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Julia Paris Malaco – UCT14 SP3 – febre, inflamação e infecção Definições Inflamação - é uma resposta do organismo a uma agressão, como cortes e batidas. A inflamação pode partir, também, do sistema imunológico. Nesse caso, são as nossas células de defesa que agridem o corpo. No processo inflamatório, ocorre dilatação dos vasos, aumento do fluxo sanguíneo e de outros fluidos corporais para o local lesionado. Por isso, esse processo causa sintomas como: Vermelhidão; Inchaço; Dor; Aquecimento da área. Infecção - são causadas por agentes externos. O organismo reage a entrada de micro-organismos como vírus e bactérias, parasitas ou fungos. Nesse processo, as células de defesa tentam combater os micro-organismos, o que normalmente dá origem ao aparecimento de pus. Alguns sintomas que podem ser causados por infecções: Febre; Dor no local infectado; Aparecimento de pus; Dores musculares; Diarreias; Fadiga; Tosse. Infecção generalizada - A infecção generalizada, também chamada de sepse, é definida pelo Instituto Latino Americano de Sepse como “uma condição de risco de vida que surge como resposta do corpo a uma infecção, danificando os seus próprios tecidos e órgãos”. Qualquer infecção pode evoluir para uma infecção generalizada. Bacteremia - é a presença de bactérias na corrente sanguínea. Pode ter origem primária (entrada direta na corrente sanguínea via agulhas, infusões contaminadas, cateter, etc.) ou secundária (a partir de um foco primário de infecção, através de disseminação hematogênica ou linfática). Na maioria das vezes o próprio organismo é capaz de eliminá-las sem que ocorra a infecção. A bacteremia, caso evolua para uma infecção, pode causar a sepse. Sepse - é uma reação inflamatória sistêmica, complexa e grave, devida a um processo infeccioso. Resulta de uma complexa interação entre o microrganismo infectante e a resposta imune, pró-inflamatória e pró-coagulante do hospedeiro. Pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e protozoários. A sepse pode ser desencadeada por qualquer infecção, seja ela sanguínea, urinária, pulmonar, intestinal, de pele, etc. A infecção local pode também atingir a circulação sanguínea e provocar a infecção generalizada. A resposta do hospedeiro e as características do organismo infectante são as principais variáveis fisiopatológicas da sepse. Dessa maneira ocorre progressão da sepse quando o hospedeiro não consegue conter a infecção primária por resistência à opsonização, à fagocitose, a antibióticos e presença de superantígenos. Septicemia - seria algo como sepse + bacteremia, mas esse termo não é muito utilizado corretamente. Muitos profissionais usam-no como sinônimo de sepse. Na septicemia além do processo inflamatório intenso há também a multiplicação de bactérias no sangue, algumas vezes com liberação de toxinas, deixando o quadro clínico ainda pior. Segue a seguinte ordem de etapas 1. Inflamação 2. Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS) 3. Sepse 4. Sepse grave 5. Choque séptico Fisiopatologia da infecção Julia Paris Malaco – UCT14 O desencadeamento de resposta do hospedeiro à presença de um agente agressor infeccioso constitui um mecanismo básico de defesa. A fisiopatologia da infecção envolve diversos mecanismos que confluem a partir da exposição do organismo a algum patógeno ou suas toxinas, desencadeando uma resposta imune mediadas por citocinas, ativando neutrófilos, plaquetas e monócitos que geram a inflamação e danos aos tecidos do organismo. Essa resposta descontrolada lesa o endotélio vascular piorando a perfusão devido a vasoconstrição, o que contribui para uma maior ativação das vias inflamatórias, tornando os mecanismos da sepse um ciclo vicioso. Resposta imune e inflamação – Dentro do mecanismo de defesa, ocorrem fenômenos inflamatórios, que incluem ativação de citocinas, produção de óxido nítrico, radicais livres de oxigênio e expressão de moléculas de adesão no endotélio. Há também alterações importantes dos processos de coagulação e fibrinólise. O mecanismo de defesa contra patógenos está organizado em respostas imunes inatas (receptores toll-like) e respostas imunes adaptativas. Moléculas de superfície de bactérias Gram- positivas (peptideoglicanos) e de bactérias Gram- negativas (lipopolissacarídeos - LPS) ligam-se aos receptores toll-like em monócitos, macrófagos e neutrófilos, que culminam com a transcrição de várias citocinas, como o TNF-α e a interleucina-6 (IL-6). Respostas imunológicas adaptativas são específicas para cada tipo de microrganismo, amplificando a resposta imune inata. Linfócitos B produzem imunoglobulinas, existe ativação do sistema complemento, Linfócitos TH1 secretam citocinas pró- inflamatórias (TNF-a, IL-1b), Linfócitos TH2 secretam citocinas anti- inflamatórias (IL-4, IL-10). Todas essas ações têm o intuito fisiológico de combater a agressão infecciosa e restringir o agente ao local onde ele se encontra. Ao mesmo tempo, o organismo contra regula essa resposta com desencadeamento de resposta anti inflamatória. O equilíbrio entre essas 2 respostas é fundamental para que o paciente se recupere. O desequilíbrio entre essas 2 respostas, inflamatória e anti inflamatória, é o responsável pela geração de fenômenos que culminam em disfunções orgânicas. A ativação de uma extensiva rede de mediadores pró-inflamatórios pelo sistema imune inato tem papel significativo na progressão do choque, além de desempenhar papel fundamental para a lesão e disfunção de órgãos nessa situação. Naqueles que sobrevivem ao insulto inicial, segue- se uma forte resposta compensatória de características imunossupressoras, aumentando a predisposição a infecções secundárias e que contribuem para a alta mortalidade dos pacientes que tiveram choque séptico. Essa imunossupressão inclui a mudança de fenótipo do linfócito T (de TH1 para TH2) e a apoptose de linfócitos B, linfócitos T CD4+ e células do epitélio intestinal e pulmonar. Basicamente, temos alterações celulares e circulatórias, tanto na circulação sistêmica como na microcirculação. Entre as alterações circulatórias, os pontos mais marcantes são a vasodilatação e o aumento de permeabilidade capilar, ambos contribuindo para a hipovolemia relativa e hipotensão. Na microcirculação ocorre heterogeneidade de fluxo com redução de densidade capilar, trombose na microcirculação e alterações de viscosidade e composição das células sanguíneas. Todos esses fenômenos contribuem para a redução da oferta tecidual de oxigênio e, por consequência, para o desequilíbrio entre oferta e consumo, com aumento de metabolismo anaeróbio e hiperlactatemia. Além disso, fazem parte dos mecanismos geradores de disfunção os fenômenos celulares de apoptose e hipoxemia citopática, quando há dificuldade na utilização de oxigênio pelas mitocôndrias. Resumindo... O macrófago fagocita o microbiano e libera uma série de citocinas (interleucinas, TNF, complemento). Essas citocinas estimulam mais macrófagos que liberam mais citocinas gerando um círculo, que pode se tornar vicioso quando se descontrola. Essas citocinas se expandem além do triângulo e começam a ser liberadas na corrente sanguínea e começa afetar órgãos alvos (pulmão, rim, cérebro). Sepse se resume na reação do próprio Julia Paris Malaco – UCT14 organismo perante ao agente infeccioso e a resposta inflamatória. As maiores mudanças fisiopatológicas nos pacientes com sepse grave e choque séptico incluem o choque vasoplégico (choque distributivo), disfunção miocárdica, alteração de fluxo microvascular, ativaçãoda coagulação e dano endotelial difuso. A lesão endotelial difusa resulta em “vazamento” microvascular com edemas de órgãos e tecidos, hipotensão e choque. A permeabilidade capilar aumentada é causada pela perda do glicocálice endotelial e desenvolvimento de espaços entre as células endoteliais (vazamento para celular). O choque vasoplégico (choque distributivo), devido à falha da musculatura vascular lisa em se contrair, resulta em dilatação arterial e venosa. Imunidade inata Constitui a defesa inicial do organismo, prevenindo que microrganismos entrem e estabeleçam infecções. Seus mecanismos existem antes mesmo da exposição ao antígeno. Possui 3 funções iniciais: Resposta inflamatória inicial aos microrganismos, prevenindo, controlando ou eliminando alguns patógenos Eliminar células danificadas e iniciar o reparo tecidual Servir de estímulo para início das respostas imunes adaptativas e otimiza-las. Sua atuação pode ser do tipo Físico/Mecânico através das barreiras epiteliais como pele e mucosas respiratória e gastrointestinal. Também pode ser do tipo Inflamatória, com produção de defensinas e catelicidinas produzidas pelas células epiteliais e leucócitos presentes naturalmente no epitélio. Aqui, entram em ação os monócitos (posteriormente macrófagos) e neutrófilos, migrando para a área infectada. Também atuam aqui as células dendríticas, realizando seu papel de célula apresentadora de antígeno, e os mastócitos. Células Natural-Killer (NK): São um subtipo de célula linfoide da resposta imune inata. Sua principal função é destruir células sabidamente infectadas com vírus e produzir interferon-gama para a ativação de macrófagos. Sua atuação não destrói células com expressão normal de receptores MHC de classe I, diferenciando as células normais das infectadas. Além dos mecanismos físicos e celulares envolvidos, existe um grupo de proteínas que está presente na circulação sanguínea e nas membranas de algumas células. É o chamado sistema complemento. Esse grupo é composto por uma série de enzimas proteolíticas, ou seja, capazes de ativar outras proteínas. Essa ativação ocorre de forma sequencial e é conhecida como cascata enzimática. Esse sistema possui 3 vias de ativação sendo que o objetivo de todas é chegar à via comum, representada pela clivagem da proteína C3. Essas vias são chamadas de alternativa, clássica e via da lectina. É importante salientar que apenas a via alternativa e da lectina são componentes da imunidade inata. De forma simples, a via alternativa é ativada através de proteínas na superfície dos microrganismos invasores, sem qualquer regulação extra. A via clássica envolve a ligação dos anticorpos aos antígenos de membrana. Já a via da lectina é ativada quando a lectina se liga aos fragmentos de manose da parede bacteriana, ativando a via clássica, apesar de ser ativada por um mecanismo inato. Esse sistema complexo de proteínas tem objetivo de opsonizar microrganismos e facilitar a fagocitose, servir de quimioatrativos para fagócitos e formar um complexo proteico que destrói o organismo. Principais características da resposta imune inata: O reconhecimento de microrganismos funciona através de padrões moleculares associados à patógenos (PAMPs). Essas estruturas incluem proteínas, ácidos nucléicos, lipídios e carboidratos. Essas macromoléculas normalmente são comuns a alguns grupos de microrganismos e não costumam ser encontradas em células humanas. Geralmente, são estruturas essenciais para a vida do microrganismo, de forma que não possam ser descartadas pelo mesmo. Além disso, o sistema é capaz de reconhecer padrões moleculares associados ao dano (DAMP’s) que, como o nome sugere, são liberados por células do hospedeiro quando destruídas. Os receptores usados para esse reconhecimento são chamados de receptores de reconhecimento de padrão, presentes em várias células. Julia Paris Malaco – UCT14 Como exemplos temos os receptores do tipo Toll, receptores do tipo NOD, tipo RIG e lectinas. Os receptores do tipo Toll merecem atenção especial pois foram conservados evolutivamente durante a história. Existem 9 diferentes tipos funcionais em humanos, dentre eles, alguns são produzidos na membrana celular e outros expressos no citoplasma de células do hospedeiro. Os principais PAMP 's reconhecidos por esses receptores são lipopolissacarídeos bacterianos (LPS), estruturas contendo manose, RNAs de fita dupla e simples. Após esse reconhecimento, os macrófagos iniciam o processo de fagocitose, importante etapa do processo inflamatório realizado pela imunidade inata. O receptor tipo Toll tem papel inicial reconhecendo, por exemplo, uma bactéria adjacente ao macrófago. Assim, pseudópodes são projetados em direção ao patógeno na tentativa de englobá-lo ao seu próprio citoplasma. Dentro do citoplasma, a bactéria permanece englobada por uma vesícula, chamada de fagossomo. Esse fagossomo é então acoplado aos lisossomos, formando o fagolisossomo. Esses lisossomos são capazes de secretar substancias nocivas à bactéria e passam a destruí-la em pequenos pedaços. Esses pedaços podendo ser reaproveitados para apresentação antigênica ou excretados pela célula. Mecanismo das infecções graves: Inflamação aguda: reação precoce dos tecidos locais e vasos sanguíneos em resposta à lesão Células endoteliais o Produzem agentes antiplaquetários e antitrombócitos, que mantem a permeabilidade do vaso, e vasodilatadores e constritores que regulam o fluxo o Fornece uma barreira de permeabilidade seletiva o Regulam o extravasamento de leucócitos pela expressão de moléculas de adesão o Regulam e modulam a Resposta imune pela síntese e liberação de fatores estimuladores de colônias hematopoéticas Plaquetas: liberam mediadores inflamatórios, aumentado a permeabilidade vascular, alteração da propriedade quimiotática, adesivas e proteolíticas das células endoteliais Neutrófilos e monócitos: o Neutrófilos: primeiro fagócito a chegar no local da inflamação; produzem produtos oxigenados e nitrogenados que auxiliam na destruição de resíduos engolfados por células fagocíticas o Monócitos→Macrófagos: chegam após os neutrófilos e desempenham função fagocítica como macrófagos durante vários dias; produzem mediadores vasoativos (PG, LC, FAP, Citocinas, Fatore de crescimento) Eosinófilos, basófilos e mastócitos: produzem mediadores que induzem o processo inflamatório; São particularmente importantes nos casos de inflamação associada a reação de hipersensibilidade imediata e distúrbios alérgicos, bem como em infecções parasitárias o Fase vascular: inicia logo após a lesão Vasodilatação o Iniciada após contrição transitória o A área torna-se congestionada, causando vermelhidão e calor associado a um processo de inflamação aguda o Induzida por vários mediadores, como histamina e ácido nítrico, bradicina e prostaciclina Alteração do fluxo sanguíneo Aumento da permeabilidade vascular e extravasamento de líquidos o Há aumento da concentração de constituintes do sangue, estagnação do fluxo e coagulação de sangue no local da lesão o Perda de proteína plasmática reduz a pressão osmótica intracapilar e aumenta a pressão osmótica do líquido intersticial, causando edema, dor e comprometimento funcional o Aumento da permeabilidade é induzido por histamina, bradicinina, leucotrienos e outros Padrões de resposta vascular o Resposta transitória imediata: ferimentos leves (Desenvolve após a lesão e de curta duração; Não afeta capilares e arteríolas) o Resposta sustentada imediata: lesões mais graves e continuada durante vários dias (Resultado de dano direto ao endotélio;Afeta arteríolas, capilares e vênulas) o Resposta hemodinâmica tardia (Pode originar de efeito direto do agente nocivo, que conduz danos tardios nas células endoteliais) Julia Paris Malaco – UCT14 o Fase celular: alteração nas células endoteliais e deslocamento de leucócitos fagocíticos Marginação e adesão ao endotélio o Leucócitos permanecem concentrados ao longo da parede do endotélio durante as fases iniciais da resposta inflamatória o Aderem-se firmemente ao endotélio e começam a deslocar em movimento de rolamento, e quando aderirem a moléculas de adesão intracelular, fixa-se ao endotélio Transmigração através do endotélio o A adesão provoca separação das células endoteliais, possibilitando que os leucócitos migrem através da parede vascular para os espaços teciduais por pseudópode Quimiotaxia: leucócitos vagam pelo tecido por quimioatratores Ativação de leucócitos e fagocitose: o Reconhecimento e aderência - Se dá por receptores específicos na superfície de células fagocíticas; Micróbios se ligam por RPR ou indiretamente por Opsonização o Englobamento: A endocitose é mediada por extensões citoplasmáticas que cercam e encerram a partícula em uma vesícula fagocítica o Morte intracelular: produtos tóxicos de oxigênio e nitrogênio, lisozimas, proteases Resposta inata: disparar uma resposta inflamatória, que envolve cascata complexa de eventos e mediadores inflamatórios o Composta pela Camada epitelial e Resposta inflamatória o Resposta inata imune depende da capacidade do organismo em distinguir entre as PAMPs e aquelas que fazem parte da célula do organismo o A resposta é rápida, ocorrendo de minutos a horas; Células da imunidade inata: Neutrófilos e macrófagos Neutrófilos: resposta precoce na imunidade inata; permanecem dormentes na corrente sanguínea Monócitos: liberados da medula óssea para corrente sanguínea para migrar no tecido e amadurecer em Macrófagos e Células dendríticas Macrófagos: essenciais para bactérias que rompem a barreira epitelial o Capacidade fagocítica dependente do reconhecimento de Estruturas da superfície do patógeno (PAMPs) o Atuam, juntamente com Células dendríticas, como iniciadores da resposta imunológica adaptativa Secreção de substâncias que iniciam e coordenam a resposta inflamatória e imunológica o Células dendríticas Leucócitos especializados, que realizam uma ponte entre o Sistema imunológico inato e adaptativo Permanecem na forma imatura para capturar os agentes externos e transporta-los em tecidos linfoides secundários Ativadas, passam a funcionar como Células apresentadoras de antígenos, capazes de iniciar a imunidade adaptativa o Células citotóxicas naturais e linfócitos intraepiteliais Células NK têm capacidade de matar espontaneamente microrganismos-alvos, bem como exterminar alguns tipos de tumor e células infectadas Ajudam na maturação de células dendríticas e no controle imunológico inato de infecções virais Células expressam receptores inibitórios que reconhecem padrões em células hospedeiras e atuam para inibir a ação das células NK - Reconhecimento do patógeno: baseia-se na capacidade de diferenciação de Self e Non- self o Patógenos invasores possuem Padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs), que são reconhecidos pelas células do SI inato, que possuem os Receptores de reconhecimento de padrões (RPR) o Os RPR enviam sinais intracelulares, que desencadeiam respostas pro-inflamatória e antimicrobiana (síntese e liberação de citocinas, quimiocinas e moléculas de adesão celular) e podem amplificar a resposta inflamatória o Uma vez iniciado o processo, Leucócitos, Neutrófilos e Monócitos migram da corrente sanguínea para os tecidos, Julia Paris Malaco – UCT14 juntamente com outros líquidos corporais causando edema periférico Receptores Toll-like o TLR é um tipo de RPR o Há 11 diferentes TLR e cada um reconhece um PAMP distinto o A ligação de um PAMP a um TLR, desencadeia a transdução de um sinal intracelular e ativação de processos celulares o Há ativação dos Fatores de transcrição: NF-Kb - Regula a produção de proteínas componentes da Imunidade inata; Podem ser divididos de acordo com o reconhecimento dos PAMPs e de acordo com a distribuição celular; TLR4: reconhecimento e resposta fagocítica aos LPS de bactérias GN; TLR2: liga-se a peptidoglicano, componente da parede celular de bactérias GP; TLR5: reconhece Flagelina, encontrada em bactérias com flagelos Mediadores solúveis Opsoninas: Moléculas que ligam-se na membrana celular e aumentam a capacidade de reconhecimento e ligação de células fagocíticas ao microrganismo o Proteínas de fase aguda, Lectinas, Proteínas do complemento, IgG e IgM Citocinas inflamatórias: proteínas que funcionam como mensageiros químicos que medeiam a interação das células imunológicas com células do tecido o TNF-a, Linfotoxina, Interferons (gama, alfa, beta), Interleucinas (1, 6, 12), Quimiocinas o Modulam a imunidade inata realizando a quimiotaxia de leucócitos, estimulação de proteínas de fase aguda e inibição da replicação viral Proteínas de fase aguda: proteínas produzidas no fígado em resposta a ativação de citocinas pró-inflamatórias, que atuam como opsoninas e ativadores da via alternativa do sistema complemento o Lectina ligante de Manose (MBL): liga-se a resíduos de manose o Proteína C reativa (PCR): liga-se a fosfolipídios e açúcares de superfície de micróbios Sistema complemento: possibilita ao organismo localizar a infecção e destruir microrganismos invasores Quando ativadas, leva a Opsonização, Quimiotaxia, Iniciação de resposta inflamatória local e Lise final do patógeno Existem 3 vias paralelas que resultam na ativação, mas convergem para a proteína C3, essencial para fase de amplificação o Via clássica: iniciada por complexo Antígeno-anticorpo o Via da lectina e Alternativa: ativadas quando expostas a polissacarídeos de superfície microbiana, MBL, PCR e outros mediadores Durante a fase de ativação da cascata do complemento, a clivagem de C3, produz C3a (provoca migração de neutrófilos) e C3b (opsonina) A produção de C3a, C4a e C5a, conduz a ativação de mastócitos e basófilos, que liberam mediadores (histamina, heparina)que aumentam o fluxo sanguíneo e causam aumento localizado da permeabilidade capilar Na fase final do complemento, a clivagem de C5, desencadeia a montagem de um Complexo de ataque a membrana da proteína C5-C9, que cria uma estrutura tubular que penetra a membrana da célula microbiana, possibilitando a passagem de substâncias, levando a lise dela Bacteremia Bacteremia é a presença de bactérias na corrente sanguínea. Pode ocorrer de forma espontânea, durante certas infecções teciduais, em consequência do uso de cateteres geniturinários ou intravenosos, ou depois de procedimentos dentários, gastrintestinais, geniturinários, cuidados com feridas, ou outros procedimentos. A bacteremia pode causar infecções metastáticas, incluindo endocardite, especialmente nos pacientes com anormalidades valvares cardíacas. A bacteremia transitória é, muitas vezes, assintomática, mas pode causar febre. A evolução da bacteremia e o desenvolvimento de outros sintomas geralmente sugere infecções mais sérias, como sepsia ou choque séptico. Infecções metastáticas da meninge ou das cavidades serosas, como as do pericárdio ou de articulações maiores, podem resultar de bacteremia transitória ou sustentada. Julia Paris Malaco – UCT14 A bacteremia pode ser transitória e não ter nenhuma consequência ou levar a infecções focais metastáticas ou sépsis. Bacteremia émais comum após procedimentos invasivos, particularmente aqueles que envolvem dispositivos ou materiais internos. Se houver suspeita de bacteremia, administrar antibióticos empiricamente depois que culturas das potenciais fontes e sangue forem obtidas. Condições que aumentam a probabilidade de bacteremia em desenvolvimento incluem: Imunossupressão, devido a infecção pelo HIV ou terapia medicamentosa Antibioticoterapia, que altera o equilíbrio de tipos de bactérias no corpo Doença prolongada ou grave Alcoolismo ou outra droga abuso Subnutrição Doenças ou terapia com drogas que causam úlceras nos intestinos, por exemplo, a quimioterapia para o câncer Na bacteremia, as bactérias tendem a se alojar e a se acumular em certas estruturas do corpo, como válvulas cardíacas anormais. As bactérias estão especialmente propensas a se acumular em qualquer material artificial presente no corpo, como cateteres intravenosos e articulações e válvulas cardíacas artificiais (prostéticas). Essas coleções (colônias) de bactérias podem permanecer anexadas aos locais e soltar bactérias na corrente sanguínea de forma contínua ou periódica. Bacteremia é mais comum após procedimentos invasivos, particularmente aqueles que envolvem dispositivos ou materiais internos. Clínica Sintomas: A presença de bactérias na corrente sanguínea normalmente é assintomática, no entanto, quando ocorre a resposta do sistema imunológico devido à presença do organismo, há o surgimento de sintomas que podem ser característicos de sepse ou até mesmo choque séptico, como: Espasmos musculares/ tremores são um sinal indireto de bacteremia, porém o principal Febre (acima de 38,3 ° C) Alteração na frequência respiratória; Calafrios; Diminuição da pressão; Aumento da frequência cardíaca; Alteração na concentração de glóbulos brancos, o que pode deixar a pessoa mais suscetível a doenças. Diagnóstico: é feito com cultura de uma amostra de sangue. Se houver suspeita de bacteremia, sepse ou choque séptico, os médicos geralmente coletam uma amostra de sangue para que possam cultivar (fazer uma cultura) a bactéria no laboratório e identificá-la. Se necessário, os médicos podem tentar cultivar as bactérias a partir de outras amostras (como urina ou escarro). Tratamento: Antibióticos Em pacientes com suspeita de bacteremia, antibióticos empíricos são administrados após a obtenção de culturas adequadas. O tratamento precoce da bacteremia com um esquema antimicrobiano adequado parece melhorar a sobrevida. Terapêutica contínua envolve o ajuste dos antibióticos de acordo com os resultados de cultura e de testes de sensibilidade, drenagem cirúrgica de todos os abscessos e, geralmente, a remoção de qualquer dispositivo interno suspeito de ser a fonte de bactérias. SRIS O termo Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) foi proposto para descrever a reação inflamatória desencadeada pelo organismo frente a qualquer agressão infecciosa ou não-infecciosa. https://www.msdmanuals.com/pt/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/diagn%C3%B3stico-de-doen%C3%A7a-infecciosa/diagn%C3%B3stico-de-doen%C3%A7a-infecciosa#v8349409_pt Julia Paris Malaco – UCT14 SIRS e sepse ocorrem por estímulo excessivo de mediadores pró-inflamatórios ou da reação à resposta sistêmica inflamatória a uma variedade de estímulos infecciosos e não-infecciosos. Sepse associada a diminuição da pressão arterial (hipotensão arterial) de difícil tratamento ou refratária é definida como choque séptico. Os mediadores são os mesmos do processo inflamatório agudo: IL-1, IL-6, IL-8 e T NF alfa. Antes atuavam na inflamação local e agora, na SIR S, atingem a circulação sistêmica Sintomas: A SIRS se caracteriza pela presença de ao menos dois dos seguintes critérios clínicos: Temperatura corporal > 38 °C (febre) ou <36 °C (hipotermia) o Febre: a elevação da temperatura (1 a 4oC) ocorre em resposta a pirogênios – substâncias que estimulam a síntese de PG no hipotálamo. Frequência respiratória > 20 incursões respiratórias/minuto (taquipnéia) Pressão parcial de CO2 no sangue arterial < 32mmHg. Frequência cardíaca > 90 batimentos cardíacos/minuto (taquicardia) PA < 90, sistólica de 40 (em hipertensos 60 a 80) Aumento ou redução significativos do número de células brancas (leucócitos) no sangue periférico (>12.000 ou <4.000 células/mm3), ou presença de mais 10% leucócitos jovens (bastões). o A contagem de leucócitos, em geral, pula de 15.000 para 20.000 células/μL, mas pode alcançar níveis extraordinariamente elevados de 40.000 para 100.000 células/mL (denominadas reação leucemoide). As alterações sistêmicas associadas à inflamação são coletivamente chamadas de resposta da fase aguda ou – em casos graves – de síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS). Elas representam respostas a citocinas produzidas por produtos bacterianos (p. ex., endotoxina) ou por outros estímulos inflamatórios. A resposta da fase aguda consiste de algumas alterações clínicas graves e de mudanças patológicas: Na sepse, os organismos e/ou a endotoxina podem estimular a produção de quantidades enormes de algumas citocinas, notavelmente TNF e IL-1. Níveis elevados dessas resultam em uma tríade de coagulação intravascular disseminada (CIVD), distúrbios metabólicos e insuficiência cardiovascular, descrita como choque séptico Fala-se em agravo quando há sepse, sepse grave e choque séptico. Sepse é um indivíduo com SIRS + infecção Sepse grave (evolução da sepse) é um quadro de SIRS + infecção + hipoperfusão. Choque séptico é sepse grave + hipotensão. Fisiopatologia A fisiopatogenia da SRIS pode ser dividida em três estágios. O primeiro é exclusivamente local e mediado pela produção de citocinas o segundo, representado pela liberação de pequenas concentrações dos mediadores químicos, acentuando os efeitos locais e iniciando os sistêmicos, a fase aguda inflamatória. Já o terceiro estágio, ocorre quando não há reestabilização da homeostase do organismo, com evolução para um quadro generalizado e a ocorrência dos efeitos colaterais da SRIS Com o desenvolvimento da resposta inflamatória, há uma vasodilatação periférica acompanhada do aumento na permeabilidade vascular, gerando diminuição do volume intravascular. Além disso, há liberação do fator depressor do miocárdio liberado pelo pâncreas isquêmico, resultando na redução drástica da perfusão sanguínea tecidual, levando a isquemia e hipóxia. Com a resposta pró-inflamatória exacerbada ocorre a liberação de mediadores químicos, em virtude da hipoperfusão, acarretando no desenvolvimento dos sinais clínicos: Hipertermia Hipotensão arterial Disfunção pulmonar com sequestro de neutrófilos Quimiotaxia neutrofílica Anorexia Anomalias metabólicas Julia Paris Malaco – UCT14 Ativação plaquetária Vasoconstrição ou vasodilatação Isquemia e ulceração gastrointestinal. Com a evolução do processo inflamatório, inicia- se a fase dos efeitos colaterais gerados pela resposta do organismo, como lesões celulares, fechamento do esfíncter pré-capilar, “shunt” arteriovenoso, vasodilatação, depressão miocárdica, excessiva permeabilidade vascular, formação de “microtrombos” leucocitários, agregação plaquetária juntamente com coagulação intravascular disseminada e ativação do sistema retículo endotelial levando a gravíssimas alterações metabólicas. As citocinas quando liberadas acarretam em injúrias endoteliais, levando ao aumento da permeabilidade vascular, vasodilatação arteriolar, hipotensão arteriale hipoperfusão tecidual com danos isquêmicos, podendo resultar na síndrome de disfunção de múltiplos órgãos (SDMO). Em resposta a hipotensão arterial, há ativação do sistema renina-angiotensinaaldosterona (SRAA) como tentativa de aumentar o volume circulatório, evitando o desenvolvimento da insuficiência renal aguda. No sistema gastrointestinal, há diminuição do peristaltismo devido a isquemia vascular, facilitando a adesão e translocação bacteriana, além das erosões ulcerativas na mucosa intestinal, potencializando o quadro da SIRS. A função hepática com a ocorrência da hipotensão arterial poderá sofrer uma diminuição no metabolismo de substâncias tóxicas provenientes do intestino, levando ao acúmulo das mesmas na circulação sistêmica, agravando o processo inflamatório. O sistema cardiorrespitarório também é acometido, resultando na insuficiência miocárdica com diminuição da função sistólica, levando a queda do débito cardíaco e o aparecimento de arritmias cardíacas graves. Com as injúrias endoteliais nos alvéolos pulmonares, edemas, hemorragia microvascular, trombose e a perda da substância surfactante, podem ocorrer, resultando em hipoxemia profunda, denominada Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA). Com a evolução do quadro clínico, há ativação endotelial e migração neutrofílica, lesionando o tecido saudável com a liberação de substâncias citotóxicas precursoras da coagulação intravascular disseminada (CIVD). Com a ativação dos fatores de coagulação e inibição da fibrinólise, ocorre o depósito de fibrina com sua remoção ficando deficiente da microcirculação, a formação de trombos, depleção dos fatores de coagulação e ativação plaquetária, resultando em manifestações hemorrágicas que agravam todo o quadro clínico do paciente acometido pela síndrome. Os principais mediadores inflamatórios envolvidos na SRIS são as moléculas de adesão (selectinas, integrinas e imunoglobulinas), o óxido nítrico (NO), os produtos do metabolismo do ácido aracdônico (tromboxano A2, prostaglandinas e os leucotrienos), o fator ativador plaquetário (PAF) e principalmente as citocinas. O óxido nítrico (NO), um importante neurotransmissor, atua na imuno-regulação do processo inflamatório de forma benéfica ou tóxica, conforme sua concentração ou depuração tecidual. Sua função é regular a pressão arterial, sinalização intercelular, antagonizar as contrações da musculatura lisa vascular, inibir a ativação plaquetária, modificar a adesão leucocitária com diapedese dos neutrófilos. Liberado pela musculatura lisa venosa, miocárdica e endocárdica, sua produção excessiva contribui para a ocorrência da vasodilatação, características estas do choque séptico, com estudos sugerindo a administração de arginina em altas dosagens, para o bloqueio completo de sua produção. Outra característica marcante na SRIS é a liberação de diversas citocinas e proteínas de fase aguda, como o aumento do TNF-alfa e interleucinas (IL-1, IL-6, IL-8, IL-10, IL-12 e IL-18). O TNF-α, IL-1 a IL-8 e as demais, promovem o recrutamento de leucócitos para o sítio inflamatório com o aumento da atividade microbicida, resposta fundamental para o controle da infecção no caso de sepse. A IL-8 é um potente agente quimiotáxico e ativador neutrofílico, que aumenta a resposta inflamatória pela indução da liberação de radicais livres e enzimas proteolíticas, contribuindo para a eliminação dos microorganismos. A IL-6 participa na indução da febre, da síntese protéica na fase aguda pelo fígado e na evolução clínica do paciente, sendo correlacionada com aumento da mortalidade em modelos experimentais de sepse. Julia Paris Malaco – UCT14 O fator de necrose tumoral (TNF-α), poliptídeo importante para desencadeamento da SRIS, é considerado o principal mediador químico da resposta inflamatória aguda e a única citocina capaz de induzir de maneira isolada a SIRS. Sua liberação através dos macrófagos ativados estimula a função de adesão neutrofílica às células endoteliais, aumentando a atividade fagocítica das células polimorfonucleares, a permeabilidade capilar e o sistema complemento, com a indução da coagulação intravascular disseminada (CIVD). Outros mediadores inflamatórios envolvidos no mecanismo de ação da SRIS são: a histamina e serotonina, com a finalidade de aumentar a permeabilidade vascular e a contração da musculatura lisa; o fator de adesão plaquetária (PAF) que promove a liberação de mediadores plaquetários, ativação de neutrófilos e há evidências de sua participação na necrose intestinal; os tromboxanos que promovem a agregação plaquetária e dos polimorfonucleares, com as prostaglandina E2 (PGE-2) levando ao aumento da vasodilatação pela ação da histamina. Em relação a apoptose celular na SRIS, em seres humanos há diminuição da taxa de apoptose nos neutrófilos, devido ação de endotoxinas e citocinas, que aumentam o tempo de sobrevida e o número de neutrófilos circulantes, na tentativa de fortalecer as defesas orgânicas. Já no tecido linfóide o aumento da apoptose é significativa, contribuindo para hipofunção do sistema imune, prejudicando a terapêutica na intervenção da síndrome. Além disso, os linfócitos e as células dendríticas são os mais atingidos com a apoptose, com essa última, tendo a função de apresentação dos antígenos para resposta imune inata e adquirida. A apoptose ocorre com maior incidência nos órgãos com as funções já comprometidas, como no endotélio vascular, na reparação e remodelação pulmonar depois da SARA e macrófagos com disfunção e infectados. Diagnostico: principal marcador é o lactato Tratamento Reposição volêmica para correção de lactato (soro) No tratamento da SRIS o atendimento baseia-se nas prioridades diagnóstica, terapêutica e suspeita clínica, iniciando essas medidas e as laboratoriais nas primeiras 6 horas, como a oxigenoterapia, a mensuração do lactato sérico, a realização de hemocultura, a antibioticoterapia endovenosa e o controle da hipotensão arterial com utilização, se necessário, de vasopressores. Nas primeira 24 horas, a terapêutica de manutenção é indicada, considerando o uso de dosagens baixas de sedativos ou hipnóticos, heparina na prevenção do tromboembolismo venoso e ainda, a utilização de antagonista H2 para o controle das úlceras gástricas ocasionadas por estresse. Um fator determinante para o sucesso do tratamento é a restauração da oxigenação celular, através da realização da oxigenioterapia em casos de saturação parcial de oxigênio (SpO2) menor que 93%, PaO2 menor que 80mmHg ou hematócrito abaixo de 24%. Além do início da fluidoterapia adequada, procedimento este fundamental para a correção hipovolêmica, hoje considerada um potente estimulador da resposta inflamatória. A melhora da hemodinâmica é indicada mesmo quando não há perda de fluído aparente, pois a diminuição do volume circulatório é dado pelo processo inflamatório devido às modificações na barreira endotelial com o aumento da permeabilidade vascular. Sugerindo nestes casos, administração de fluídos em volume e velocidade adequados para a estabilização da pressão venosa central. A combinação de colóides com cristalóides diminuem a probabilidade da ocorrência da hemodiluição, hipoproteinemia, edema e disfunção orgânica devida o uso de volumes aumentados de cristalóides. Sepse Sepse: Acontece quando a SRIS com o foco infeccioso é confirmada ou suspeita. Sepse grave: Este é um estágio delicado, em que o organismo já apresentou uma resposta Julia Paris Malaco – UCT14 exagerada a infecção atacando até mesmo órgãos que antes estavam saudáveis.O desencadeamento de resposta do hospedeiro à presença de um agente agressor infeccioso constitui um mecanismo básico de defesa. Dentro do contexto dessa resposta, ocorrem fenômenos inflamatórios, que incluem ativação de citocinas, produção de óxido nítrico, radicais livres de oxigênio e expressão de moléculas de adesão no endotélio. Há também alterações importantes dos processos de coagulação e fibrinólise. Deve-se entender que todas essas ações têm o intuito fisiológico de combater a agressão infecciosa e restringir o agente ao local onde ele se encontra. Ao mesmo tempo, o organismo contra regula essa resposta com desencadeamento de resposta anti inflamatória. O equilíbrio entre essas duas respostas é fundamental para que o paciente se recupere. O desequilíbrio entre essas duas forças, inflamatória e anti inflamatória, é o responsável pela geração de fenômenos que culminam em disfunções orgânicas. Basicamente, temos alterações celulares e circulatórias, tanto na circulação sistêmica como na microcirculação. Entre as alterações circulatórias, os pontos mais marcantes são a vasodilatação e o aumento de permeabilidade capilar, ambos contribuindo para a hipovolemia relativa e hipotensão. Do ponto de vista da microcirculação, temos heterogeneidade de fluxo com redução de densidade capilar, trombose na microcirculação e alterações de viscosidade e composição das células sanguíneas. Todos esses fenômenos contribuem para a redução da oferta tecidual de oxigênio e, por consequência, para o desequilíbrio entre oferta e consumo, com aumento de metabolismo anaeróbio e hiperlac- tatemia. Além disso, fazem parte dos mecanismos geradores de disfunção os fenômenos celulares de apoptose e hipoxemia citopática, quando há dificuldade na utilização de oxigênio pelas mitocôndrias. De forma resumida, a sepse ocorre quando a liberação de mediadores pró inflamatórios em resposta a uma infecção ultrapassa os limites Resposta desequilibrada disfunção orgânica sepse Reconhecimento da disfunção orgânica: Hipotensão (pressão arterial sistólica PAS < 90mmHg ou pressão arterial média PAM < 65mmHG) Sonolência, confusão, agitação ou coma SatO2 < 90%, necessidade de O2 ou dispneia Extremidades frias e pegajosas Taquicardia Diurese < 0,5 mL/kg/h Creatinina > 2mg/dL Lactato acima do valor de referência Plaquetas > 150mil Bilirrubinas > 2mg/dL Disfunção de trato gastrointestinal Disfunção renal (oligúria) Alteração Hepática Alteração Nervosa (confusão mental) Fatores de risco: O risco de sepse é maior nas pessoas com quadros clínicos que reduzem a habilidade de combater infecções sérias. Esses quadros clínicos incluem o seguinte: Ser recém-nascido (consulte Sepse no recém- nascido) Ser um adulto mais velho Estar grávida Ter certas doenças crônicas como diabetes ou cirrose https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/infec%C3%A7%C3%B5es-em-rec%C3%A9m-nascidos/sepse-no-rec%C3%A9m-nascido https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/infec%C3%A7%C3%B5es-em-rec%C3%A9m-nascidos/sepse-no-rec%C3%A9m-nascido https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-metab%C3%B3licos/diabetes-mellitus-dm-e-dist%C3%BArbios-do-metabolismo-da-glicose-no-sangue/diabetes-mellitus-dm https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/doen%C3%A7as-hep%C3%A1ticas-e-da-ves%C3%ADcula-biliar/fibrose-e-cirrose-hep%C3%A1tica/cirrose-hep%C3%A1tica Julia Paris Malaco – UCT14 Ter um sistema imunológico enfraquecido devido ao uso de medicamentos que suprimem o sistema imunológico (como medicamentos quimioterápicos ou corticosteroides) ou devido a determinados distúrbios (como câncer, AIDS e distúrbios imunológicos) Quadro clinico A sepse se caracteriza pela presença de sinais de disfunção orgânica, com manifestações clínicas decorrentes dos órgãos em disfunção. Aceleração da frequência respiratória Falta de ar Aceleração dos batimentos cardíacos Temperatura acima de 38 °C (febre) Temperatura abaixo de 36 °C (hipotermia) Fraqueza extrema Vômitos Diminuição da quantidade de urina Queda da pressão arterial Alterações da consciência com sonolência, agitação ou confusão mental (especialmente em idosos). A taquicardia é geral mente reflexa à redução da resistência vascular, objetivando garantir o débito cardíaco. A taquipneia advém do aumento da produção de CO2, do estímulo direto do centro respiratório por citocinas ou, quando há insuficiência respiratória, surge em consequência da hipoxemia. Disfunção neurológica: A sepse pode cursar com graus variáveis de alteração do nível de consciência, da confusão ao estupor ou coma. Delirium é bastante frequente, principalmente em pacientes idosos. A polineuropatia e as miopatias são frequentes e embora não surjam nas fases mais agudas, exigem atenção. A resposta inflamatória parece ser o principal fator responsável pela degeneração axonal difusa motora e sensitiva, característica da sepse. Ela se expressa por hiporeflexia, fraqueza e atrofia muscular, dificultando o desmame, prolongando o tempo de ventilação mecânica e aumentando o risco de pneumonia e de novos episódios sépticos. Consequentemente, espera-se que pacientes acometidos por sepse apresentem desorientação, confusão, agitação psicomotora e/ou letargia, podendo estes sinais clínicos se manifestar já no início do quadro séptico. Disfunção respiratória Taquipneia, dispneia e comprometimento das trocas gasosas com hipoxemia caracterizam a lesão pulmonar na sepse, sinais clínicos que podem ser facilmente reconhecidos pelo enfermeiro durante o exame físico. Podemos definir disfunção pulmonar de causa inflamatória quando esta relação encontra-se abaixo de 300, na ausência de comprometimento primariamente cardíaco. Os novos conceitos denominam síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) leve quando essa relação está entre 200 e 300, moderada quando entre 100 e 200 e grave quando abaixo de 100. Além disso, frequentemente observamos resultados de gasometria arterial, compatíveis com alcalose respiratória, decorrente da hiperventilação ou hipoxemia, Disfunção cardíaca A disfunção cardiovascular é a manifestação mais grave do quadro séptico. A hipotensão é secundária à vasodilatação (redução da resistência vascular sistêmica) e diminuição nas pressões de enchimento das câmaras cardíacas. Esse estado de hipovolemia pode ser agravado pelas perdas secundárias ao extravasamento capilar característico dos quadros sépticos. Além disso, contribuem para a hipovolemia o aumento das perdas insensíveis em decorrência da febre ou taquipneia e a redução da ingestão de líquidos. A redução do enchimento capilar, cianose de extremidades e livedo são marcadores de hipoperfusão. https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/c%C3%A2ncer/preven%C3%A7%C3%A3o-e-tratamento-do-c%C3%A2ncer/quimioterapia https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/c%C3%A2ncer/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-o-c%C3%A2ncer/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-o-c%C3%A2ncer https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%A3o-pelo-v%C3%ADrus-da-imunodefici%C3%AAncia-humana-hiv/infec%C3%A7%C3%A3o-pelo-v%C3%ADrus-da-imunodefici%C3%AAncia-humana-hiv https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/doen%C3%A7as-imunol%C3%B3gicas/doen%C3%A7as-decorrentes-de-imunodefici%C3%AAncia/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-imunodefici%C3%AAncias https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/doen%C3%A7as-imunol%C3%B3gicas/doen%C3%A7as-decorrentes-de-imunodefici%C3%AAncia/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-imunodefici%C3%AAnciasJulia Paris Malaco – UCT14 Os tecidos passam a produzir energia de forma anaeróbica e os níveis de lactato se elevam. Disfunção hepática A elevação de transaminases é, portanto, discreta nos quadros sépticos e o aparecimento de icterícia pode ser um sinal de mau prognostico. Disfunção renal Hipovolemia e hipotensão, que resultam em hipoperfusão, como por lesão direta, prejudicando assim a filtração glomerular. Pode ocorrer necrose tubular aguda e lesão por apoptose celular. A disfunção renal caracteriza-se pela diminuição do débito urinário (< 0,5ml/kg/h) e pelo aumento nos níveis séricos de ureia e creatinina Disfunção hematológica O endotélio se torna pró-coagulante, contribuindo para a deposição de fibrina e geração de trombose na microcirculação, com consequente hipoperfusão, isquemia levando a disfunção orgânica. Esse quadro denomina-se coagulação intravascular disseminada (CIVD). Na sepse, ao contrário de outras doenças, as principais maniestações clínicas da CIVD são as disfunções orgânicas e não o sangramento. O coagulograma se mostra alterado, com alargamento do tempo de tromboplastina parcial e redução da atividade de protrombina Habitualmente, ocorre leucocitose com aumento do número de bastonetes (>10%) e linfopenia. Além disso, por vezes, pode haver leucopenia, que parece ter relação com um prognóstico mais obscuro. Para avaliar sepse grave Disfunção orgânica: para avaliar deve-se solicitar gasometria, função renal e hepática hemograma, coagulograma, e realizar escala de Glasgow Hipoxemia (P/F < 300) – troca gasosa ruim Diurese < 0,5ml/kg/h Creatinina aumentada > 0,5 – a creatinina demora para subir na disfunção renal, sela já está alterada em 0,5 quer dizer que já está acontecendo uma disfunção orgânica. Íleo paralitico – ausência de ruídos hidroaéreos Plaquetas < 100.000 Tempo de protrombina (INR) > 1,5 TTPA > 60 seg – disfunção hepática Bilirrubina total > 4mg/dl Alteração no nível de consciência Hipotensão tecidual Lactato > 9mg/dl – hiperlactatemia – se não tem oxigênio evolui para metabolismo anaeróbio, aumentando. Aumento do tempo de enchimento capilar > 4,5 seg. Variáveis clinicas Hipotensão Pressão arterial sistólica (PAS) < 90 mmHg Pressão arterial media (PAM) < 70 mmHg Queda > 40 mmHg na PAS – em casos de paciente hipotenso Diagnostico Sepse: SIRS e infecção documentada ou presumida. Sepse grave: disfunção orgânica induzida pela própria sepse. Choque séptico: sepse grave com hipotensão arterial refratária à reposição volêmica, sendo necessário uso de drogas vasoativas. (SOFA é critério de prognostico) SOFA: A avaliação para diagnóstico se dá através do score SOFA. Ele avalia diversas disfunções como: respiratória (PaO2/FiO2), de coagulação (plaquetas), hepática (bilirrubina), cardiovascular (pressão), nervosa (Glasgow), renal (creatinina e débito urinário). qSOFA (SOFA rápido): é a presença de dois ou mais dos três critérios a seguir: PAS < 100 mmHg Glasgow < 15; FR > 22 irpm. O qSOFA é usado apenas para identificação do paciente com sepse e aqueles com maior probabilidade de óbito. O escore de quick sofa (qsofa) avalia a disfunção orgânica. Qsofa > 2 aumenta a suspeita de sepse (mas não é diagnóstico) Julia Paris Malaco – UCT14 Tendo suspeita, aplica-se o SOFA. Suspeita clinica pela história e exame OU ter 2 de 3 critérios do Quick SOFA (FR ≥ 22rpm; alteração mental; PAS ≤ 100mmHg). Sepse será um aumento de pelo menos 2 pontos em relação ao SOFA basal do paciente; Choque séptico na nova proposta seria PAM < 65mmHg, com necessidade de drogas vasoativas E lactato elevado; Exames complementares Hemograma completo: leucocitose/leucopenia Glicemia: hiperglicemia Função renal: ureia e creatinina Função hepática: aminotransferases e bilirrubina Gasometria arterial: alcalose respiratória acidose metabólica – paciente inicialmente taquipneico vai gastando CO2, reduzindo-o. se o PCO2 está baixo o Ph pode aumentar, pois o CO2 acidifica o Ph. Entao esse paciente pode ter uma alcalose respiratória (um dos sinais da sepse é a taquipneia). Se o paciente evolui com hipoperfusao, aumenta o lactato correndo acidose metabólica (sinal de gravidade). Coagulograma: TAP, PTT, fibrinogênio Lactato: indica metabolismo anaerobeo – maior gravidade quando não normaliza - A hiperlactatemia na sepse é atribuída ao metabolismo anaeróbio secundário à má perfusão tecidual. PCR: > 10 mg/dl Pro-calcitonina (PTC): > 1 mg/dl Raio c de torax e ECG Hemocultura 2 pares, EAS, urinocultura Cultura de locais suspeitos (pleural, LCR, cateter, etc) Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS), que é definida por 2 ou mais dos 4 critérios abaixo: Temperatura > 38,3°C ou < 36,0°C (Temperatura central); FC > 90 bpm; FR > 20ipm ou PaCO2 < 32 mmHg ou necessidade de ventilação mecânica; Leucócitos > 12.000/mm ou < 4.000/mm ou > 10% de formas imaturas. Tratamento 1º hora O primeiro pacote deve ser implementado na primeira hora, incluindo coleta de lactato sérico e de hemocultura, antes da administração de antibioticoterapia. Administração de antibióticos de amplo espectro e da administração de cristalóides para reposição volêmica em pacientes Julia Paris Malaco – UCT14 hipotensos ou com lactato aumentado (acima de duas vezes o valor normal). O lactato, se alterado inicialmente, deve ser novamente coletado em 2 a 4 horas. Após a coleta de culturas, inicia- se esquemas antimicrobianos de amplo espectro, de acordo com o foco infeccioso, local de aquisição da infecção, dos riscos relacionados com o paciente, como imunodeprimidos, ou portadores de cateter de longa permanência em antibioticoterapia empírica (uso inicial de antimicrobianos baseado nos agentes mais prováveis da infecção). 6º hora A reavaliação das 6 horas deve ser feita em pacientes que se apresentem com choque séptico, hiperlactatemia ou sinais clínicos de hipoperfusão tecidual. A continuidade do cuidado é importante, por isso entende-se que durante as seis primeiras horas o paciente deve ser reavaliado periodicamente. Para isso é importante o registro da reavaliação do status volêmico e da perfusão tecidual. As seguintes formas de reavaliação poderão ser consideradas: o Mensuração de pressão venosa central o Variação de pressão de pulso o Variação de distensibilidade de veia cava o Elevação passiva de membros inferiores o Qualquer outra forma de avaliação de responsividade a fluídos (melhora da pressão arterial após infusão de fluidos, por exemplo) o Mensuração de saturação venosa central Importância do lactato: determinação do lactato sérico é obrigatória nos casos suspeitos de sepse, visto que níveis acima do normal por si são considerados como disfunção e definem a presença de sepse. A hiperlactemia na sepse é atribuída ao metabolismo anaeróbio secundário à má perfusão tecidual. É considerado o melhor marcador de hipoperfusão disponível à beira leito. Níveis iguais ou superiores a 4,0 mM/L (36 mg/dL) na fase inicial da sepse indicam a necessidade das medidas terapêuticas de ressuscitação. Nesse caso, nova mensuração entre duas e quatro horas está indicada para acompanhamento do seu clareamento, como definido no pacote de tratamento atual.Nos casos em que o paciente apresente hiperlactatemia, deve ser considerado a infusão inicial de solução cristalóide (30 mL/kg), pois na fase aguda a hiperlactatemia deve ser abordada como um sinal de hipoperfusão, de acordo com a monitoração e evolução do caso. Após a infusão inicial de fluidos, nova mensuração do lactato deve ser realizada, pois aqueles que evoluírem com clareamento do lactato de pelo menos 10% nas primeiras 6 horas, apresentam um prognóstico melhor. Tratamento inicial de hipoperfusão: Nos casos de sepse com hipotensão arterial ou hiperlactatemia significativa, com níveis duas vezes acima do valor de referência, a principal intervenção terapêutica nas primeiras horas é a reposição volêmica agressiva. A hipovolemia na sepse é multifatorial, sendo decorrente da venodilatação, do aumento da permeabilidade capilar, da redução da ingestão hídrica oral e aumento das perdas insensíveis por febre e taquipneia, por exemplo. Em decorrência disso, há redução do conteúdo intravascular e do enchimento do ventrículo direito, com consequente redução do débito cardíaco. Além disso, como já mencionado, pode haver disfunção miocárdica com redução da contratilidade ventricular. Assim, a medida central para normalização da oferta de oxigênio é a reposição volêmica. Caso os pacientes permaneçam hipotensos mesmo após a reposição volêmica inicial, com Julia Paris Malaco – UCT14 pressão arterial média menor que 65 mmHg, deve ser iniciado vasopressor. Medidas Gerais: Obter acesso venoso, suplementação de oxigênio e monitorização; Ressuscitação inicial seguindo o pacote das 3 e 6 horas. Medidas Específicas: Antibioticoterapia de amplo espectro (< 1 hora a admissão); A escolha do antibiótico depende do sítio de infecção, do uso prévio de antimicrobianos, comorbidades, patógenos locais. Deve ser reavaliado diariamente para possível descalonamento. Se houver suspeita que o acesso venoso seja a fonte de infecção, esse deve ser removido imediatamente. Se houver suspeita de abscesso, drenar o mais breve possível (sugere-se nas próximas 12 horas de internação). Reposição volêmica Cristalóide: 30mL/kg (objetivar pelo menos esse volume, mas pode usar mais ou menos conforme reavaliação da volemia). Terapia vasopressora É recomendada quando não se atinge o alvo da PAM, após a reposição volêmica; Noradrenalina é a droga de escolha; Adrenalina pode ser associada, quando for necessário um agente adicional para manter PAM. A vasopressina é uma opção. Terapia inotrópica É recomendada caso haja evidência de disfunção do miocárdio ou sinais de hipoperfusão apesar da PAM e volume intravascular otimizados (podemos usar saturação venosa central, clerance de lactato ou outros parâmetros para avaliar). Dobutamina: 2,5 a 15 mcg/kg/min. Corticoterapia Indicado quando choque refratário; Hidrocortisona: 200mg/d preferencialmente em infusão contínua. Tipos de choque Definição de choque: hipóxia celular tecidual sistêmica Choque Hipovolêmico O choque hipovolêmico é resultante da redução do volume intravascular secundário a perda de sangue ou fluidos e eletrólitos, gerando assim uma redução da pré-carga e consequentemente do débito cardíaco (DC).4 A resistência vascular sistêmica (RVS) aumenta numa tentativa de manter a perfusão de órgãos vitais. Sua causa mais comum é a hemorragia. A fim de recuperar a perfusão tecidual o organismo lança mão de estratégias fisiológicas como a ativação simpática. Essa ativação desencadeia três respostas principais. A primeira é a contração das arteríolas, que aumenta a resistência vascular periférica (RVP). A segunda é a contração das veias, que aumenta o retorno venoso e, consequentemente a pré-carga. E a terceira são os efeitos cardíacos diretos: o aumento da frequência cardíaca (efeito cronotrópico positivo) e o aumento da força de contração do coração (efeito inotrópico positivo). Tais efeitos atuam em conjunto contribuindo para o aumento da pressão arterial (PA). Isso por que: PA= DC X RVP, ou seja, a PA é diretamente proporcional ao débito cardíaco (DC) e a resistência vascular periférica (RVP). Essa última foi aumentada com a contração arteriolar mediada pelo simpático. O débito cardíaco, por sua vez; é dado por: DC = DS X FC, ou seja, o débito cardíaco é diretamente proporcional ao débito sistólico (DS), que consiste no volume de sangue ejetado pelo coração a cada batimento cardíaco, e à frequência cardíaca (FC). Esta última foi alterada pela ativação simpática (efeito cronotrópico positivo). O débito sistólico, por sua vez, sofre influência tanto da contratilidade cardíaca (efeito inotrópico positivo, resultado da ativação simpática) quanto do retorno venoso (aumentado pela vasoconstrição venosa). O choque hipovolêmico pode ser facilmente diagnosticado caso haja sinais clínicos claros Julia Paris Malaco – UCT14 de instabilidade hemodinâmica ou se a fonte de perda de volume sanguíneo for evidente. Caso contrário, pode ser facilmente confundido com outro tipo de choque ou até mesmo, nem diagnosticado como tal. Choque Cardiogênico Ocorre como consequência de uma falência da bomba cardíaca, resultando na incapacidade do coração de manter uma adequada perfusão tecidual, mesmo na presença de volume intravascular adequado.5 O infarto agudo do miocárdio (IAM) afetando ventrículo esquerdo representa 74,5% das suas causas. o Poderá demandar o uso de balão intra- aórtico para manter a perfusão cardíaca. A revascularização coronária aumenta a sobrevida nos paciente cujo choque foi causado por isquemia miocárdica Assim como ocorre no choque hipovolêmico, no choque cardiogênico também haverá ativação simpática desencadeada pelos barorreceptores e quimiorreceptores. No entanto, é importante ressaltar que neste tipo de choque, a bomba de propulsão (coração) está comprometida. Isso porque, o IAM, por exemplo, se desenvolve exatamente por uma diminuição da oferta de oxigênio pelas artérias coronárias, que nutrem o músculo cardíaco. Com os efeitos simpáticos sobre o coração, este quadro se agrava. Além de a oferta estar diminuída, a demanda metabólica do miocárdio aumentará, já que a contração e a frequência cardíaca aumentadas consumirão ainda mais oxigênio. Choque Obstrutivo Resulta de uma obstrução mecânica ao débito cardíaco, causando a hipoperfusão. o Dependendo de sua causa base, pode exigir tratamento imediato ainda na sala de emergência. Choque Distributivo É caracterizado pela presença de má distribuição do fluxo sanguíneo relacionado a uma inadequação entre a demanda tecidual e a oferta de oxigênio, fenômeno descrito como shunt. Nesse caso, o débito cardíaco encontra-se preservado, dado que não há qualquer problema nem com a bomba cardíaca, nem com o volume circulante de sangue. É importante observar que o choque distributivo é a única modalidade de choque em que ocorre vasodilatação. Em todos os outros tipos de choque vai ocorrer uma vasoconstrição reflexa, que ocorre como mecanismo compensatório determinado pela ativação simpática. No choque distributivo esse mecanismo compensatório não consegue atuar, já que a musculatura lisa arteriolar se encontra seriamente lesada, não respondendo ao estímulo simpático. Por esse motivo, o choque distributivo é o tipo de choque mais grave, apresentando pior prognóstico e maiores índices de mortalidade. A vasodilatação periférica que ocasiona o choque distributivo tem quatro causas distintas, as quais dão nome aos quatro principais subtipos de choque distributivo: o séptico, o anafilático,o neurogênico e o decorrente de crise adrenal. O choque séptico é o exemplo clássico, mais importante e mais prevalente do choque distributivo. Diferentemente dos outros tipos de choque, o distributivo é consequência de uma redução severa da RVS, e o DC aumenta após a administração de fluidos numa tentativa de compensar a RVS diminuída. A vasodilatação periférica que leva ao choque distributivo pode ser causada por subtipos de choque: Séptico: inflamação -> ativação imunológica - > lesão endotelial -> aumento da permeabilidade vascular + síntese de óxido nítrico o Antibioticoterapia empírica deverá ser instituída precocemente até que se tenham os resultados das culturas e o tratamento específico possa ser empregado. Na sepse existem metas norteadoras da ressuscitação inicial durante as seis primeiras horas segundo diretrizes internacionalmente aceitas. São elas: PVC de 8-12 mmHg; PAM ≥65 mmHg; Diurese ≥0,5 mL/kg/h; Pressão venosa ou SvcO2 de 70% e 65% respectivamente; normalizar os níveis de lactato nos pacientes com níveis altos. Anafilático: prurido, rash cutâneo, rouquidão, dispneia, manifestações do TGI. A má perfusão tecidual no choque anafilático também é resultado de uma vasodilatação generalizada e tem hemodinâmica semelhante ao choque séptico. No entanto, a causa é distinta, pois no choque séptico a causa é infecção, enquanto no choque anafilático a causa é alergia. De fato, no choque anafilático, o paciente sofre uma reação alérgica ao ser exposto a um antígeno, a que é previamente sensível. A interação antígeno-anticorpo, mediada pela Julia Paris Malaco – UCT14 imunoglobulina E, é extremamente significativa e provoca a degranulação de mastócitos com consequente liberação de histamina (dentre outros mediadores). A histamina produz venodilatação, diminuindo o retorno venoso; vasodilatação arteriolar, diminuindo a resistência vascular periférica; e aumento da permeabilidade vascular, causando extravasamento de plasma e proteínas dos capilares para os espaços intersticiais. O grande aumento da permeabilidade pode produzir o edema de glote, que muitas vezes leva ao óbito antes mesmo que o choque circulatório se instale. Obviamente, nem toda reação alérgica produz choque anafilático. A intensidade e a distribuição dessa reação irão depender do grau de hipersensibilidade do indivíduo àquele determinado antígeno. No entanto, há casos em que tal reação é tão significativa que leva o indivíduo à morte em poucos minutos. o O tratamento inclui adrenalina e anti- histamínicos. Neurogênico: lesão da medula espinal acima do nível torácico superior, grave TCE ou fármacos anestésicos. O choque neurogênico culmina na má perfusão tecidual pela perda súbita do tônus vascular. Tônus vascular é um estado de ligeira contração mantido nos vasos sanguíneos pelo sistema nervoso autônomo, e é crucial para a manutenção da PA e da PEC. A perda desse tônus de forma sistêmica causa dilatação das arteríolas - diminuição da RVP -, e das vênulas - diminuindo o retorno venoso. Esse desequilíbrio hemodinâmico causa o choque, semelhante ao anafilático e ao séptico. O choque neurogênico ocorre devido à injúria no centro vasomotor no sistema nervoso central. Tal injúria pode ser proveniente de anestesia geral profunda (por excessiva depressão do centro vasomotor), uso de drogas ou fármacos que deprimem o sistema nervoso central, anestesia espinhal (por bloqueio da descarga simpática acima da medula espinhal) ou por lesão cerebral difusão que cause paralisia vasomotora. Achados clínicos principais: Hipotensão: ocorre na maioria dos pacientes que chegam ao prontosocorro, podendo ser absoluta (PAS 40 mmHg na PAS), entretanto não necessariamente está presente, e deve-se restaurar a perfusão o mais precocemente possível, mesmo na sua ausência. Oligúria: é um dos sinais mais precoces do choque e a melhora deste parâmetro ajuda a guiar a terapêutica. Alterações do estado mental: são mudanças contínuas durante o choque e geralmente cursam com agitação, podendo progredir para confusão ou delírio e finalmente em obnubilação e coma. Acidose metabólica: ocorre devido à redução da conversão do lactato pelo fígado, rins e músculo esquelético, além do aumento da produção do mesmo pelo metabolismo anaeróbio quando o choque progride para falência circulatória e hipóxia. Má perfusão periférica: Avaliada por uma pele fria, pegajosa e com enchimento capilar lentificado (>3 segundos), este quadro clínico ocorre devido aos mecanismos de vasoconstrição periférica para redirecionar o fluxo aos órgãos vitais nos choques hipodinâmicos. Entretanto, é diferenciada no choque distributivo, onde antes do mecanismo de vasoconstrição compensatório, apresenta uma pele corada, hiperemiada e quente. Achados sugestivos: Hipovolêmico: Dependendo da causa, o paciente pode apresentar hematêmese, hematoquesia, melena, náusea, vômitos, evidências de trauma, ou ser paciente de pós- operatório. Manifestações clínicas incluem pele, axilas, língua e mucosa oral secas, além de redução do turgor cutâneo. Cardiogênico: Dependendo da causa, pode haver dispneia, dor no peito ou palpitações. Muitos pacientes apresentam história de doença cardiovascular. Ao exame físico pode haver crepitantes à ausculta respiratória refletindo a congestão pulmonar, além de sopro, galope ou abafamento de bulhas a ausculta cardíaca. Pode haver sinais de congestão pulmonar a radiografia, sinais de isquemia miocárdica ao eletrocardiograma (ECG) além de elevação de enzimas cardíacas. Obstrutivo: A presença de sinais de insuficiência respiratória, enfisema subcutâneo, ausência de murmúrio vesicular, timpanismo a percussão e desvio de traqueia sugerem fortemente pneumotórax hipertensivo.8 Taquicardia, bulhas abafadas e estase jugular sugerem tamponamento cardíaco. Outros sinais como dispneia, dor retroesternal, cianose e pulso paradoxal podem estar presentes e correlacionados a TEP, coartação de aorta, entre outros. Julia Paris Malaco – UCT14 Distributivo: Dependendo da causa, pode haver dispneia, tosse produtiva, disúria, hematúria, calafrios, mialgias, dor, história de picada de insetos ou trauma raquimedular. Ao exame físico, o paciente pode apresentar febre, taquipneia, taquicardia, petéquias, alteração do estado mental, rubor, e leucocitose ao hemograma. Reposição volêmica agressiva: A pré-carga deve ser aumentada visto que a hipovolemia, seja ela absoluta ou relativa, quase sempre está presente,inclusive em determinadas fases dos choques cardiogênico e distributivo. A dose da reposição volêmica inicial é habitualmente de 2 litros no adulto e de 20 mL/kg na criança, e a resposta ao volume deve ser monitorizada pela diminuição da taquicardia, melhora do débito urinário e do estado neurológico. Transfusões são reservadas a pacientes com grandes perdas (>30% volemia). Em geral procura- se manter o hematócrito em 30% e a hemoglobina em 10 g/dL. Choque séptico A sepse é uma síndrome clínica de disfunção de órgãos com risco de vida, causada por uma resposta desregulada a infecções. No choque séptico há uma redução crítica da perfusão tecidual; pode ocorrer falência aguda de múltiplos órgãos, incluindo pulmões, rins e fígado. Choque é a hipoperfusão sistêmica e a hipoxia celular que resultam da redução no débito cardíaco ou no volume efetivo do sangue circulante (hipotensão). O choque é a via comum final de muitos eventos letais, incluindo hemorragia severa, trauma extenso, grande infarto do miocárdio, embolia pulmonar massiva e sepse. Patogênese Um estímulo inflamatório (p. ex., uma toxina bacteriana) desencadeia a produção de mediadorespró-inflamatórios, incluindo FNT e IL-1. Essas citocinas causam adesão de neutrófilos a células endoteliais, ativam o mecanismo de coagulação e geram microtrombos. Eles também liberam inúmeros outros mediadores, incluindo leucotrienos, lipoxigenase,histamina, bradicinina, serotonina e IL-2. Eles sofrem oposição de mediadores anti- inflamatórios, como IL-4 e IL-10, resultando em um mecanismo de feedback negativo. Inicialmente, artérias e arteríolas se dilatam, diminuindo a resistência arterial periférica; tipicamente, o débito cardíaco aumenta. Esse estágio foi denominado “choque quente”. Depois, o débito cardíaco pode diminuir, a PA cai (com ou sem aumento da resistência periférica) e aparecem características típicas de choque. Mesmo no estágio de débito cardíaco aumentado, mediadores vasoativos fazem com que o sangue se desvie das redes capilares (um defeito distributivo). O fluxo capilar precário decorrente dessa derivação, juntamente com a obstrução capilar por microtrombos, diminui a entrega de oxigênio e reduz a capacidade de remoção de dióxido de carbono e produtos de excreção. A perfusão diminuída causa disfunção e, às vezes, falência de um ou mais órgãos, incluindo rins, pulmões, fígado, encéfalo e coração. O choque é agrupado em três categorias principais: Choque cardiogênico: baixo débito cardíaco por obstrução do fluxo eferente (EP) ou falência da bomba miocárdica (p. ex., infarto do miocárdico, arritmia ou tamponamento). Choque hipovolêmico: baixo débito cardíaco devido à perda do volume sanguíneo por hemorragia ou perda de fluido (ou seja, queimadura). Choque séptico: resulta de vasodilatação e formação de acúmulo sanguíneo periférico causado por infecção microbiana (e pela resposta imune do hospedeiro); sua patogênese é complicada (ver adiante). A característica patogênica comum é a liberação de mediadores inflamatórios das células da imunidade inata e adquirida que produzem vasodilatação arterial, perda de líquido intravascular e represamento de sangue venoso. Essas anormalidades cardiovasculares resultam em hipoperfusão tecidual, hipoxia celular e desarranjos metabólicos que levam à disfunção dos órgãos e, se graves e persistentes, à falência de órgãos e morte. Deve-se notar que as Julia Paris Malaco – UCT14 diferentes causas desse choque (de origem microbiana ou não) associado à inflamação produzem um conjunto semelhante de achados clínicos, que compreendem a chamada síndrome de resposta inflamatória sistêmica. As causas mais raras de choque são neurogênica, com perda de tônus vascular e estase periférica (acidente anestésico ou lesão na medula espinal), e anafilática, com vasodilatação sistêmica e aumento da permeabilidade vascular (hipersensibilidade mediada por IgE. Os fatores que, possivelmente, desempenham os papéis principais na fisiopatologia do choque séptico são os seguintes: Respostas inflamatória e anti-inflamatória: Na sepse, vários componentes da parede celular microbiana se acoplam aos receptores nas células do sistema imune inato, desencadeando respostas pró- inflamatórias. Provavelmente, iniciadores de inflamações na sepse ativam vias de sinalização através dos receptores Toll-like, que reconhecem inúmeras substâncias derivadas de micróbios que contêm o chamado “padrão molecular associado a patógenos” (PAMPs), além dos receptores acoplados à proteína G. Uma vez ativadas, as células imunes inatas produzem TNF, IL-1, IFN-γ, IL-12, e IL-18, além de outros mediadores inflamatórios, tais como a proteína B1 do grupo de alta mobilidade (HMGB1). Espécies reativas de oxigênio e mediadores lipídicos como prostaglandina e o fator de ativação plaquetário (PAF) também são produzidos. Essas moléculas efetoras induzem células endoteliais (e outros tipos de células) a aumentarem a expressão de moléculas de adesão e a estimularem a produção adicional de citocinas e quimiocinas. A cascata do complemento também é ativada pelos componentes microbianos, diretamente e através da atividade proteolítica da plasmina, resultando na produção de anafilotoxinas (C3a, C5a), fragmentos quimiotáticos (C5a) e opsoninas (C3b), todos os quais contribuem para o estado pró- inflamatório. Além disso, os componentes microbianos podem ativar a coagulação diretamente através do fator XII ou indiretamente através da alteração das funções do endotélio (discutido adiante). A ativação disseminada da trombina que ocorre pode aumentar a inflamação, posteriormente, pela ativação dos PARs nas células inflamatórias. O estado hiperinflamatório iniciado pela sepse também ativa mecanismos imunossupressores contrarregulatórios, que envolvem tanto células da imunidade inata como da adquirida. Como resultado, os pacientes sépticos podem oscilar entre estados hiperinflamatórios e imunossupressores durante a sua evolução clínica. Os mecanismos propostos para a supressão imune incluem o desvio da produção de citocinas pró-inflamatórias (TH1) para anti-inflamatórias (TH2), a produção de mediadores anti- inflamatórios (p. ex., receptores TNF solúveis, antagonistas do receptor de IL-1, e IL-10), apoptose de linfócitos, os efeitos imunossupressores das células apoptóticas e a indução de anergia celular. Ativação e lesão endoteliais: O estado pró-inflamatório e a ativação das células endoteliais associadas à sepse provocam aumento de permeabilidade vascular e edema tecidual, que têm consequências deletérias tanto no aporte de nutrientes como na remoção de escórias. Um efeito das citocinas inflamatórias é o afrouxamento das junções oclusivas das células endoteliais, causando a saída de líquido dos vasos, o que resulta no acúmulo de edema rico em proteína por todo o corpo. Essa alteração dificulta a perfusão do tecido e pode ser exacerbada pelo tratamento do paciente com a utilização de fluidos intravenosos. A ativação do endotélio também aumenta a produção de óxido nítrico (NO) e de outros mediadores inflamatórios vasoativos (p. ex., C3a, C5a e PAF), que podem contribuir para o relaxamento dos músculos lisos vasculares e hipotensão sistêmica. Indução de um estado pró-coagulante: A sepse altera a expressão de vários fatores que favorecem a coagulação. As citocinas pró-inflamatórias aumentam a produção do fator tecidual por monócitos e, possivelmente, também por células endoteliais, e diminui a produção de fatores anticoagulantes endoteliais, como o inibidor da via do fator tecidual, a trombomodulina e a proteína C. Elas também diminuem a fibrinólise Julia Paris Malaco – UCT14 aumentando a expressão do inibidor do ativador do plasminogênio 1 A saída de líquido intravascular e o edema tecidual diminuem o fluxo sanguíneo nos pequenos vasos, produzindo estase e diminuindo a eliminação dos fatores de coagulação ativados. Agindo em conjunto, esses efeitos levam à ativação sistêmica da trombina e ao depósito de trombos ricos em fibrina nos pequenos vasos, geralmente por todo o corpo, consequentemente comprometendo a perfusão tecidual. Na coagulação intravascular disseminada plenamente desenvolvida, o consumo dos fatores da coagulação e das plaquetas é tão grande que ocorre a deficiência destes, levando a hemorragias concomitantes. Anormalidades metabólicas: Os pacientes sépticos apresentam resistência à insulina e hiperglicemia. Citocinas, tais como o TNF e a IL-1, hormônios induzidos por estresse (como o glucagon, o hormônio do crescimento e glicocorticoides) e as catecolaminas conduzem à gliconeogênese. Ao mesmo tempo, as citocinas pró- inflamatórias suprimem a liberação de insulina, enquanto, simultaneamente,
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