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DIREITO CONSTITUCIONAL (ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA) CUIABÁ-MT 2019 Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 2 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................... 4 UNIDADE 1 ...................................................................................................................................... 5 1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................................................... 5 1.1. CONCEITO ....................................................................................................................... 5 1.2. OBJETIVO......................................................................................................................... 5 1.3. DIVISÃO ............................................................................................................................ 5 1.3.1. Administração Pública Direta..................................................................................... 6 1.3.2 - Administração Pública Indireta ................................................................................. 6 1.4. PRINCÍPIOS ..................................................................................................................... 8 UNIDADE 2 .................................................................................................................................... 11 2. AGENTES PÚBLICOS ........................................................................................................... 11 2.1. CONCEITO ..................................................................................................................... 11 2.2. ESPÉCIES ...................................................................................................................... 11 2.2.1. Agentes Políticos ..................................................................................................... 11 2.2.2. Agentes Administrativos ou Servidores Públicos .................................................... 12 2.2.3. Particulares que Atuam em Colaboração com o Poder Público ............................. 13 2.2.4. Agentes Credenciados ............................................................................................ 14 2.2.5. Militares .................................................................................................................... 14 2.3. CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA .................................................................. 15 2.3.1. Cargo Público .......................................................................................................... 15 2.3.2. Emprego Público ...................................................................................................... 15 2.3.3. Função Pública ........................................................................................................ 15 2.4. ACESSIBILIDADE ........................................................................................................... 16 2.5. PROVIMENTO ................................................................................................................ 16 2.5.1. Classificação do Provimento ................................................................................... 16 2.5.2. Nomeação ................................................................................................................ 17 2.5.3. Promoção ................................................................................................................. 18 2.5.4. Readaptação ............................................................................................................ 18 2.5.5. Reversão .................................................................................................................. 19 2.5.6. Reintegração ............................................................................................................ 19 2.5.7. Recondução ............................................................................................................. 20 2.5.8. Aproveitamento ........................................................................................................ 20 2.6. INVESTIDURA ................................................................................................................ 21 2.7. PRAZO DE VALIDADE ................................................................................................... 21 Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 3 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso UNIDADE 3 .................................................................................................................................... 23 3. AGENTES PÚBLICOS ........................................................................................................... 23 3.1. FUNÇÃO DE CONFIANÇA X CARGO DE CONFIANÇA .............................................. 23 3.1.1. Função de Confiança ............................................................................................... 23 3.1.2. Cargo em Comissão ................................................................................................ 23 3.1.3. Características Essenciais ....................................................................................... 23 3.2. ASSOCIAÇÃO SINDICAL ............................................................................................... 24 3.3. DIREITO A GREVE......................................................................................................... 24 3.4. RESERVA DE VAGAS PARA PORTADORES COM DEFICIÊNCIA (PCD) ................. 25 3.5. DIFERENÇAS ENTRE VENCIMENTO, REMUNERAÇÃO, SUBSÍDIO, PROVENTO E PENSÃO ................................................................................................................................ 27 3.5.1. Vencimento .............................................................................................................. 27 3.5.2 - Remuneração ......................................................................................................... 27 3.5.3. Subsídio ................................................................................................................... 27 3.5.4. Provento ................................................................................................................... 27 3.5.5. Pensão ..................................................................................................................... 27 3.6. ACUMULAÇÃO DE CARGOS ........................................................................................ 28 3.7. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ............................................................................... 29 3.8. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ................................................................... 30 3.9. EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO ........................................................................... 31 UNIDADE 4 .................................................................................................................................... 33 4. SERVIDORES PÚBLICOS ..................................................................................................... 33 4.1. REGIME JURÍDICO ÚNICO ........................................................................................... 33 4.2. REGIME DE PREVIDÊNCIA .......................................................................................... 34 4.3. ESTABILIDADE ..............................................................................................................39 4.4. PERDA DO CARGO ....................................................................................................... 40 BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 42 Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 4 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso APRESENTAÇÃO Este curso de Direito Constitucional trata-se do assunto Administração Pública em relação ao Servidor Público no âmbito da Constituição Federal de 1988 (CF/88), inseridos nos artigos 37 a 42. Abordaremos, o assunto de forma simples a fim de explicar os artigos 37 a 42 da Constituição Federal de 1988. Traremos, também, a Lei Complementar nº 004/90 e suas jurisprudências, em relação aos assuntos. O conteúdo foi dividido em 04 (quatro) unidades para facilitar o aprendizado e a compreensão. Desejamos a você bons estudos! Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 5 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso UNIDADE 1 1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1.1. CONCEITO Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que buscam satisfazer as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc. Ou seja, administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços públicos. 1.2. OBJETIVO A administração pública tem como objetivo trabalhar a favor do interesse público, e dos direitos e interesses dos cidadãos que administra. 1.3. DIVISÃO A Administração pública se divide em DIRETA e INDIRETA. Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 6 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso 1.3.1. Administração Pública Direta É aquela composta por órgãos públicos ligados diretamente aos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia administrativa e cujas despesas são realizadas diretamente através do orçamento da referida esfera. Caracterizam-se pela desconcentração administrativa, que é uma distribuição interna de competências, sem a delegação a uma pessoa jurídica diversa. 1.3.2 - Administração Pública Indireta É aquela formada por entidades com personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia administrativa e cujas despesas são realizadas através de orçamento próprio. Caracteriza-se pela descentralização administrativa, ou seja, a competência é distribuída de uma pessoa jurídica para outra. São exemplos de Administração Indireta: a) Autarquia: Serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. Exemplos: MT PREV (Mato Grosso Previdência), MATO GROSSO SAÚDE (Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado, INTERMAT (Instituto de Terras do Estado de Mato Grosso), INDEA/MT (Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso), JUCEMAT (Junta Comercial do Estado de Mato Grosso), IPEM/MT (Instituto de Pesos e Medidas de Mato Grosso), DETRAN/MT (Departamento Estadual de Trânsito); b) Fundação Pública: As fundações públicas são entidades sem fins lucrativos, formadas para um fim específico de interesse público (educação, saúde, cultura e pesquisa, por exemplo). As fundações públicas podem adquirir personalidade jurídica de direito público ou de direito privado. https://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o_direta Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 7 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso As fundações públicas de direito público são criadas por lei e as fundações públicas de direito privado são constituídas mediante autorização legal, nos termos da legislação civil. Exemplos: FAPEMAT (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso), UNEMAT (Fundação Universidade do Estado de Mato Grosso), FUNAC (Fundação Nova Chance); c) Empresa Pública: Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da U/E/M/DF, com criação autorizada por lei específica para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência (eventualidade) ou de conveniência administrativa podendo revestir- se de qualquer das formas admitidas em direito. Exemplos: EMPAER (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural) e MTI (Empresa Mato-Grossense de Tecnologia da Informação). d) Sociedade de Economia Mista: Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. Exemplos: MT PAR (MT Participações e Projetos S.A.), METAMAT (Companhia Mato-grossense de Mineração), MT GÁS (Companhia Mato-grossense de Gás), DESENVOLVE MT (Agência de Fomento do Estado de Mato Grosso S.A.), CEASA/MT (Central de Abastecimento do Estado de Mato Grosso); e) Agências Reguladoras e Executivas: São pessoas jurídicas de direito público interno e consideradas como autarquias especiais. Sua principal função é o controle de pessoas privadas incumbidas (encarregadas) da prestação de serviços públicos, sob o regime de concessão ou permissão: e.1) Agências Reguladoras: São autarquias de regime especial, que regulam as atividades econômicas desenvolvidas pelo setor privado. Tais agências têm poder de polícia, podendo aplicar sanções (punição pela violação de uma lei, "pena"). Possuem certa independência em Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 8 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso relação ao Poder Executivo, motivo pelo são chamadas de "autarquias de regime especial". Sua função é regular a prestação de serviços públicos, organizar e fiscalizar esses serviços a serem prestados por concessionárias ou permissionárias (Empresa que recebeu a concessão/consentimento/licença para realizar algum serviço), com o objetivo garantir o direito do usuário ao serviço público de qualidade. Não há muitas diferenças em relação à tradicional autarquia, a não ser uma maior autonomia financeira e administrativa, além de seus diretores serem eleitos para mandato por tempo determinado. Exemplos: ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e AGER (Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados – Lei Complementar 66/99). e.2) Agências Executivas: São pessoas jurídicas de direito público ou privado, ou até mesmo órgãos públicos, integrantes da Administração Pública Direta ou Indireta, que podem celebrar contrato de gestão com objetivo de reduzir custos, otimizar e aperfeiçoar a prestação de serviços públicos. Exemplos: INMETRO (Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - Autarquia) e ABIN (Agencia Brasileira de Inteligência – Órgão da Presidência da República). 1.4. PRINCÍPIOS Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (AdministraçãoPública) – Farley Coelho Moutinho 9 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso O caput do art. 37 da CF/88 estabelece os princípios expressos da Administração Pública. Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Assim, temos: I - Legalidade: a administração pública só pode fazer o que a lei autoriza ou determina. A lei, para a Administração Pública, significa “deve fazer assim”. As leis, em sua maioria, são de ordem pública, não podendo ser descumpridas. SUMULA 473, STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. II - Impessoalidade: tendo em conta que a administração pública visa a cumprir a finalidade descrita na lei, quando pratica seus atos deve buscar a finalidade para a qual foi criada, qual seja, alcançar o interesse público. Assim, não se pode praticar atos administrativos buscando prejudicar ou beneficiar uma pessoa determinada, mas a finalidade pública. O princípio da impessoalidade assegura não apenas que pessoas recebam tratamento particularizado em razão de suas condições específicas, mas também, veda a adoção de comportamento administrativo motivado pelo partidarismo. Este princípio assegura que a entidade estatal realize os fins a que se destina como previsto no Direito. III - Moralidade: o administrador público deve pautar sua conduta administrativa por valores éticos e de probidade. De acordo com o princípio da moralidade, a Administração e seus agentes têm de atuar na conformidade de princípios éticos. Violá-los implicará violação ao próprio Direito, configurando ilicitude que as sujeita a conduta viciada a invalidação, porquanto tal princípio assumiu foros de pauta jurídica, na conformidade do art. 37 da Constituição. Sua finalidade é evitar o desvio de poder, em suas duas espécies denominadas excesso de poder e desvio de finalidade, que acabou por fixar a dimensão da teoria Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 10 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso da moralidade administrativa como forma de limite à atividade discricionária da administração pública que, utilizando-se de meios lícitos, busca a realização de fins de interesses privados ou mesmo de interesses públicos estranhos às previsões legais. IV - Publicidade: esse princípio, assim como os demais, é decorrência lógica do princípio constitucional republicano. Com efeito, já que o administrador pratica gestão de interesses coletivos, aos seus atos deve dar publicidade. Ocorre a publicidade dos atos administrativos através da publicação ou pela comunicação (notificação ou intimação) de acordo com a natureza do ato (atos gerais ou individuais, normativos, de efeito externo ou interno etc.) e as finalidades que a publicidade pretende sobre ele (controle, fiscalização, eficácia, validade etc.). Esse é o dever da publicidade, completado por outras formas modernas, como a divulgação via internet, por exemplo. Acerca da publicidade, temos que os atos administrativos em regra são públicos, ressalvadas as informações imprescindíveis à segurança do Estado e da Sociedade (art. 5.º, XXXIII, da CF). A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos (art. 37, § 1.º da CF). É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela administração pública, dos nomes dos seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. [ARE 652.777, rel. min. Teori Zavascki, j. 23-4-2015, P, DJE de 1º-7-2015, Tema 483.] V - Eficiência: Os atos administrativos devem se pautar pela eficiência, de forma que se alcance sempre o melhor resultado, a fim de se conseguir a finalidade para o qual o ato foi pensado, considerando o melhor custo benefício. A finalidade deste princípio é a escolha da solução mais adequada ao interesse público, de modo a satisfazer plenamente a demanda social. A Administração Pública deve empregar meios idôneos e adequados ao fim pretendido, não mais, nem menos. Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 11 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso UNIDADE 2 2. AGENTES PÚBLICOS 2.1. CONCEITO São PESSOAS FÍSICAS que prestam serviço público, incumbidas de uma função estatal, de maneira transitória ou definitiva, com ou sem remuneração. O conceito é amplo – abrange todas as pessoas que de uma maneira ou de outra prestam um serviço público – estão abrangidos por esse conceito desde os titulares dos poderes do Estado até pessoas que se vinculam contratualmente com o Poder Público como é o caso dos concessionários. 2.2. ESPÉCIES 2.2.1. Agentes Políticos São agentes públicos nos mais altos escalões que decidem a vontade soberana do Estado com atribuições constitucionais sem subordinação hierárquica; são os titulares dos Poderes do Estado. (Presidente, Governador, Deputado, Senador, membros do Ministério Público e membros do Tribunal de Contas etc.). O agente político é aquele detentor de cargo eletivo, eleito por mandatos transitórios, como os Chefes de Poder Executivo e membros do Poder Legislativo, Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 12 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso além de cargos de Ministros de Estado e de Secretários nas Unidades da Federação, os quais não se sujeitam ao processo administrativo disciplinar. 2.2.2. Agentes Administrativos ou Servidores Públicos São aqueles que possuem vínculo profissional com uma entidade cuja natureza jurídica é pública (União, Estados, municípios, Distrito Federal, Autarquia, Fundação Pública), ou seja, aquele que trabalha em uma entidade pública. Podem ser classificados como: Estatutários, celetistas ou temporários. a) Servidores Estatutários São os servidores que possuem com a administração relação de trabalho de natureza profissional e não eventual. Os servidores estatutários são contratados para CARGO público no regime estatutário, regulamentado pelo estatuto do servidor público lei de âmbito federal n° 8.112/90 e no Estado de Mato Grosso regido pela Lei Complementar nº 04/90. Para ser nomeado o servidor precisa antes ser submetido ao procedimento do concurso público de provas ou de provas e títulos, art. 37, inciso II da CF/88. É o cargo público de provimento efetivo, ou seja, é o cargo que possibilita a aquisição de estabilidade no serviço público que é diferente do cargo em comissão que é desprovido de efetividade não gerando estabilidade, porque a nomeação para este cargo depende de confiança da autoridade que tem competência para esta nomeação. b) Servidores Celetistas Nesta modalidade o Servidor Público se submete a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), sem possuir um estatuto específico, possuindo assim, um emprego público. O Servidor Público recebe o nome de celetista ou Empregado Público. O empregado público pode ter duas acepções: b.1) Ocupante de emprego público na administração DIRETA, autarquiase fundações, nos termos da Lei 9.962/2000, contratados sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A rescisão desses contratos, em ato unilateral da administração, deve ser precedida de procedimento administrativo, com garantias ao empregado de participação na produção de provas, ampla defesa e julgamento impessoal. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 13 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso b.2) Ocupante de emprego público na administração pública INDIRETA, nas empresas públicas, nas sociedades de economia mista e nas fundações públicas de direito privado. Também são contratados sob regime da CLT. c) Servidores Temporários O Servidor Público possui um vínculo profissional, porém o trabalho que exerce é temporário, ou seja, por um tempo determinado. O Servidor Público Temporário possui um contrato de trabalho, por tempo determinado. (Art. 37, inciso IX da CF). Exemplo de serviço temporário: IBGE - contrata a pessoa temporariamente para realizar uma determinada pesquisa. 2.2.3. Particulares que Atuam em Colaboração com o Poder Público Particulares em colaboração com o Poder Público são as pessoas naturais ou jurídicas privadas que, transitoriamente, prestam serviços voluntária ou compulsoriamente à Administração Pública. São agentes que desempenham funções especiais que podem ser consideradas como públicas, em razão do vínculo jurídico que os liga ao Estado. Não ocupam cargo ou emprego público, não havendo qualquer vínculo empregatício ou estatutário com o Estado, e no cumprimento de determinadas funções, sequer percebem remuneração. Não existe entre o particular/pessoa física e a administração um vínculo jurídico, mas existe sim uma prestação de a atividade pelo particular em benefício do interesse público. Importante destacar que os particulares atuam em nome próprio, limitando-se a administração a fiscalizar o desempenho dessas atividades. Para fins penais são equiparados a funcionários públicos, conforme o que determina o artigo 327 do Código Penal. Existem três tipos de particulares que podem colaborar com a administração: particulares por delegação; particulares que atuam por convocação, nomeação ou designação; e agentes necessários ou gestores de negócios públicos. a) Particulares por delegação Os chamados agentes delegados, agentes que atuam mediante delegação, ocorrem nos casos de concessão e permissão de serviços públicos. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/2186546/artigo-37-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10712009/inciso-ix-do-artigo-37-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10597902/artigo-327-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 14 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso Exemplo: tradutores, leiloeiros, os bancários, titulares de cartórios que atualmente a atividade notarial e de registro que é exercida em regime jurídico de direito privado por delegação pelo poder público, artigo 236 da Constituição Federal (Lei nº 8.935, de 18-11-1994, dispõe sobre os serviços notariais e de registro), a remuneração que recebem não é paga pelos cofres públicos, mas pelos terceiros usuários do serviço, nestes casos exercem função pública em nome próprio com a fiscalização da administração pública. b) Particulares que atuam por convocação, nomeação ou designação São agentes que exercem atividade, sem remuneração, considerada honrosa, e por isso esses particulares são denominados por alguns autores como agentes honoríficos. Tais serviços constituem o chamado múnus público, ou serviços públicos relevantes, esses agentes o máximo que podem receber é uma ajuda de custo ou pró- labore, isso não descaracteriza como agente honorifico. Exemplo: peritos, conciliadores, jurados do tribunal do júri e mesários. c) Agentes necessários ou gestores de negócios públicos É o agente que atua voluntariamente, de forma espontânea, diante de uma situação anômala de caráter emergencial, sempre diante de uma situação excepcional. Exemplo: uma situação calamidade, epidemias, incêndios, enchente, particulares que ajudam resgatar pessoas de um desmoronamento. 2.2.4. Agentes Credenciados Segundo Hely Lopes Meirelles, os agentes credenciados são os que recebem a incumbência da administração para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade especifica, mediante remuneração do poder público credenciante. Não têm vínculo com a Administração. Exemplo: determinada pessoa (pesquisador; artista) recebe atribuição de representar o Brasil em evento internacional. 2.2.5. Militares Abrangem as pessoas físicas que prestam serviços às forças armadas, marinha, exército e aeronáutica (art. 142, caput e § 3º da CF/88) e também as policias militares Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 15 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso e corpo de bombeiros militares dos Estados, Distrito federal e Territórios (art.42 da CF/88), com vínculo estatutário sujeito a regime jurídico próprio. Com a Emenda Constitucional nº 18/98, ficaram denominados servidores públicos militares. O servidor público militar não tem direito de greve, de sindicalização e de filiação partidária. 2.3. CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA 2.3.1. Cargo Público É aquele ocupado por servidor público. São criados por lei, com denominação própria, em número certo e remunerado pelos cofres públicos. 2.3.2. Emprego Público É aquele ocupado por empregado público que pode atuar em entidade privada ou pública da Administração indireta. São regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). 2.3.3. Função Pública É um conjunto de atribuições destinadas aos agentes públicos, abrangendo à função temporária (Art. 37, IX da CF/88) e a função de confiança (Art. 37, V da CF/88). Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 16 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso 2.4. ACESSIBILIDADE A constituição estabelece o princípio da ampla acessibilidade aos cargos e empregos públicos aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei (art. 37, I da CF/88), mediante concurso público de provas ou provas e títulos, com ressalva a nomeação para cargos de provimento em comissão nos quais são livres a nomeação e a exoneração como disposto no art. 37, II da CF/88. A Emenda Constitucional nº 19/1998, alterou o dispositivo 37, inciso I da CF/88 acrescentando a possibilidade de estrangeiros, na forma da lei, ocupar cargos, empregos e funções públicas na administração. Logo, o acesso dos estrangeiros deve ocorrer na forma da lei, por que se trata de norma constitucional de eficácia limitada à edição de lei, que estabelecerá a necessária forma. SUMULA 683, STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. 2.5. PROVIMENTO Provimento é o ato pelo qual o cargo público é preenchido, com a designaçãode seu titular. Formas de provimento: Nomeação; Readaptação; Reintegração; Aproveitamento; Promoção; Reversão; Recondução. 2.5.1. Classificação do Provimento I - Provimento originário: ocorre quando a ocupação do cargo não decorre de qualquer vínculo anterior entre a pessoa e a administração. Ou seja, é o que vincula inicialmente o servidor ao cargo (OBS: em se tratando de emprego e de função temporária, o provimento originário é a contratação). Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 17 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso II - Provimento derivado: é aquele que pressupõe vínculo anterior da pessoa com a Administração. Ou seja, o servidor já era titular de cargo público, e vem a ocupar outro, em virtude do cargo anterior que titularizava. A nomeação é a única forma de provimento originária de cargo público. Todas as outras são de provimento derivado. Vamos estudá-la em primeiro lugar, bem como aos atos jurídicos da posse e do exercício, que dela decorrem. 2.5.2. Nomeação I - Nomeação: é um ato administrativo unilateral, que dá ao nomeado o direito subjetivo de formar um vínculo funcional com a administração. Mas o nomeado ainda não é servidor: isso ele apenas será com o ato de posse. Por isso, ele ainda não tem dever algum perante a Administração. O nomeado tem 30 dias para tomar posse, sob pena de perda da eficácia da nomeação (exceção: se ele já for servidor público e naquele momento estiver no gozo de certas licenças ou de certos afastamentos. Aí, o início do prazo muda para o final da licença ou afastamento). Ex.: licença para o serviço militar ou para tratamento de saúde; afastamento por férias ou para treinamento. II - Posse – é a investidura no cargo público. É um ato bilateral – há vontade da Administração e do nomeado. Pela posse, ele torna-se servidor, assumindo as atribuições e responsabilidades do cargo. A Investidura é o ato da posse. A partir da posse, o sujeito passa a ter deveres perante a Administração, tanto que poderá ser exonerado se não cumprir o ato seguinte, que é a entrada em exercício. A posse pode ser feita através de procuração específica. A partir da posse, o servidor tem 15 dias para entrar em exercício, conforme disposto no art. 18, § 1º da LC 04/90. OBS: os requisitos de habilitação para o cargo são exigidos no ato da posse e não na inscrição do concurso. Exceção: os três anos de atividade jurídica, que serão comprovados na “inscrição definitiva”. III - Exercício – é o desempenho efetivo das atribuições do cargo público ou da função de confiança. Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 18 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso No caso das funções de confiança, o início do exercício deve coincidir com a data da publicação do ato de designação – não tem os intervalos de tempo do servidor concursado. OBS.: o indivíduo torna-se servidor pela POSSE; mas é pelo EXERCÍCIO que são constituídas as relações jurídicas funcionais entre ele e a Administração que tenham por base o fator TEMPO DE ATIVIDADE. Ex.: quaisquer direitos com base no tempo de serviço começarão a ser contados a partir da data do início do EXERCÍCIO (e não da posse) – como a aquisição de férias, a percepção de remuneração, aquisição da estabilidade, de licenças-prêmio, etc. E se o empossado não entrar em exercício? Como ele já é servidor, será exonerado. OBS.: Para cada novo cargo público, deve haver novo concurso público e nova nomeação. Ex.: sou técnico; presto concurso de analista, sou nomeado analista; depois, presto concurso de juiz, sou nomeado juiz. Tudo dentro do mesmo Tribunal – mas são cargos diferentes. Cada uma dessas três nomeações foram provimentos originários, pois foram independentes dos antigos cargos – afinal, pela lei, técnico não vira analista, nem analista vira juiz. 2.5.3. Promoção Promoção é forma de provimento derivado pela qual o servidor passa de um cargo de um nível a outro, de nível superior, dentro da mesma carreira. Ou seja, é provido em cargo de maior responsabilidade e maior complexidade de atribuições. É o meio mais comum de ascensão funcional de um servidor. Ex.: promoção – sou defensor nível I – menos atribuições, menos responsabilidades e também menor remuneração. Depois, sou promovido ao nível II, aumentando tudo isso – subi a um novo cargo, por conta de anteriormente ter sido nível I. 2.5.4. Readaptação É a investidura do servidor em cargo compatível com a superveniente limitação de sua capacidade física ou mental, apurada em inspeção médica. É uma espécie de mudança de cargo, por causa de doença relativamente incapacitante (invalidez Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 19 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso relativa) – não consegue exercer função antiga, mas pode exercer outra. Ex.: digitador com LER que vira atendente. Se a incapacidade for absoluta, o servidor será aposentado por invalidez. A readaptação será efetivada em cargos de atribuições afins, com similaridade de vencimentos, a mesma habilitação exigida e o mesmo nível de escolaridade. Se não houver um cargo vago, o readaptado exercerá a função pública sem cargo: é a figura do excedente. Quando vagar um cargo, ele o ocupará. 2.5.5. Reversão É o retorno do aposentado à ativa (uma espécie de “desaposentação” do servidor que volta à Administração). Existem dois tipos: reversão ex officio e reversão a pedido. I - ex officio: é o retorno do servidor aposentado por invalidez, porque cessaram as causas que determinaram a sua aposentadoria. Se isso for apurado, a Administração fica vinculada à reverter a aposentadoria. Se o cargo antigo estiver ocupado, ele exercerá as suas funções sem cargo, ficando como excedente (a lei diz que o aposentado por invalidez pode ser convocado a qualquer momento para inspeções médicas). II - A pedido: caso de aposentadoria voluntária e o servidor solicita a sua reversão. É um pedido voluntário de desaposentação. 2.5.6. Reintegração É o retorno do servidor estável demitido ao cargo que antes ocupava, com ressarcimento de todas as vantagens, porque sua demissão foi anulada judicial ou administrativamente. A Lei diz que a reintegração pode decorrer de decisão administrativa ou judicial. A reintegração é direito de servidor estável; porém, se um o servidor ainda não estável conseguir anular o seu desligamento, o efeito será de reintegração. Se o cargo estiver vago, ele o retoma. Mas, pode acontecer de o cargo ter sido extinto ou estar ocupado por outro servidor. Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 20 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso Se o cargo foi extinto: fica em disponibilidade, recebendo proventos proporcionais (à disposição do Estado, mas sem trabalhar), até sofrer um aproveitamento. Se o cargo já foi ocupado por outrem: o servidor reintegrado retoma o cargo e novo ocupante terá de deixá-lo. Como fica a situação do novo ocupante? a) se for estável: 1) será reconduzido ao seu cargo antigo sem indenização; ou 2) será aproveitado em outro cargo de função equivalente; ou 3) posto em disponibilidade. b) se não for estável: A solução constitucional, na opinião da doutrina majoritária, é que será exonerado – ESSA É A RESPOSTA PRA FINS DE PROVA (mas há notícia de que na prática, esse não estável é colocado em aproveitamento; não se conhece jurisprudênciaa respeito). O que ocorre é que a CF, no art. 41, par. 2.º, só garantiu direitos para o novo ocupante quando estável e silenciou quanto ao não estável. 2.5.7. Recondução É o retorno do servidor estável ao cargo anterior. Isso pode ocorrer por ter sido inabilitado no estágio probatório relativo a outro cargo para o qual foi subsequentemente nomeado ou em razão da reintegração do anterior ocupante. 2.5.8. Aproveitamento É o reingresso do servidor estável, que estava em disponibilidade remunerada, no mesmo cargo ou em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis (ou seja, ocupação funcional similar). O servidor é colocado em disponibilidade quando seu cargo é extinto ou declarada sua desnecessidade. Recebe vencimentos proporcionais sem trabalhar, estando à disposição do Estado. Quando houver um cargo equivalente, compatível com o antigo, ele será convocado para assumi-lo a título de aproveitamento. Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 21 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso Por exemplo: o cargo do servidor estável é extinto (ex. um taquígrafo – não é mais necessário). Ele fica então em disponibilidade, recebendo vencimentos proporcionais ao tempo de serviço. Depois, ele é aproveitado em outro cargo, compatível funcional e remuneratoriamente com o anterior. Ex., é aproveitado como digitador. Para a Administração, o aproveitamento é discricionário; mas para o servidor em disponibilidade, é obrigatório – se ele não entrar no exercício do aproveitamento, a disponibilidade é cassada – e esse ato é sanção equiparada à demissão. 2.6. INVESTIDURA A CF/88, no artigo 37, II, determina que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público. Cabe ao legislador, em opção de política administrativa, criar cargos ou empregos, com as diferenças que entender adequadas. Mas não terá liberdade quanto ao preenchimento: em ambos os casos, exige-se o concurso público. A Constituição revogada exigia concurso para a primeira investidura. Por isso, entendia-se que, para outras investiduras, o concurso público não era necessariamente obrigatório. Então, assumia um cargo e depois, poderia assumir outro de conteúdo ocupacional diverso. Por exemplo, mediante concurso interno, de faxineiro virava dentista. SUMULA VINCULANTE 43, STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. 2.7. PRAZO DE VALIDADE A Constituição da República fixa o prazo de até dois anos, prorrogáveis por igual período, como o lapso temporal máximo de validade dos concursos públicos (art. 37, inc. III). No entanto, não indica o momento exato e nem o ato que marca o termo inicial da contagem desse prazo. Diante disso, o STJ se manifestou no seguinte sentido no Recurso Especial nº 162.068/DF: ADMINISTRATIVO – CONCURSO PÚBLICO – PRAZO – VALIDADE. - O termo inicial do prazo de validade do concurso é a data da homologação do Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 22 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso resultado final. Somente a partir daí é que se constitui a respectiva relação jurídica. O prazo, em si mesmo, não impõe a nomeação. Esta resta a critério de oportunidade e conveniência da Administração. (STJ, Recurso Especial nº 162.068/DF, Rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro, DJ de 10.05.1999.) Assim, publicado o ato de homologação do resultado final do concurso público, inicia-se o prazo de validade, que será de até dois anos, prorrogáveis por igual período, conforme a conveniência e a oportunidade da Administração Pública. Concurso público. Nomeação após expirado o prazo de validade. Impossibilidade. (...) Ofende a Constituição Federal (art. 37, II e III e § 2º) a nomeação de candidato após expirado o prazo de validade do concurso. [ARE 899.816 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 7-3-2017, 2ª T, DJE de 24-3- 2017.] Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 23 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso UNIDADE 3 3. AGENTES PÚBLICOS 3.1. FUNÇÃO DE CONFIANÇA X CARGO DE CONFIANÇA 3.1.1. Função de Confiança Só pode ser preenchida por servidor concursado. As funções de confiança (ou gratificada) são aquelas exercidas, exclusivamente, por servidores concursados, efetivos dos quadros de carreira da Administração Pública (recrutamento restrito), também são destinados apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. 3.1.2. Cargo em Comissão Pode ser preenchido por pessoa estranha aos quadros funcionais. Os cargos em comissão são aqueles providos por meio de recrutamento amplo ou restrito, ou seja, por pessoas que não pertençam aos quadros dos servidores efetivos da Administração Pública, aqueles denominados de livre nomeação e exoneração, ou por servidores efetivos do quadro de carreira, desde que, em ambos os casos, as atribuições sejam próprias de direção, chefia ou de assessoramento. 3.1.3. Características Essenciais Constituem características essenciais aos: - Cargos em comissão: a livre nomeação e exoneração; - Funções de confiança: o exercício tão-somente de atribuições de direção, chefia e assessoramento. Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 24 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso 3.2. ASSOCIAÇÃO SINDICAL Os servidores possuem o direito à associação sindical, mas esse direito possui algumas restrições, como a proibição de seu questionamento por meio de convenções e acordos coletivos e as restrições quanto ao juízo competente para dirimir essas lides. A súmula 679, do STF, proíbe a convenção coletiva para fixação de vencimentos dos servidores públicos. 3.3. DIREITO A GREVE O conteúdo do inciso VII do artigo 37 da CF/88 garantiu o exercício do direito de greve pelos agentes públicos civis, a ser regulamentado mediante lei específica. A ausência de regulamentação do art. 37, inciso VII, da Constituição motivou, durante vários anos, o entendimento jurisprudencial de que o direito de greve dos servidores públicos era juridicamente impossível, enquanto perdurasse a lacuna Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 25 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso normativa. Esta orientação somente foi alterada pelo STF em 2007, no julgamento dos Mandados de Injunção nº 712/PA, 670/ES e 708/DF. O agente público não pode sofrer penalização pela simples participação na greve, nos termos da Súmula 316 do STF fica claro que: “A simples adesão à greve não constitui falta grave”. Nada impede, porém, que os abusos e excessos derivados da greve sejam punidos. Assim sendo, o movimento grevista deve evitar abusos, assegurando principalmente a continuidade dos serviços essenciais e urgentes. Com relação aos descontos dos dias parados, existem entendimentos nos tribunais pátrios inclusive do Supremo Tribunal Federal na forma de que podem ser realizados estes descontos, neste sentido o voto do Min. Dias Tofolli no AI 858651 / BA – BAHIA, publicado em 21/05/13: “É pacífica a jurisprudência quanto à legalidade dos descontos relativos aos dias em que houve paralisação do serviço, por motivo de greve de servidor público. Precedentes”. Na Ação Direta de Inconstitucionalidade(ADI nº 3.235), no qual o Ministro do STF, Gilmar Mendes, foi relator, o direito a greve assim ficou delineado: O exercício de um direito constitucional é garantia fundamental a ser protegida por esta Corte, desde que não exercido de forma abusiva. (...). (...) ao considerar o exercício do direito de greve como falta grave ou fato desabonador da conduta, em termos de avaliação de estágio probatório, que enseja imediata exoneração do servidor público não estável, o dispositivo impugnado viola o direito de greve conferido aos servidores públicos no art. 37, VII, CF/1988, na medida em que inclui, entre os fatores de avaliação do estágio probatório, de forma inconstitucional, o exercício não abusivo do direito de greve. [ADI 3.235, voto do rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 4-2- 2010, P, DJE de 12-3-2010.] 3.4. RESERVA DE VAGAS PARA PORTADORES COM DEFICIÊNCIA (PCD) Nos termos do Art. 37, inciso VIII da CF/88, “a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão”. Dando concretude ao mandamento constitucional, a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, conhecida como o estatuto do servidor público federal, dispôs, em seu artigo 5º, § 2º, o direito das pessoas portadoras de deficiência de participarem dos certames, destinando-lhes percentual máximo de reserva de vagas, no caso, 20 % (vinte por cento). Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 26 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso Tal direito de reserva de vagas foi regulamentado pelo Decreto nº 3.298/1999, que dispõe sobre a “Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência”. O artigo 37 desse Decreto assegura às pessoas portadoras de deficiência o direito de se inscreverem em concurso público, em igualdade de condições com os demais candidatos, para o provimento de cargos cujas atribuições sejam compatíveis com suas deficiências, reservando-lhes, no mínimo, 5% (cinco por cento) das vagas do concurso. Desse modo, tem-se que, se em determinado concurso público forem previstas 20 (vinte) vagas para determinado cargo, aos candidatos portadores de deficiência deverão ser reservadas, no mínimo, 1 (uma) vaga - que corresponde a 5% (cinco por cento) - e, no máximo, 4 (quatro) vagas - que corresponde a 20% (vinte por cento) - a critério do edital. No Estado de Mato Grosso, foi instituída a Lei Complementar nº 114 de 2002, que dispôs sobre o Estatuto das Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais. O § 1º do art. 21 estipulou em 10% (dez por cento) a reserva mínima a que têm direito. VAGAS PCD MÍNIMO 5% Art. 37, § 1º do Decreto nº 3.298/99 (Federal) Art. 8º, § 2º da LC 004/90 (Estadual) 10% Art. 21, § 1º da LC 114/02 (Estadual) MÁXIMO 20% Art. 5º, § 2º da Lei nº 8.112/90 (Federal) Nota-se que existe um percentual mínimo, em relação às Leis Estaduais, diferente. Enquanto a Lei Complementar 004/90, que dispõe sobre os Servidores Públicos do Estado de Mato Grosso, atribui um percentual mínimo de 5%(cinco por cento), a Lei Complementar 114/02, que trata do Estatuto dos Portadores de necessidades Especiais no Estado de Mato Grosso, atribui um percentual mínimo de 10% (dez por cento). Mediante a incontroversa legislação, qual percentual mínimo deverá ser adotado? Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 27 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso Por se tratar de uma legislação mais recente, embora não revogue a LC 004/90, a LC 114/02 é que deverá ser adotada. Todos os concursos realizados pelo Estado, na última década, têm adotado o percentual mínimo de 10% (dez por cento), conforme dispõe a LC 114/02. SUMULA 377, STJ: O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos deficientes. 3.5. DIFERENÇAS ENTRE VENCIMENTO, REMUNERAÇÃO, SUBSÍDIO, PROVENTO E PENSÃO 3.5.1. Vencimento É a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. 3.5.2 - Remuneração É o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. 3.5.3. Subsídio Contraprestação paga pelo Estado a determinados agentes públicos, em parcela única. 3.5.4. Provento É a retribuição pecuniária a que faz jus o aposentado. 3.5.5. Pensão É o benefício pago aos dependentes do servidor falecido. Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 28 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso 3.6. ACUMULAÇÃO DE CARGOS Em regra, os cargos públicos são inacumuláveis. Porém, o artigo 37 da Constituição Federal do Brasil, prevê hipóteses Acumulação de Cargos Públicos. Existem 3 hipóteses em que determinados cargos que podem ser acumulados, desde que haja compatibilidade entre seus horários: I – Dois cargos de professor; Exemplo: José Carlos é professor efetivo da Escola Municipal de Ensino Fundamental Antônio Eulálio. Ele leciona no período da manhã. Porém, José Carlos acabou de ser aprovado no concurso para o cargo de professor efetivo da Escola Estadual de Ensino Médio Frei Paulo. Neste caso, José Carlos poderá tomar posse no novo cargo e acumulá-lo com o cargo anterior, desde que os horários de trabalho sejam compatíveis. Isto é, José Carlos deverá trabalhar à tarde ou à noite no novo cargo, haja vista que ele já é professor do ensino fundamental no período matutino. II - Um cargo de professor e um cargo técnico ou científico; Exemplo: Manoel é professor da Universidade Federal de Mato Grosso. Ainda no exercício do cargo de professor, ele foi aprovado para o cargo de pesquisador e desenvolvedor de satélites espaciais do Instituto Federal de Pesquisas Tecnológicas de Mato Grosso. Neste cargo, se houver compatibilidade de horários, Pardal poderá exercer os dois cargos cumulativamente. http://aprenderportugues.com.br/matutino-vespertino-diferenca/ Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 29 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso III – Dois cargos privativos de profissionais de saúde. Exemplo: Marcelo é médico concursado do Hospital Municipal de Cuiabá/MT. Porém, ele também é médico concursado do Hospital Estadual. Como Marcelo dá plantão no Hospital Municipal no período da manhã e trabalha no Hospital Estadual à tarde, a acumulação de cargos públicos é plenamente possível. 3.7. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA O conceito de improbidade é bem mais amplo do que a definição em si de ato lesivo ou ilegal. É o oposto de probidade, que significa qualidade de probo, integridade de caráter, honradez. Assim, a improbidade é o mesmo que desonestidade, mau caráter, ausência de probidade. Pode se conceituar o ato de improbidade como sendo todo aquele praticado pelo agente público, contrário as normas da moral, à lei e aos bons costumes, com notável falta de honradez e de retidão da conduta no modo de agir perante a administração pública direta, indireta ou fundacional dos Poderes Estatais. Os atos que importam em improbidade administrativa estão previstos na Lei n. 8.429/1992. Caracterizam-se por danos ao erário, enriquecimento ilícito e violação aos princípios administrativos. A Lei de Improbidade Administrativa define enriquecimento ilícito o ato de “auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades públicas”. O artigo 37, § 4º da CF/88 dispõe algumasmedidas aplicadas em caso de improbidade. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/2186546/artigo-37-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10710957/par%C3%A1grafo-4-artigo-37-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 30 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso 3.8. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO O art. 37, § 6 da CF/88 explicita que as pessoas jurídicas de direito público e direito privado prestadoras de serviço público, serão responsabilizadas por danos causados por seus agentes a terceiros, assegurado o direito de regresso ao causador, desde cometido com dolo ou culpa. Sob esse diapasão, notável é que o art. supracitado se volta inteiramente ao risco administrativo ou simplesmente à responsabilidade objetiva do Estado, visto que não é necessário observar a culpa deste, mas, apenas o ato lesivo, para se haver a reparação do Estado. Analisando os requisitos do art. 37, § 6º, compreende-se que deve haver fatos/atos de qualquer uma das pessoas jurídicas de Direito público ou de Direito privado que exerça a atividade pública. Havendo–se o suprimento dessas exigências é necessário haver o nexo de causalidade entre o dano sofrido e o ato/fato da administração executado. Por fim o dano deve ser praticado por agente das pessoas citadas supra, sendo necessário, todavia, que estejam no exercício de suas funções. É válido observar, que alguns doutrinadores aceitam ainda a teoria do risco integral, previstos em casos que haja acidentes nucleares. Saliente-se que a teoria do R. I. é vista como a teoria da Resp. Objetiva levado ao extremo. Como estamos falando de Resp. Objetiva do Estado, e esta nos remete à atos administrativos, fora destes não poderia ficar os atos do poder legislativo e do judiciário. No primeiro temos que, quando decorrer ato legislativo eivado de vícios, e este por sua vez vier a lesar terceiro, o efeito apenas socorrerá a quem provar os danos causados individualmente, não possuindo desta forma efeito Erga Omnes. Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 31 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso 3.9. EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO Conforme a Lei Maior do ordenamento jurídico brasileiro, é permitido o exercício de mandato eletivo por servidor público estatutário. Porém, em regra, para que venha a ocupar o cargo político, deve-se solicitar o afastamento do serviço público para ser provido em mandato federal, estadual e distrital. Quanto ao mandato de prefeito, há que ocorrer o afastamento do serviço público, sendo facultado a escolha da remuneração, se a da função pública ou o subsídio proveniente do mandato eletivo. Há exceção à regra tratando-se de mandato de vereador, pois se houver compatibilidade de horários poderá permanecer na função pública e exercer a vereança simultaneamente, percebendo a remuneração de ambas. Contudo, não havendo a referida compatibilidade de horários, aplica-se quanto aos vencimentos o mesmo que para o servidor público provido em mandato de prefeito. Consideramos de grande importância a regra da inacumulabilidade de cargos, que veda o exercício simultâneo da ocupação do servidor público e o desempenho do mandato eletivo. Como também, acreditamos que o servidor público investido em mandato de vereador também deveria ser abarcado por aquela. Pois, o servidor ao atuar em cargo, emprego ou função da administração direta, poderia realizar favores políticos, ou qualquer ato que pudesse beneficiá-lo em seu pleito, desvirtuando o Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 32 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso interesse da mesma. Assim, tal situação poderia dar margem à uma atuação duvidosa por parte do vereador, e moralmente condenada pela sociedade. Por fim, quanto à Proposta de Emenda à Constituição nº 453 de 2001, que visa estender a abrangência do art. 38 da C F aos servidores públicos celetistas, consideramos que a redação atual visou contemplar apenas os servidores regidos por estatuto, e não aqueles regidos pela CLT, que possuem estabilidade, embora seja sui generes. Contudo, seria uma forma isonômica de tratar os servidores da administração direta e indireta. ART. 38 da CF/88 Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 33 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso UNIDADE 4 4. SERVIDORES PÚBLICOS É somente aquele que possui vínculo profissional com uma entidade cuja natureza jurídica é pública (União, Estados, municípios, Distrito Federal, Autarquia, Fundação Pública), ou seja, aquele que trabalha em uma entidade pública. Trata-se de designação genérica e abrangente, introduzida pela Constituição Federal de 1988, uma vez que, até a promulgação da carta hoje em vigor, prevalecia a denominação de funcionário público para identificação dos titulares de cargos na administração direta, considerando-se equiparados a eles os ocupantes de cargos nas autarquias, aos quais se estendia o regime estatutário. A partir da Constituição de 1988, desaparece o conceito de funcionário público, passando-se adotar a designação ampla de servidores públicos, distinguindo-se, no gênero, uma espécie: os servidores públicos civis, que receberam tratamento nos artigos 39 a 41. Desta forma, servidor público civil é unicamente o servidor da administração direta, de autarquia ou de fundação publica, ocupante de cargo público. Em resumo, servidor público civil: É TITULAR DE CARGO PÚBLICO; MANTÉM RELAÇÃO ESTATUTÁRIA; INTEGRA O QUADRO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA, AUTARQUIA OU FUNDAÇÃO PÚBLICA. 4.1. REGIME JURÍDICO ÚNICO A CF/88 reformulou o tratamento do servidor público, instituindo o regime jurídico único e planos de carreira para administração direta, autárquica e fundações públicas, disposto no art. 39, assim garantindo tratamento isonômico entre os servidores públicos, submetendo-os aos mesmos direitos e obrigações perante a entidade a que servem. O regime jurídico único requer o funcionalismo na administração em cada esfera governamental, seja estruturado com base num plano de carreiras fundadas num sistema de cargos classificados de acordo com suas atribuições, na mesma classe Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 34 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso escalonadas em função da de maior complexidade dos cargos que a integrem. Possibilitando justa política remuneratória, considerando que o servidor não se limitará apenas ao aumento de suas remunerações, mas também terá outras atribuições de mais responsabilidade. 4.2. REGIME DE PREVIDÊNCIA Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) é um sistema de previdência, estabelecido no âmbito de cada ente federativo, que assegure, por lei, a todos os servidores titulares de cargo efetivo, pelo menos os benefícios de aposentadoria e pensão por morte previstos no artigo 40 da Constituição Federal. São intitulados de Regimes Próprios porque cada ente público da Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) pode ter o seu, cuja finalidade é organizar a previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo, tanto daqueles em atividade, como daqueles já aposentados e também dos pensionistas, cujos benefíciosestejam sendo pagos pelo ente estatal. Desta forma, de um lado, temos o Regime Geral de Previdência Social – RGPS, cuja gestão é efetuada pelo INSS, que vincula obrigatoriamente todos os trabalhadores do setor privado e também os servidores públicos não vinculados a regimes próprios de previdência social e, por outro lado, temos vários regimes próprios de previdência social cujas gestões são efetuadas, distintamente, pelos próprios entes públicos instituidores. A Emenda Constitucional nº 41 (de 19 de dezembro de 2003), alterou diversos dispositivos constitucionais, em especial no que concerne às regras do regime de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos da União, Estados- membros, Distrito Federal e Municípios, além de suas autarquias e fundações. Os servidores abrangidos pelo regime próprio de previdência terão calculados os seus proventos a partir da média dos valores de sua remuneração num determinado período, a ser fixado por lei. Não existe mais a aposentadoria com proventos integrais, ou seja, iguais ao valor da última remuneração do servidor, como era a regra anterior (art. 40, §§ 1º e 3º, CF/88). Esses valores considerados para o cálculo do benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei (art. 40, § 17, CF/88). http://www.regimeproprio.com.br/perguntao.rpps.janeiro_2013.htm#Art40CF http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103864/emenda-constitucional-41-03 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10636208/par%C3%A1grafo-1-artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10709104/par%C3%A1grafo-3-artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708348/par%C3%A1grafo-17-artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 35 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão (art. 40, § 2º, CF/88). É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria no RPPS, exceto aquelas decorrentes dos cargos acumuláveis na forma da CF/88 (art. 40, § 6º, CF/88). Também está vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria no regime próprio dos servidores, ressalvados os casos de atividades exercidas exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos em lei complementar (art. 40, § 4º, CF/88). Outra importante modificação trazida pela EC 41/03 diz respeito à paridade entre ativos e aposentados. A antiga redação do § 8º do art. 40, CF/88, garantia que os proventos de aposentadoria e as pensões seriam revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificasse a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos aposentados e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. Essa garantia de paridade foi suprimida. A nova redação desse parágrafo passou a apenas assegurar o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. Fácil é perceber que deferiu-se ao legislador ordinário a tarefa de estabelecer esses valores que, como se tornou comum, em nada preserva o valor real, como determina a Lei Maior. Admite-se que cada um dos entes institua regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, podendo fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas por esse regime próprio, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social (art. 40, § 14, CF/88). Se fixado esse limite máximo, cabe ao ente, obrigatoriamente, a implementação desse regime complementar, via lei ordinária, de iniciativa do http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10709152/par%C3%A1grafo-2-artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708861/par%C3%A1grafo-6-artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708861/par%C3%A1grafo-6-artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10709053/par%C3%A1grafo-4-artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708703/par%C3%A1grafo-8-artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708472/par%C3%A1grafo-14-artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 36 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso respectivo Poder Executivo, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida (art. 40, § 15, CF/88). Aos servidores que tiverem ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar garante-se o direito à opção de se manter no regime original ou migrar para o regime de previdência complementar (art. 40, § 16, CF/88). São as seguintes as modalidades para a aposentadoria, com seus respectivos requisitos (art. 40, § 1º, CF/88): I - Por invalidez permanente: a regra é ter proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Porém, algumas exceções foram previstas: se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei. Nestes casos, caberá ao legislador ordinário estabelecer a forma de cálculo dos proventos, posto que não se pode mais interpretar como sendo integral, situação que não mais existe. A média pura e simples também não pode ser aplicada de imediato, pois, no caso de alguém que sofra, por exemplo, um acidente em serviço na primeira semana de trabalho, não teria ainda contribuído com o sistema, não sendo factível tal média. II - Compulsória: será aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Será automática, e declarada por ato, com vigência a partir do dia imediato àquele em que o servidor atingir a idade-limite de permanência no serviço ativo (art. 187). Qual é a idade da aposentadoria compulsória no serviço público? ANTES DA EC 88/2015: DEPOIS DA EC 88/2015: • REGRA: continua sendo 70 anos. Os servidores públicos, sejam eles federais, estaduais ou municipais, de qualquer dos Poderes, incluindo magistradosde Tribunais de 2ª instância, continuam se aposentando compulsoriamente aos 70 anos de idade. 70 anos (para todos os casos) http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708428/par%C3%A1grafo-15-artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708428/par%C3%A1grafo-15-artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708394/par%C3%A1grafo-16-artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10636208/par%C3%A1grafo-1-artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 37 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso • EXCEÇÃO 1: a Lei Complementar poderá prever que a aposentadoria compulsória seja ampliada para 75 anos, segundo critérios que ela fixar e para todos ou determinados cargos do serviço público. Veja a nova redação do inciso II do § 1º do art. 40 dada pela EC 88/2015: § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados (...): (...) II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; Essa parte final do inciso II é norma constitucional de eficácia limitada, dependendo de lei para produzir todos os seus efeitos. • EXCEÇÃO 2: para os Ministros do STF, dos Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM) e do TCU a idade da aposentadoria compulsória já é agora 75 anos mesmo sem Lei Complementar. A regra já está produzindo todos os seus efeitos. Veja o art. 100 que foi acrescentado no ADCT da CF/88 pela EC 88/2015: Art. 100. Até que entre em vigor a lei complementar de que trata o inciso II do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, nas condições do art. 52 da Constituição Federal. III - Voluntária: desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: 1. Sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher. Os proventos serão calculados sobre a média atualizada das contribuições, na forma que a lei estabelecer. 2. Sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Assim, calcula-se o valor seguindo a regra anterior e aplica-se o percentual relativo entre o tempo de contribuição efetiva e o tempo total previsto. Por exemplo, se um homem se aposentar com 65 anos de idade, contribuindo por 28 anos, ganhará 80% do que ganharia se tivesse contribuído pelos 35 anos previstos. Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 38 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso A aposentadoria voluntária vigorará a partir da data da publicação do respectivo ato. O professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, terá reduzidos em cinco anos os requisitos de idade e de tempo de contribuição, em relação ao disposto no art. 40, § 1º, III, ‘a’, CF/88, ou seja, com cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se homem, e cinquenta anos de idade e vinte e cinco de contribuição, se mulher. Aqui também terá direito aos proventos calculados sobre a média atualizada das contribuições, na forma que a lei estabelecer (art. 40, § 5º, CF/88). Relevante acrescentar que, na sessão de julgamento de 26/11/2003, o Supremo Tribunal Federal aprovou 15 novos enunciados, que passaram a integrar a Súmula da Jurisprudência Predominante da nossa Corte Máxima. Entre eles, veja- se o de nº 726: “Para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora da sala de aula.” Quando proporcional ao tempo de contribuição, o provento não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade (art. 191). Enquanto não estabelecida nova fórmula pelo legislador ordinário, entendo que esse artigo continua plenamente válido. Ao servidor aposentado será paga a gratificação natalina, até o dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido (art. 194). Sobre as regras de transição para aqueles que ingressaram no serviço público antes da publicação da EC nº 41/2003, manteve-se o direito à aposentadoria integral, desde que preencham, cumulativamente, as seguintes condições (art. 6º da EC nº 41/2003): I. Sessenta anos de idade, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade, se mulher; II. Trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; III. Vinte anos de efetivo exercício no serviço público; e IV. Dez anos de carreira e cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/894103/par%C3%A1grafo-5-artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103864/emenda-constitucional-41-03 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11302697/artigo-6-emenda-constitucional-n-41-de-19-de-dezembro-de-2003 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103864/emenda-constitucional-41-03 Educação a Distância – Curso de Direito Constitucional (Administração Pública) – Farley Coelho Moutinho 39 Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – Superintendência de Escola de Governo de Mato Grosso Quanto à paridade, não foi mantida de forma ampla, como antes, posto que prevê apenas que os proventos das aposentadorias serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sem incluir a previsão de serem também estendidos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores em atividade (art. 6º, parágrafo único, EC nº 41/2003). Aos que já estavam aposentados ou tinham direito adquirido à aposentadoria quando da publicação da EC nº 41/2003, foram mantidos todos os direitos, em especial a integralidade, se fosse o caso, e a paridade dos proventos com a remuneração dos ativos (art. 7º da EC nº 41/2003). No entanto, segundo tem entendido o STF, a paridade, mesmo para estes, não é absoluta, mas apenas se refere a benefícios ou vantagens de natureza geral, ficando de fora aqueles que, por sua natureza, só possam ser atribuídos ao servidor da ativa, como o vale alimentação ou auxílio-alimentação. Vale destacar a instituição do chamado “abono de permanência”, instituído para beneficiar e incentivar aqueles que, tendo cumprido todos os requisitos para a aposentadoria, permanecem laborando. Assim, receberão a mais o equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar as exigências para aposentadoria compulsória (art. 40, § 19, CF/88). Por fim, o valor dos proventos não poderá ser superior
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