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CURSO DE HISTÓRIA PARA PM-BA/2019 AULA 00 Prof. Marco Túlio O DESCOBRIMENTO DO BRASIL (1500) Prof. Marco Túlio ❑ A expedição de Cabral contava com navegadores experientes, cosmógrafos, frades franciscanos e funcionários da Coroa. Ela partiu no dia 9 de março de 1500, comandada pelo fidalgo Pedro Álvares Cabral. ❑ No dia 22 de abril de 1500, avistaram um elevado que foi batizado como Monte Pascoal. Desembarcaram e permaneceram em terra até o dia 2 de maio, quando seguiram viagem em direção às Índias. ❑ As terras encontradas foram batizadas de Vera Cruz, o que mostra a dimensão religiosa da colonização portuguesa. Também foi rezada uma missa logo após alcançarem terra. ❑ A viagem cabralina não foi uma "descoberta", mas uma tomada de posse em nome do rei de Portugal dos domínios atribuídos ao país desde o Tratado de Tordesilhas (1494). A expedição cabralina (1500): Conquista? Descobrimento? Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio ❑ Pero Vaz de Caminha era escrivão da armada de Cabral. Ele contava com 50 anos na época. ❑ A carta de Caminha, relato das terras identificadas pela expedição cabralina, é uma espécie de “certidão de nascimento” do Brasil. ❑ “achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou”. ❑ “Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares [...]. Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. ❑ “Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.” – Cristianização AS EXPEDIÇÕES PORTUGUESAS APRESENTARAM DIMENSÕES POLÍTICAS, ECONÔMICAS E RELIGIOSAS A carta de Caminha Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio BRASIL COLÔNIA (1530-1815): Prof. Marco Túlio ❑ Em 1530, a Coroa deu início ao processo de ocupação da América Portuguesa. Contribuíram para essa decisão: - notícia da descoberta de ouro e prata pelos espanhóis, em uma área que corresponde ao atual Peru; - intensificação da presença de estrangeiros; - declínio do comércio com as Índias. ❑ A expedição de Martim Afonso de Souza é o marco inicial do período colonial, pois tinha como objetivos: - ocupar a terra e dar início à exploração de seus recursos; - combater invasores estrangeiros; - procurar metais preciosos; - mapear o litoral dos domínios portugueses na América. A expedição de Martim Afonso de Souza Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio ❑ Criado em 1534, objetivava estimular a ocupação da terra. ❑ Dividiu a América Portuguesa em 15 largas faixas de terras, chamadas de capitanias. Elas ficaram aos cuidados de 12 donatários, nome dado a quem recebia a terra. ❑ Os capitães-donatários eram funcionários do Estado e membros da fidalguia lusa (pequena nobreza). Ao serem nomeados, passavam a ser a autoridade máxima em sua capitania, e quando morriam, seus filhos herdavam a administração. ❑ A posse das capitanias era regulada pela Carta de Doação. ❑ Os privilégios e deveres dos donatários eram estabelecidos pelo Foral. O sistema de Capitanias Hereditárias Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio Fonte: COTRIM, Gilberto. História global. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 281. O sistema de Capitanias Hereditárias DIREITOS DEVERES ▪ Criar vilas e distribuir terras (sesmarias) a quem desejasse e pudesse cultivá-las. ▪ Exercer a plena autoridade judicial e administrativa. ▪ Por meio da chamada “guerra justa”, escravizar os indígenas considerados inimigos, obrigando-os a trabalhar na lavoura. ▪ Receber 5% dos lucros sobre o comércio do pau-brasil. Assegurar ao rei de Portugal: ▪ 10% dos lucros sobre todos os produtos da terra; ▪ 25% dos lucros sobre metais e as pedras preciosas que fossem encontrados; ▪ o monopólio da exploração do pau-brasil. Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio ❑ O sistema de capitanias não funcionou por diversas razões: - Exigia investimentos vultuosos dos donatários; - Resistência indígena ❑ Algumas capitanias conseguiram prosperar, graças ao cultivo da cana de açúcar: Pernambuco e São Vicente. ❑ Criados alguns povoamentos, como Porto Seguro (1535) e Ilhéus (1536). O sistema de Capitanias Hereditárias Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio ❑ Criado para coexistir com o sistema de capitanias-hereditárias, o governo- geral centralizava a administração na Colônia. ❑ A sede do governo-geral foi instalada na antiga capitania da Bahia, devido ao seu posicionamento central. ❑ Foi construída a cidade de Salvador, a primeira capital e sede do primeiro bispado do Brasil. ❑ Grandes proprietários, chamados de “homens bons”, mantiveram sua influência nas Câmaras Municipais das vilas e cidades. O Governo-geral Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio ❑ Eram atribuições do governador-geral: - Comandar a defesa militar da colônia; - Manter relações com os governantes das capitanias e cuidar das finanças da Colônia; - Preencher cargos da Justiça e supervisionar seus funcionários. Também podia alterar penas; - Nomear párocos e fiscalizar as autoridades religiosas. ❑ Contava com alguns auxiliares: - ouvidor-mor → justiça - Provedor-mor → Finanças - Capitão-mor → defesa militar do litoral O Governo-geral Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio ❑ PRIMEIRO GOVERNO-GERAL (1549-1553) → Tomé de Souza - Fundação de Salvador - Incentivo à cana de açúcar - Organizou expedições em busca de ouro e prata. - Missões jesuíticas ❑ SEGUNDO GOVERNO-GERAL (1553-1558) → Duarte da Costa - França Antártica (1555-1567) - Reforço da atividade jesuítica ❑ TERCEIRO GOVERNO-GERAL (1558-1572) → Mem de Sá - Franceses expulsos do Rio de Janeiro - Luta contra rebeliões indígenas. O Governo-geral Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio O EXTRATIVISMO VEGETAL Prof. Marco Túlio ❑ Em 1530, as primeiras mudas chegaram oficialmente no Brasil na expedição de Martim Afonso de Souza, criador do primeiro engenho de açúcar na América Portuguesa. ❑ Condições climáticas favoráveis no Brasil. ❑ O primeiro engenho de açúcar, contudo, data de 1534, sendo construído em Pernambuco. ❑ Enquanto portugueses prevaleciam na produção do açúcar, holandeses se envolveram no transporte, refino e venda do produto no mercado europeu. ❑ O engenho é a unidade de produção açucareira. Somente proprietários muito ricos, chamados de senhores de engenho, dispunham do maquinário necessário para a feitura do açúcar. A empresa açucareira Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio P la n ta ti o n Monocultura Latifúndio Escravidão ❑ No engenho, a Casa-grande era a moradia do senhor e símbolo de seu poder político, social e econômico. ❑ Já a senzala era o local onde os escravizados eram trancafiados durante a noite. A presença de homens livres e pobres é bastante limitada, a ponto de nem chegarem a formar uma camada social própria. ❑ O açúcar produzido no Brasil era refinado pelos holandeses, que acabavam controlando o valor final do produto. A empresa açucareira Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio ❑ Em 1578, o rei português D. Sebastião desapareceu durante a Batalha de Alcácer-Quibir, travada contra os árabes no Marrocos. Como o rei não tinha herdeiros a coroa foi parar nas mãos do rei espanhol Filipe I. O período que vai de 1580 até 1640, quando os reis da dinastia filipina acumularam as coroas dos dois Estados da península, ficou conhecido entre os historiadores como União Ibérica. ❑ Em 1624 os holandeses criaram a Companhia das Índias Ocidentais, a fim de obterem territórios do outro lado do Atlântico. Em 08 de maio de 1624, os holandeses invadiram a Bahia e ocuparam Salvador. Com o auxílio de espanhóis e indígenas,os luso-brasileiros expulsaram os invasores. ❑ Em 14 de fevereiro de 1630, os holandeses ocuparam o litoral pernambucano, levando o governador da capitania, Matias de Albuquerque, a fugir para o interior. Eles permaneceram no Nordeste até 1654, quando foram expulsos pelos luso-brasileiros. A empresa açucareira Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio ❑ Em 1578, o rei português D. Sebastião desapareceu durante a Batalha de Alcácer-Quibir, travada contra os árabes no Marrocos. Como o rei não tinha herdeiros a coroa foi parar nas mãos do rei espanhol Filipe I. O período que vai de 1580 até 1640, quando os reis da dinastia filipina acumularam as coroas dos dois Estados da península, ficou conhecido entre os historiadores como União Ibérica. ❑ Em 1624 os holandeses criaram a Companhia das Índias Ocidentais, a fim de obterem territórios do outro lado do Atlântico. Em 08 de maio de 1624, os holandeses invadiram a Bahia e ocuparam Salvador. Com o auxílio de espanhóis e indígenas, os luso-brasileiros expulsaram os invasores. ❑ Em 14 de fevereiro de 1630, os holandeses ocuparam o litoral pernambucano, levando o governador da capitania, Matias de Albuquerque, a fugir para o interior. Eles permaneceram no Nordeste até 1654, quando foram expulsos pelos luso-brasileiros. A empresa açucareira Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio A ESCRAVIDÃO Prof. Marco Túlio ❖ A demanda por braços nos primeiros engenhos de açúcar fez com que muitos homens livres se dedicassem a organizar expedições partidas de São Paulo para a captura de indígenas (bandeiras de apresamento) ❖ O processo de escravização dos “negros da terra” contou com colaborações e resistências, além de causar a dizimação de milhões através de epidemias. ❖ Os europeus foram os primeiros a praticarem o comércio de escravizados no Atlântico. ❖ Para adquirir escravizados, os portugueses se utilizavam das feitorias criadas ao longo dos séculos XV e XVI. ❖ O comércio de almas mobilizava interesses de africanos, europeus e americanos. Eram adquiridos com tecidos, aguardente, tabaco e armas. Os traficantes os vendiam para engenhos, áreas de minas e outras atividades econômicas. ❖ O tráfico de escravos era a atividade mais lucrativa do Império Ultramarino Português. Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio ❖ Escravos de eito → escravizados que trabalhavam nas lavouras. ❖ Escravos domésticos → escravizados que trabalhavam nas habitações de seus senhores. ❖ Boçal → denominação utilizada para denominar escravizados recém-chegados da África. A maioria daqueles que foram fixados na Bahia eram iorubás. ❖ Ladino → escravizado que entendia a língua portuguesa e a rotina de trabalho na Colônia. ❖ Crioulos → escravizados nascidos no Brasil e que tinham o português como primeira língua. Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio ❑ Violência contra si mesmo → abortos e suicídios; ❑ Fugas individuais e coletivas, muitas delas contribuindo para a formação de quilombos ❑ Boicote e sabotagem da produção do senhor de escravos ❑ Negociações ❑ Sincretismo religioso Formas de resistência O BRASIL ALÉM DO AÇÚCAR Prof. Marco Túlio ❑ Na região amazônica, ao norte do território, prevaleceu a extração das chamadas drogas do sertão, nome dado aos produtos de origem vegetal extraídos da floresta, tais como a castanha-de-caju, a baunilha, o cacau, o urucum, o cravo e o anil. Parte deste lucrativo comércio era protagonizado por jesuítas que se instalam na região e se utilizam da mão de obra indígena para extrair as especiarias amazônicas ❑ No Maranhão, a extração de drogas do sertão foi conciliada com o cultivo do algodão. Inicialmente voltado para o abastecimento interno, sobretudo para a confecção de vestimentas dos escravizados, o algodão ganhou o mercado mundial após a Revolução Industrial, que aumentou a demanda pelo produto a partir da mecanização das indústrias têxteis. ❑ Outra atividade econômica que merece destaque é o cultivo do tabaco para a produção de fumo, produto mais importante para as exportações da América Portuguesa depois do açúcar, pois era utilizado como moeda de troca no tráfico de escravizados vindos da África. A Bahia se tornou a maior produtora de tabaco do Atlântico Sul, desenvolvendo seu cultivo principalmente na região do Recôncavo Baiano. Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio ❑ O gado bovino foi introduzido no Brasil em 1534, a partir da expedição de Martim Afonso de Souza, na capitania de São Vicente. Aos poucos, rebanhos passaram a ser criados nos engenhos. ❑ A destruição de lavouras pelos animais levou a Coroa a portuguesa, por meio da Carta Régia de 1701, a proibir a criação de gado em uma área de dez léguas da costa, o que resguardava os interesses econômicos dos senhores de engenho. Partindo principalmente das capitanias da Bahia e Pernambuco, os currais se deslocaram até a região agreste, para em seguida, ganhar o sertão. ❑ Ao sul da colônia, a paisagem dos pampas também se mostrou favorável à criação de bovinos, o que fez a região se consolidar como produtora de couro voltada para a exportação. ❑ As áreas de criação, denominadas de currais, empregavam em média uma dúzia de homens livres e mestiços, os chamados vaqueiros. Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio A pecuária O EXTRATIVISMO MINERAL Prof. Marco Túlio Podemos dividir a atividade mineradora na América Portuguesa em três períodos: → O início da exploração, a partir de 1690, com o achamento de ouro em Sabará; → O apogeu, que se inicia por volta de 1730 e 1740; → A crise, a partir de 1750. O primeiro documento criado pela Coroa a fim de regular a exploração aurífera foi o Regimento de 1702, que criava a Intendência das Minas, responsável pela administração e cobrança de tributos na região. Podemos destacar dois deles: - Quinto → 1/5 de todo o ouro extraído deveria ser entregue a Coroa portuguesa. Para que isso fosse devidamente fiscalizado pelos funcionários da metrópole, era preciso que o metal fosse transformado em barra e identificado com um selo da Coroa nas casas de fundição. A circulação de ouro em pó ou em pepita era proibida. - Capitação → Cobrança de um valor por cada escravo empregado na atividade mineradora. A sociedade do açúcar era dividida da seguinte forma: Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio ❑ Relativa mobilidade social ❑ Sociedade fortemente miscigenada, onde homens livres e escravizados se cruzavam por toda parte nos espaços urbanos. ❑ Era comum que muitas cativas que executavam atividades domésticas fossem também escravas de ganho, ou seja, se dedicassem à venda de mercadorias nas ruas. Os lucros obtidos eram repassados aos seus senhores, mas parte poderia ser mantida por ela, o que lhe permitia acumular para comprar sua própria alforria – ou seja, a sua liberdade. ❑ Um dos aspectos da sociedade mineradora que merece destaque é a criação das irmandades leigas, ou seja, que não eram compostas por clérigos. Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio Como elementos que ocuparam a ocupação do interior da colônia portuguesa, podemos destacar: ❑ Exploradores em expedições militares, financiadas pela administração para combater invasores; ❑ Bandeirantes, expedições de homens pobres que desbravavam o interior do território aprisionando indígenas, perseguindo cativos fugitivos ou procurando metais preciosos; ❑ Jesuítas, que fundaram aldeamentos para catequizar os indígenas e explorar as drogas do sertão; ❑ Criadores de gado. Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio A expansão territorial ❑ Tratado de Madri (1750) → beneficiou portugueses, pois concedeu a posse legal do Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Amazônia. ❑ Tratado de Santo Ildefonso (1777) → beneficiou espanhóis, pois parte do Rio Grande do Sul foi perdido, como a colônia de Sacramentoe dos Sete Povos das Missões. ❑ Tratado de Badajóz (1801) → beneficiou portugueses, permitindo que fosse recuperada boa parte do Rio Grande do Sul. A Espanha, contudo, permaneceu com o estuário do Prata. Portugal e as Grandes Navegações Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. 17ª ed. São Paulo: Ática, 2008.p. 20. Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio A CONJURAÇÃO BAIANA Prof. Marco Túlio Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio ❖ Em 1798, eclodiu uma revolta em Salvador que reuniu vários grupos populares, sob inspiração dos ideais iluministas (“francesias”). ❖ O objetivo era obter a independência de Portugal e fundar na região uma república igualitária, na qual todos os cidadãos teriam a mesma condição. ❖ Principais pontos: abolição da escravatura, proclamação da república, diminuição dos impostos, abertura dos portos, fim do preconceito e aumento salarial. ❖ Ideias mobilizadas em panfletos, produzidos por grupos cuja ascensão social era burlada pela cor da pele, como artesãos e soldados. ❖ Principais lideranças: Manuel Faustino, Lucas Dantas, João de Deus e Luís Gonzaga das Virgens. ❖ Participação feminina: Ana Romana e Domingas Maria do Nascimento A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL E O PRIMEIRO REINADO Prof. Marco Túlio Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio A ideia de Independência ❖ Nos debates constitucionais das Cortes prevaleceu a ideia de hegemonia de Lisboa sobre as demais partes do Império. Isso foi entendido pelas elites brasileiras como a perda de sua autonomia. ❖ Em 29 de setembro de 1821, as Cortes exigiram o retorno do príncipe regente para Portugal, mas este foi convencido a permanecer no Brasil pelas elites locais. ❖ Dia do Fico (09/02/1822) ❖ Resolvida a situação, D. Pedro partiu de volta para o Rio de Janeiro, mas no meio do caminho recebeu uma carta de José Bonifácio de Andrada e Silva, principal liderança favorável a um governo autônomo brasileiro. Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio A ideia de Independência Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio A ideia de Independência Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio A Independência da Bahia ❖ Comemorada no dia 2 de julho, data da expulsão das tropas portuguesas de Salvador em 1823. ❖ A guerra contra os portugueses na Bahia durou um ano e cinco meses, mobilizou mais de 16.000 pessoas só do lado brasileiro e custou centenas de vidas. ❖ Em fevereiro de 1822, depois de serem expulsos do Rio de Janeiro, os portugueses concentraram seus efetivos militares em Salvador. ❖ Em 19 de fevereiro de 1822, militares brasileiros se rebelaram contra a nomeação de um general português Ignácio Luís Madeira de Melo para o comando das tropas da Bahia. Planta do Forte de São Pedro. Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio A Independência da Bahia ❖ Em quatro dias, de duzentas a trezentas pessoas foram mortas. → Joana Angélica de Jesus ❖ Na madrugada de 20 de fevereiro, os brasileiros abandonaram o forte São Pedro e se refugiaram no Recôncavo, sendo seguidos por civis que aderiram ao movimento. ❖ Em 19 de fevereiro de 1822, militares brasileiros se rebelaram contra a nomeação de um general português Ignácio Luís Madeira de Melo para o comando das tropas da Bahia. ❖ A vila de Santo Amaro da Purificação, declarou apoio a D. Pedro, além de produzir um documento no qual defendia a criação de uma junta de governo eleita pelo povo, a tolerância religiosa, a criação de uma universidade e a atração de recursos estrangeiros para desenvolver a economia nacional. Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio A Independência da Bahia ❖ Na semana seguinte, a Câmara de Cachoeira reconheceu a autoridade do príncipe regente D. Pedro, decisão comemorada com uma festa pública. O evento foi interrompido por tiros de uma canhoneira, que se estenderam por três dias. ❖ Batalhões de voluntários foram recrutados às pressas entre agricultores pobres, escravos e crioulos plantadores de cana, fumo e mandioca. VOLUNTÁRIOS DO PRÍNCIPE → Liderado pelo general francês Pierre Labatut → Substituído por José Joaquim de Lima e Silva ❖ Optaram por cercar a cidade, que só poderia ser abastecida por via marítima. ❖ Em janeiro de 1823, após 3 dias de combate Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio A Independência da Bahia Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio O reconhecimento da independência ❖ No final de 1822, as províncias de Minas Gerais, Pernambuco e da porção sul do Brasil aderiram ao processo de independência do Brasil. ❖ Devido a dificuldade nas comunicações, Goiás e Mato Grosso só se manifestaram em janeiro de 1823, seguidas por Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe. ❖ As chamadas províncias do norte – Pará, Maranhão Piauí e Ceará –, juntamente com parte da Bahia e a Cisplatina, permaneceram fiéis às Cortes portuguesas. ❖ A Independência não foi um processo pacífico, uma vez que a adesão dessas regiões foi obtida por meio de guerras sangrentas travadas contra os portugueses. Um dos mais famosos episódios da Guerra de Independência foi a chamada Batalha do Jenipapo, em que 1100 soldados de Portugal enfrentaram brasileiros que possuíam apenas facões, machados e porretes. ❖ Os brasileiros foram derrotados, mas frustraram os planos dos lusos de manterem uma colônia ao norte do país. Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio A Constituição de 1824 ❖ Com o apoio de adversários do grupo de Bonifácio, D. Pedro I outorgou a primeira Constituição em 25 de março de 1824. ❖ Instituição do poder moderador, de competência exclusiva do imperador. Por meio dele, o monarca interferia nos demais poderes, nomeando e demitindo ministros e presidentes de província, dissolvendo a Câmara dos Deputados, escolhendo juízes e senadores e se comprometendo com certas atribuições de Justiça. ❖ A forma de governo se definia como uma monarquia hereditária e constitucional, com a administração centralizada no Rio de Janeiro. ❖ Prevalecendo o voto censitário, eram excluídos de participação os homens menores de 25 anos e os com renda mínima anual inferior a 100 mil réis, mulheres, indígenas e escravos. ❖ Apesar de sua implantação autoritária, possui influências do liberalismo Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio Contestações e crise do Primeiro Reinado ❖ O autoritarismo de D. Pedro I, manifestado com a imposição da Constituição de 1824, provocou reações em Pernambuco, onde eclodiu uma revolta denominada Confederação do Equador (1824). ❖ Um de seus principais líderes, o frei carmelita Joaquim do Amor Divino Rebelo, o Frei Caneca, dizia que o poder moderador era “a chave-mestra da opressão da Nação Brasileira”. ❖ Os rebeldes buscavam a implantação de uma República federalista, ou seja, com maior autonomia para as províncias. Também defendiam o fim do tráfico de escravos, o que estimulou a participação de homens livres e pobres. Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio Contestações e crise do Primeiro Reinado ❖ Outro conflito que eclodiu no interior do país foi a Guerra da Cisplatina. ❖ Situada no extremo-sul do território, a província havia sido anexada ao Brasil por D. João VI, em 1816, devido a sua importância geoestratégica na bacia do Rio da Prata, afinal ela se situa na região de foz. ❖ Em 1825, a província deu início a um conflito pela sua independência, apoiada recebendo apoio da Argentina devido à sua pretensão de anexá-la. ❖ O conflito se estendeu até 1828, sendo um dos fatores que contribuiu para a crise política devido aos altos recursos gastos empregados para manter uma localidade que não possuía nenhuma identidade cultural com as demais do Brasil. Curso de História para PM-BA – AULA 00 Prof. Marco Túlio Contestações e crise do Primeiro Reinado ❖ Embates entre portugueses(“pés-de- chumbo”) e brasileiros (“pés-de-cabra) se tornavam cada vez mais acentuadas na Corte. Em março de 1831, os dois grupos se atacaram nas ruas do Rio de Janeiro, em um episódio que ficou conhecido como Noite das Garrafadas. ❖ Em 7 de abril de 1831, o Exército e parcelas das elites da terra forçaram D. Pedro I a abdicar do trono em favor e seu filho, Pedro de Alcântara. O episódio ficou conhecido como a Revolução do Sete de Abril, e para muitos de seus contemporâneos, representou a ruptura definitiva com Portugal. O PERÍODO REGENCIAL (1831-1840) Prof. Marco Túlio A Regência Trina Permanente Curso de História para PM-BA – AULA 01 Prof. Marco Túlio ❑ Neste período, a figura política de maior destaque era o ministro da Justiça, padre Antônio Feijó. - Idealizada a Guarda Nacional, ❑ Criação do Código do Processo Criminal, que garantiu maiores atribuições aos juízes de paz. - Aprovação do Ato Adicional (1834) - criação das Assembleias Legislativas Provinciais, - extinção do Conselho de Estado, - transformação do Rio de Janeiro em município neutro; - adoção do modelo uno de regência, sendo estabelecido mandato de quatro anos para o cargo de regente. A Revolta dos Malês (1836) Curso de História para PM-BA – AULA 01 Prof. Marco Túlio ❖ Ocorrida em Salvador, foi a maior revolta de escravos de nossa história. ❖ A frente do levante estava a Sociedade dos Malês, nome dado a comunidade de africanos islamizados, que sabiam ler e escrever em árabe. ❖ Os revoltosos seguiram o protocolo militar dos muçulmanos: não saquearam casas ou atacaram proprietários, confrontando apenas grupos armados organizados para contê-los. ❖ De acordo com um dos participantes, seu objetivo era eliminar todos os brancos e pardos da cidade, instaurando uma ordem islamizada e mantendo escravos de outras etnias na mesma condição. ❖ Cerca de 70 rebeldes morreram em combate pelas ruas da capital baiana, enquanto outros 500 foram severamente punidos com castigos físicos, degredos, prisões ou morte. A Regência Trina Permanente Curso de História para PM-BA – AULA 01 Prof. Marco Túlio ❑ A partir da criação do Ato, a classe política se organizou em dois grupos: - os progressistas, antigos liberais exaltados favoráveis à autonomia provincial e à descentralização política; - os regressistas, moderados e caramurus que se unem em defesa da centralização política e da unidade do Império. ❑ O primeiro regente uno foi o padre Feijó, que exerceu seu mandato entre 1835 e 1837. Sua passagem pelo cargo foi marcada por grandes turbulências, o que o levou à renúncia. ❑ O cargo foi ocupado por Pedro de Aráujo Lima, líder dos regressistas. - Seu governo (1837-1840) aprovou a Lei de Interpretação do Ato Adicional (1840), que diminuiu a autonomia das províncias ao retirar algumas prerrogativas de suas Assembleias. - Reviu a descentralização da Justiça promovida pelo Código Criminal A Sabinada (1837-1838) Curso de História para PM-BA – AULA 01 Prof. Marco Túlio ❖ Pouco tempo depois da Revolta do Malês, Salvador foi palco de uma nova revolta, dessa vez protagonizado pelo médico Francisco Sabino Álvares da Rocha. Ela contou com a adesão das camadas médias da cidade. ❖ Apoiado por soldados, Sabino depôs o presidente da província em 7 de novembro de 1837, proclamando a República Bahiense. Contudo, a ideia é que ela perduraria até a maioridade de D. Pedro. ❖ O presidente da província deposto, Francisco de Souza Paraíso, se refugiou em um navio, enquanto o chefe de polícia se dirigiu ao Recôncavo Baiano. ❖ O principal elemento que contribuiu para a eclosão do movimento foi a Lei de Interpretação do Ato Adicional (1837), que diminuía a autonomia provincial da Bahia e demais regiões do país. ❖ Tropas foram enviadas do Rio de Janeiro, Pernambuco e Alagoas para conter os rebelados, resultando em conflitos que deixaram mais de mil mortos e milhares de presos. Sabino, líder do movimento, foi capturado e levado preso para o Mato Grosso. O SEGUNDO REINADO (1840-1889) Prof. Marco Túlio Cronologia Curso de História para PM-BA – AULA 02 Prof. Marco Túlio ❑ A consolidação (1840-1850): pacificação de conflitos entre as forças políticas que se enfrentavam desde o período regencial; ❑ A estabilidade (1850-1889): regime desfruta grande solidez, sem enfrentar conflitos sociais que abalassem sua unidade; ❑ A crise do Segundo Reinado (1870-1889): Rio de Janeiro se tornou local de discussão de novas ideias que contribuem para a deslegitimação da monarquia e alimentam o golpe militar de 1889. Curso de História para PM-BA – AULA 01 Prof. Marco Túlio A política externa durante o Segundo Reinado ❖ Entre 1860 e 1862, o embaixador inglês instalado no Brasil, William Dougal Christie, foi o responsável por uma sequência de equívocos diplomáticos que alimentaram duras críticas dos jornais cariocas. ❖ A questão Christie, nome como ficaram conhecidos estes incidentes envolvendo o embaixador inglês, geraram grande comoção popular, alimentada por um discurso nacionalista, e a intervenção direta do Imperador para defender a defesa nacional. ❖ A quantia de 3.200 libras foi paga a Inglaterra, mas o governo rompe relações diplomáticas com o país após julgar insuficientes as explicações dadas para as atrapalhadas ações do embaixador. Questão Platina Líder: Manuel Oribe Criadores de gado e ligado ao Argentina Tropas brasileiras derrotam Oribe e o presidente da Argentina, Juan Manuel Rosas. ❖ Interesses do Brasil: - Garantir o direito de navegação do rio da Prata, formado pelos rios Paraná e Uruguai. - Impedir ataques a fazendeiros gaúchos por vaqueiros uruguaios - Impedir anexação do Uruguai pela Argentina. ❖ Intervenção contra Oribe e Rosas. PARTIDO BLANCO x PARTIDO COLORADO Líder: Frutuoso Rivera Comerciantes de Montevidéo e ligado ao Brasil. Questão Platina ❖ Guerra contra Aguirre (1864-1865) - Furto de gado em fazendas gaúchas por blancos uruguaios levam o Império do Brasil a declarar guerra ao Uruguai. - Tendo como aliado os colorados, estes liderados por Venâncio Flores, o governo Aguirre foi derrotado. - Os blancos tinham como aliado o ditador do Paraguai, Francisco Solano López, que em retaliação à interferência do Brasil naquele país, captura o barco a vapor brasileiro Marquês de Olinda. - Brasil rompe relações com o Paraguai. A Guerra do Paraguai ❖ Pouco tempo depois López invade o sul da província de Mato Grosso, declarando guerra ao Império em 13 de dezembro de 1864. ❖ Ao ter negada a passagem de suas tropas em território argentino, também declara guerra a este país em março de 1865, invadindo a província de Corrientes. ❖ Em 1º de maio de 1865, os três assinaram o Tratado da Tríplice Aliança, no qual determinam ser os objetivos da guerra: - a deposição de Solano López; - a livre-navegação no Rio da Prata; - a anexação de territórios do Paraguai em litígio com a Argentina e o Brasil por estes dois países. Curso de História para PM-BA – AULA 01 Prof. Marco Túlio A Guerra do Paraguai ❖ O Paraguai perdeu 40% de seu território, além de manter-se ocupado por tropas brasileiras até 1876. ❖ A Argentina também teve baixas significativas em sua população, mas a guerra parece ter contribuído para unificar o seu território, até então ameaçado por províncias contrárias à hegemonia de Buenos Aires. ❖ Quanto ao Brasil, pelo menos 50 mil de seus soldados foram mortos, sem calcular aqueles que sucumbiram às doenças que também proliferavam os campos de batalha. ❖ Os custos da guerra se abateram sobre os governos a partir de 1870. ❖ Engajamento do Exército na questão abolicionista. La Paraguaya. Reprodução da tela de Juan Manoel Blanes, 1879, pertencente ao acervo do Museo Nacional de Artes Visuales, Uruguai. A questão religiosa Curso de História para PM-BA – AULA 01 Prof. Marco Túlio ❖ Com o padroado, o imperador escalava a os clérigos, chegando a nomear os bispos e a coletar o dízimo. Ele também tinha o direitode ratificar ou não uma ordem papal para o país, o chamado beneplácito. ❖ Em 1864, o papa Pio IX enviou uma bula que determinava a excomunhão imediata dos católicos membros da maçonaria. D. Pedro II não reconheceu o documento, mas os bispos de Olinda e Berlim adotaram a decisão e expulsaram padres envolvidos com a sociedade secreta. ❖ D. Pedro II reagiu condenando os bispos “rebeldes” à prisão com trabalhos forçados, o que gerou uma indisposição de boa parte da Igreja ao governo. A questão abolicionista ❖ Logo após o final da Guerra do Paraguai, o movimento abolicionista ganhou força no Brasil, sendo fundadas em 1870 a Sociedade de Libertação no Rio de Janeiro e a Sociedade Libertadora do Elemento Servil. ❖ Em 1871, o governo aprova a Lei do Ventre Livre, que estabelecia que todos os filhos de escravas nascidos a partir daquela data seriam considerados livres, devendo o proprietário entregá-lo para a tutela do Estado em troca de uma indenização ou fazê-lo trabalhar até completar 21 anos. ❖ A lei também beneficiava os cafeicultores que buscavam atrasar ao máximo a abolição da escravidão, afinal era comum os senhores falsificarem a idade de seus escravizados em sua matrícula. Curso de História para PM-BA – AULA 01 Prof. Marco Túlio A questão abolicionista ❖ Em 1885, o gabinete do Conselheiro Saraiva foi o responsável pela aprovação da chamada lei Saraiva-Cotegipe, ou Lei dos Sexagenários (1885), que concedia alforria aos maiores de 65 anos. ❖ Na prática, boa parte dos negros não ultrapassava os 40, e aqueles que conseguiam, dificilmente abandonariam suas fazendas sendo improdutivos. ❖ Desta forma, tratava-se de uma lei conservadora, aprovada unicamente para adiar a abolição da escravidão. Curso de História para PM-BA – AULA 01 Prof. Marco Túlio A questão abolicionista ❖ Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel, que ocupava a regência do trono enquanto o pai estava fora do país, assinou a Lei Áurea, que acabou com a escravidão. ❖ Festejos em comemoração ao ato duraram semanas, afinal a campanha pela abolição conquistara a opinião pública e dispunha de associados em todas as províncias. ❖ Mas passadas as comemorações, a monarquia não apresentou soluções para incorporar estas populações libertas na sociedade brasileira, permanecendo como “subcidadãos” nas décadas seguintes. ❖ A elite escravocrata, que até aquele momento mantinha-se fiel à monarquia com a condição de que fosse mantido o trabalho compulsório, deixam de apoiá-la quando se veem sem indenização pela mão de obra perdida. Curso de História para PM-BA – AULA 01 Prof. Marco Túlio A questão militar ❖ Após 188, boa parte da elite cafeicultora escravocrata se aproxima neste período do Partido Republicano, organização criada em 1870 por fazendeiros do Oeste Paulista em Itu, São Paulo. ❖ Defensores da modernização do país, os republicanos daquela província mostravam-se mais federalistas do que republicanistas de fato, já que a hegemonia política desfrutada pelos cafeicultores do Vale do Paraíba junto aos senhores do açúcar no Nordeste impedia-os de promover as reformas que julgavam necessárias. ❖ Embora sem se engajarem de fato na campanha abolicionista, os republicanos foram hábeis em se utilizar das queixas dos cafeicultores escravocratas, encampando a ideia de “República com indenização”. Curso de História para PM-BA – AULA 01 Prof. Marco Túlio A questão militar ❖ A partir da década de 1880, as relações entre as Forças Armadas e a monarquia se estremecem com a questão militar, conjunto de atritos entre as elites civis e fardadas, já que as primeiras passaram a promover a punição destas pela interferência em assuntos políticos debatidos publicamente. ❖ Figuras como o Antônio de Sena Madureira, Benjamin Constant e o marechal Deodoro da Fonseca passam a reivindicar direitos políticos da mesma maneira que os desfrutados pelos cidadãos civis, o que é alimentado pelos republicanos com objetivo de cooptá-los. ❖ Entre os militares prevalecia uma doutrina de nome positivismo, conjunto de ideias e princípios filosóficos que se apresentavam sob o lema Ordem e Progresso. ❖ Por meio dessas ideias e da influência dos membros do Partido Republicano, aos poucos a monarquia vai se tornando sinônimo de algo ultrapassado, sendo necessária sua superação e implantação da República para que a sociedade brasileira rumasse para o progresso. Curso de História para PM-BA – AULA 01 Prof. Marco Túlio A questão militar ❖ Para muitos, a palavra República se torna sinônimo de esperança e mudança, embora dificilmente encarnasse um único projeto de país. ❖ Desgastado e isolado, D. Pedro II é deposto sem resistência por oficiais do Exército liderados por Deodoro da Fonseca, contando também com o apoio de cafeicultores paulistas em um movimento sem participação popular. Curso de História para PM-BA – AULA 01 Prof. Marco Túlio A PRIMEIRA REPÚBLICA E OS GOVERNOS DE DEODORO DA FONSECA Prof. Marco Túlio Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio Periodização ▪ República da espada (1889-1894) - Período no qual estiveram na presidência os militares Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. ▪ República oligárquica (1894-1930) - Momento no qual o país é conduzido pela elite agrária, que se utiliza do Estado para atender seus interesses econômicos. - Para muitos historiadores, a Primeira República entra em crise a partir da década de 1920 Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio 1889 Governo provisório ▪ Criação de símbolos republicanos ▪ Aprovação da Constituição de 1891 1889-1891 Governo Constitucional ▪ Encilhamento ▪ Revolta da Armada Governo Deodoro da Fonseca (1889-1891) ▪ Implantação do federalismo ▪ Separação entre Igreja e Estado ▪ Criação de símbolos republicanos ▪ Promulgação da lei da grande naturalização O governo provisório Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio Bandeiras Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio Tiradentes, um herói para a República ▪ Figura já conhecida no imaginário popular. ▪ Culto cívico ao “mártir da Inconfidência”, decretando a data de sua condenação, o 21 de novembro, feriado nacional do novo regime. ▪ Imagem associada à figura de Jesus Cristo. ▪ Tiradentes se tornou símbolo da República, do ideal de liberdade, e de toda a Nação. Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio A Constituição de 1891 ❖ Estabelecimento de três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário; ❖Mandato de quatro anos para o presidente da República. REPÚBLICA PRESIDENCIALISTA ❖ Separação da Igreja do Estado, com a instituição do casamento civil e certidão de nascimento; ❖ Implantação do federalismo, o que concedia ampla autonomia para os estados elaborarem sua própria Constituição, eleger seus governadores e realizar empréstimos no exterior. ❖ Voto universal (aberto) aos homens maiores de 21 anos, exceto analfabetos, mendigos, membros de ordens religiosas e soldados. Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio O governo Deodoro da Fonseca (1889-1891) ▪ Encilhamento - Para estimular a industrialização, o governo permitiu a emissão desenfreada de papel moeda e facilitou o crédito para investidores. - Para terem acesso aos recursos disponibilizados, muitos criaram empresas-fantasmas - Mesmo sem produzir absolutamente nada, essas empresas tinham suas ações compradas na Bolsa de Valores, gerando uma grave crise inflacionária assolasse o país. Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio O governo Deodoro da Fonseca (1889-1891) ❖ Após a Constituinte, Deodoro passou a sofreu forte oposição do Congresso, o que o levou a decretar estado de sítio e ordenar a dissolução do Congresso. ❖ A manobra golpista gerou reações no Rio de Janeiro: ferroviários da Estrada de Ferro Central do Brasil organizaram uma greve, enquanto setores da Marinha, lideradospelo almirante Custódio José de Melo, ameaçaram bombardear a capital caso o presidente não renunciasse. ❖ Diante da pressão, o ditador renunciou à presidência em 23 de novembro de 1891. Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio O governo Floriano Peixoto (1891-1894) ❖ Floriano Peixoto ascendeu a presidência em 1891, apesar das restrições impostas pela Constituição. ❖ Para reverter os prejuízos da política de Encilhamento, proibiu a emissão de dinheiro pelas instituições bancárias. Também foram adotadas medidas industrializantes, facilitando o crédito para empresários e para a importação de maquinário. ❖ Para os grupos urbanos situados na capital, o marechal baixou o preço da carne e de outros produtos básicos, além de reduzir o valor dos aluguéis e incentivar a construção de moradias populares. ❖ O presidente se tornou a primeira liderança republicana a dar origem a um fenômeno político, o florianismo. Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio A Segunda Revolta da Armada ❖ No Rio de Janeiro, o almirante Custódio José de Melo deu início a Revolta da Armada, na qual se exigia a renúncia de Floriano e a convocação de novas eleições. ❖ Os revoltosos da Marinha bombardeavam o Rio de Janeiro e Niterói. Com a adesão de setores monarquistas ao movimento, a Revolta da Armada foi considerada uma ameaça à República. ❖ Diante das revoltas simultâneas, Floriano Peixoto decretou estado de sítio, prendeu suspeitos de conspiração contra a República, empastelou jornais e transferiu a capital momentaneamente para Petrópolis Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio ❖ Em novembro de 1893, Custódio encaminhou embarcações para o sul, a fim de juntar-se a alguns rebeldes do sul, mas foram torpedeadas. ❖ A dura repressão imposta aos revoltosos fez com que Floriano se tornasse conhecido como o “Marechal de Ferro”. ❖ Derrotadas as duas revoltas, as eleições presidenciais ocorreram normalmente em março de 1894, quando o candidato dos cafeicultores paulistas, Prudente de Morais, venceu com ampla vantagem Lauro Sodré, representante dos florianistas. A Segunda Revolta da Armada A REPÚBLICA OLIGÁRQUICA Prof. Marco Túlio Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio O coronelismo ▪ Ricos fazendeiros que exerciam grande influência política, econômica e social sobre aqueles que trabalhavam e viviam em suas terras. ▪ Ele poderia se impor tanto de maneira positiva, concedendo favores e presentes aos seus trabalhadores, quanto de maneira violenta, através de seus capangas. ▪ Usava sua influência para manipular os votos, a fim de garantir que fossem eleitos candidatos escolhidos pelos governos federal e estadual. ▪ Em troca, o presidente de estado lhe concedia carta branca para decidir todos os assuntos do município, chegando inclusive a indicar funcionários estaduais para trabalhar em sua localidade. Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio Apoio político em períodos eleitorais Recursos financeiros e favores políticos Apoio político em períodos eleitorais Recursos financeiros e favores políticosCORONELISMO POLÍTICA DOS GOVERNADORES GOVERNOS ESTADUAIS PRESIDENTE DA REPÚBLICA CHEFE POLÍTICO LOCAL (“Coronel”) Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio O coronelismo ❖ Dizia-se que o coronel mantinha seus eleitores “no cabresto”, o que torna o sufrágio conhecido neste período como voto de cabresto. ❖ “Degola”: Durante a Primeira República, a Câmara dos Deputados dispunha de uma Comissão Verificadora dos Poderes, órgão responsável pelo reconhecimento da vitória dos eleitos. Quando um parlamentar da oposição vencia, era bastante comum que lhe fosse negada a diplomação. ❖ A combinação da política dos governadores e o coronelismo permitiu a elite cafeeira do país consolidar-se no poder Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio O café com leite ❖ Aqueles que dispunham de maiores bancadas no Congresso e maior expressividade econômica tinham maior força política que os demais, e com isso, maiores condições de lançarem candidatos de seus estados. ❖ Nesse sentido, podemos destacar dois atores: São Paulo e Minas Gerais e o Rio Grande do Sul, com maior número de ocupantes da cadeira presidencial durante a República Oligárquica. ❖ O fato de São Paulo e Minas ocuparem tantas vezes a presidência fez com que alguns historiadores partissem do pressuposto de que havia um revezamento entre ambos no poder, denominando a relação entre eles de política do café com leite. Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio Limites da cidadania ❖ Apesar de abolir o critério censitário (comprovação de renda para votar), a continuidade da exclusão dos analfabetos e das mulheres limitava drasticamente o número de indivíduos que podiam gozar de direitos políticos. ❖ Em 1890, 80% da população do Rio era marginalizada das decisões políticas. ❖ Elevado número de abstenções, motivadas por fraudes e violência. ❖ Partidos políticos eram efêmeros e não suscitavam a participação política. ❖ Sem poder participar efetivamente da política institucional, o povo se dedica à vida privada, participando de festas e da vida religiosa. Jeca – Quanto mais andamos, mais nos afastamos do castelo que queremos atingir. A República – É porque nos induzem por maus caminhos... Na charge, o “Jeca”, que representa o povo brasileiro, lamenta o caráter excludente da República brasileira, cada vez mais distante do ideal de democracia. - R ev is ta C a re ta ,1 8 se t. 1 9 2 6 .F o n te :B ib lio te ca N a ci o n a l. A GUERRA DE CANUDOS (1896-1897) Prof. Marco Túlio Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio Fé e movimentos populares no interior do país ❖ A separação entre Estado e Igreja promovida pela República trouxe mudanças significativas para o catolicismo no Brasil. A instituição ganhava maior liberdade de atuação, mas sua esfera de influência era limitada pela instituição do casamento civil, a secularização dos cemitérios e a laicização do ensino básico. Apesar disso, a Constituição de 1891 poupou os bens da Igreja e não interferiu em sua organização. ❖ A partir daí, a instituição volta para si mesma, a fim de reforçar a hierarquia existente em seu interior. Esse processo foi denominado romanização da Igreja, o que significa dizer que queriam fazer valer as determinações da sede da Igreja mesmo em territórios distantes, diminuindo o poder local das irmandades. ❖ Essa tentativa de adequação aos novos tempos ocorreu sem fortes contestações populares em relação a diminuição do poder das autoridades eclesiásticas. Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio A Revolta de Canudos (1896-1897) ❖ Na segunda metade do século XIX, ainda durante o Segundo Reinado, a figura de Antônio Mendes Maciel – conhecido como Antônio Conselheiro – ganhou notoriedade no sertão da Bahia pela sua resistência ao sistema métrico decimal nas relações comerciais. ❖ Instaurado o regime republicano, Conselheiro foi crítico ferrenho da separação da Igreja e o Estado, do sistema de coleta de impostos e das mudanças da moeda. Aos poucos, foi se consolidando como uma liderança messiânica, ou seja, uma figura carismática e de pregação religiosa, capaz de atrair multidões de seguidores. ❖ Segundo ele, Deus o havia enviado para amenizar as penúrias sofridas pelos sertanejos pobres, e para pôr fim à laicidade promovida pela República. Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio A Revolta de Canudos (1896-1897) ❖ Em 1896, Antônio Conselheiro e seus seguidores se fixaram na fazenda Canudos, situada às margens do rio Vaza-Barris, no sertão baiano. Ali organizaram Belo Monte, um pequeno arraial formado por casas simples de pau a pique, uma igreja e uma prisão. ❖ Embora miserável, Belo Monte se tornou uma alternativa à exploração sofrida pelossertanejos por poderosos locais, conhecidos como “coronéis”, e Conselheiro um conhecido nome entre aqueles que buscavam conforto espiritual. ❖ Em 1896, o então presidente Manuel Vitorino enviou para Canudos uma expedição militar para render seus habitantes e destruir o arraial, mas os sertanejos resistiram. Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio A Revolta de Canudos (1896-1897) ❖ Em janeiro de 1897, uma nova expedição foi organizada, dessa vez reunindo oficiais federais e da força estadual. Apesar da superioridade bélica, os militares foram novamente vencidos pelos conselheiristas. ❖ Uma terceira expedição ocorreu março de 1897, dessa vez liderada por Moreira César, nome associado ao florianismo por ter sido o comandante que promoveu a rendição dos últimos rebeldes da Revolução Federalista. ❖ A essa altura, os confrontos em Canudos eram acompanhados pelos jornais da capital federal, que tacharam Conselheiro e seus seguidores de monarquistas e fanáticos. A continuidade do arraial foi vista como um risco à própria República e a ideia de civilização. Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio A Revolta de Canudos (1896-1897) ❖ Após ter a quarta expedição derrotada, a imagem do governo federal se desgastava na opinião pública. ❖ Finalmente, ao final de 1897 Prudente de Morais concedeu amplos poderes ao marechal Carlos Bittencourt, que partiu para Canudos com pesado armamento e munição recolhida por todo o país. ❖ Em apenas três dias, plantações foram destruídas, casas queimadas com seus habitantes dentro, cadáveres deixados apodrecendo pelas ruas do arraial. A guerra de Canudos acabava, com o saldo final de 20 mil mortos. Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio ❖ Enviado como correspondente do Estado de São Paulo para realizar a cobertura da guerra de Canudos, o jornalista Euclides da Cunha se deparou com uma parte do Brasil desconhecida pelos habitantes do Rio de Janeiro. ❖ Diante da violência empregada para a destruição de Canudos, Euclides questiona se a população do litoral era tão civilizada quanto acreditava ser. ❖ Em seu discurso, as elites diziam salvar a República e a unidade do território, mas excluíam parcelas da população de sua ideia de Brasil. ❖ Os habitantes dos sertões, apesar de esquecidos pelo “Brasil oficial” e castigados pela seca e miséria, sobreviviam, resistindo bravamente a todas as expedições enviadas pela capital federal. Em suas próprias palavras: "o sertanejo é, antes de tudo, um forte.” ❖ Com o término do conflito, Euclides retornou para o Rio de Janeiro, onde em 1902 publicou a Os sertões, com suas impressões científicas, geográficas e humanas sobre o que encontrou em Canudos. Canudos, por Euclides da Cunha AS TRANSFORMAÇÕES DA DÉCADA DE 1920 Prof. Marco Túlio Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio 1922 ▪ A fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB), na cidade fluminense de Niterói, em 25 de março de 1922. ▪ O início do tenentismo, conjunto de revoltas protagonizadas por oficias de baixa patente do Exército que criticavam os fundamentos República Oligárquica. ▪ A Semana da Arte Moderna, evento organizado por intelectuais que propõem transformações nas técnicas e preocupações da arte produzida no país. Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio Tenentismo ❖ A primeira tentativa de tomarem o poder se deu por meio da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, em julho de 1922. - Neste episódio, 28 oficiais resistiram às tropas do governo federal, até finalmente saírem em marcha pela Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro. ❖ Em 1924, durante o governo Artur Bernardes, foi a vez de São Paulo ser o palco de um novo levante tenentista, que ficou conhecido como Revolução de 1924. - Com o objetivo de depor o presidente, mais de mil militares se posicionaram em locais estratégicos da cidade para lutar contra as tropas do governo federal, mas foram derrotados. Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio Tenentismo ❖ Muitos militares rebeldes se refugiaram no interior, onde organizaram o terceiro ato do movimento, juntamente com militares gaúchos: a Coluna Prestes/Miguel Costa. ❖ Entre 1925 e 1927, os rebeldes percorreram o Brasil sob a liderança de Luís Carlos Prestes e Miguel Costa, defendendo a “moralização da República” – ou seja, uma série de reformas voltadas para a transformação do país, como a reforma do ensino público e a instituição do voto secreto. ❖ Nos 25 mil quilômetros percorridos, por vezes foram recebidos com euforia pela população local, em outras, davam de cara com jagunços de coronéis, enviados para combatê-los. Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio ❖ Com a aproximação da eleição presidencial de 1930, o presidente Washington Luís, membro das oligarquias cafeeiras de São Paulo, indicou como seu sucessor o paulista Júlio Prestes. ❖ Percebendo a recusa de Washington Luís diante de sua candidatura, o presidente de Minas aliou-se ao Rio Grande do Sul, o terceiro estado mais expressivo eleitoralmente. ❖ Após inúmeras negociações, chegaram ao consenso de que o candidato seria Getúlio Dornelles Vargas, presidente do estado gaúcho, tendo como vice João Pessoa, da Paraíba. A chapa que unia os estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba ficou conhecida como Aliança Liberal. A Revolução de 1930 Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio A Revolução de 1930 ❖ Apoiados pelos ex-tenentes e setores das classes urbanas, a campanha oposicionista ganhou as ruas, organizando comícios que reuniam grandes multidões. ❖ Os aliancistas prometeram instituir o voto secreto em todo o país, garantir a independência do poder judiciário e anistiar os militares envolvidos em levantes promovidos nos governos anteriores. ❖ Para os trabalhadores, falava-se em direitos sociais: jornada de 8 horas semanais para todo o país, férias, salário mínimo e proteção ao trabalho feminino e infantil. ❖ Apesar de adotar uma linguagem para conquistar o voto dos cidadãos, a Aliança Liberal não teve chances diante da continuidade da “política dos governadores” e todas as fraudes que compunham os processos eleitorais. Curso de História para PM-BA – AULA 03 Prof. Marco Túlio ▪ Em Minas, jovens lideranças políticas passaram a conspirar com tenentes pela deposição do presidente. ▪ Queda da Bolsa de Valores de Nova York (1929) - Afetou as exportações do café ▪ Para evitar a desvalorização de preços, o governo federal comprou e queimou toneladas de grãos para retirá-lo do mercado. Era a continuidade da velha política oligárquica, voltada exclusivamente para os interesses dos produtores de café. ▪ Em 26 de julho de 1930, o candidato à vice-presidente da chapa derrotada, João Pessoa, foi assassinado em Recife. ▪ A partir do dia 3 de outubro, as forças oposicionistas de Minas, Rio Grande do Sul, e Paraíba, autointituladas “revolucionárias”, promoveram a deposição de Washington Luís da presidência da República, antes mesmo da posse do eleito Júlio Prestes. Um mês depois, Vargas assumiu o governo em caráter provisório, mas deu início a profundas transformações na sociedade brasileira. OBRIGADO Prof. Marco Túlio profmarco.tulio @profmarcotulio /marcotulio.gomes.186 A ERA VARGAS (1930-1945) Prof. Marco Túlio Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio Periodização O governo provisório (1930-1934) O governo constitucional (1934-1937) O Estado Novo (1937-1945) O GOVERNO PROVISÓRIO (1930-1934) Prof. Marco Túlio Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio ▪ Processo de centralização política - fechamento do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas estaduais e das Câmaras Municipais - suspensão da Constituição de 1891 - substituição dos presidentes dos estados por interventores ▪ Diminuição da autonomia econômica dos estados - política cafeeira geridapelo Conselho Nacional do Café (1933) Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio ▪ Permitida a reativação dos sindicatos que haviam sido fechados anteriormente e a formação de novos. ▪ Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (1930) Estado tomava para si o papel de mediador das relações entre empregadores e empregados A questão social Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio ❖ Desde a queda de seu prestígio político causada pela Revolução de 1930, o estado permanece governado por interventores de outras regiões, escolhidos pelo governo provisório. ❖ Diante deste quadro, políticos do PD e lideranças políticas do Partido Republicano Paulista (PRP) iniciam a chamada Revolução Constitucionalista. ❖ Adotando um discurso de exaltação da identidade paulista, o movimento mobilizou as elites e classes médias daquele estado. A Revolução Constitucionalista de 1932 Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio Fonte: Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio ▪ Criação da Justiça eleitoral (1932) ▪ Voto secreto era adotado nacionalmente ▪ Conquista do sufrágio feminino, que garantia às brasileiras o direito de votar e o de se candidatarem. Avanços na cidadania Carlota Pereira de Queiroz em seu primeiro discurso na Câmara dos Deputados. Fonte: Memorial da Democracia. O GOVERNO CONSTITUCIONAL (1934-1937) Prof. Marco Túlio Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio ▪ Orientação liberal-democrática da Constituição de 1934: - Poder Executivo sob fiscalização do Legislativo - Retirou prerrogativas legislativas do Executivo. - Limitação do mandato presidencial em quatro anos, sem direito a reeleição. ▪ Texto constitucional contrastava com as alternativas autoritárias e totalitárias existentes na Europa A Constituição de 1934 Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio ▪ Criado em 1932, a partir da fusão de pequenos grupos e partidos políticos de direita ▪ Liderada por Plínio Salgado, Miguel Reale e Gustavo Barroso. ▪ Boa parte de seus membros pertenciam às classes médias urbanas que não se sentiam representados pelas oligarquias regionais, incluindo funcionários públicos, profissionais liberais, jornalistas, médicos, professores, padres, militares e pequenos agricultores. ▪ Influenciada pela experiência fascista da Itália, a AIB mostrou-se defensora da implantação de uma ordem totalitária no país ▪ Caráter antiliberal e anticomunista Ação Integralista Brasileira (AIB) Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio ▪ Seu lema era DEUS, PÁTRIA e FAMÍLIA Ação Integralista Brasileira (AIB) Forte religiosidade católica. Defesa do Estado integral Considerada parte do Estado ▪ Uso de símbolos e imagens para conquistar a adesão dos cidadãos. Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio ❖ Criada em 1935, reuniu partidos, sindicatos e associações de esquerda. ❖ Liderada pelo ex-tenente Luís Carlos Prestes, que aderiu ao comunismo em 1930. ❖ Defendia a ampliação do regime democrático e o combate aos movimentos fascistas, os latifúndios e o imperialismo externo. ❖ Apesar do discurso, Prestes manteve contatos com Internacional Comunista (IC) e Moscou para pôr em prática um plano de destituição do governo Vargas, processo que promoveria uma revolução no país e alinharia o país a União Soviética. Aliança Nacional Libertadora (ANL) Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio ❖ Em julho de 1935, um manifesto foi divulgado para incitar a derrubada do governo e defender a supremacia política da ANL. Em virtude disso, Vargas tornou o movimento ilegal. ❖ Em novembro de 1935, em Natal, capital do Rio Grande do Norte, teve início a insurreição liderada por Prestes, apoiada por quarteis do Recife e do Rio de Janeiro. ❖ Devido à desorganização dos aliancistas, o movimento foi rapidamente sufocado pelas tropas governamentais, e seus integrantes perseguidos. ❖ Em março de 1936, Prestes e sua companheira, a militante judia Olga Benário, foram presos. Apesar de grávida, ela foi entregue aos nazistas alemães pelo governo brasileiro pouco tempo depois, e executada em um campo de concentração alemão. A Insurreição Comunista (1935) Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio ▪ Mesmo derrotada, a Insurreição Comunista foi utilizada como pretexto para o regime assumisse feições mais autoritárias. ▪ Em 30 de novembro de 1937, um suposto plano de implantação do comunismo no país foi divulgado, no qual um judeu de nome Cohen arquitetava a organização de uma greve geral, ataques a prédios públicos, saques e depredações. ▪ Alimentados pelo fervor anticomunista, o Congresso e a imprensa legitimaram o cancelamento das eleições e a permanência de Vargas no poder. O plano Cohen O ESTADO NOVO (1937-1945) Prof. Marco Túlio Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio ▪ Corporativismo - Vargas se apresentava como alguém capaz de conciliar os interesses de todas as classes sociais e eliminar os conflitos entre elas. - A sociedade não seria mais representada pelos partidos políticos, mas por lideranças dos sindicatos que representavam cada categoria de trabalho. - Discurso de valorização do trabalhador disciplinado, colaborador para o bem comum da nação. - Sindicatos “pelegos”. ▪ Criação da Justiça do Trabalho (1939) e promulgada a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que reunia toda a legislação trabalhista existente até então. O trabalhismo Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio ▪ Entre os direitos garantidos pela CLT, podemos destacar: - o salário mínimo - a carteira de trabalho - jornada de oito horas semanais - férias remuneradas - previdência social - descanso semanal. ▪ A CLT também regulamentou o trabalho da mulher e do menor de idade ▪ Trabalhismo como ideologia de Estado. O trabalhismo Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio ❖ O DIP atuava em duas direções: a repressora, com forte censura e controle das informações, e a propagandística. ❖ Inúmeros folhetos de propaganda enaltecendo o caráter conciliador de Vargas e sua faceta de “protetor dos pobres” foram produzidos pelo DIP e distribuídos nos sindicatos, escolas e clubes. Cartilhas foram especialmente preparadas para os jovens. ❖ O rádio era um dos principais instrumentos de propaganda, e o governo federal apoiava financeiramente rádios que o exaltassem. O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio ❖ A partir de 1942, a Segunda Guerra Mundial compromete a continuidade do Estado Novo, que até então optara pela posição de neutralidade diante do conflito. ❖ Vargas barganhou seu apoio aos norte-americanos autorizando-os a instalar bases militares no Nordeste do país e a ocuparem a ilha de Fernando de Noronha. Em troca, o Brasil recebeu munição, armamentos, veículos militares e um financiamento de 20 milhões de dólares para a construção de uma usina siderúrgica em Volta Redonda. ❖ Desde sua ascensão, em 1930, Vargas dera início a uma política econômica pautada no intervencionismo, demonstrando grande interesse em iniciar um projeto de industrialização do país conduzido pelo Estado. ❖ Para garantir seu controle da nova usina, foi criado em abril de 1941 a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), sociedade de economia mista na qual o Estado mantinha a maior parte das ações. A crise do Estado Novo (1942-1945) Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio A crise do Estado Novo (1942-1945) ❖ A aproximação do Brasil com os Estados Unidos rendeu retaliações da Alemanha, que a partir de 1942 passou a torpedear navios brasileiros no litoral do Atlântico, deixando centenas de mortos. ❖ Os ataques geraram grandecomoção entre os brasileiros, que saíram às ruas em várias cidades do país exigindo a entrada do país na guerra. ❖ Para os opositores de Vargas, a posição adotada pelo Brasil diante da Segunda Guerra Mundial era contraditória - Manifesto dos Mineiros (1943) - I Congresso Nacional de Escritores (1945) - Entrevista de José Américo de Almeida (1945) Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio A crise do Estado Novo (1942-1945) ❖ Para garantir sua sobrevivência política e a de seus aliados, Vargas buscou controlar a transição da ditadura para a democracia. ❖ Em abril de 1945, foram anistiados presos políticos do regime, entre eles, o comunista Luís Carlos Prestes. ❖ Permitida a criação dos partidos políticos ❖ Para obter apoio dos comunistas, restabeleceu as relações diplomáticas com a União Soviética Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio ▪ As candidaturas dos militares despertavam pouca simpatia entre as classes trabalhadoras, que pela primeira vez participariam de maneira expressiva em um processo eleitoral. ▪ Para esses novos cidadãos, a saída de Vargas da presidência seria acompanhada por um retrocesso nos direitos sociais conquistados durante o seu governo, sendo necessária a proteção de sua imagem dos ataques da oposição e a garantia de sua permanência no poder. ▪ Assim surge o queremismo, movimento de caráter popular organizado em várias capitais do país que tinha como lema “Queremos Getúlio”, e atuava através da organização de comícios, abaixo-assinados e comitês de bairro, ou mesmo desarticulando manifestações da UDN. O queremismo Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio A criação dos partidos políticos Partido Social Democrático (PSD) • Formados por interventores, prefeitos, e outros setores ligados ao Estado Novo. •Perfil centrista e pragmático •Algumas lideranças: Juscelino Kubitschek, Eurico Dutra Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) •Organizado pelo Ministério do Trabalho, com o apoio de lideranças sindicais. •Possui como bandeiras o getulismo e o trabalhismo. •Algumas lideranças: Getúlio Vargas, João Goulart, Leonel Brizola. União Democrática Nacional (UDN) •Criado por setores de oposição ao Estado Novo, incluindo políticos, militares, empresários, intelectuais e estudantes. • Possui um discurso fortemente antigetulista, além de defender a implantação de um projeto político liberal no país. •Algumas lideranças: Carlos Lacerda, Afonso Arinos, brigadeiro Eduardo Gomes. O REGIME MILITAR (1964-1985) Prof. Marco Túlio Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio Os anos de institucionalização do regime (1964-1968) • Momento de cassação dos direitos políticos de parlamentares e líderes sindicais. • Decretação do AI-1, AI-2, AI-3, AI-4 e AI-5. Os anos de chumbo (1968-1974) • Período em que se verifica um aumento da repressão política, a partir da aprovação do AI-5, e da ação de grupos armados de esquerda. • Crescimento econômico ("milagre brasileiro") e ufanismo. Os anos de "distensão" (1974-1985) • Abertura política "lenta, gradual e contínua" do regime. • Retorno do pluripartidarismo; Lei da Anistia e eleição indireta para presidente da República. Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O governo Castello Branco (1964-1967) ❖ Embora o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, ocupasse interinamente a cadeira presidencial, o poder se encontrava no autodenominado Comando Supremo Revolucionário, composto por representantes das três forças. ❖ Em 09 de abril de 1964, foi instituído o Ato Adicional nº 1 (AI-1), que conferia poderes ao Executivo para: - cassar mandatos parlamentares e aposentar funcionários públicos compulsoriamente; - suspender direitos políticos - decretar estado de sítio - agendar eleições indiretas para presidente, cujo mandato se estenderia até o dia 31 de janeiro de 1966. ❖ Marechal Humberto Castello Branco vence as eleições. Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O governo Castello Branco (1964-1967) ❖ Na capital federal, o general Castelo Branco mostrava-se alinhado aos interesses dos empresários patrocinadores do golpe, dando início a uma política econômica internacional-liberalista ❖ Nas eleições diretas para governador (1965), a oposição pessedista conseguiu vencer em 5 dos 11 estados da Federação, incluindo Minas Gerais e a Guanabara. ❖ Acatando a decisão da ala “linha-dura” das Forças Armadas, Castello instituiu o Ato Institucional nº 2 (AI-2), que - conferia mais poderes ao presidente da República para cassar direitos políticos; - extinguiu todos os partidos políticos, instituindo o bipartidarismo. - instituiu a eleição indireta para presidente e vice-presidente Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O governo Castello Branco (1964-1967) • Partido apoiador do regime militar • Formado por antigos políticos da UDN e PSD. Aliança Renovadora Nacional (ARENA) • Partido composto pelas oposições ao regime militar • Buscava a redemocratização do país, mas sem embates violentos. Movimento Democrático Brasileiro (MDB) Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O governo Castello Branco (1964-1967) ❖ Em fevereiro de 1966 foi decretado o Ato Institucional n° 3, que tornava as eleições para governador indiretas. ❖ A publicação do AI-3 promoveu a união de Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek e o ex-presidente João Goulart. FRENTE AMPLA - uma reforma partidária - crescimento econômico - soberania nacional em face de interesses externos. Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O governo Castello Branco (1964-1967) ❖ Criação de mecanismos de controle e perseguição de adversários do regime: - Serviço Nacional de Informações (1964) - Lei de Segurança Nacional (1967) ❖ Ato Institucional n° 4 (AI-4): nova constituição. - Mandato presidencial reduzido para 4 anos - Fortalecimento do poder Executivo INSTITUCIONALIZAÇÃO DO REGIME ❖ CASTELISMO X LINHA-DURA ❖ Eleito o general Costa e Silva, tendo como vice o civil Pedro Aleixo (ARENA-MG). Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O governo Costa e Silva (1967-1969) ❖ Aumento das reações contra o regime - Paralisação de 16 mil trabalhadores em Contagem - Greve de 10 mil trabalhadores em Osasco - Passeata dos Cem Mil ❖ Em setembro de 1968, o deputado do MDB Márcio Moreira Alves fez um violento discurso contra a invasão da Universidade de Brasília (UnB) pela polícia militar, e o governo solicita a cassação de seu mandato. - A negativa do pedido pela Câmara dos Deputados foi o estopim para o governo Costa e Silva publicar o Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro de 1968. Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O AI-5 ❖ Restabelecidos poderes excepcionais ao presidente da República - direito de cassar mandatos, suspender direitos políticos, promover demissões e aposentadorias compulsórias - fechamento do Congresso Nacional - suspensão do habeas corpus para crimes contra a Segurança Nacional. ❖ Em 1969, 333 políticos tiveram direitos políticos cassados, incluindo 78 deputados federais, 5 senadores, 151 deputados estaduais, 22 prefeitos e 23 vereadores. 66 professores universitários foram afastados, sedes de jornais e emissoras de televisão e rádio foram ocupadas. ❖ Tortura e repressão refinadas com a criação dos Destacamentos de Operação Interna (DOI) e dos Centros de Operação e Defesa Interna (CODI). Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O governo Médici (1969-1974) ❖ Auge da repressão: “anos de chumbo” ❖ Nesse contexto de repressões e perseguições, surgiu a luta armada. - As táticas de guerrilha, assaltos a banco, sequestro de diplomatas estrangeiros, dentre outras, foram formas de parte dos opositores combater a Ditadura Militar. - Um dos objetivos dos sequestros era trocar os reféns por presos políticos que estavam sendo torturados.❖ Entre as lideranças da luta armada se destacaram Carlos Marighella, ex-deputado e organizador da Ação Libertadora Nacional (ALN), e o Capitão Carlos Lamarca, organizador da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Os dois foram mortos em confrontos com os militares. Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O governo Médici (1969-1974) ❖ “Milagre brasileiro” (econômico) - Comandada por Antônio Delfim Netto, ministro da Fazenda desde o governo Costa e Silva, a economia passou a apresentar altos índices de crescimento. Em 1973, atingiu 13,6% ao ano. ❖ Aumento do intervencionismo estatal - Valorização da Petrobras, da Vale do Rio Doce, da Companhia Siderúrgica Nacional, da Eletrobras, Siderbras etc. ❖ Aumento da concentração de renda - Em 1960, os 10% mais ricos detinham 39,6% de toda a renda nacional, enquanto os mais pobres detinham 3,9%. Em 1980, a mesma porcentagem de ricos era dona de quase 51% de todas as riquezas do país, enquanto os mais pobres, de apenas 2,8%. Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O governo Médici (1969-1974) Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O governo Geisel (1974-1979) ❖ A partir de 1973, a crise do petróleo desacelerou o crescimento da economia brasileira, que dependia da importação do produto. Era o fim do “milagre” ❖ No contexto de distensão da Guerra Fria, Geisel adotou uma política externa pragmática, se aproximando de países da África e Oriente Médio. ❖ Em resposta à crise do petróleo, Geisel buscou a diversificação das fontes de energia empregadas no país a partir do desenvolvimento de dois programas: - Programa Nacional do Álcool (Proálcool) - Programa Nuclear Brasileiro Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O governo Geisel (1974-1979) ❖ Abertura “lenta, gradual e segura” ❖ Anúncio não alterou a repressão ocorrida nos quartéis. Em outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog foi assassinado nas dependências do DOI-CODI. Meses depois, o operário Manuel Fiel Filho teve o mesmo destino. ❖ A ditadura foi surpreendida na eleição de 1974, quando a Arena foi derrotada pelo MDB em dezesseis dos vinte e dois estados da União. ❖ A Lei Falcão ❖ Apesar do êxito do regime nas urnas, havia ainda os emedebistas eleitos em 1974 no Congresso, que vetariam qualquer reforma constitucional proposta por Geisel. - Se utilizando do AI-5, o presidente fechou as casas legislativas por duas semanas, quando propôs o chamado Pacote de Abril. Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O governo Geisel (1974-1979) - Entre as medidas anunciadas, fortaleceu a representação dos estados menos populosos na Câmara Federal, onde o Arena apresentava melhores resultados eleitorais, previu eleições indiretas para governador e estendeu o mandato presidencial de 5 para 6 anos. - Institui ainda que 1/3 dos senadores seriam indicados indiretamente por colégios eleitorais formados por deputados estaduais e delegados das câmaras municipais. - Logo, estes políticos tornaram-se conhecidos como senadores “biônicos”, em referência a um seriado norte-americano de sucesso da época. - Criação de sublegendas na eleição direta para senadores, de maneira que cada partido poderia lançar até três candidatos. Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O governo Geisel (1974-1979) - Entre as medidas anunciadas, fortaleceu a representação dos estados menos populosos na Câmara Federal, onde o Arena apresentava melhores resultados eleitorais, previu eleições indiretas para governador e estendeu o mandato presidencial de 5 para 6 anos. - Institui ainda que 1/3 dos senadores seriam indicados indiretamente por colégios eleitorais formados por deputados estaduais e delegados das câmaras municipais. - Logo, estes políticos tornaram-se conhecidos como senadores “biônicos”, em referência a um seriado norte-americano de sucesso da época. - Criação de sublegendas na eleição direta para senadores, de maneira que cada partido poderia lançar até três candidatos. ❖ Em 1978, Geisel promulgou uma Emenda Constitucional que revogou alguns Atos Institucionais, como o de nº 5 (o AI-5). Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O governo Figueiredo (1979-1985) ❖ Continuador do processo de distensão do regime. ❖ Lei da Anistia (1979) → “anistia ampla, geral e irrestrita”. - concessão do perdão político para adversários do regime. - auto anistia. EVITAR O “REVANCHISMO” DAS ELITES CIVIS ❖ Atentados terroristas de setores militares contrários à reabertura política. - Detonação de bombas em bancas de jornais, na redação de jornais de oposição e na sede a OAB. - Atentado do Riocentro. Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O retorno dos partidos Partido Democrático Social (PDS) • Com a extinção do Arena, passou a abrigar boa parte dos apoiadores do regime militar. • Principais lideranças: Paulo Maluf, Aureliano Chaves e Mário Andreazza. Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) • Continuou a ser a maior legenda da oposição, e um dos principais partidos dos anos seguintes. Ele aglutinou o PP, partido criado para conduzir a redemocratização. • Principais lideranças: Tancredo Neves, Ulysses Guimarães e Franco Montoro. Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) • Dizia retomar a tradição do trabalhismo brasileiro, mas operou como linha auxiliar do PDS. • Principais lideranças: Ivete Vargas (sobrinha de Getúlio) e Jânio Quadros. Partido Democrático Trabalhista (PDT) • Fundado por Leonel Brizola, após o TSE negá-lo a concessão da legenda do PTB. Ele foi o partido que encarnou a herança trabalhista de Vargas e Goulart. • Principais lideranças: Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Abdias do Nascimento. Partido dos Trabalhadores (PT) • Nascido da atuação do movimento sindical do ABC, de intelectuais de esquerda e de setores da Igreja católica. • Principais lideranças: Luís Inácio Lula da Silva, Olívio Dutra e José Dirceu. retorno do pluripartidarismo (1979) Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio A campanha das “Diretas Já!” ❖ Em novembro, de 1983, o peemedebista Ulysses Guimarães deu início a um movimento político para restabelecer eleições diretas para presidente da República. ❖ Conhecida como Diretas Já!, a campanha contou com grandes comícios organizados pelo PMDB, PT e PDT. ❖ Emenda Dante de Oliveira: buscou o restabelecimento das eleições diretas para presidente e vice-presidente da República, mas não obteve quórum necessário para sua aprovação. Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio A eleição presidencial de 1989 TANCREDO NEVES x PAULO MALUF PMDB OPOSIÇÃO PDS SITUAÇÃO Grupo de José Sarney (Frente Liberal) abandona o partido para apoiar a oposição. PMDB + Frente Liberal → ALIANÇA DEMOCRÁTICA A NOVA REPÚBLICA (1985-2019) Prof. Marco Túlio Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O governo Sarney (1895-1989) ❖ Diante da impossibilidade de Tancredo Neves ser empossado, Sarney assumiu a presidência em caráter interino, no dia 15 de março de 1985. ❖ Medidas democratizantes: - suspendeu concessões de rádio e televisão autorizadas pelo governo Figueiredo; - reabilitou dirigentes sindicais que haviam perdido seus mandatos por razões políticas - estendeu o direito de voto aos analfabetos - legalizou os partidos comunistas e alterou a legislação eleitoral para favorecer a criação de novos partidos. - estabeleceu eleições diretas, em dois turnos, para presidente e para municípios considerados “áreas de segurança nacional” pelo regime militar. Curso de História para PM-BA – AULA 04 Prof. Marco Túlio O governo Sarney (1895-1989) ❖ Para reverter o cenário de instabilidade econômica, o governo criou o Plano Cruzado, que introduzia uma nova moeda, o Cruzado, e congelava salários, preços e taxa de câmbio. ❖ O salário mínimo foi reajustado em 15%, sendo anunciada a possibilidade de
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