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/ Administração do curso Web Aula 1 - Unidade 1. 1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1.1. CONCEITO Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que buscam satisfazer as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc. Ou seja, administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços públicos. 1.2. OBJETIVO A administração pública tem como objetivo trabalhar a favor do interesse público, e dos direitos e interesses dos cidadãos que administra. 1.3. DIVISÃO A Administração pública se divide em DIRETA e INDIRETA. / 1.3.1. Administração Pública Direta É aquela composta por órgãos públicos ligados diretamente aos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia administrativa e cujas despesas são realizadas diretamente através do orçamento da referida esfera. Caracterizam-se pela desconcentração administrativa, que é uma distribuição interna de competências, sem a delegação a uma pessoa jurídica diversa. 1.3.2 - Administração Pública Indireta É aquela formada por entidades com personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia administrativa e cujas despesas são realizadas através de orçamento próprio. Caracteriza-se pela descentralização administrativa, ou seja, a competência é distribuída de uma pessoa jurídica para outra. São exemplos de Administração Indireta: a) Autarquia: Serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. Exemplos: MT PREV (Mato Grosso Previdência), MATO GROSSO SAÚDE (Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado, INTERMAT (Instituto de Terras do Estado de Mato Grosso), INDEA/MT (Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso), JUCEMAT (Junta Comercial do Estado de Mato Grosso), IPEM/MT (Instituto de Pesos e Medidas de Mato Grosso), DETRAN/MT (Departamento Estadual de Trânsito); b) Fundação Pública: As fundações públicas são entidades sem fins lucrativos, formadas para um fim específico de interesse público (educação, saúde, cultura e pesquisa, por exemplo). As fundações públicas podem adquirir personalidade jurídica de direito público ou de direito privado. As fundações públicas de direito público são criadas por lei e as fundações públicas de direito privado são constituídas mediante autorização legal, nos termos da legislação civil. https://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o_direta https://pt.wikipedia.org/wiki/Personalidade_jur%C3%ADdica / Exemplos: FAPEMAT (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso), UNEMAT (Fundação Universidade do Estado de Mato Grosso), FUNAC (Fundação Nova Chance); c) Empresa Pública: Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da U/E/M/DF, com criação autorizada por lei específica para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência (eventualidade) ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. Exemplos: EMPAER (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural) e MTI (Empresa Mato-Grossense de Tecnologia da Informação). d) Sociedade de Economia Mista: Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. Exemplos: MT PAR (MT Participações e Projetos S.A.), METAMAT (Companhia Mato-grossense de Mineração), MT GÁS (Companhia Mato-grossense de Gás), DESENVOLVE MT (Agência de Fomento do Estado de Mato Grosso S.A.), CEASA/MT (Central de Abastecimento do Estado de Mato Grosso); e) Agências Reguladoras e Executivas: São pessoas jurídicas de direito público interno e consideradas como autarquias especiais. Sua principal função é o controle de pessoas privadas incumbidas (encarregadas) da prestação de serviços públicos, sob o regime de concessão ou permissão: e.1) Agências Reguladoras: São autarquias de regime especial, que regulam as atividades econômicas desenvolvidas pelo setor privado. Tais agências têm poder de polícia, podendo aplicar sanções (punição pela violação de uma lei, "pena"). Possuem certa independência em relação ao Poder Executivo, motivo pelo são chamadas de "autarquias de regime especial". Sua função é regular a prestação de serviços públicos, organizar e fiscalizar esses serviços a serem prestados por concessionárias ou permissionárias (empresa que recebeu a concessão/consentimento/licença para realizar algum serviço), com o objetivo garantir o direito do usuário ao serviço público de qualidade. Não há muitas diferenças em relação à tradicional autarquia, a não ser uma maior autonomia financeira e administrativa, além de seus diretores serem eleitos para mandato por tempo determinado. Exemplos: ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e AGER (Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados – Lei Complementar 66/99). e.2) Agências Executivas: São pessoas jurídicas de direito público ou privado, ou até mesmo órgãos públicos, integrantes da Administração Pública Direta ou Indireta, que podem celebrar contrato de gestão com objetivo de reduzir custos, otimizar e aperfeiçoar a prestação de serviços públicos. Exemplos: INMETRO (Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - Autarquia) e ABIN (Agencia Brasileira de Inteligência – Órgão da Presidência da República). 1.4. PRINCÍPIOS https://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_Executivo / O caput do art. 37 da CF/88 estabelece os princípios expressos da Administração Pública. Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Assim, temos: I - Legalidade: a administração pública só pode fazer o que a lei autoriza ou determina. A lei, para a Administração Pública, significa “dever fazer assim”. As leis, em sua maioria, são de ordem pública, não podendo ser descumpridas. SUMULA 473, STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. II - Impessoalidade: tendo em conta que a administração pública visa a cumprir a finalidade descrita na lei, quando pratica seus atos deve buscar a finalidade para a qual foi criada, qual seja, alcançar o interesse público. Assim, não se pode praticar atos administrativos buscando prejudicar ou beneficiar uma pessoa determinada, mas a finalidade pública. O princípio da impessoalidade assegura não apenas que pessoas recebam tratamento particularizado em razão de suas condições específicas, mas também, veda a adoção de comportamento administrativo motivado pelo partidarismo. Este princípio assegura que a entidade estatal realize os fins a que se destina como previsto no Direito. III - Moralidade: o administrador público deve pautar sua conduta administrativa por valores éticos e de probidade. De acordo com o princípio da moralidade, a Administração e seus agentes têm de atuar na conformidade de princípios éticos. Violá-los implicará violação ao próprio Direito, configurando ilicitude que as sujeita a conduta viciada a invalidação, porquanto tal princípio assumiu foros de pauta jurídica, na conformidade do art. 37 da Constituição. Sua finalidade é evitar o desvio de poder,em suas duas espécies denominadas excesso de poder e desvio de finalidade, que acabou por fixar a dimensão da teoria da moralidade administrativa como forma de limite à atividade discricionária da administração pública que, utilizando-se de meios lícitos, busca a realização de fins de interesses privados ou mesmo de interesses públicos estranhos às previsões legais. / IV - Publicidade: esse princípio, assim como os demais, é decorrência lógica do princípio constitucional republicano. Com efeito, já que o administrador pratica gestão de interesses coletivos, aos seus atos deve dar publicidade. Ocorre a publicidade dos atos administrativos através da publicação ou pela comunicação (notificação ou intimação) de acordo com a natureza do ato (atos gerais ou individuais, normativos, de efeito externo ou interno etc.) e as finalidades que a publicidade pretende sobre ele (controle, fiscalização, eficácia, validade etc.). Esse é o dever da publicidade, completado por outras formas modernas, como a divulgação via internet, por exemplo. Acerca da publicidade, temos que os atos administrativos em regra são públicos, ressalvadas as informações imprescindíveis à segurança do Estado e da Sociedade (art. 5.º, XXXIII, da CF). A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos (art. 37, § 1.º da CF). É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela administração pública, dos nomes dos seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. [ARE 652.777, rel. min. Teori Zavascki, j. 23-4-2015, P, DJE de 1º-7-2015, Tema 483.] V - Eficiência: Os atos administrativos devem se pautar pela eficiência, de forma que se alcance sempre o melhor resultado, a fim de se conseguir a finalidade para o qual o ato foi pensado, considerando o melhor custo benefício. A finalidade deste princípio é a escolha da solução mais adequada ao interesse público, de modo a satisfazer plenamente a demanda social. A Administração Pública deve empregar meios idôneos e adequados ao fim pretendido, não mais, nem menos. BIBLIOGRAFIA BRASIL. Constituição federal de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 10 mai 2018. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Atlas, 2014. DIZER O DIREITO. Comentários à EC 88/2015 (PEC da Bengala). Disponível em: <http://www.dizerodireito.com.br/2015/05/comentarios-ec-882015-pec-da-bengala.html>. Acesso em 18 jun 2018. LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. Editora Saraiva. MAZZA, Alexandre. Manual do direito administrativo. Editora Saraiva. / Última atualização: sábado, 18 Jul 2020, 07:59 ESCOLA DE GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - Superintendência da Escola de Governo Palácio Paiaguás - Rua Des. Carlos Avalone, s/n - Centro Político e Administrativo - CEP 78049-903 - Cuiabá - MT Telefone: (65) 3613-3670 - e-mail: ead@seplag.mt.gov.br A matrícula em cursos está disponível através da opção de "inscrições online (Novidades)" da página Bem Vindo. PASSEI DIRETO. Considerações acerca de servidor público no exercício de mandato eletivo e a constituição federal de 1988. Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/19682680/resumo-servidor-publico-no- exercicio-de-mandato-eletivo>. Acesso em 13 jun 2018. SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. Editora Saraiva. STF. A constituição e o supremo. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigobd.asp?item=31>. Acesso em: 12 mai 2018. http://eadeg.gestao.mt.gov.br/ https://www.passeidireto.com/arquivo/19682680/resumo-servidor-publico-no-exercicio-de-mandato-eletivo
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