam por minuto nos rins. Anatomicamente os néfrons são compostos da seguinte forma: o glomérulo é a unidade por onde entra o sangue com produtos residuais. Dentro dele, encontra-se a cápsula de Bowman, na qual o sangue é filtrado. Já na região da alça de Henle, ocorre a reabsorção de elementos como sais e água. 38 Unidade I O sangue filtrado sai dos rins pelas veias renais. O líquido excedente fica retido no túbulo contornado e forma a urina, que se torna mais concentrada à medida que é encaminhada para o tubo coletor, de onde ela vai sendo gotejada nos cálices renais e encaminhada para a pelve renal, a via final do rim. Dos rins, a urina é encaminhada para os ureteres. A urina é composta de 95% de água, 2% de sais minerais (sódio, potássio, cloro, amônia), 3% de substâncias orgânicas como ureia, ácido úrico e creatina. O volume da acidez e a concentração de sais na urina são regulados pelo hormônio antidiurético aldosterona, o qual atua nos rins controlando os limites de normalidade. A urina é normalmente estéril quando expelida e tem apenas um vago odor. Um adulto saudável pode produzir entre 500 mL e 2 L de urina por dia. Se os rins sofrem algum tipo de falha na sua função, o meio interno sofre diferentes alterações e as células não conseguem funcionar adequadamente, por isso a necessidade de transplanterenal ou hemodiálise. Cápsula de Bowman Arteríola eferente Urina original Urina final Arteríola aferente Glomérulo Túbulo contorcido proximal Íons, água e outros compostos Íons e água Secreção Reabsorção controlada por retroalimentação Porção permeável à água Porção não permeável à água Permeabilidade variável à água Retroalimentação não requerida De ns id ad e el ev ad a Túbulo contorcido distal Ducto coletor Alça de Henle Na+Água Túbulos renaisCorpúsculo renal Filtração Néfron Figura 21 – Vista dos néfrons 39 DRENAGEM LINFÁTICA 1.3.2 Ureter Ureteres são dois condutos que saem dos rins (direito e esquerdo), com a função de conduzir a urina da pelve renal para a bexiga. Eles são tubos musculares com cerca 25 cm de comprimento que têm seu início na pelve renal e fim na bexiga urinária. 1.3.3 Bexiga urinária A bexiga recebe a urina e deve armazená-la temporariamente até eliminação, funcionando, portanto, como reservatório. É um órgão oco, de forma esférica, localizada anteriormente à pelve. Envolvendo a bexiga, encontra-se o músculo detrusor, responsável por espremer a bexiga no ato de urinar. A bexiga consegue armazenar cerca de 600 mL de urina. O volume acumulado estimula a sensação de urinar, porém, se não for possível fazê-lo, a bexiga relaxa suas paredes para receber mais urina e aperta o esfíncter interno para não “vazar”. Ureter Peritônio Rugosidades Abertura uretral Trígono Glândula próstata Orifício uretral externo Orifício uretral interno Tecido fibroso conectivo Mucosa Submucosa Músculo detrusor Figura 22 – Bexiga urinária 1.3.4 Uretra Uretra é o conduto que vai da bexiga ao escoamento da urina. É o último segmento das vias urinárias, sendo diferente no sexo feminino e masculino. A uretra masculina mede cerca de 18 cm e tem duas funções: micção e ejaculação. É composta de três porções, a prostática, que atravessa a próstata, a membranosa, que se estende do ápice da próstata até o bulbo do pênis, e a esponjosa, localizada no corpo esponjoso peniano, atravessando o bulbo, o corpo e a glande do pênis. Já a uretra feminina mede cerca de 3 a 5 cm e sua função é apenas a excreção de urina. 40 Unidade I Próstata normal Bexiga Urina Uretra Figura 23 – Uretra masculina Observação A infecção urinária, decorrente da presença de microrganismos que contaminam o sistema, é mais frequente nas mulheres pela uretra ser mais curta. Trompas de Falópio Fímbria Bexiga Púbis Glândulas de Skene Ponto G Clitóris Bulbo do vestíbulo Uretra Lábios menores Lábios maiores Glândulas de Bartholin Ânus Vagina Reto Cérvix Fórnix Útero Sigmoide Ovário Figura 24 – Uretra feminina 41 DRENAGEM LINFÁTICA 2 FISIOPATOLOGIA DAS ALTERAÇÕES EDEMATOSAS APLICADAS À ESTÉTICA 2.1 Distúrbios hemodinâmicos Alterações nos mecanismos vasculares podem causar mudanças na homeostase dos líquidos corporais. Esse desequilíbrio pode ser ocasionado por diversos fatores, dentre eles: • mudança na velocidade de movimentação dos líquidos, que pode ser causada pela alteração na pressão dentro e fora do vaso e pelo aumento na pressão intravascular, que favorece o escape sanguíneo para o espaço intersticial; • processos ligados à manutenção da integridade da parede vascular, como a vasodilatação, por exemplo, que favorece o escape de sangue para fora do vaso; • manutenção do sangue no estado líquido; • osmolaridade fisiológica do sangue (difusão de água de uma região com alta concentração para uma na qual a concentração esteja menor). Água Solução hipotônica Solução hipertônica Membrana semipermeável H2O ∆t Açúcar Figura 25 – Demonstração de osmose. Migração de água em direção à solução hipertônica, buscando equilíbrio entre a quantidade de água presente nas duas soluções Saiba mais Com relação à osmose, leia: GHYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Aproximadamente 60% do peso corporal magro consiste em água: cerca de 2/3 estão contidos dentro das células, no conteúdo intracelular, e 1/3, no espaço extracelular (fora da célula). O volume de entrada e saída do líquido do vaso para o interstício e do interstício para o vaso é controlado pela pressão hidrostática e pela pressão oncótica. O equilíbrio dessas pressões mantém constante a movimentação dos líquidos corporais. As pressões oncótica e hidrostática existem no espaço intersticial e no meio intravascular, determinando se o líquido entra ou sai de cada área. Vamos entender um pouco mais essas pressões. 42 Unidade I A pressão hidrostática força o líquido para fora do compartimento onde se encontra. Ela tende a ser maior dentro do vaso do que no interstício e depende do bombeamento cardíaco. Quando a pressão apresenta-se maior dentro do vaso, favorece a saída excessiva de líquido, quando está maior no espaço intersticial, força o líquido a retornar ao vaso. A pressão oncótica tem a função de atrair água para o seu compartimento. Ela é gerada pela quantidade de proteínas plasmáticas no plasma sanguíneo e no interstício. A proteína albumina é a responsável pela pressão oncótica. Observação A diminuição na pressão oncótica no interior do vaso pode ocorrer pela perda excessiva ou síntese reduzida de albumina. O equilíbrio das pressões hidrostática e osmótica é dado pela lei ou forças de Starling, que tem como função manter constantes as pressões (hidrostática e osmótica), dentro e fora do vaso, sendo responsáveis pelo movimento de fluido entre o meio intravascular e intersticial. O indivíduo em homeostase mantém um equilíbrio quase perfeito nas membranas dos capilares, ou seja, no fluxo entre a entrada e saída dos vasos. Esse movimento é determinado pelas forças médias que tendem a mover os líquidos e são comandadas por pressões variáveis, nos capilares sanguíneos, nos capilares linfáticos e no interstício. Esse equilíbrio entre as pressões é realizado pela ultrafiltração, absorção venosa e absorção linfática, como veremos a seguir. Seguem algumas definições sobre a entrada e saída de líquido e substâncias dos compartimentos: • Ultrafiltração é definida como a saída de água e nutrientes do capilar arterial para o interstício. Esse movimento é controlado pela pressão hidrostática e pressão oncótica do interstício. • Absorção venosa é dada pela entrada de água, gás carbônico, pequenas moléculas e catabólitos do interstício para o capilar venoso, esse processo ocorre por difusão, quando a quantidade de proteínas presentes no interstício é maior do que no capilar venoso. • Absorção linfática é a entrada de líquido intersticial, proteínas de alto peso molecular e pequenas células no capilar linfático inicial. Esse movimento ocorre pelo aumento das proteínas presentes no interstício, que forçam os filamentos presentes nos capilares linfáticos. Em outras palavras, o líquido extravasa do capilar arterial pelo processo de ultrafiltração e ocorre em 100% na movimentação, que, na entrada do capilar venoso, é chamada de absorção venosa e representa 90% da absorção linfática. Os capilares linfáticos realizam a absorção linfática dos 10% restantes, lembrando que nesses 10% é observada a presença de proteínas plasmáticas de alto peso molecular que não conseguem retornar ao interior dos vasos sanguíneos, por isso só retornam ao sangue através do sistema linfático. 43 DRENAGEM LINFÁTICA A falha em algum mecanismo de retorno do líquido intersticial faz com que haja um aumento no volume de líquido no espaço, esse acúmulo de líquido é denominado edema. 2.2 Edema Edema quer dizer inchaço, tumefação. É o acúmulo anormal de líquido no espaço intersticial ou em cavidades naturais do corpo. Lembrete O processo de edema pode ocorrer por alterações nas forças de Starling como visto anteriormente, por alterações hemodinâmicas ou por fatores como obstrução linfática, retenção de sódio, inflamação, entre outros. O edema pode se apresentar como transudato ou exsudato. Diminuição
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