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RESUMO HISTORIA DO BRASIL

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CURSO DE HISTÓRIA PARA PM-BA/2019
AULA 00 
Prof. Marco Túlio
O DESCOBRIMENTO DO BRASIL (1500)
Prof. Marco Túlio
❑ A expedição de Cabral contava com navegadores experientes, cosmógrafos, frades 
franciscanos e funcionários da Coroa. Ela partiu no dia 9 de março de 1500, comandada pelo 
fidalgo Pedro Álvares Cabral.
❑ No dia 22 de abril de 1500, avistaram um elevado que foi batizado como Monte Pascoal. 
Desembarcaram e permaneceram em terra até o dia 2 de maio, quando seguiram viagem em 
direção às Índias.
❑ As terras encontradas foram batizadas de Vera Cruz, o que mostra a dimensão religiosa da 
colonização portuguesa. Também foi rezada uma missa logo após alcançarem terra. 
❑ A viagem cabralina não foi uma "descoberta", mas uma tomada de posse em nome do rei de 
Portugal dos domínios atribuídos ao país desde o Tratado de Tordesilhas (1494).
A expedição cabralina (1500): Conquista? 
Descobrimento?
Curso de História para PM-BA – AULA 00
Prof. Marco Túlio
❑ Pero Vaz de Caminha era escrivão da armada de Cabral. Ele contava com 50 anos na época.
❑ A carta de Caminha, relato das terras identificadas pela expedição cabralina, é uma espécie de
“certidão de nascimento” do Brasil.
❑ “achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou”.
❑ “Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou
ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares [...]. Águas são muitas; infindas. E
em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas
que tem.
❑ “Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente. E esta
deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.” – Cristianização
AS EXPEDIÇÕES PORTUGUESAS APRESENTARAM DIMENSÕES POLÍTICAS, ECONÔMICAS E RELIGIOSAS
A carta de Caminha
Curso de História para PM-BA – AULA 00
Prof. Marco Túlio
BRASIL COLÔNIA (1530-1815): 
Prof. Marco Túlio
❑ Em 1530, a Coroa deu início ao processo de ocupação da América Portuguesa. Contribuíram para essa
decisão:
- notícia da descoberta de ouro e prata pelos espanhóis, em uma área que corresponde ao atual Peru;
- intensificação da presença de estrangeiros;
- declínio do comércio com as Índias.
❑ A expedição de Martim Afonso de Souza é o marco inicial do período colonial, pois tinha como objetivos:
- ocupar a terra e dar início à exploração de seus recursos;
- combater invasores estrangeiros;
- procurar metais preciosos;
- mapear o litoral dos domínios portugueses na América.
A expedição de Martim Afonso de Souza
Curso de História para PM-BA – AULA 00
Prof. Marco Túlio
❑ Criado em 1534, objetivava estimular a ocupação da terra.
❑ Dividiu a América Portuguesa em 15 largas faixas de terras, chamadas
de capitanias. Elas ficaram aos cuidados de 12 donatários, nome dado
a quem recebia a terra.
❑ Os capitães-donatários eram funcionários do Estado e membros da
fidalguia lusa (pequena nobreza). Ao serem nomeados, passavam a ser
a autoridade máxima em sua capitania, e quando morriam, seus filhos
herdavam a administração.
❑ A posse das capitanias era regulada pela Carta de Doação.
❑ Os privilégios e deveres dos donatários eram estabelecidos pelo Foral.
O sistema de Capitanias Hereditárias
Curso de História para PM-BA – AULA 00
Prof. Marco Túlio
Fonte: COTRIM, Gilberto. História global. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 281.
O sistema de Capitanias Hereditárias
DIREITOS DEVERES
▪ Criar vilas e distribuir terras 
(sesmarias) a quem desejasse 
e pudesse cultivá-las.
▪ Exercer a plena autoridade 
judicial e administrativa.
▪ Por meio da chamada “guerra 
justa”, escravizar os indígenas 
considerados inimigos, 
obrigando-os a trabalhar na 
lavoura.
▪ Receber 5% dos lucros sobre 
o comércio do pau-brasil.
Assegurar ao rei de Portugal:
▪ 10% dos lucros sobre todos os 
produtos da terra;
▪ 25% dos lucros sobre metais e 
as pedras preciosas que 
fossem encontrados;
▪ o monopólio da exploração do 
pau-brasil.
Curso de História para PM-BA – AULA 00
Prof. Marco Túlio
❑ O sistema de capitanias não funcionou por diversas razões:
- Exigia investimentos vultuosos dos donatários;
- Resistência indígena
❑ Algumas capitanias conseguiram prosperar, graças ao cultivo da cana de
açúcar: Pernambuco e São Vicente.
❑ Criados alguns povoamentos, como Porto Seguro (1535) e Ilhéus (1536).
O sistema de Capitanias Hereditárias
Curso de História para PM-BA – AULA 00
Prof. Marco Túlio
❑ Criado para coexistir com o sistema de capitanias-hereditárias, o governo-
geral centralizava a administração na Colônia.
❑ A sede do governo-geral foi instalada na antiga capitania da Bahia, devido
ao seu posicionamento central.
❑ Foi construída a cidade de Salvador, a primeira capital e sede do primeiro
bispado do Brasil.
❑ Grandes proprietários, chamados de “homens bons”, mantiveram sua
influência nas Câmaras Municipais das vilas e cidades.
O Governo-geral
Curso de História para PM-BA – AULA 00
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❑ Eram atribuições do governador-geral:
- Comandar a defesa militar da colônia;
- Manter relações com os governantes das capitanias e cuidar das finanças da Colônia;
- Preencher cargos da Justiça e supervisionar seus funcionários. Também podia alterar penas;
- Nomear párocos e fiscalizar as autoridades religiosas.
❑ Contava com alguns auxiliares:
- ouvidor-mor → justiça
- Provedor-mor → Finanças
- Capitão-mor → defesa militar do litoral
O Governo-geral
Curso de História para PM-BA – AULA 00
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❑ PRIMEIRO GOVERNO-GERAL (1549-1553) → Tomé de Souza
- Fundação de Salvador
- Incentivo à cana de açúcar
- Organizou expedições em busca de ouro e prata.
- Missões jesuíticas
❑ SEGUNDO GOVERNO-GERAL (1553-1558) → Duarte da Costa
- França Antártica (1555-1567)
- Reforço da atividade jesuítica
❑ TERCEIRO GOVERNO-GERAL (1558-1572) → Mem de Sá
- Franceses expulsos do Rio de Janeiro
- Luta contra rebeliões indígenas.
O Governo-geral
Curso de História para PM-BA – AULA 00
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O EXTRATIVISMO VEGETAL
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❑ Em 1530, as primeiras mudas chegaram oficialmente no Brasil na
expedição de Martim Afonso de Souza, criador do primeiro
engenho de açúcar na América Portuguesa.
❑ Condições climáticas favoráveis no Brasil.
❑ O primeiro engenho de açúcar, contudo, data de 1534, sendo
construído em Pernambuco.
❑ Enquanto portugueses prevaleciam na produção do açúcar,
holandeses se envolveram no transporte, refino e venda do
produto no mercado europeu.
❑ O engenho é a unidade de produção açucareira. Somente
proprietários muito ricos, chamados de senhores de engenho,
dispunham do maquinário necessário para a feitura do açúcar.
A empresa açucareira
Curso de História para PM-BA – AULA 00
Prof. Marco Túlio
P
la
n
ta
ti
o
n
Monocultura
Latifúndio 
Escravidão
❑ No engenho, a Casa-grande era a moradia do 
senhor e símbolo de seu poder político, social e 
econômico. 
❑ Já a senzala era o local onde os escravizados eram 
trancafiados durante a noite. A presença de 
homens livres e pobres é bastante limitada, a 
ponto de nem chegarem a formar uma camada 
social própria. 
❑ O açúcar produzido no Brasil era refinado pelos 
holandeses, que acabavam controlando o valor 
final do produto. 
A empresa açucareira
Curso de História para PM-BA – AULA 00
Prof. Marco Túlio
❑ Em 1578, o rei português D. Sebastião desapareceu durante a Batalha de Alcácer-Quibir, 
travada contra os árabes no Marrocos. Como o rei não tinha herdeiros a coroa foi parar nas 
mãos do rei espanhol Filipe I. O período que vai de 1580 até 1640, quando os reis da dinastia 
filipina acumularam as coroas dos dois Estados da península, ficou conhecido entre os 
historiadores como União Ibérica.
❑ Em 1624 os holandeses criaram a Companhia das Índias Ocidentais, a fim de obterem 
territórios do outro lado do Atlântico. Em 08 de maio de 1624, os holandeses invadiram a 
Bahia e ocuparam Salvador. Com o auxílio de espanhóis e indígenas,os luso-brasileiros 
expulsaram os invasores.
❑ Em 14 de fevereiro de 1630, os holandeses ocuparam o litoral pernambucano, levando o 
governador da capitania, Matias de Albuquerque, a fugir para o interior. Eles permaneceram 
no Nordeste até 1654, quando foram expulsos pelos luso-brasileiros.
A empresa açucareira
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❑ Em 1578, o rei português D. Sebastião desapareceu durante a Batalha de Alcácer-Quibir, 
travada contra os árabes no Marrocos. Como o rei não tinha herdeiros a coroa foi parar nas 
mãos do rei espanhol Filipe I. O período que vai de 1580 até 1640, quando os reis da dinastia 
filipina acumularam as coroas dos dois Estados da península, ficou conhecido entre os 
historiadores como União Ibérica.
❑ Em 1624 os holandeses criaram a Companhia das Índias Ocidentais, a fim de obterem 
territórios do outro lado do Atlântico. Em 08 de maio de 1624, os holandeses invadiram a 
Bahia e ocuparam Salvador. Com o auxílio de espanhóis e indígenas, os luso-brasileiros 
expulsaram os invasores.
❑ Em 14 de fevereiro de 1630, os holandeses ocuparam o litoral pernambucano, levando o 
governador da capitania, Matias de Albuquerque, a fugir para o interior. Eles permaneceram 
no Nordeste até 1654, quando foram expulsos pelos luso-brasileiros.
A empresa açucareira
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A ESCRAVIDÃO
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❖ A demanda por braços nos primeiros engenhos de açúcar fez com que muitos homens livres se 
dedicassem a organizar expedições partidas de São Paulo para a captura de indígenas (bandeiras de 
apresamento)
❖ O processo de escravização dos “negros da terra” contou com colaborações e resistências, além de 
causar a dizimação de milhões através de epidemias. 
❖ Os europeus foram os primeiros a praticarem o comércio de escravizados no Atlântico. 
❖ Para adquirir escravizados, os portugueses se utilizavam das feitorias criadas ao longo dos séculos XV 
e XVI.
❖ O comércio de almas mobilizava interesses de africanos, europeus e americanos.
Eram adquiridos com tecidos, aguardente, tabaco e armas. Os traficantes os vendiam para engenhos, 
áreas de minas e outras atividades econômicas.
❖ O tráfico de escravos era a atividade mais lucrativa do Império Ultramarino Português.
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❖ Escravos de eito → escravizados que trabalhavam 
nas lavouras.
❖ Escravos domésticos → escravizados que 
trabalhavam nas habitações de seus senhores.
❖ Boçal → denominação utilizada para denominar 
escravizados recém-chegados da África. A maioria 
daqueles que foram fixados na Bahia eram 
iorubás.
❖ Ladino → escravizado que entendia a língua 
portuguesa e a rotina de trabalho na Colônia.
❖ Crioulos → escravizados nascidos no Brasil e que 
tinham o português como primeira língua. 
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❑ Violência contra si mesmo → abortos e suicídios;
❑ Fugas individuais e coletivas, muitas delas 
contribuindo para a formação de quilombos
❑ Boicote e sabotagem da produção do senhor de 
escravos
❑ Negociações
❑ Sincretismo religioso
Formas de resistência
O BRASIL ALÉM DO AÇÚCAR
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❑ Na região amazônica, ao norte do território, prevaleceu a extração das chamadas drogas do
sertão, nome dado aos produtos de origem vegetal extraídos da floresta, tais como a
castanha-de-caju, a baunilha, o cacau, o urucum, o cravo e o anil. Parte deste lucrativo
comércio era protagonizado por jesuítas que se instalam na região e se utilizam da mão de
obra indígena para extrair as especiarias amazônicas
❑ No Maranhão, a extração de drogas do sertão foi conciliada com o cultivo do algodão.
Inicialmente voltado para o abastecimento interno, sobretudo para a confecção de
vestimentas dos escravizados, o algodão ganhou o mercado mundial após a Revolução
Industrial, que aumentou a demanda pelo produto a partir da mecanização das indústrias
têxteis.
❑ Outra atividade econômica que merece destaque é o cultivo do tabaco para a produção de
fumo, produto mais importante para as exportações da América Portuguesa depois do açúcar,
pois era utilizado como moeda de troca no tráfico de escravizados vindos da África. A
Bahia se tornou a maior produtora de tabaco do Atlântico Sul, desenvolvendo seu cultivo
principalmente na região do Recôncavo Baiano.
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❑ O gado bovino foi introduzido no Brasil em 1534, a partir da expedição de Martim Afonso de 
Souza, na capitania de São Vicente. Aos poucos, rebanhos passaram a ser criados nos 
engenhos.
❑ A destruição de lavouras pelos animais levou a Coroa a portuguesa, por meio da Carta Régia 
de 1701, a proibir a criação de gado em uma área de dez léguas da costa, o que resguardava 
os interesses econômicos dos senhores de engenho. Partindo principalmente das capitanias 
da Bahia e Pernambuco, os currais se deslocaram até a região agreste, para em seguida, 
ganhar o sertão.
❑ Ao sul da colônia, a paisagem dos pampas também se mostrou favorável à criação de 
bovinos, o que fez a região se consolidar como produtora de couro voltada para a 
exportação.
❑ As áreas de criação, denominadas de currais, empregavam em média uma dúzia de homens 
livres e mestiços, os chamados vaqueiros. 
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A pecuária
O EXTRATIVISMO MINERAL
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Podemos dividir a atividade mineradora na América Portuguesa em três períodos:
→ O início da exploração, a partir de 1690, com o achamento de ouro em Sabará;
→ O apogeu, que se inicia por volta de 1730 e 1740;
→ A crise, a partir de 1750. 
O primeiro documento criado pela Coroa a fim de regular a exploração aurífera foi o 
Regimento de 1702, que criava a Intendência das Minas, responsável pela 
administração e cobrança de tributos na região. Podemos destacar dois deles:
- Quinto → 1/5 de todo o ouro extraído deveria ser entregue a Coroa portuguesa. 
Para que isso fosse devidamente fiscalizado pelos funcionários da metrópole, era 
preciso que o metal fosse transformado em barra e identificado com um selo da Coroa 
nas casas de fundição. A circulação de ouro em pó ou em pepita era proibida. 
- Capitação → Cobrança de um valor por cada escravo empregado na atividade 
mineradora.
A sociedade do açúcar era dividida da seguinte forma:
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❑ Relativa mobilidade social
❑ Sociedade fortemente miscigenada, onde homens livres e escravizados se 
cruzavam por toda parte nos espaços urbanos.
❑ Era comum que muitas cativas que executavam atividades domésticas 
fossem também escravas de ganho, ou seja, se dedicassem à venda de 
mercadorias nas ruas. Os lucros obtidos eram repassados aos seus 
senhores, mas parte poderia ser mantida por ela, o que lhe permitia acumular 
para comprar sua própria alforria – ou seja, a sua liberdade. 
❑ Um dos aspectos da sociedade mineradora que merece destaque é a criação 
das irmandades leigas, ou seja, que não eram compostas por clérigos. 
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Como elementos que ocuparam a ocupação do interior da colônia portuguesa, 
podemos destacar:
❑ Exploradores em expedições militares, financiadas pela administração para 
combater invasores;
❑ Bandeirantes, expedições de homens pobres que desbravavam o interior do 
território aprisionando indígenas, perseguindo cativos fugitivos ou procurando 
metais preciosos;
❑ Jesuítas, que fundaram aldeamentos para catequizar os indígenas e explorar 
as drogas do sertão;
❑ Criadores de gado.
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A expansão territorial
❑ Tratado de Madri (1750) → beneficiou
portugueses, pois concedeu a posse legal do Rio
Grande do Sul, Mato Grosso e Amazônia.
❑ Tratado de Santo Ildefonso (1777) → beneficiou
espanhóis, pois parte do Rio Grande do Sul foi
perdido, como a colônia de Sacramentoe dos
Sete Povos das Missões.
❑ Tratado de Badajóz (1801) → beneficiou
portugueses, permitindo que fosse recuperada
boa parte do Rio Grande do Sul. A Espanha,
contudo, permaneceu com o estuário do Prata.
Portugal e as Grandes Navegações
Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. 17ª ed. São Paulo: Ática, 
2008.p. 20.
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A CONJURAÇÃO BAIANA
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❖ Em 1798, eclodiu uma revolta em Salvador que reuniu vários grupos populares, sob inspiração dos 
ideais iluministas (“francesias”).
❖ O objetivo era obter a independência de Portugal e fundar na região uma república igualitária, na 
qual todos os cidadãos teriam a mesma condição.
❖ Principais pontos: abolição da escravatura, proclamação da república, diminuição dos impostos, 
abertura dos portos, fim do preconceito e aumento salarial.
❖ Ideias mobilizadas em panfletos, produzidos por grupos cuja ascensão social era burlada pela cor da 
pele, como artesãos e soldados. 
❖ Principais lideranças: Manuel Faustino, Lucas Dantas, João de Deus e Luís Gonzaga das Virgens.
❖ Participação feminina: Ana Romana e Domingas Maria do Nascimento
A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL E O
PRIMEIRO REINADO
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A ideia de Independência 
❖ Nos debates constitucionais das Cortes prevaleceu a ideia 
de hegemonia de Lisboa sobre as demais partes do Império. 
Isso foi entendido pelas elites brasileiras como a perda de 
sua autonomia. 
❖ Em 29 de setembro de 1821, as Cortes exigiram o retorno 
do príncipe regente para Portugal, mas este foi convencido 
a permanecer no Brasil pelas elites locais. 
❖ Dia do Fico (09/02/1822)
❖ Resolvida a situação, D. Pedro partiu de volta para o Rio de 
Janeiro, mas no meio do caminho recebeu uma carta de 
José Bonifácio de Andrada e Silva, principal liderança 
favorável a um governo autônomo brasileiro. 
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A ideia de Independência 
Curso de História para PM-BA – AULA 00
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A ideia de Independência 
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A Independência da Bahia 
❖ Comemorada no dia 2 de julho, data da expulsão das 
tropas portuguesas de Salvador em 1823.
❖ A guerra contra os portugueses na Bahia durou um ano 
e cinco meses, mobilizou mais de 16.000 pessoas só do 
lado brasileiro e custou centenas de vidas. 
❖ Em fevereiro de 1822, depois de serem expulsos do Rio 
de Janeiro, os portugueses concentraram seus efetivos 
militares em Salvador. 
❖ Em 19 de fevereiro de 1822, militares brasileiros se 
rebelaram contra a nomeação de um general português 
Ignácio Luís Madeira de Melo para o comando das 
tropas da Bahia.
Planta do Forte de São Pedro.
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A Independência da Bahia 
❖ Em quatro dias, de duzentas a trezentas pessoas foram mortas. 
→ Joana Angélica de Jesus
❖ Na madrugada de 20 de fevereiro, os brasileiros abandonaram o forte 
São Pedro e se refugiaram no Recôncavo, sendo seguidos por civis 
que aderiram ao movimento.
❖ Em 19 de fevereiro de 1822, militares brasileiros se rebelaram contra 
a nomeação de um general português Ignácio Luís Madeira de Melo 
para o comando das tropas da Bahia.
❖ A vila de Santo Amaro da Purificação, declarou apoio a D. Pedro, além 
de produzir um documento no qual defendia a criação de uma junta 
de governo eleita pelo povo, a tolerância religiosa, a criação de uma 
universidade e a atração de recursos estrangeiros para desenvolver a 
economia nacional. 
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A Independência da Bahia 
❖ Na semana seguinte, a Câmara de Cachoeira reconheceu a 
autoridade do príncipe regente D. Pedro, decisão comemorada 
com uma festa pública. O evento foi interrompido por tiros de 
uma canhoneira, que se estenderam por três dias. 
❖ Batalhões de voluntários foram recrutados às pressas entre 
agricultores pobres, escravos e crioulos plantadores de cana, 
fumo e mandioca. VOLUNTÁRIOS DO PRÍNCIPE
→ Liderado pelo general francês Pierre Labatut
→ Substituído por José Joaquim de Lima e Silva
❖ Optaram por cercar a cidade, que só poderia ser abastecida por 
via marítima.
❖ Em janeiro de 1823, após 3 dias de combate
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A Independência da Bahia 
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O reconhecimento da independência 
❖ No final de 1822, as províncias de Minas Gerais, Pernambuco e da porção sul do Brasil aderiram ao 
processo de independência do Brasil. 
❖ Devido a dificuldade nas comunicações, Goiás e Mato Grosso só se manifestaram em janeiro de 
1823, seguidas por Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe.
❖ As chamadas províncias do norte – Pará, Maranhão Piauí e Ceará –, juntamente com parte da Bahia 
e a Cisplatina, permaneceram fiéis às Cortes portuguesas. 
❖ A Independência não foi um processo pacífico, uma vez que a adesão dessas regiões foi obtida por 
meio de guerras sangrentas travadas contra os portugueses. Um dos mais famosos episódios da 
Guerra de Independência foi a chamada Batalha do Jenipapo, em que 1100 soldados de Portugal 
enfrentaram brasileiros que possuíam apenas facões, machados e porretes. 
❖ Os brasileiros foram derrotados, mas frustraram os planos dos lusos de manterem uma colônia ao 
norte do país. 
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A Constituição de 1824
❖ Com o apoio de adversários do grupo de Bonifácio, D. Pedro I outorgou a primeira 
Constituição em 25 de março de 1824.
❖ Instituição do poder moderador, de competência exclusiva do imperador. Por 
meio dele, o monarca interferia nos demais poderes, nomeando e demitindo 
ministros e presidentes de província, dissolvendo a Câmara dos Deputados, 
escolhendo juízes e senadores e se comprometendo com certas atribuições de 
Justiça. 
❖ A forma de governo se definia como uma monarquia hereditária e constitucional, 
com a administração centralizada no Rio de Janeiro.
❖ Prevalecendo o voto censitário, eram excluídos de participação os homens 
menores de 25 anos e os com renda mínima anual inferior a 100 mil réis, 
mulheres, indígenas e escravos. 
❖ Apesar de sua implantação autoritária, possui influências do liberalismo
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Contestações e crise do Primeiro Reinado
❖ O autoritarismo de D. Pedro I, manifestado com a imposição da 
Constituição de 1824, provocou reações em Pernambuco, onde 
eclodiu uma revolta denominada Confederação do Equador
(1824).
❖ Um de seus principais líderes, o frei carmelita Joaquim do Amor 
Divino Rebelo, o Frei Caneca, dizia que o poder moderador era “a 
chave-mestra da opressão da Nação Brasileira”. 
❖ Os rebeldes buscavam a implantação de uma República 
federalista, ou seja, com maior autonomia para as províncias. 
Também defendiam o fim do tráfico de escravos, o que estimulou 
a participação de homens livres e pobres. 
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Contestações e crise do Primeiro Reinado
❖ Outro conflito que eclodiu no interior do país foi a Guerra da Cisplatina. 
❖ Situada no extremo-sul do território, a província havia sido anexada ao Brasil por D. João 
VI, em 1816, devido a sua importância geoestratégica na bacia do Rio da Prata, afinal ela 
se situa na região de foz. 
❖ Em 1825, a província deu início a um conflito pela sua independência, apoiada recebendo 
apoio da Argentina devido à sua pretensão de anexá-la. 
❖ O conflito se estendeu até 1828, sendo um dos fatores que contribuiu para a crise política 
devido aos altos recursos gastos empregados para manter uma localidade que não 
possuía nenhuma identidade cultural com as demais do Brasil. 
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Contestações e crise do Primeiro Reinado
❖ Embates entre portugueses(“pés-de-
chumbo”) e brasileiros (“pés-de-cabra) se 
tornavam cada vez mais acentuadas na 
Corte. Em março de 1831, os dois grupos se 
atacaram nas ruas do Rio de Janeiro, em um 
episódio que ficou conhecido como Noite 
das Garrafadas. 
❖ Em 7 de abril de 1831, o Exército e parcelas 
das elites da terra forçaram D. Pedro I a 
abdicar do trono em favor e seu filho, Pedro 
de Alcântara. O episódio ficou conhecido 
como a Revolução do Sete de Abril, e para 
muitos de seus contemporâneos, 
representou a ruptura definitiva com 
Portugal. 
O PERÍODO REGENCIAL (1831-1840)
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A Regência Trina Permanente
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❑ Neste período, a figura política de maior destaque era o
ministro da Justiça, padre Antônio Feijó.
- Idealizada a Guarda Nacional,
❑ Criação do Código do Processo Criminal, que garantiu
maiores atribuições aos juízes de paz.
- Aprovação do Ato Adicional (1834)
- criação das Assembleias Legislativas Provinciais,
- extinção do Conselho de Estado,
- transformação do Rio de Janeiro em município neutro;
- adoção do modelo uno de regência, sendo estabelecido
mandato de quatro anos para o cargo de regente.
A Revolta dos Malês (1836)
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❖ Ocorrida em Salvador, foi a maior revolta de escravos de nossa história.
❖ A frente do levante estava a Sociedade dos Malês, nome dado a 
comunidade de africanos islamizados, que sabiam ler e escrever em árabe. 
❖ Os revoltosos seguiram o protocolo militar dos muçulmanos: não 
saquearam casas ou atacaram proprietários, confrontando apenas grupos 
armados organizados para contê-los. 
❖ De acordo com um dos participantes, seu objetivo era eliminar todos os 
brancos e pardos da cidade, instaurando uma ordem islamizada e 
mantendo escravos de outras etnias na mesma condição.
❖ Cerca de 70 rebeldes morreram em combate pelas ruas da capital baiana, 
enquanto outros 500 foram severamente punidos com castigos físicos, 
degredos, prisões ou morte. 
A Regência Trina Permanente
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❑ A partir da criação do Ato, a classe política se organizou em dois 
grupos: 
- os progressistas, antigos liberais exaltados favoráveis à autonomia 
provincial e à descentralização política; 
- os regressistas, moderados e caramurus que se unem em defesa da 
centralização política e da unidade do Império. 
❑ O primeiro regente uno foi o padre Feijó, que exerceu seu mandato 
entre 1835 e 1837. Sua passagem pelo cargo foi marcada por grandes 
turbulências, o que o levou à renúncia.
❑ O cargo foi ocupado por Pedro de Aráujo Lima, líder dos regressistas. 
- Seu governo (1837-1840) aprovou a Lei de Interpretação do Ato 
Adicional (1840), que diminuiu a autonomia das províncias ao retirar 
algumas prerrogativas de suas Assembleias. 
- Reviu a descentralização da Justiça promovida pelo Código Criminal
A Sabinada (1837-1838)
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❖ Pouco tempo depois da Revolta do Malês, Salvador foi palco de uma nova revolta, dessa vez protagonizado
pelo médico Francisco Sabino Álvares da Rocha. Ela contou com a adesão das camadas médias da cidade.
❖ Apoiado por soldados, Sabino depôs o presidente da província em 7 de novembro de 1837, proclamando a
República Bahiense. Contudo, a ideia é que ela perduraria até a maioridade de D. Pedro.
❖ O presidente da província deposto, Francisco de Souza Paraíso, se refugiou em um navio, enquanto o chefe
de polícia se dirigiu ao Recôncavo Baiano.
❖ O principal elemento que contribuiu para a eclosão do movimento foi a Lei de Interpretação do Ato Adicional
(1837), que diminuía a autonomia provincial da Bahia e demais regiões do país.
❖ Tropas foram enviadas do Rio de Janeiro, Pernambuco e Alagoas para conter os rebelados, resultando em
conflitos que deixaram mais de mil mortos e milhares de presos. Sabino, líder do movimento, foi capturado e
levado preso para o Mato Grosso.
O SEGUNDO REINADO (1840-1889)
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Cronologia
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❑ A consolidação (1840-1850): pacificação de
conflitos entre as forças políticas que se
enfrentavam desde o período regencial;
❑ A estabilidade (1850-1889): regime desfruta
grande solidez, sem enfrentar conflitos sociais
que abalassem sua unidade;
❑ A crise do Segundo Reinado (1870-1889): Rio de
Janeiro se tornou local de discussão de novas
ideias que contribuem para a deslegitimação da
monarquia e alimentam o golpe militar de 1889.
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A política externa durante o Segundo 
Reinado
❖ Entre 1860 e 1862, o embaixador inglês instalado no Brasil, William Dougal Christie, foi o 
responsável por uma sequência de equívocos diplomáticos que alimentaram duras críticas dos 
jornais cariocas. 
❖ A questão Christie, nome como ficaram conhecidos estes incidentes envolvendo o embaixador 
inglês, geraram grande comoção popular, alimentada por um discurso nacionalista, e a intervenção 
direta do Imperador para defender a defesa nacional. 
❖ A quantia de 3.200 libras foi paga a Inglaterra, mas o governo rompe relações diplomáticas com o 
país após julgar insuficientes as explicações dadas para as atrapalhadas ações do embaixador. 
Questão Platina
Líder: Manuel Oribe
Criadores de gado e 
ligado ao Argentina Tropas brasileiras derrotam 
Oribe e o presidente da 
Argentina, Juan Manuel Rosas. 
❖ Interesses do Brasil:
- Garantir o direito de navegação do rio da Prata, 
formado pelos rios Paraná e Uruguai.
- Impedir ataques a fazendeiros gaúchos por 
vaqueiros uruguaios
- Impedir anexação do Uruguai pela Argentina.
❖ Intervenção contra Oribe e Rosas. 
PARTIDO BLANCO x PARTIDO COLORADO
Líder: Frutuoso Rivera
Comerciantes de Montevidéo e
ligado ao Brasil.
Questão Platina
❖ Guerra contra Aguirre (1864-1865)
- Furto de gado em fazendas gaúchas por blancos
uruguaios levam o Império do Brasil a declarar 
guerra ao Uruguai.
- Tendo como aliado os colorados, estes liderados 
por Venâncio Flores, o governo Aguirre foi 
derrotado. 
- Os blancos tinham como aliado o ditador do 
Paraguai, Francisco Solano López, que em 
retaliação à interferência do Brasil naquele país, 
captura o barco a vapor brasileiro Marquês de 
Olinda. 
- Brasil rompe relações com o Paraguai.
A Guerra do Paraguai
❖ Pouco tempo depois López invade o sul da província de 
Mato Grosso, declarando guerra ao Império em 13 de 
dezembro de 1864. 
❖ Ao ter negada a passagem de suas tropas em território 
argentino, também declara guerra a este país em março 
de 1865, invadindo a província de Corrientes. 
❖ Em 1º de maio de 1865, os três assinaram o Tratado da 
Tríplice Aliança, no qual determinam ser os objetivos da 
guerra:
- a deposição de Solano López;
- a livre-navegação no Rio da Prata;
- a anexação de territórios do Paraguai em litígio com a 
Argentina e o Brasil por estes dois países. 
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A Guerra do Paraguai
❖ O Paraguai perdeu 40% de seu território, além de manter-se 
ocupado por tropas brasileiras até 1876. 
❖ A Argentina também teve baixas significativas em sua população, 
mas a guerra parece ter contribuído para unificar o seu território, 
até então ameaçado por províncias contrárias à hegemonia de 
Buenos Aires. 
❖ Quanto ao Brasil, pelo menos 50 mil de seus soldados foram 
mortos, sem calcular aqueles que sucumbiram às doenças que 
também proliferavam os campos de batalha. 
❖ Os custos da guerra se abateram sobre os governos a partir de 
1870. 
❖ Engajamento do Exército na questão abolicionista. 
La Paraguaya. Reprodução da tela de Juan 
Manoel Blanes, 1879, pertencente ao 
acervo do Museo Nacional de Artes 
Visuales, Uruguai. 
A questão religiosa
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❖ Com o padroado, o imperador escalava a os clérigos,
chegando a nomear os bispos e a coletar o dízimo. Ele
também tinha o direitode ratificar ou não uma ordem
papal para o país, o chamado beneplácito.
❖ Em 1864, o papa Pio IX enviou uma bula que determinava
a excomunhão imediata dos católicos membros da
maçonaria. D. Pedro II não reconheceu o documento, mas
os bispos de Olinda e Berlim adotaram a decisão e
expulsaram padres envolvidos com a sociedade secreta.
❖ D. Pedro II reagiu condenando os bispos “rebeldes” à
prisão com trabalhos forçados, o que gerou uma
indisposição de boa parte da Igreja ao governo.
A questão abolicionista
❖ Logo após o final da Guerra do Paraguai, o movimento
abolicionista ganhou força no Brasil, sendo fundadas em
1870 a Sociedade de Libertação no Rio de Janeiro e a
Sociedade Libertadora do Elemento Servil.
❖ Em 1871, o governo aprova a Lei do Ventre Livre, que
estabelecia que todos os filhos de escravas nascidos a
partir daquela data seriam considerados livres, devendo o
proprietário entregá-lo para a tutela do Estado em troca de
uma indenização ou fazê-lo trabalhar até completar 21
anos.
❖ A lei também beneficiava os cafeicultores que buscavam
atrasar ao máximo a abolição da escravidão, afinal era
comum os senhores falsificarem a idade de seus
escravizados em sua matrícula.
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A questão abolicionista
❖ Em 1885, o gabinete do Conselheiro Saraiva foi o responsável 
pela aprovação da chamada lei Saraiva-Cotegipe, ou Lei dos 
Sexagenários (1885), que concedia alforria aos maiores de 65 
anos. 
❖ Na prática, boa parte dos negros não ultrapassava os 40, e 
aqueles que conseguiam, dificilmente abandonariam suas 
fazendas sendo improdutivos. 
❖ Desta forma, tratava-se de uma lei conservadora, aprovada 
unicamente para adiar a abolição da escravidão. 
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A questão abolicionista
❖ Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel, que ocupava a regência 
do trono enquanto o pai estava fora do país, assinou a Lei Áurea, 
que acabou com a escravidão.
❖ Festejos em comemoração ao ato duraram semanas, afinal a 
campanha pela abolição conquistara a opinião pública e dispunha 
de associados em todas as províncias.
❖ Mas passadas as comemorações, a monarquia não apresentou 
soluções para incorporar estas populações libertas na sociedade 
brasileira, permanecendo como “subcidadãos” nas décadas 
seguintes. 
❖ A elite escravocrata, que até aquele momento mantinha-se fiel à 
monarquia com a condição de que fosse mantido o trabalho 
compulsório, deixam de apoiá-la quando se veem sem indenização 
pela mão de obra perdida. 
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A questão militar
❖ Após 188, boa parte da elite cafeicultora escravocrata se aproxima 
neste período do Partido Republicano, organização criada em 
1870 por fazendeiros do Oeste Paulista em Itu, São Paulo. 
❖ Defensores da modernização do país, os republicanos daquela 
província mostravam-se mais federalistas do que republicanistas 
de fato, já que a hegemonia política desfrutada pelos cafeicultores 
do Vale do Paraíba junto aos senhores do açúcar no Nordeste 
impedia-os de promover as reformas que julgavam necessárias. 
❖ Embora sem se engajarem de fato na campanha abolicionista, os 
republicanos foram hábeis em se utilizar das queixas dos 
cafeicultores escravocratas, encampando a ideia de “República 
com indenização”. 
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A questão militar
❖ A partir da década de 1880, as relações entre as Forças Armadas e a monarquia se estremecem 
com a questão militar, conjunto de atritos entre as elites civis e fardadas, já que as primeiras 
passaram a promover a punição destas pela interferência em assuntos políticos debatidos 
publicamente. 
❖ Figuras como o Antônio de Sena Madureira, Benjamin Constant e o marechal Deodoro da Fonseca 
passam a reivindicar direitos políticos da mesma maneira que os desfrutados pelos cidadãos civis, 
o que é alimentado pelos republicanos com objetivo de cooptá-los. 
❖ Entre os militares prevalecia uma doutrina de nome positivismo, conjunto de ideias e princípios 
filosóficos que se apresentavam sob o lema Ordem e Progresso. 
❖ Por meio dessas ideias e da influência dos membros do Partido Republicano, aos poucos a 
monarquia vai se tornando sinônimo de algo ultrapassado, sendo necessária sua superação e 
implantação da República para que a sociedade brasileira rumasse para o progresso. 
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A questão militar
❖ Para muitos, a palavra República se torna sinônimo de 
esperança e mudança, embora dificilmente encarnasse um 
único projeto de país.
❖ Desgastado e isolado, D. Pedro II é deposto sem resistência 
por oficiais do Exército liderados por Deodoro da Fonseca, 
contando também com o apoio de cafeicultores paulistas em 
um movimento sem participação popular. 
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A PRIMEIRA REPÚBLICA E OS GOVERNOS
DE DEODORO DA FONSECA
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Periodização
▪ República da espada (1889-1894)
- Período no qual estiveram na presidência os militares Deodoro da Fonseca e
Floriano Peixoto.
▪ República oligárquica (1894-1930)
- Momento no qual o país é conduzido pela elite agrária, que se utiliza do Estado
para atender seus interesses econômicos.
- Para muitos historiadores, a Primeira República entra em crise a partir da década
de 1920
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1889
Governo provisório 
▪ Criação de símbolos republicanos
▪ Aprovação da Constituição de 1891
1889-1891
Governo Constitucional
▪ Encilhamento
▪ Revolta da Armada
Governo Deodoro da Fonseca (1889-1891)
▪ Implantação do federalismo
▪ Separação entre Igreja e Estado
▪ Criação de símbolos republicanos
▪ Promulgação da lei da grande 
naturalização
O governo provisório
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Bandeiras
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Tiradentes, um herói para a República
▪ Figura já conhecida no imaginário popular.
▪ Culto cívico ao “mártir da Inconfidência”, decretando a 
data de sua condenação, o 21 de novembro, feriado 
nacional do novo regime. 
▪ Imagem associada à figura de Jesus Cristo. 
▪ Tiradentes se tornou símbolo da República, do ideal de 
liberdade, e de toda a Nação. 
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A Constituição de 1891
❖ Estabelecimento de três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário;
❖Mandato de quatro anos para o presidente da República. REPÚBLICA PRESIDENCIALISTA
❖ Separação da Igreja do Estado, com a instituição do casamento civil e certidão de
nascimento;
❖ Implantação do federalismo, o que concedia ampla autonomia para os estados
elaborarem sua própria Constituição, eleger seus governadores e realizar empréstimos no
exterior.
❖ Voto universal (aberto) aos homens maiores de 21 anos, exceto analfabetos, mendigos,
membros de ordens religiosas e soldados.
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O governo Deodoro da Fonseca (1889-1891)
▪ Encilhamento
- Para estimular a industrialização, o governo permitiu 
a emissão desenfreada de papel moeda e facilitou o 
crédito para investidores.
- Para terem acesso aos recursos disponibilizados, 
muitos criaram empresas-fantasmas
- Mesmo sem produzir absolutamente nada, essas 
empresas tinham suas ações compradas na Bolsa de 
Valores, gerando uma grave crise inflacionária
assolasse o país. 
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O governo Deodoro da Fonseca (1889-1891)
❖ Após a Constituinte, Deodoro passou a sofreu 
forte oposição do Congresso, o que o levou a 
decretar estado de sítio e ordenar a dissolução do 
Congresso.
❖ A manobra golpista gerou reações no Rio de 
Janeiro: ferroviários da Estrada de Ferro Central do 
Brasil organizaram uma greve, enquanto setores 
da Marinha, lideradospelo almirante Custódio 
José de Melo, ameaçaram bombardear a capital 
caso o presidente não renunciasse. 
❖ Diante da pressão, o ditador renunciou à 
presidência em 23 de novembro de 1891.
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O governo Floriano Peixoto (1891-1894)
❖ Floriano Peixoto ascendeu a presidência em 1891, apesar das 
restrições impostas pela Constituição.
❖ Para reverter os prejuízos da política de Encilhamento, proibiu a 
emissão de dinheiro pelas instituições bancárias. Também 
foram adotadas medidas industrializantes, facilitando o crédito 
para empresários e para a importação de maquinário. 
❖ Para os grupos urbanos situados na capital, o marechal baixou o 
preço da carne e de outros produtos básicos, além de reduzir o 
valor dos aluguéis e incentivar a construção de moradias 
populares. 
❖ O presidente se tornou a primeira liderança republicana a dar 
origem a um fenômeno político, o florianismo. 
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A Segunda Revolta da Armada 
❖ No Rio de Janeiro, o almirante Custódio José de Melo deu início a Revolta da Armada, 
na qual se exigia a renúncia de Floriano e a convocação de novas eleições. 
❖ Os revoltosos da Marinha bombardeavam o Rio de Janeiro e Niterói. Com a adesão de 
setores monarquistas ao movimento, a Revolta da Armada foi considerada uma ameaça 
à República.
❖ Diante das revoltas simultâneas, Floriano Peixoto decretou estado de sítio, prendeu 
suspeitos de conspiração contra a República, empastelou jornais e transferiu a capital 
momentaneamente para Petrópolis
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❖ Em novembro de 1893, Custódio encaminhou embarcações para o 
sul, a fim de juntar-se a alguns rebeldes do sul, mas foram 
torpedeadas. 
❖ A dura repressão imposta aos revoltosos fez com que Floriano se 
tornasse conhecido como o “Marechal de Ferro”. 
❖ Derrotadas as duas revoltas, as eleições presidenciais ocorreram 
normalmente em março de 1894, quando o candidato dos 
cafeicultores paulistas, Prudente de Morais, venceu com ampla 
vantagem Lauro Sodré, representante dos florianistas.
A Segunda Revolta da Armada 
A REPÚBLICA OLIGÁRQUICA
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O coronelismo
▪ Ricos fazendeiros que exerciam grande influência política, 
econômica e social sobre aqueles que trabalhavam e viviam 
em suas terras. 
▪ Ele poderia se impor tanto de maneira positiva, concedendo 
favores e presentes aos seus trabalhadores, quanto de 
maneira violenta, através de seus capangas.
▪ Usava sua influência para manipular os votos, a fim de 
garantir que fossem eleitos candidatos escolhidos pelos 
governos federal e estadual. 
▪ Em troca, o presidente de estado lhe concedia carta branca 
para decidir todos os assuntos do município, chegando 
inclusive a indicar funcionários estaduais para trabalhar em 
sua localidade. 
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Apoio político em 
períodos eleitorais
Recursos financeiros e 
favores políticos
Apoio político em 
períodos eleitorais
Recursos financeiros e 
favores políticosCORONELISMO
POLÍTICA DOS 
GOVERNADORES
GOVERNOS 
ESTADUAIS
PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA
CHEFE POLÍTICO LOCAL
(“Coronel”)
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O coronelismo
❖ Dizia-se que o coronel mantinha seus eleitores “no 
cabresto”, o que torna o sufrágio conhecido neste período 
como voto de cabresto.
❖ “Degola”: Durante a Primeira República, a Câmara dos 
Deputados dispunha de uma Comissão Verificadora dos 
Poderes, órgão responsável pelo reconhecimento da vitória 
dos eleitos. Quando um parlamentar da oposição vencia, era 
bastante comum que lhe fosse negada a diplomação.
❖ A combinação da política dos governadores e o coronelismo 
permitiu a elite cafeeira do país consolidar-se no poder
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O café com leite
❖ Aqueles que dispunham de maiores bancadas no Congresso e 
maior expressividade econômica tinham maior força política 
que os demais, e com isso, maiores condições de lançarem 
candidatos de seus estados. 
❖ Nesse sentido, podemos destacar dois atores: São Paulo e 
Minas Gerais e o Rio Grande do Sul, com maior número de 
ocupantes da cadeira presidencial durante a República 
Oligárquica.
❖ O fato de São Paulo e Minas ocuparem tantas vezes a 
presidência fez com que alguns historiadores partissem do 
pressuposto de que havia um revezamento entre ambos no 
poder, denominando a relação entre eles de política do café 
com leite. 
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Limites da cidadania
❖ Apesar de abolir o critério censitário (comprovação de renda 
para votar), a continuidade da exclusão dos analfabetos e das 
mulheres limitava drasticamente o número de indivíduos que 
podiam gozar de direitos políticos. 
❖ Em 1890, 80% da população do Rio era marginalizada das 
decisões políticas.
❖ Elevado número de abstenções, motivadas por fraudes e 
violência. 
❖ Partidos políticos eram efêmeros e não suscitavam a 
participação política.
❖ Sem poder participar efetivamente da política institucional, o 
povo se dedica à vida privada, participando de festas e da vida 
religiosa. 
Jeca – Quanto mais andamos, mais nos 
afastamos do castelo que queremos atingir.
A República – É porque nos induzem por maus 
caminhos... 
Na charge, o “Jeca”, que representa o povo 
brasileiro, lamenta o caráter excludente da República 
brasileira, cada vez mais distante do ideal de democracia.
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A GUERRA DE CANUDOS (1896-1897)
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Fé e movimentos populares no interior do país
❖ A separação entre Estado e Igreja promovida pela República trouxe mudanças significativas para o 
catolicismo no Brasil. A instituição ganhava maior liberdade de atuação, mas sua esfera de 
influência era limitada pela instituição do casamento civil, a secularização dos cemitérios e a 
laicização do ensino básico. Apesar disso, a Constituição de 1891 poupou os bens da Igreja e não 
interferiu em sua organização. 
❖ A partir daí, a instituição volta para si mesma, a fim de reforçar a hierarquia existente em seu 
interior. Esse processo foi denominado romanização da Igreja, o que significa dizer que queriam 
fazer valer as determinações da sede da Igreja mesmo em territórios distantes, diminuindo o 
poder local das irmandades. 
❖ Essa tentativa de adequação aos novos tempos ocorreu sem fortes contestações populares em 
relação a diminuição do poder das autoridades eclesiásticas. 
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A Revolta de Canudos (1896-1897)
❖ Na segunda metade do século XIX, ainda durante o Segundo Reinado, a 
figura de Antônio Mendes Maciel – conhecido como Antônio Conselheiro
– ganhou notoriedade no sertão da Bahia pela sua resistência ao sistema 
métrico decimal nas relações comerciais. 
❖ Instaurado o regime republicano, Conselheiro foi crítico ferrenho da 
separação da Igreja e o Estado, do sistema de coleta de impostos e das 
mudanças da moeda. Aos poucos, foi se consolidando como uma 
liderança messiânica, ou seja, uma figura carismática e de pregação 
religiosa, capaz de atrair multidões de seguidores. 
❖ Segundo ele, Deus o havia enviado para amenizar as penúrias sofridas 
pelos sertanejos pobres, e para pôr fim à laicidade promovida pela 
República.
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A Revolta de Canudos (1896-1897)
❖ Em 1896, Antônio Conselheiro e seus seguidores se fixaram na 
fazenda Canudos, situada às margens do rio Vaza-Barris, no 
sertão baiano. Ali organizaram Belo Monte, um pequeno 
arraial formado por casas simples de pau a pique, uma igreja e 
uma prisão. 
❖ Embora miserável, Belo Monte se tornou uma alternativa à 
exploração sofrida pelossertanejos por poderosos locais, 
conhecidos como “coronéis”, e Conselheiro um conhecido 
nome entre aqueles que buscavam conforto espiritual. 
❖ Em 1896, o então presidente Manuel Vitorino enviou para 
Canudos uma expedição militar para render seus habitantes e 
destruir o arraial, mas os sertanejos resistiram.
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A Revolta de Canudos (1896-1897)
❖ Em janeiro de 1897, uma nova expedição foi organizada, 
dessa vez reunindo oficiais federais e da força estadual. 
Apesar da superioridade bélica, os militares foram 
novamente vencidos pelos conselheiristas. 
❖ Uma terceira expedição ocorreu março de 1897, dessa vez 
liderada por Moreira César, nome associado ao 
florianismo por ter sido o comandante que promoveu a 
rendição dos últimos rebeldes da Revolução Federalista. 
❖ A essa altura, os confrontos em Canudos eram 
acompanhados pelos jornais da capital federal, que 
tacharam Conselheiro e seus seguidores de monarquistas 
e fanáticos. A continuidade do arraial foi vista como um 
risco à própria República e a ideia de civilização.
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A Revolta de Canudos (1896-1897)
❖ Após ter a quarta expedição derrotada, a imagem do 
governo federal se desgastava na opinião pública. 
❖ Finalmente, ao final de 1897 Prudente de Morais 
concedeu amplos poderes ao marechal Carlos 
Bittencourt, que partiu para Canudos com pesado 
armamento e munição recolhida por todo o país. 
❖ Em apenas três dias, plantações foram destruídas, 
casas queimadas com seus habitantes dentro, 
cadáveres deixados apodrecendo pelas ruas do 
arraial. A guerra de Canudos acabava, com o saldo 
final de 20 mil mortos. 
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❖ Enviado como correspondente do Estado de São Paulo para realizar a cobertura da guerra de Canudos, o jornalista Euclides
da Cunha se deparou com uma parte do Brasil desconhecida pelos habitantes do Rio de Janeiro.
❖ Diante da violência empregada para a destruição de Canudos, Euclides questiona se a população do litoral era tão civilizada
quanto acreditava ser.
❖ Em seu discurso, as elites diziam salvar a República e a unidade do território, mas excluíam parcelas da população de sua
ideia de Brasil.
❖ Os habitantes dos sertões, apesar de esquecidos pelo “Brasil oficial” e
castigados pela seca e miséria, sobreviviam, resistindo bravamente a
todas as expedições enviadas pela capital federal. Em suas próprias
palavras: "o sertanejo é, antes de tudo, um forte.”
❖ Com o término do conflito, Euclides retornou para o Rio de Janeiro,
onde em 1902 publicou a Os sertões, com suas impressões científicas,
geográficas e humanas sobre o que encontrou em Canudos.
Canudos, por Euclides da Cunha
AS TRANSFORMAÇÕES DA DÉCADA DE 1920
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1922
▪ A fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB), na cidade fluminense de Niterói, em 
25 de março de 1922. 
▪ O início do tenentismo, conjunto de revoltas protagonizadas por oficias de baixa 
patente do Exército que criticavam os fundamentos República Oligárquica.
▪ A Semana da Arte Moderna, evento organizado por intelectuais que propõem 
transformações nas técnicas e preocupações da arte produzida no país.
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Tenentismo
❖ A primeira tentativa de tomarem o poder se deu por meio da Revolta dos 18 do Forte de 
Copacabana, em julho de 1922. 
- Neste episódio, 28 oficiais resistiram às tropas do governo federal, até finalmente saírem em marcha 
pela Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro. 
❖ Em 1924, durante o governo Artur Bernardes, foi a vez de São Paulo ser o palco de um novo levante 
tenentista, que ficou conhecido como Revolução de 1924. 
- Com o objetivo de depor o presidente, mais de mil militares se posicionaram em locais estratégicos da 
cidade para lutar contra as tropas do governo federal, mas foram derrotados. 
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Tenentismo
❖ Muitos militares rebeldes se refugiaram no interior, 
onde organizaram o terceiro ato do movimento, 
juntamente com militares gaúchos: a Coluna 
Prestes/Miguel Costa.
❖ Entre 1925 e 1927, os rebeldes percorreram o Brasil 
sob a liderança de Luís Carlos Prestes e Miguel Costa, 
defendendo a “moralização da República” – ou seja, 
uma série de reformas voltadas para a transformação 
do país, como a reforma do ensino público e a 
instituição do voto secreto. 
❖ Nos 25 mil quilômetros percorridos, por vezes foram 
recebidos com euforia pela população local, em outras, 
davam de cara com jagunços de coronéis, enviados 
para combatê-los. 
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❖ Com a aproximação da eleição presidencial de 1930, o 
presidente Washington Luís, membro das oligarquias 
cafeeiras de São Paulo, indicou como seu sucessor o 
paulista Júlio Prestes. 
❖ Percebendo a recusa de Washington Luís diante de sua 
candidatura, o presidente de Minas aliou-se ao Rio Grande 
do Sul, o terceiro estado mais expressivo eleitoralmente. 
❖ Após inúmeras negociações, chegaram ao consenso de que 
o candidato seria Getúlio Dornelles Vargas, presidente do 
estado gaúcho, tendo como vice João Pessoa, da Paraíba. A 
chapa que unia os estados de Minas Gerais, Rio Grande do 
Sul e Paraíba ficou conhecida como Aliança Liberal. 
A Revolução de 1930
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A Revolução de 1930
❖ Apoiados pelos ex-tenentes e setores das classes urbanas, a campanha oposicionista 
ganhou as ruas, organizando comícios que reuniam grandes multidões. 
❖ Os aliancistas prometeram instituir o voto secreto em todo o país, garantir a 
independência do poder judiciário e anistiar os militares envolvidos em levantes 
promovidos nos governos anteriores. 
❖ Para os trabalhadores, falava-se em direitos sociais: jornada de 8 horas semanais para 
todo o país, férias, salário mínimo e proteção ao trabalho feminino e infantil. 
❖ Apesar de adotar uma linguagem para conquistar o voto dos cidadãos, a Aliança Liberal 
não teve chances diante da continuidade da “política dos governadores” e todas as 
fraudes que compunham os processos eleitorais. 
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▪ Em Minas, jovens lideranças políticas passaram a conspirar com tenentes pela deposição do 
presidente. 
▪ Queda da Bolsa de Valores de Nova York (1929) - Afetou as exportações do café 
▪ Para evitar a desvalorização de preços, o governo federal comprou e queimou toneladas de grãos 
para retirá-lo do mercado. Era a continuidade da velha política oligárquica, voltada exclusivamente 
para os interesses dos produtores de café. 
▪ Em 26 de julho de 1930, o candidato à vice-presidente da chapa derrotada, João Pessoa, foi 
assassinado em Recife.
▪ A partir do dia 3 de outubro, as forças oposicionistas de Minas, Rio Grande do Sul, e Paraíba, 
autointituladas “revolucionárias”, promoveram a deposição de Washington Luís da presidência da 
República, antes mesmo da posse do eleito Júlio Prestes. Um mês depois, Vargas assumiu o governo 
em caráter provisório, mas deu início a profundas transformações na sociedade brasileira. 
OBRIGADO
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A ERA VARGAS
(1930-1945) 
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Periodização
O governo provisório
(1930-1934)
O governo constitucional 
(1934-1937)
O Estado Novo
(1937-1945)
O GOVERNO PROVISÓRIO
(1930-1934) 
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▪ Processo de centralização política 
- fechamento do Congresso Nacional, das Assembleias 
Legislativas estaduais e das Câmaras Municipais 
- suspensão da Constituição de 1891 
- substituição dos presidentes dos estados por 
interventores 
▪ Diminuição da autonomia econômica dos estados 
- política cafeeira geridapelo Conselho Nacional do Café 
(1933)
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▪ Permitida a reativação dos sindicatos que haviam 
sido fechados anteriormente e a formação de 
novos. 
▪ Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e 
Comércio (1930)
Estado tomava para si o papel de mediador das 
relações entre empregadores e empregados
A questão social
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❖ Desde a queda de seu prestígio político causada pela 
Revolução de 1930, o estado permanece governado 
por interventores de outras regiões, escolhidos pelo 
governo provisório. 
❖ Diante deste quadro, políticos do PD e lideranças 
políticas do Partido Republicano Paulista (PRP) iniciam 
a chamada Revolução Constitucionalista. 
❖ Adotando um discurso de exaltação da identidade 
paulista, o movimento mobilizou as elites e classes 
médias daquele estado.
A Revolução Constitucionalista de 1932
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Fonte: Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
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▪ Criação da Justiça eleitoral (1932)
▪ Voto secreto era adotado nacionalmente
▪ Conquista do sufrágio feminino, que 
garantia às brasileiras o direito de votar e 
o de se candidatarem. 
Avanços na cidadania
Carlota Pereira de Queiroz em seu primeiro discurso na 
Câmara dos Deputados. Fonte: Memorial da Democracia.
O GOVERNO CONSTITUCIONAL
(1934-1937) 
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▪ Orientação liberal-democrática da Constituição de 
1934:
- Poder Executivo sob fiscalização do Legislativo
- Retirou prerrogativas legislativas do Executivo.
- Limitação do mandato presidencial em quatro anos, 
sem direito a reeleição. 
▪ Texto constitucional contrastava com as alternativas 
autoritárias e totalitárias existentes na Europa
A Constituição de 1934
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▪ Criado em 1932, a partir da fusão de pequenos grupos e partidos políticos de direita 
▪ Liderada por Plínio Salgado, Miguel Reale e Gustavo Barroso. 
▪ Boa parte de seus membros pertenciam às classes médias urbanas que não se sentiam 
representados pelas oligarquias regionais, incluindo funcionários públicos, 
profissionais liberais, jornalistas, médicos, professores, padres, militares e pequenos 
agricultores. 
▪ Influenciada pela experiência fascista da Itália, a AIB mostrou-se defensora da 
implantação de uma ordem totalitária no país
▪ Caráter antiliberal e anticomunista
Ação Integralista Brasileira (AIB)
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▪ Seu lema era DEUS, PÁTRIA e FAMÍLIA
Ação Integralista Brasileira (AIB)
Forte 
religiosidade 
católica.
Defesa do 
Estado 
integral
Considerada 
parte do 
Estado
▪ Uso de símbolos e imagens para conquistar a adesão dos 
cidadãos.
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❖ Criada em 1935, reuniu partidos, sindicatos e associações 
de esquerda.
❖ Liderada pelo ex-tenente Luís Carlos Prestes, que aderiu 
ao comunismo em 1930.
❖ Defendia a ampliação do regime democrático e o combate 
aos movimentos fascistas, os latifúndios e o imperialismo 
externo.
❖ Apesar do discurso, Prestes manteve contatos com 
Internacional Comunista (IC) e Moscou para pôr em 
prática um plano de destituição do governo Vargas, 
processo que promoveria uma revolução no país e 
alinharia o país a União Soviética. 
Aliança Nacional Libertadora (ANL)
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❖ Em julho de 1935, um manifesto foi divulgado para incitar a derrubada do governo e 
defender a supremacia política da ANL. Em virtude disso, Vargas tornou o 
movimento ilegal.
❖ Em novembro de 1935, em Natal, capital do Rio Grande do Norte, teve início a 
insurreição liderada por Prestes, apoiada por quarteis do Recife e do Rio de Janeiro. 
❖ Devido à desorganização dos aliancistas, o movimento foi rapidamente sufocado 
pelas tropas governamentais, e seus integrantes perseguidos. 
❖ Em março de 1936, Prestes e sua companheira, a militante judia Olga Benário, foram 
presos. Apesar de grávida, ela foi entregue aos nazistas alemães pelo governo 
brasileiro pouco tempo depois, e executada em um campo de concentração alemão. 
A Insurreição Comunista (1935)
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▪ Mesmo derrotada, a Insurreição Comunista foi utilizada como pretexto para o 
regime assumisse feições mais autoritárias. 
▪ Em 30 de novembro de 1937, um suposto plano de implantação do 
comunismo no país foi divulgado, no qual um judeu de nome Cohen 
arquitetava a organização de uma greve geral, ataques a prédios públicos, 
saques e depredações. 
▪ Alimentados pelo fervor anticomunista, o Congresso e a imprensa legitimaram 
o cancelamento das eleições e a permanência de Vargas no poder. 
O plano Cohen
O ESTADO NOVO
(1937-1945) 
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▪ Corporativismo
- Vargas se apresentava como alguém capaz de conciliar 
os interesses de todas as classes sociais e eliminar os 
conflitos entre elas. 
- A sociedade não seria mais representada pelos 
partidos políticos, mas por lideranças dos sindicatos 
que representavam cada categoria de trabalho.
- Discurso de valorização do trabalhador disciplinado, 
colaborador para o bem comum da nação.
- Sindicatos “pelegos”.
▪ Criação da Justiça do Trabalho (1939) e promulgada a 
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que reunia 
toda a legislação trabalhista existente até então. 
O trabalhismo
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▪ Entre os direitos garantidos pela CLT, podemos 
destacar: 
- o salário mínimo
- a carteira de trabalho
- jornada de oito horas semanais
- férias remuneradas
- previdência social 
- descanso semanal. 
▪ A CLT também regulamentou o trabalho da mulher e 
do menor de idade
▪ Trabalhismo como ideologia de Estado. 
O trabalhismo
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❖ O DIP atuava em duas direções: a repressora, com forte 
censura e controle das informações, e a propagandística.
❖ Inúmeros folhetos de propaganda enaltecendo o caráter 
conciliador de Vargas e sua faceta de “protetor dos 
pobres” foram produzidos pelo DIP e distribuídos nos 
sindicatos, escolas e clubes. Cartilhas foram 
especialmente preparadas para os jovens. 
❖ O rádio era um dos principais instrumentos de 
propaganda, e o governo federal apoiava 
financeiramente rádios que o exaltassem. 
O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP)
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❖ A partir de 1942, a Segunda Guerra Mundial compromete a continuidade do Estado Novo, que até 
então optara pela posição de neutralidade diante do conflito. 
❖ Vargas barganhou seu apoio aos norte-americanos autorizando-os a instalar bases militares no 
Nordeste do país e a ocuparem a ilha de Fernando de Noronha. Em troca, o Brasil recebeu munição, 
armamentos, veículos militares e um financiamento de 20 milhões de dólares para a construção de 
uma usina siderúrgica em Volta Redonda. 
❖ Desde sua ascensão, em 1930, Vargas dera início a uma política econômica pautada no 
intervencionismo, demonstrando grande interesse em iniciar um projeto de industrialização do 
país conduzido pelo Estado. 
❖ Para garantir seu controle da nova usina, foi criado em abril de 1941 a Companhia Siderúrgica 
Nacional (CSN), sociedade de economia mista na qual o Estado mantinha a maior parte das ações. 
A crise do Estado Novo (1942-1945)
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A crise do Estado Novo (1942-1945)
❖ A aproximação do Brasil com os Estados Unidos rendeu retaliações da Alemanha, que a 
partir de 1942 passou a torpedear navios brasileiros no litoral do Atlântico, deixando 
centenas de mortos. 
❖ Os ataques geraram grandecomoção entre os brasileiros, que saíram às ruas em várias 
cidades do país exigindo a entrada do país na guerra. 
❖ Para os opositores de Vargas, a posição adotada pelo Brasil diante da Segunda Guerra 
Mundial era contraditória
- Manifesto dos Mineiros (1943)
- I Congresso Nacional de Escritores (1945)
- Entrevista de José Américo de Almeida (1945)
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A crise do Estado Novo (1942-1945)
❖ Para garantir sua sobrevivência política e a de seus aliados, Vargas buscou 
controlar a transição da ditadura para a democracia.
❖ Em abril de 1945, foram anistiados presos políticos do regime, entre eles, o 
comunista Luís Carlos Prestes.
❖ Permitida a criação dos partidos políticos
❖ Para obter apoio dos comunistas, restabeleceu as relações diplomáticas com a 
União Soviética
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▪ As candidaturas dos militares despertavam pouca 
simpatia entre as classes trabalhadoras, que pela 
primeira vez participariam de maneira expressiva em 
um processo eleitoral. 
▪ Para esses novos cidadãos, a saída de Vargas da 
presidência seria acompanhada por um retrocesso 
nos direitos sociais conquistados durante o seu 
governo, sendo necessária a proteção de sua imagem 
dos ataques da oposição e a garantia de sua 
permanência no poder. 
▪ Assim surge o queremismo, movimento de caráter 
popular organizado em várias capitais do país que 
tinha como lema “Queremos Getúlio”, e atuava 
através da organização de comícios, abaixo-assinados 
e comitês de bairro, ou mesmo desarticulando 
manifestações da UDN. 
O queremismo
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A criação dos partidos políticos
Partido Social Democrático (PSD)
• Formados por interventores, prefeitos, e outros setores ligados ao Estado 
Novo.
•Perfil centrista e pragmático
•Algumas lideranças: Juscelino Kubitschek, Eurico Dutra 
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)
•Organizado pelo Ministério do Trabalho, com o apoio de lideranças sindicais.
•Possui como bandeiras o getulismo e o trabalhismo.
•Algumas lideranças: Getúlio Vargas, João Goulart, Leonel Brizola.
União Democrática Nacional (UDN)
•Criado por setores de oposição ao Estado Novo, incluindo políticos, militares, 
empresários, intelectuais e estudantes.
• Possui um discurso fortemente antigetulista, além de defender a implantação 
de um projeto político liberal no país. 
•Algumas lideranças: Carlos Lacerda, Afonso Arinos, brigadeiro Eduardo 
Gomes.
O REGIME MILITAR
(1964-1985) 
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Os anos de institucionalização do regime (1964-1968)
• Momento de cassação dos direitos políticos de parlamentares e líderes 
sindicais.
• Decretação do AI-1, AI-2, AI-3, AI-4 e AI-5.
Os anos de chumbo (1968-1974)
• Período em que se verifica um aumento da repressão política, a partir 
da aprovação do AI-5, e da ação de grupos armados de esquerda.
• Crescimento econômico ("milagre brasileiro") e ufanismo. 
Os anos de "distensão" (1974-1985)
• Abertura política "lenta, gradual e contínua" do regime.
• Retorno do pluripartidarismo; Lei da Anistia e eleição indireta para 
presidente da República. 
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O governo Castello Branco (1964-1967)
❖ Embora o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, ocupasse interinamente a 
cadeira presidencial, o poder se encontrava no autodenominado Comando Supremo 
Revolucionário, composto por representantes das três forças.
❖ Em 09 de abril de 1964, foi instituído o Ato Adicional nº 1 (AI-1), que conferia poderes ao 
Executivo para:
- cassar mandatos parlamentares e aposentar funcionários públicos compulsoriamente;
- suspender direitos políticos 
- decretar estado de sítio
- agendar eleições indiretas para presidente, cujo mandato se estenderia até o dia 31 de 
janeiro de 1966.
❖ Marechal Humberto Castello Branco vence as eleições. 
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O governo Castello Branco (1964-1967)
❖ Na capital federal, o general Castelo Branco mostrava-se alinhado aos interesses dos 
empresários patrocinadores do golpe, dando início a uma política econômica 
internacional-liberalista
❖ Nas eleições diretas para governador (1965), a oposição pessedista conseguiu vencer 
em 5 dos 11 estados da Federação, incluindo Minas Gerais e a Guanabara.
❖ Acatando a decisão da ala “linha-dura” das Forças Armadas, Castello instituiu o Ato 
Institucional nº 2 (AI-2), que
- conferia mais poderes ao presidente da República para cassar direitos políticos;
- extinguiu todos os partidos políticos, instituindo o bipartidarismo.
- instituiu a eleição indireta para presidente e vice-presidente
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O governo Castello Branco (1964-1967)
• Partido apoiador do regime militar
• Formado por antigos políticos da 
UDN e PSD.
Aliança 
Renovadora 
Nacional 
(ARENA)
• Partido composto pelas oposições ao 
regime militar
• Buscava a redemocratização do país, 
mas sem embates violentos.
Movimento 
Democrático 
Brasileiro (MDB)
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O governo Castello Branco (1964-1967)
❖ Em fevereiro de 1966 foi decretado o Ato Institucional n° 3, 
que tornava as eleições para governador indiretas. 
❖ A publicação do AI-3 promoveu a união de Carlos Lacerda, 
Juscelino Kubitschek e o ex-presidente João Goulart.
FRENTE AMPLA
- uma reforma partidária
- crescimento econômico 
- soberania nacional em face de interesses externos. 
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O governo Castello Branco (1964-1967)
❖ Criação de mecanismos de controle e perseguição de 
adversários do regime:
- Serviço Nacional de Informações (1964)
- Lei de Segurança Nacional (1967)
❖ Ato Institucional n° 4 (AI-4): nova constituição.
- Mandato presidencial reduzido para 4 anos
- Fortalecimento do poder Executivo
INSTITUCIONALIZAÇÃO DO REGIME
❖ CASTELISMO X LINHA-DURA
❖ Eleito o general Costa e Silva, tendo como vice o civil Pedro 
Aleixo (ARENA-MG).
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O governo Costa e Silva (1967-1969)
❖ Aumento das reações contra o regime
- Paralisação de 16 mil trabalhadores em Contagem
- Greve de 10 mil trabalhadores em Osasco
- Passeata dos Cem Mil
❖ Em setembro de 1968, o deputado do MDB Márcio 
Moreira Alves fez um violento discurso contra a invasão 
da Universidade de Brasília (UnB) pela polícia militar, e o 
governo solicita a cassação de seu mandato. 
- A negativa do pedido pela Câmara dos Deputados foi o 
estopim para o governo Costa e Silva publicar o Ato 
Institucional nº 5, em 13 de dezembro de 1968. 
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O AI-5
❖ Restabelecidos poderes excepcionais ao presidente da República
- direito de cassar mandatos, suspender direitos políticos, promover 
demissões e aposentadorias compulsórias
- fechamento do Congresso Nacional
- suspensão do habeas corpus para crimes contra a Segurança 
Nacional. 
❖ Em 1969, 333 políticos tiveram direitos políticos cassados, 
incluindo 78 deputados federais, 5 senadores, 151 deputados 
estaduais, 22 prefeitos e 23 vereadores. 66 professores 
universitários foram afastados, sedes de jornais e emissoras de 
televisão e rádio foram ocupadas.
❖ Tortura e repressão refinadas com a criação dos Destacamentos de 
Operação Interna (DOI) e dos Centros de Operação e Defesa 
Interna (CODI). 
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O governo Médici (1969-1974)
❖ Auge da repressão: “anos de chumbo”
❖ Nesse contexto de repressões e perseguições, surgiu a luta 
armada. 
- As táticas de guerrilha, assaltos a banco, sequestro de diplomatas 
estrangeiros, dentre outras, foram formas de parte dos opositores 
combater a Ditadura Militar. 
- Um dos objetivos dos sequestros era trocar os reféns por presos 
políticos que estavam sendo torturados.❖ Entre as lideranças da luta armada se destacaram Carlos 
Marighella, ex-deputado e organizador da Ação Libertadora 
Nacional (ALN), e o Capitão Carlos Lamarca, organizador da 
Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Os dois foram mortos em 
confrontos com os militares. 
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O governo Médici (1969-1974)
❖ “Milagre brasileiro” (econômico)
- Comandada por Antônio Delfim Netto, ministro da Fazenda 
desde o governo Costa e Silva, a economia passou a 
apresentar altos índices de crescimento. Em 1973, atingiu 
13,6% ao ano.
❖ Aumento do intervencionismo estatal
- Valorização da Petrobras, da Vale do Rio Doce, da Companhia 
Siderúrgica Nacional, da Eletrobras, Siderbras etc.
❖ Aumento da concentração de renda
- Em 1960, os 10% mais ricos detinham 39,6% de toda a renda 
nacional, enquanto os mais pobres detinham 3,9%. Em 1980, 
a mesma porcentagem de ricos era dona de quase 51% de 
todas as riquezas do país, enquanto os mais pobres, de 
apenas 2,8%.
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O governo Médici (1969-1974)
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O governo Geisel (1974-1979)
❖ A partir de 1973, a crise do petróleo desacelerou o 
crescimento da economia brasileira, que dependia da 
importação do produto. Era o fim do “milagre”
❖ No contexto de distensão da Guerra Fria, Geisel adotou uma 
política externa pragmática, se aproximando de países da 
África e Oriente Médio.
❖ Em resposta à crise do petróleo, Geisel buscou a 
diversificação das fontes de energia empregadas no país a 
partir do desenvolvimento de dois programas:
- Programa Nacional do Álcool (Proálcool)
- Programa Nuclear Brasileiro
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O governo Geisel (1974-1979)
❖ Abertura “lenta, gradual e segura”
❖ Anúncio não alterou a repressão ocorrida nos quartéis. Em outubro de 
1975, o jornalista Vladimir Herzog foi assassinado nas dependências do 
DOI-CODI. Meses depois, o operário Manuel Fiel Filho teve o mesmo 
destino.
❖ A ditadura foi surpreendida na eleição de 1974, quando a Arena foi 
derrotada pelo MDB em dezesseis dos vinte e dois estados da União. 
❖ A Lei Falcão
❖ Apesar do êxito do regime nas urnas, havia ainda os emedebistas eleitos 
em 1974 no Congresso, que vetariam qualquer reforma constitucional 
proposta por Geisel. 
- Se utilizando do AI-5, o presidente fechou as casas legislativas por duas 
semanas, quando propôs o chamado Pacote de Abril.
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O governo Geisel (1974-1979)
- Entre as medidas anunciadas, fortaleceu a representação dos estados menos populosos na 
Câmara Federal, onde o Arena apresentava melhores resultados eleitorais, previu eleições 
indiretas para governador e estendeu o mandato presidencial de 5 para 6 anos.
- Institui ainda que 1/3 dos senadores seriam indicados indiretamente por colégios eleitorais 
formados por deputados estaduais e delegados das câmaras municipais.
- Logo, estes políticos tornaram-se conhecidos como senadores “biônicos”, em referência a um 
seriado norte-americano de sucesso da época. 
- Criação de sublegendas na eleição direta para senadores, de maneira que cada partido poderia 
lançar até três candidatos. 
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O governo Geisel (1974-1979)
- Entre as medidas anunciadas, fortaleceu a representação dos estados menos populosos na Câmara 
Federal, onde o Arena apresentava melhores resultados eleitorais, previu eleições indiretas para 
governador e estendeu o mandato presidencial de 5 para 6 anos.
- Institui ainda que 1/3 dos senadores seriam indicados indiretamente por colégios eleitorais 
formados por deputados estaduais e delegados das câmaras municipais.
- Logo, estes políticos tornaram-se conhecidos como senadores “biônicos”, em referência a um 
seriado norte-americano de sucesso da época. 
- Criação de sublegendas na eleição direta para senadores, de maneira que cada partido poderia 
lançar até três candidatos. 
❖ Em 1978, Geisel promulgou uma Emenda Constitucional que revogou alguns Atos Institucionais, 
como o de nº 5 (o AI-5). 
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O governo Figueiredo (1979-1985)
❖ Continuador do processo de distensão do regime.
❖ Lei da Anistia (1979) → “anistia ampla, geral e irrestrita”.
- concessão do perdão político para adversários do regime.
- auto anistia.
EVITAR O “REVANCHISMO” DAS ELITES CIVIS
❖ Atentados terroristas de setores militares contrários à 
reabertura política. 
- Detonação de bombas em bancas de jornais, na redação de 
jornais de oposição e na sede a OAB.
- Atentado do Riocentro.
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O retorno dos partidos
Partido Democrático Social (PDS)
• Com a extinção do Arena, passou a abrigar boa parte dos apoiadores do regime militar.
• Principais lideranças: Paulo Maluf, Aureliano Chaves e Mário Andreazza. 
Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)
• Continuou a ser a maior legenda da oposição, e um dos principais partidos dos anos 
seguintes. Ele aglutinou o PP, partido criado para conduzir a redemocratização.
• Principais lideranças: Tancredo Neves, Ulysses Guimarães e Franco Montoro.
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)
• Dizia retomar a tradição do trabalhismo brasileiro, mas operou como linha auxiliar do 
PDS.
• Principais lideranças: Ivete Vargas (sobrinha de Getúlio) e Jânio Quadros.
Partido Democrático Trabalhista (PDT)
• Fundado por Leonel Brizola, após o TSE negá-lo a concessão da legenda do PTB. Ele 
foi o partido que encarnou a herança trabalhista de Vargas e Goulart.
• Principais lideranças: Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Abdias do Nascimento.
Partido dos Trabalhadores (PT)
• Nascido da atuação do movimento sindical do ABC, de intelectuais de esquerda e de 
setores da Igreja católica.
• Principais lideranças: Luís Inácio Lula da Silva, Olívio Dutra e José Dirceu.
retorno do 
pluripartidarismo 
(1979)
Curso de História para PM-BA – AULA 04
Prof. Marco Túlio
A campanha das “Diretas Já!”
❖ Em novembro, de 1983, o peemedebista 
Ulysses Guimarães deu início a um 
movimento político para restabelecer 
eleições diretas para presidente da 
República. 
❖ Conhecida como Diretas Já!, a campanha 
contou com grandes comícios organizados 
pelo PMDB, PT e PDT. 
❖ Emenda Dante de Oliveira: buscou o 
restabelecimento das eleições diretas para 
presidente e vice-presidente da República, 
mas não obteve quórum necessário para 
sua aprovação. 
Curso de História para PM-BA – AULA 04
Prof. Marco Túlio
A eleição presidencial de 1989
TANCREDO NEVES x PAULO MALUF
PMDB
OPOSIÇÃO
PDS
SITUAÇÃO
Grupo de José Sarney (Frente Liberal) abandona o partido 
para apoiar a oposição.
PMDB + Frente Liberal → ALIANÇA DEMOCRÁTICA
A NOVA REPÚBLICA
(1985-2019) 
Prof. Marco Túlio
Curso de História para PM-BA – AULA 04
Prof. Marco Túlio
O governo Sarney (1895-1989)
❖ Diante da impossibilidade de Tancredo Neves ser empossado, 
Sarney assumiu a presidência em caráter interino, no dia 15 de 
março de 1985. 
❖ Medidas democratizantes:
- suspendeu concessões de rádio e televisão autorizadas pelo 
governo Figueiredo;
- reabilitou dirigentes sindicais que haviam perdido seus 
mandatos por razões políticas
- estendeu o direito de voto aos analfabetos
- legalizou os partidos comunistas e alterou a legislação eleitoral 
para favorecer a criação de novos partidos. 
- estabeleceu eleições diretas, em dois turnos, para presidente e 
para municípios considerados “áreas de segurança nacional” 
pelo regime militar. 
Curso de História para PM-BA – AULA 04
Prof. Marco Túlio
O governo Sarney (1895-1989)
❖ Para reverter o cenário de instabilidade econômica, o 
governo criou o Plano Cruzado, que introduzia uma nova 
moeda, o Cruzado, e congelava salários, preços e taxa de 
câmbio. 
❖ O salário mínimo foi reajustado em 15%, sendo anunciada 
a possibilidade de

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