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Esquem a t i zado – P r o f e s so r S t an l e y C o s ta P í l u l a s d e C i v i l – C on cu r so s Púb l i c o s e Exam e s da OAB Professor Stanley Costa E-mail: stanley-marcus@hotmail.com Instagram: @profstanleycosta Dose #02 – Capacidade de Fato (Exercício) 1. TEORIA DA INCAPACIDADE Conforme já anotamos, tanto a personalidade jurídica quanto a capacidade de direito (aquisição ou gozo) são institutos absolutos, ou seja, não comportam relativização. Diferentemente, a capacidade de fato (de exercício) é um atributo dinâmico, que admite limitações e restrições. É nesse âmbito que se encontra a teoria da incapacidade. Sem dúvidas, esse tema merece MUITO DESTAQUE para aqueles que pretendem prestar os próximos exames da OAB e concursos públicos em geral, isso porque a teoria da incapacidade foi significativamente modificada pela Lei 13.146/15 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Antes desta lei, considerávamos como absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Com o advento da mencionada norma, que privilegia o princípio da plena igualdade das pessoas com deficiência, passamos a considerar que o simples fato de ser portador de uma deficiência (qualquer que seja a natureza) não é suficiente para definir se alguém é ou não capaz juridicamente. Assim, os incisos do artigo 3º do Código Civil foram todos revogados e o seu caput ganhou nova redação, passando a prever que “são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos”. De forma bastante objetiva, podemos afirmar que atualmente o único critério definidor da incapacidade absoluta é o ETÁRIO. Isso significa que não existe mais absolutamente incapaz maior de 16 (dezesseis) anos. Para todos os efeitos, a pessoa com deficiência passou a ser considerada, em regra, como plenamente capaz. O artigo 4º do Código Civil também sofreu profunda alteração. Anteriormente, o texto dispunha o seguinte: “São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV - os pródigos”. mailto:stanley-marcus@hotmail.com Esquem a t i zado – P r o f e s so r S t an l e y C o s ta P í l u l a s d e C i v i l – C on cu r so s Púb l i c o s e Exam e s da OAB Professor Stanley Costa E-mail: stanley-marcus@hotmail.com Instagram: @profstanleycosta Suprimento da Incapacidade Incapacidade Absoluta (Art. 3º) Representação Incapacidade Relativa (Art. 4º) Assistência O texto atual, resultado da Lei 13.146/15, enuncia que são relativamente incapazes para certos atos da vida civil: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - os pródigos. Mais uma vez observe que NÃO EXISTE QUALQUER MENÇÃO À DEFICIÊNCIA mental ou de qualquer outra natureza como critério definidor da incapacidade. O que pode acontecer é que alguém, em razão de doença mental, não consiga exprimir sua vontade livremente e por isso seja declarada relativamente incapaz. A incapacidade para exercer os atos da vida civil pode ser suprida pela representação ou assistência. Os absolutamente capazes dependem de representação para a realização dos atos jurídicos, condição que se não for preenchida gera nulidade absoluta. Os relativamente incapazes dependem da assistência para a realização de alguns atos jurídicos, sob pena de anulabilidade (nulidade relativa). Ressalta-se que o relativamente pode realizar alguns atos jurídicos sem assistência, tais como, ser mandatário; eleitor; celebrar testamento; servir como testemunha de atos e negócios jurídicos; e requerer seu registro de nascimento. RESUMO: Teoria da Incapacidade ABSOLUTAMENTE INCAPAZES Art. 3º CC - Os menores de 16 (dezesseis) anos. RELATIVAMENTE INCAPAZES Art. 4º CC I - Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - Os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - Os pródigos. mailto:stanley-marcus@hotmail.com Esquem a t i zado – P r o f e s so r S t an l e y C o s ta P í l u l a s d e C i v i l – C on cu r so s Púb l i c o s e Exam e s da OAB Professor Stanley Costa E-mail: stanley-marcus@hotmail.com Instagram: @profstanleycosta 2. DA CESSAÇÃO DA INCAPACIDADE Regra geral a incapacidade cessa com a extinção da causa que a originou. Desse modo, a incapacidade etária cessa com a maioridade, enquanto que incapacidade subjetiva cessa por meio de uma nova decisão judicial (levantamento de curatela). Especificamente para os menores, o parágrafo único do artigo 5º elenca algumas hipóteses excepcionais de cessação antecipada da incapacidade, as quais classificamos em: (i) emancipação voluntária; (ii) emancipação judicial; (iii) emancipação legal. A emancipação é voluntária quando for praticada por ato de vontade e ambos os pais. Somente se um deles já for morto, estiver ausente ou ter sido destituído do poder familiar, será suficiente a vontade exclusiva do remanescente. Esta modalidade de emancipação constitui ato jurídico formal/solene, o que significa que deverá ser realizada por meio de escritura pública (sob pena de nulidade), independentemente de homologação judicial, devendo o menor ter pelo menos 16 (dezesseis) anos de idade. A escritura pública deverá ser registra no Cartório de Registro Civil, sob pena de ineficácia perante terceiros. A emancipação judicial é necessária em duas situações, (i) quando houver conflito entre os pais (um quer a emancipação e o outro não), ou (ii) quando o menor estiver sob tutela. O tutor não pode emancipar voluntariamente, logo, será indispensável uma sentença judicial que autorize. A última modalidade é a emancipação legal. Existem algumas situações que a própria lei determina a cessação da incapacidade, por julgar que são incompatíveis com a condição de incapaz, são elas: (i) o casamento; (ii) o exercício de emprego público efetivo; (iii) a colação de Efeitos do ato realizado sem suprimento Incapacidade Absoluta (Art. 3º) Nulidade (Art. 166, I) Incapacidade Relativa (Art. 4º) Anulabilidade (Art. 171, I) mailto:stanley-marcus@hotmail.com Esquem a t i zado – P r o f e s so r S t an l e y C o s ta P í l u l a s d e C i v i l – C on cu r so s Púb l i c o s e Exam e s da OAB Professor Stanley Costa E-mail: stanley-marcus@hotmail.com Instagram: @profstanleycosta grau em curso de ensino superior; (iv) estabelecimento civil ou comercial; (v) existência de relação de emprego que faça com que o menor tenha economia própria. Vale a pena destacar que a emancipação é um ato definitivo. É irretratável e irrevogável. O emancipado não voltará a ser incapaz, ainda que cessado o fato que produziu a emancipação, salvo se for o caso de nulidade do ato jurídico. Ademais, é importante observar que nos casos de emancipação judicial ou legal, será excluída a responsabilidade civil dos pais pelos atos cometidos pelos filhos menores. Todavia, a emancipação voluntária não tem o condão de exonerar a responsabilidade objetiva e solidárias das pais. Espécies de Emancipação Emancipação Voluntária Ato jurídico solene realizado pelos pais em benefício de menor com pelo menos16 anos completos. Emancipação Judicial Deferida por sentença quando houver conflito entre os pais, ou quando for requerida por tutor. Emancipação Legal Decorrente dos fatos previstos na lei (CC, art. 5°, II, III, IV e V). mailto:stanley-marcus@hotmail.com efeito ex-nunc
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