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Universidade do Estado de Minas Gerais Campus Belo Horizonte Faculdade de Políticas Públicas “Tancredo Neves” Eduemg - Barbacena 2012 Carmem Lúcia Freitas de Castro Cynthia Rúbia Braga Gontijo Antônio Eduardo de Noronha Amabile (Organizadores) de G 222 GESTÃO Fernanda Siqueira Neves A gestão é um ramo das ciências humanas porque trata com grupo de pessoas, procurando manter a sinergia entre elas, a estrutura organizacional e os recursos existentes e disponíveis, a fim de serem atingidos os objetivos pré-determinados. Surgiu quando, após a revolução industrial, os profissionais decidiram buscar solução para problemas que não existiam antes, usando vários métodos de ciências para administrar os negócios da época, o que deu início à ciência da administração, pois é necessário o conhecimento e a aplicação de modelos e técnicas administrativas. Gestão significa gerenciamento, administração, onde existe uma instituição, uma empresa, uma entidade social de pessoas a ser gerida ou administrada, cujo objetivo é de crescimento estabelecido pela instituição através do esforço humano organizado pelo grupo. A gestão administrativa, além da técnica de administrar, ainda se utiliza de outros ramos, como o direito, a contabilidade, a economia, a psicologia, a matemática e a estatística, a sociologia, a informática, entre outras. Por outras palavras, cabe à gestão a otimização do funcionamento das organizações através da tomada de decisões racionais e fundamentadas na escolha e tratamento de dados e informações relevantes para, por essa via, contribuir para seu desenvolvimento e a satisfação dos interesses de todos os seus colaboradores e proprietários, além da satisfação das necessidades da sociedade em geral ou de um grupo em particular. Referências ARAÚJO, Luis César G. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas empresas brasileiras. São Paulo: Ed. Atlas, 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. MAXIMIANO, Antônio Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. São Paulo: Ed. Atlas, 2002. G 223 GESTÃO DA ESTRATÉGIA Fernanda Siqueira Neves Porter (2005) e Mintzberg et al. (2004) afirmam que a estratégia “é a escolha de uma posição única e valiosa baseada em sistemas de atividades que são difíceis de copiar e que agregam valor”. Para Shumpeter (apud MINTZBERG et al., 2004) e Drucker (1980), a estratégia pode ser vista “como novas combinações que visam explorar oportunidades novas e diferentes no futuro”. Senge (1990) e Quinn (apud MINTZBERG et al., 2004) afirmam que a estratégia “é um processo de aprendizado, tanto individual como coletivo, ou seja, a estratégia pode fazer com que a organização aprenda ao longo do tempo”. No significado em geral sobre “estratégia”, observa-se que seu norte principal diz respeito a ser capaz de posicionar-se corretamente frente às situações, principalmente quando se está diante de incertezas e turbulências do ambiente, seja ele no plano financeiro, seja no âmbito de suas atividades internas e processuais. No contexto organizacional, a estratégia corresponde à capacidade de se trabalhar contínua e sistematicamente o ajustamento da organização às condições ambientais que se encontram em constante mudança, tendo sempre em mente a visão de futuro e a perpetuidade organizacional. Segundo Kaplan (2004), é a convergência entre a formulação da estratégia e a sua execução que define a gestão estratégica para qual é preciso foco e coordenação. O alinhamento dessas ações à estratégia permite o alcance de seus objetivos e metas. A alta administração precisa acreditar e implementar esta cultura em sua organização, sendo seu papel fazer a estratégia acontecer. Para tanto é imprescindível que a estratégia seja divulgada, desdobrada e acompanhada por todos na organização. É necessário “tirar do papel” a estratégia e executá-la, desdobrando-a aos níveis pertinentes, definir indicadores e metas alinhados à estratégia, alinhar o plano de treinamento e capacitação dos empregados aos objetivos, cujos planos de desempenho precisam estar relacionados às metas definidas para acompanhar, medir e mudar quando for preciso. A gestão estratégica, portanto, só pode ser compreendida a partir da noção do significado do Planejamento Estratégico. O Planejamento Estratégico, mais do que uma declaração de intenções, é um compromisso com ações e, principalmente, resultados de longo prazo. O Planejamento Estratégico é um processo gerencial que diz respeito à formulação de objetivos para a seleção de programas de ação e para sua execução, levando em conta as condições G 224 internas e externas à empresa e sua evolução esperada, a partir do qual são estabelecidas as prioridades de atuação e o direcionamento do perfil de ação para toda a organização. A Gestão Estratégica, por sua vez, é uma forma de acrescentar novos elementos de reflexão e ação sistemática e continuada, a fim de avaliar a situação, elaborar projetos de mudanças estratégicas e acompanhar e gerenciar os passos de implementação. Como o próprio nome diz, é uma forma de gerir toda uma organização com foco em ações estratégicas em todas as áreas. Enfim, para uma organização atuar com uma Gestão Estratégica precisa apurar todos seus processos e sua real situação e desenvolver ações corretivas constantes, focando seus objetivos e metas e desenvolvendo suas estratégias de forma a manter sua sobrevivência, crescimento e diferenciação competitiva. A Gestão da Estratégica, entre outros itens, é formada a partir de um conjunto de valores essenciais ao trabalho da organização, definidos de maneira clara e compartilhados por todos os seus integrantes; da visão de futuro, onde a organização pretende chegar num espaço de tempo determinado; de objetivos a serem conquistados de maneira conjunta e processos de trabalho voltados para o seu alcance; e ainda por um sistema de avaliação do grau de alcance desses objetivos, chamado de Sistema de Indicadores. A Gestão Estratégica, portanto, representa a alavancagem de todos os recursos internos, capacidades e competências essenciais de uma organização com a finalidade de cumprir suas metas no ambiente competitivo. Ela somente pode existir quando todas as pessoas da organização, em todos os níveis e áreas, estão empenhadas na busca de um desempenho que seja único e significativo. “É a intenção estratégica que proporciona aos membros da organização a meta que merece seu esforço, dedicação e compromisso pessoal de permanecer como o melhor no mercado ou derrubar a empresa que está no pódio” (HAMEL; PRAHALAD, 1995). Referências DRUCKER, Peter Ferdinand. Administração em tempos turbulentos. São Paulo: Pioneira, 1980. 206 p. HAMEL, G.; PRAHALAD, C. K. Competindo pelo futuro: estratégias inovadoras para obter o controle do seu setor e criar os mercados de amanhã. Rio de Janeiro: Campus, 1995. G 225 CHIAVENATO, I; SAPIRO, A. Planejamento estratégico: fundamentos e Aplicações. Rio de Janeiro: Campus, 2004. COUTINHO, A. R.; KALLÁS, D. (Orgs.). Gestão da estratégia: experiências e lições de empresas brasileiras. Rio de Janeiro: Campus, 2005. KAPLAN, R; NORTON, D. Kaplan e Norton na prática. Rio de Janeiro: Campus, 2004. MINTZBERG, H; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2004. PORTER, M. Estratégia competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 2005. SENGE, P. M. A quinta disciplina: Arte e prática da organização que aprende. São Paulo: Best Seller, 2001.
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