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10-Poder e Politica_Antiguidade e Medieval

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Prévia do material em texto

1
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Poder e Política: antiguidade e Medieval 
SUMÁRIO
PODER E POLÍTICA: 
ANTIGUIDADE E 
MEDIEVAL 
2
Poder e Política: antiguidade e Medieval 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul 
do Estado do Espírito Santo, com unidades em 
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova 
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, des-
tacando-se pela oferta de cursos de gradua-
ção, técnico, pós-graduação e extensão, com 
qualidade nas quatro áreas do conhecimen-
to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem-
pre primando pela qualidade de seu ensino 
e pela formação de profissionais com cons-
ciência cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto 
grupo de Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui-
ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram 
notas 4 e 5, que são consideradas conceitos 
de excelência em ensino.
Estes resultados acadêmicos colocam 
todas as unidades da Multivix entre as 
melhores do Estado do Espírito Santo e 
entre as 50 melhores do país.
 
MiSSÃo
Formar profissionais com consciência cida-
dã para o mercado de trabalho, com ele-
vado padrão de qualidade, sempre mantendo a 
credibilidade, segurança e modernidade, visando 
à satisfação dos clientes e colaboradores.
 
viSÃo
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-
da nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
GRUPO
MULTIVIX
3
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Poder e Política: antiguidade e Medieval 
SUMÁRIO
BiBlioteca MultiviX (dados de publicação na fonte)
As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com
Leão, Aniele Fernandes de Sousa.
Poder e Política Antiguidade Medieval / Aniele Fernandes de Sousa Leão; Fábio Luiz da Silva de Sousa Leão. – 
Serra: Multivix, 2018.
editorial
Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra
2018 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
Faculdade caPiXaBa da Serra • MultiviX
Diretor Executivo
Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretora Acadêmica
Eliene Maria Gava Ferrão Penina
Diretor Administrativo Financeiro
Fernando Bom Costalonga
Diretor Geral
Helber Barcellos da Costa
Diretor da Educação a Distância
Pedro Cunha
Conselho Editorial
Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente 
do Conselho Editorial)
Kessya Penitente Fabiano Costalonga
Carina Sabadim Veloso
Patrícia de Oliveira Penina
Roberta Caldas Simões
Revisão de Língua Portuguesa
Leandro Siqueira Lima
Revisão Técnica
Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Graziela Vieira Carneiro
Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Aline Ximenes Fragoso
Genivaldo Félix Soares
Multivix Educação a Distância
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Direção EaD
Coordenação Acadêmica EaD
4
Poder e Política: antiguidade e Medieval 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Aluno (a) Multivix,
Estamos muito felizes por você agora fazer parte 
do maior grupo educacional de Ensino Superior do 
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a 
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.
A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei-
ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, 
São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, 
no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de 
cursos de graduação, pós-graduação e extensão 
de qualidade nas quatro áreas do conhecimento: 
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo-
dalidade presencial quanto a distância.
Além da qualidade de ensino já comprova-
da pelo MEC, que coloca todas as unidades do 
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das 
Instituições de Ensino Superior de excelência no 
Brasil, contando com sete unidades do Grupo en-
tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-
-se bastante com o contexto da realidade local e 
com o desenvolvimento do país. E para isso, pro-
cura fazer a sua parte, investindo em projetos so-
ciais, ambientais e na promoção de oportunida-
des para os que sonham em fazer uma faculdade 
de qualidade mas que precisam superar alguns 
obstáculos. 
Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: 
“Formar profissionais com consciência cidadã para o 
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança 
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.”
Entendemos que a educação de qualidade sempre 
foi a melhor resposta para um país crescer. Para a 
Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o 
mundo à sua volta.
Seja bem-vindo!
APRESENTAÇÃO 
DA DIREÇÃO 
EXECUTIVA
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina 
diretor executivo do grupo Multivix
5
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Poder e Política: antiguidade e Medieval 
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Caro (a) aluno (a), é com enorme satisfação que apresentamos esse material. Nessa 
apostila abordaremos a temática da antiguidade medieval e os aspectos políticos 
e de poder que envolvem a formação histórica do mundo medieval. Dialogaremos 
sobre o contexto de desagregação do Império Romano e a resistência do Império 
Romano do Oriente, que durante séculos resistiu às pressões militares de povos vi-
zinhos e se expandiu congregando culturas dos povos diversos que compunham a 
sociedade bizantina. 
Ao final desta disciplina, esperamos que você:
• Identifique as transformações que foram arquitetadas no fim da antiguidade 
como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder.
• Identifique os significados sócio-históricos das relações de poder entre os povos.
• Associe as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.
6
Poder e Política: antiguidade e Medieval 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
liSta de FiguraS
 > FIGURA 1 - Império Romano 14
 > FIGURA 2 - Povos chamados de “bárbaros” pelos romanos 17
 > FIGURA 3 - Forte na cidade de Istambul 19
 > FIGURA 4 - Moeda bizantina retratando o imperador 20
 > FIGURA 5 - Basílica de Santa Sofia 24
 > FIGURA 6 - Península Arábica 28
 > FIGURA 7 - Caaba 29
 > FIGURA 8 - Alcorão 32
 > FIGURA 9 - Ruínas de uma Medina muçulmana, em Córdoba, 
Espanha 36
 > FIGURA 10 - Idade Média 42
 > FIGURA 11 - Castelo Germânico 46
 > FIGURA 12 - Carlos Magno 49
 > FIGURA 13 - Castelo medieval 51
 > FIGURA 14 - Castelo medieval 54
 > FIGURA 15 - 05 – Servos 57
 > FIGURA 16 - Hierarquia do clero 63
 > FIGURA 17 - Freiras beneditinas 64
 > FIGURA 18 - Reis Católicos e Cristóvão Colombo 65
 > FIGURA 19 - Dama de Ferro 68
 > FIGURA 20 - Cepo de madeira 69
 > FIGURA 21 - Elementos diversos de tortura 69
 > FIGURA 25 - Cerâmica turca 82
 > FIGURA 26 - Mapa do Império Turco otomano 83
 > FIGURA 27 - Gengis Cã 85
 > FIGURA 28 - Ritual xamânico 88
 > FIGURA 29 - A Charrua pesada e outros sistemas de arado 
primitivos. 95
 > FIGURA 30 - Vila medieval espanhola 99
 > FIGURA 31 - A dança macabra. 103
7
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Poder e Política: antiguidade e Medieval 
SUMÁRIO
SuMÁrio
1UNIDADE2UNIDADE
1 a deSagregaÇÃo do iMPÉrio roMano e a ForMaÇÃo do iMPÉrio 
BiZantino 12
1.1 IMPÉRIO ROMANO: PRIMEIROS TEMPOS 12
1.1.1 IMPERADORES ROMANOS: PERSEGUIÇÕES, CONSPIRAÇÕES E ASSASSI-
NATOS 13
1.1.2 PAX ROMANA 14
1.1.3 ECONOMIA E SOCIEDADE DO IMPÉRIO 15
1.1.4 CRISE DO IMPÉRIO 16
1.1.5 PROCESSO DE INVASÃO E QUEDA DO IMPÉRIO 16
1.2 O IMPÉRIO BIZANTINO 18
1.2.1 O IMPÉRIO BIZANTINO A CAMINHO DO ESPLENDOR 18
1.2.2 APOGEU DO IMPÉRIO BIZANTINO 19
1.2.3 O CÓDIGO JUSTINIANO 21
1.2.4 A CRISE DO IMPÉRIO BIZANTINO 21
1.2.5 A RELIGIÃO BIZANTINA 22
1.2.6 A CULTURA BIZANTINA 23
concluSÃo 25
2 o Mundo ÁraBe iSlÂMico 27
2.1 O MUNDO ÁRABE 27
2.2 OS ÁRABES E O ISLAMISMO 29
2.2.1 JIHAD E O ISLAMISMO 30
2.2.2 O ISLÃ E A SUBMISSÃO AO DEUS ÚNICO 31
2.2.3 A EXPANSÃO DO ISLÃ: SUNITAS E XIITAS 33
2.3 FORMAÇÃO DO IMPÉRIO ISLÂMICO 34
2.3.1 ULTURA NO MUNDO ISLÂMICO 35
2.4 IMPÉRIO ISLÂMICO: DIVERSIDADE E TOLERÂNCIA 36
2.5 O ISLÃ NA PENÍNSULA IBÉRICA 37
2.6 A CRISE DO IMPÉRIO 38
concluSÃo 40
8
Poder e Política: antiguidade e Medieval 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
3 o Mundo Medieval 42
3.1 IDADE MÉDIA: DESCONSTRUINDO ESTEREÓTIPOS 42
3.1.1 OS REINOS GERMÂNICOS 45
3.1.2 AS RELAÇÕES DE DEPENDÊNCIA E O PROCESSO DE RURALIZAÇÃO 47
3.2 OS FRANCOS 48
3.2.1 CARLOS MAGNO E O RENASCIMENTO CAROLÍNGIO 48
3.2.2 O FIM DO IMPÉRIO CAROLÍNGIO 50
3.3 O FEUDALISMO 51
3.4 A SOCIEDADE FEUDAL 52
3.4.1 A ECONOMIA FEUDAL 53
3.4.2 O FEUDO: SUSERANOS E VASSALOS 54
3.5 AS RELAÇÕES SERVIS 57
concluSÃo 58
4 a idade MÉdia e o criStianiSMo 61
4.1 A IGREJA CATÓLICA E A IDADE MÉDIA 61
4.1.1 A HIERARQUIA ECLESIÁSTICA 62
4.2 HERESIAS, INQUISIÇÃO E PERSEGUIÇÕES 64
4.2.1 O PROCESSO INQUISITÓRIO 67
4.3 a igreJa catÓlica no início do SÉculo Xi 70
4.4 aS cruZadaS 72
4.4.1 PRIMEIRA CRUZADA 72
4.4.2 SEGUNDA CRUZADA 74
4.4.3 TERCEIRA CRUZADA 74
4.4.4 CRUZADAS SUBSEQUENTES 74
concluSÃo 76
3UNIDADE
4UNIDADE
9
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Poder e Política: antiguidade e Medieval 
SUMÁRIO
5UNIDADE
6UNIDADE
5 oS PovoS turcoS e MongÓiS durante a idade MÉdia 78
5.1 BREVE HISTÓRIA DA IDADE MÉDIA 78
5.2 OS TURCOS 80
5.2.1 A ARTE DOS TURCOS SELJÚCIDAS 81
5.2.2 O IMPÉRIO TURCO OTOMANO E SUAS CARACTERÍSTICAS 82
5.3 OS MONGÓIS 84
5.3.1 O XAMANISMO E A CULTURA MONGÓLICA 87
concluSÃo 90
6 a BaiXa idade MÉdia e a criSe do FeudaliSMo 92
6.1 A BAIXA IDADE MÉDIA 92
6.2 CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO 92
6.2.1 FATORES DE REDUÇÃO DA MORTALIDADE 94
6.2.2 FATORES DE ESTÍMULO 94
6.2.3 RENASCIMENTO DO COMÉRCIO 96
6.3 O CRESCIMENTO URBANO 98
6.3.1 A MONETARIZAÇÃO DA ECONOMIA 100
6.4 A CRISE DO SÉCULO XIV E O FIM DO FEUDALISMO 101
6.4.1 ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS 101
6.4.2 A PESTE NEGRA 102
6.5 A CRISE DEMOGRÁFICA E AS REVOLTAS CAMPONESAS 103
6.6 A FORMAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS 104
6.7 A CRISE DA IGREJA CATÓLICA 106
concluSÃo 107
gloSSÁrio 108
reFerÊnciaS 109
10
Poder e Política: antiguidade e Medieval 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
iconograFia
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
11
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Poder e Política: antiguidade e Medieval 
SUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
>Identificar as transformações 
políticas, econômicas e 
culturais na passagem do 
mundo antigo ao período 
medieval.
> Associar as manifestações 
culturais expressadas pelos 
povos a partir de suas 
dinâmicas culturais.
> Reconhecer a dinâmica de 
organização coletiva e sua 
importância nos processos de 
transformação da realidade.
UNIDADE 1
12
Poder e Política: antiguidade e Medieval 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
1 A DESAGREGAÇÃO DO 
IMPÉRIO ROMANO E A 
FORMAÇÃO DO IMPÉRIO 
BIZANTINO
Nesta unidade, abordaremos o processo de transição entre o mundo antigo e o me-
dieval, a partir da desagregação do Império Romano, identificando as dinâmicas eco-
nômicas, políticas e sociais que possibilitaram transformações nas relações de poder 
naquele período. Neste contexto, destacamos a transferência da capital do Império 
para o Oriente e o apogeu do Império Bizantino, ressaltando sua resistência para 
manter sua unidade política e cultural.
1.1 IMPÉRIO ROMANO: PRIMEIROS TEMPOS
No início da Era Cristã, os domínios do Império Romano abrangiam grande parte da 
Europa, além do norte do continente africano e terras asiáticas próximas ao Mar Me-
diterrâneo. Ao longo de sua história, esse imenso território teve muitos governantes.
Em 27 a. C., Caio Otávio assumiu o comando do império, depois de derrotar Marco 
Aurélio em um confronto militar e exilar Lépido que, como ele, eram senadores que 
compunham o Segundo Triunvirato.
Ao assumir o poder, Otávio manteve o Senado e a figura dos Cônsules, símbolos im-
portantes durante a República. O Senado lhe concedeu os títulos de Augusto (até 
então reservado apenas aos deuses), Príncipe (chefe do Senado) e Sumo Pontífice 
(cargo mais alto da hierarquia religiosa). Assim, Otávio passou a ser chamado de Au-
gusto e o exército o aclamou Imperador. 
Otávio Augusto governou por quatro décadas e promoveu inúmeras reformas na so-
ciedade romana. Destituiu senadores acusados de corrupção, perdoou dívidas de 
camponeses com o governo, distribuiu alimentos para o povo em períodos de crise, 
criou tribunal que julgava casos simples para agilizar a justiça e incentivou espetácu-
los públicos.
13
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Poder e Política: antiguidade e Medieval 
SUMÁRIO
1.1.1 IMPERADORES ROMANOS: PERSEGUIÇÕES, 
CONSPIRAÇÕES E ASSASSINATOS
Em 14 d. C., com a morte de Otávio Augusto, 
assumiu o poder seu genro, Tibério (14 d. C. 
até 37 d. C). Relevante apontar que até o ano 
68 d.C., apenas pessoas das dinastias Júlia (de 
Augusto) e Cláudia (de Tibério) governaram o 
Império. Todos se envolveram em persegui-
ções, conspirações e assassinatos.
O sucessor de Tibério, Calígula (37 d. C. – 41 
d. C.) condenou à morte diversas pessoas, 
confiscou bens e concedeu títulos de honra 
ao próprio cavalo. Ao ser assassinado em 41, 
foi sucedido por seu tio Cláudio (41 d. C. – 54 
d. C.), que foi envenenado pela esposa para 
que Nero (filho dela de outro casamento) as-
sumisse o poder.
Com Nero no poder (54 d. C. – 68 d. C.), chegou ao fim a dinastia iniciada com Tibério. 
Nero matou a própria mãe e reprimiu severamente os cristãos.
Entretanto, no final do período republicano, parte da população passou a seguir dou-
trinas que pregavam o aperfeiçoamento interior e a crença na vida após a morte. 
Particularmente importante foi o cristianismo, religião monoteísta originária do ju-
daísmo.
O cristianismo baseia-se nos ensinamentos de Jesus, que teria vivido na Palestina 
no século I de nossa era, época em que a região era dominada pelos romanos. Seus 
seguidores, os cristãos, acreditam ser Jesus o filho de Deus, enviado à Terra como o 
Messias para redimir a humanidade de seus pecados e, assim, trazer paz ao mundo.
Com sua doutrina, Jesus entrou em conflito com os sacerdotes judeus, que não o 
reconheciam como Messias enviado por Deus, e com as autoridades romanas, para 
as quais apenas o imperador tinha caráter divino. Considerado perigoso, Jesus foi 
condenado a morrer na cruz.
ATENÇÃO PARA SABER
A religião sempre 
desempenhou um papel 
importante entre os romanos. 
Com Otávio, os cultos religiosos 
ganharam importância e o 
imperador era veneradocomo 
um deus.
14
Poder e Política: antiguidade e Medieval 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Após sua morte, seguidores de Jesus se espalharam por diversas regiões e passaram a 
divulgar seus ensinamentos. A partir de então, o cristianismo se difundiu rapidamen-
te. Durante certo tempo, os imperadores romanos perseguiram comunidades cristãs.
1.1.2 PAX ROMANA
Após a morte de Nero, o general Vespasiano assumiu o governo, iniciando um pe-
ríodo de esplendor do Império Romano. Novas cidades surgiram e o modo de vida 
romano tornou-se modelo e exemplo a ser adotado nas mais distantes províncias, 
colaborando para o acentuado processo de romanização dessas regiões.
As condições de vida nas províncias melhoraram, fazendo com que o Império vives-
se um período de calmaria, razão pela qual essa época ficou conhecida como pax 
romana. 
Apesar da fase de esplendor, para os povos dominados, essa era uma paz imposta 
pela força. Além disso, o Império enfrentou problemas como epidemias, incêndios e 
até a destruição das cidades de Pompéia, Herculano e Estábia pela erupção do vul-
cão Vesúvio no ano 79 d. C.
FIGURA 1 - IMPÉRIO ROMANO
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Em meados do século II, o Império Romano atingiu sua máxima extensão com cerca 
de 4 milhões de metros quadrados. Estima-se que a população do Império variava 
em torno de 70 a 100 milhões de habitantes.
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Poder e Política: antiguidade e Medieval 
SUMÁRIO
Entretanto, no final desse século, o Império Romano passou a sofrer constantes inva-
sões de povos vindos, inicialmente, do interior da Europa e, posteriormente, da Ásia. 
Por não dominarem o latim e não ter os mesmos costumes dos romanos, eram cha-
mados depreciativamente de “bárbaros”.
Portanto, a Pax Romana não era uma garantia de estabilidade duradoura. A partir 
da dinastia Severa (193 d. C. – 235 d. C.) os sinais da crise tornaram-se cada vez mais 
frequentes. A população sofria com os altos impostos e com uma crise econômica e 
agrícola. A tensão política na sociedade romana era tão grande que entre os anos 235 
d. C. e 284 d. C., por exemplo, somente um entre 26 imperadores teve morte natural.
O imperador Diocleciano (284 d. C. – 305 d. C.), preocupado com o governo e a esta-
bilidade do Império, resolveu dividi-lo em duas partes: uma oriental, sob seu governo, 
e outra ocidental, sob o comando do general Maximiano.
Diocleciano também instituiu a chamada tetrarquia, ao dividir o poder do Império en-
tre quatro governantes. A partir desse sistema de governo, o Império continuava dividi-
do em dois territórios governados por dois imperadores, ambos com título de Augusto.
Cada imperador tinha o poder de nomear um sucessor que lhe auxiliava na adminis-
tração de um dos territórios. Essa fragmentação contribuiu para enfraquecer ainda 
mais o Senado, que vinha perdendo poder desde o governo de Otávio.
No ano 395 d. C. o imperador Teodósio dividiu o império em duas partes novamente, 
criando o Império Romano do Oriente, com sede na cidade de Constantinopla. Essa 
parte do Império ficou sob o comando de um de seus filhos, Arcádio, e ficou conhe-
cida como Império Bizantino.
O Império Romano do Ocidente, que formou a outra parte do Império, ficou sob o 
governo de Honório, o outro filho de Teodósio. Essa parte do Império continuou a ser 
cada vez mais assediada e pressionada pelos povos provenientes da Europa Central e 
Oriental, situação que levou ao seu fim sob a ação de povos invasores.
1.1.3 ECONOMIA E SOCIEDADE DO IMPÉRIO
A economia do Império, durante os dois primeiros séculos, foi impulsionada pela 
existência de uma moeda comum, pela generalização do Direito romano e pelo in-
vestimento em obras públicas, destacando-se a construção de estradas.
16
Poder e Política: antiguidade e Medieval 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
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Houve uma redução no número de escravos na sociedade romana devido à desa-
celeração e interrupção das conquistas. Dessa forma, esse grupo social passou a ser 
constituído, majoritariamente, por filhos de escravos.
Uma nova forma de trabalho passou a ser adotada pelos senhores. Alguns senhores 
no meio rural, por exemplo, concediam liberdade para alguns escravos, que se trans-
formavam em colonos ligados à terra com uma série de obrigações a cumprir.
Essa nova forma de trabalho possibilitou o enriquecimento de alguns escravos que 
se tornaram cidadãos romanos. Entretanto, não conquistaram todos os direitos que 
usufruíam os nascidos livres, como, por exemplo, o direito a candidatar-se a determi-
nados cargos públicos. 
1.1.4 CRISE DO IMPÉRIO
A partir do século III, o Império Romano entrou em uma longa e grave crise. As des-
pesas econômicas para mantê-lo em segurança exigiam elevados gastos públicos, si-
tuação que fez com que as autoridades do Império ampliassem a carga de impostos 
ao longo do tempo, tornando-se pesada diante do enfraquecimento da economia ro-
mana – que se ressentia, por exemplo, da falta de reposição da mão de obra escrava.
Outra situação que agravou a crise romana está ligada ao fato de terem de enfrentar 
em suas fronteiras a pressão militar dos povos designados por eles de “bárbaros” (visi-
godos, ostrogodos, alamanos, entre outros). Muitos soldados do Império tinham sido 
recrutados entre esses diferentes povos e incorporados ao exército romano como 
mercenários.
Disputas internas entre chefes militares romanos também contribuíram para deses-
tabilizar o comando central de Roma, gerando indisciplina entre os soldados. Essa 
crise afetava de maneira mais intensa a porção ocidental do Império.
1.1.5 PROCESSO DE INVASÃO E QUEDA DO IMPÉRIO
O Império Romano, enfraquecido pelas divisões internas, pela desobediência e indis-
ciplina do exército e pela crise econômica e social que intensificou a miséria entre a 
população, não teve condições de resistir aos sucessivos e intermitentes ataques, que 
se prolongaram por quase duzentos anos.
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SUMÁRIO
FIGURA 2 - POVOS CHAMADOS DE “BÁRBAROS” PELOS ROMANOS
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Os exércitos inimigos levavam vantagem nos combates localizados devido à expe-
riência dos soldados, união das tropas e à utilização de armas mais avançadas.
No início do século V, o exército romano foi expulso da Bretanha pelos saxões. Por vol-
ta de 400 d. C., os visigodos destruíram a Gália, invadiram a Península Itálica e saquea-
ram Roma (410 d. C.). Em 452 d. C., os hunos, comandados pelo rei Átila, invadiram e 
arrasaram as cidades de Pádua e Milão, na Península Itálica.
 Diante dessa situação, em 476 d. C., Rômulo Augusto, último imperador de Roma, foi 
deposto pelo rei dos Hérulos, Odoacro.
De acordo com Quintana, 
Com a queda do último imperador romano, o cristianismo procura erigir-se 
em força capaz de unificar a civilização ocidental e fazer da Igreja Católica 
uma instituição hegemônica, mas não sem conflitos com o poder temporal 
(QUINTANA, 2014; p.34).
O autor ainda ressalta a invasão do Império Romano pelos povos chamados de “bár-
baros” pelos romanos.
[...] vândalos, alanos e suevos atravessam a Gália, saqueando-a; visigodos pi-
lham Roma (410), antes de instalar-se na Espanha; ostrogodos fixam-se na 
Itália e francos colonizam progressivamente a Gália. O Império Romano deixa 
de existir no Ocidente. (QUINTANA, 2014; p. 34)
A partir do século III, à medida em que a crise aumentava, os territórios conquistados 
pelo Império Romano tornaram-se alvos de constantes invasões. A maioria desses 
povos era de origem germânica, com exceção dos hunos, que tinhaminvadido as 
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planícies da Rússia e da Europa Oriental, obrigando os povos germânicos irem para 
os territórios romanos. Muito diferentes um do outro, entre os povos germânicos não 
havia nenhuma unidade política e cultural.
Por outro lado, após diversas transformações, o Império Romano do Oriente sobrevi-
veu até 1453, ano em que Constantinopla foi tomada pelos Turcos.
1.2 O IMPÉRIO BIZANTINO
No final do século IV, enquanto o Império Romano do Ocidente se esfacelava com as 
invasões, o Império Bizantino (Oriente) se consolidava como uma potência da Ásia e 
do Mediterrâneo.
O Império Bizantino adotou uma forma de governo chamada de autocracia absolu-
ta. O Imperador, chamado basileu (rei), controlava a justiça, comandava o exército e 
tinha poderes ilimitados para nomear ou exonerar pessoas de cargos. Além disso, o 
basileu era o chefe da igreja e tinha o poder de nomear bispos, criar regras religiosas, 
convocar concílios, entre outras coisas.
O basileu era considerado um representante de Deus na Terra e seu poder era consi-
derado divino. Nesse sentido, torna-se relevante destacar que a sociedade bizantina 
era altamente hierarquizada. O imperador e sua família encontravam-se no topo des-
sa sociedade. Em torno deles encontrava-se uma nobreza urbana, (constituída por 
comerciantes, banqueiros e altos funcionários públicos), e a rural, grandes proprietá-
rios de terras. Na base da sociedade se encontravam, respectivamente, os trabalhado-
res livres, os servos (presos à terra) e os escravos.
1.2.1 O IMPÉRIO BIZANTINO A CAMINHO DO 
ESPLENDOR
Apesar do colapso da parte ocidental, o Império Bizantino conseguiu resistir às pres-
sões militares inimigas e manter a sua unidade política, cultural e geográfica. Sem ce-
der às ondas invasoras, o Império Bizantino sobreviveu por mil anos e herdou diversos 
aspectos da tradição romana, mantendo-as ao longo de sua existência e associando 
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SUMÁRIO
a novos valores e hábitos culturais. É possível perceber o resgate intenso da cultura 
romana nos primeiros séculos do Império Bizantino: preservação das instituições po-
líticas e administrativas, a utilização do latim como língua oficial do Estado e o obje-
tivo de manter um império universal.
FIGURA 3 - FORTE NA CIDADE DE ISTAMBUL
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Entretanto, a partir do século VII – VIII, é possível perceber uma influência acentuada 
da cultura grega e oriental. O próprio cristianismo, que havia se espalhado por toda 
Europa, apresentou características peculiares na sociedade bizantina, por meio da 
sua submissão completa ao controle do Estado (Teocracia).
Importante ressaltar que a cultura greco-romana foi, em grande parte, preservada 
graças à atuação dos bizantinos, que mantiveram e intensificaram os contatos co-
merciais e culturais entre o Ocidente e o Oriente, além da cristianização de diversos 
povos europeus.
1.2.2 APOGEU DO IMPÉRIO BIZANTINO
A partir de 527, com a chegada do Imperador Justiniano ao poder, o desejo dos bi-
zantinos de reconstruir o Império Romano ganhou força. Em 533, após reestruturar 
o exército e fortificar as áreas fronteiriças, Justiniano se lançou à conquista do norte 
da África. Com a conquista dessa região, suas tropas ocuparam a Península Itálica. 
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Em 550, a Península Ibérica também foi invadida pelo exército bizantino, que após 
quatro anos de batalha, conquistou o sul da região.
Foi durante o governo de Justiniano (527 – 565) que o Império Bizantino viveu seu 
momento de maior esplendor. Nesse período, verificou-se a expansão territorial e a 
reconquista de territórios que haviam pertencido ao Império Romano.
Grande parcela da população bizantina vivia nos campos e eram pobres. As grandes 
propriedades agrárias pertenciam à Igreja e aos nobres. A nobreza, por sua vez, era 
composta por chefes militares que haviam recebido terras como recompensa a ser-
viços prestados ao imperador. E o trabalho nos campos agrícolas era realizado pelos 
servos, que dependiam da terra para sobreviver.
O comércio foi uma das atividades mais lucrativas de Constantinopla e contribuiu 
para ampliar e dinamizar a vida urbana. Por volta do ano 1000, Constantinopla che-
gou a ter cerca de 1 milhão de habitantes.
Era o governo Bizantino que controlava as atividades econômicas. Toda mercadoria 
era supervisionada e a produção era distribuída em corporações de ofício, oficinas 
especializadas em um determinado ramo como carpintaria, marcenaria e sapataria.
De acordo com a Historiadora Cláudia Beltrão, os artesãos e comerciantes bizantinos
Estavam agrupados em corporações regulamentadas e supervisionadas pelo 
Estado, que decidia quase tudo: preços, salários, lucros etc., não deixando 
muito espaço para a iniciativa privada [...] (2000; p.29)
FIGURA 4 - MOEDA BIZANTINA RETRATANDO O IMPERADOR
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
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Dessa maneira, o governo controlava os preços e o abastecimento das cidades.
Vale ressaltar que parte da elite bizantina vivia nas cidades e ostentava uma vida de 
luxo. Eram eles grandes comerciantes, membros do alto clero, donos de oficinas arte-
sanais e funcionários do alto escalão do governo.
Por outro lado, existiam pessoas vivendo de maneira miserável, perambulando pelas 
ruas, sem acesso a alimentação e moradia. Para atenuar as tensões sociais que essa 
situação provocava, foram criadas medidas para socorrer essas pessoas por meio da 
distribuição gratuita de alimentos pelo governo.
1.2.3 O CÓDIGO JUSTINIANO
Durante seu governo, Justiniano buscou restaurar o antigo Império Romano e a sis-
tematizar os principais preceitos legais do Direito Romano para regular a vida na 
sociedade bizantina. 
Em 529, o chamado Código de Justiniano entrou em vigor. Os juristas bizantinos 
adaptaram os textos jurídicos às transformações sociais e políticas que ocorreram 
desde o desaparecimento do Império Romano. Esse trabalho deu origem ao Corpus 
Juris Civilis, uma extensa obra contendo leis, normas, decretos e códigos.
Dentre as novas medidas jurídicas, destaca-se o Jus Civilis (Direito Civil) que, indepen-
dente da nacionalidade, seria aplicado a todos os cidadãos do Império.
Justiniano ainda reformou as escolas de Direito e desenvolveu um manual voltado 
para estudantes sobre a legislação bizantina. Esse documento foi utilizado durante 
muito tempo como a base do Direito europeu e é considerado o maior legado do 
período que Justiniano esteve no poder.
1.2.4 A CRISE DO IMPÉRIO BIZANTINO
Após a morte de Justiniano em 565, seus sucessores não conseguiram manter a uni-
dade do Império. A administração central do Império Bizantino foi se enfraquecendo 
após uma série de ataques externos e, como consequência, entre os séculos VII e VIII, 
muitos territórios foram perdidos para povos inimigos. 
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Nos séculos seguintes, o Império sofreu crises internas, revoltas e conflitos religiosos. 
No ano de 1204, uma cruzada veneziana que seguia em direção a Jerusalém alterou 
sua rota e invadiu Constantinopla. A cidade foi saqueada: obras de arte, bibliotecas, 
tesouros preservados durante séculos foram roubados ou destruídos. Constantinopla 
foi incendiada enão conseguiu se estabilizar. 
Sucessivamente, os lombardos, povo de origem germânica, dominaram a Península 
Itálica; o norte da África, o sul da Península Ibérica e parte do Império Bizantino na 
Ásia foram conquistados pelos árabes muçulmanos.
Após longas semanas de resistência, em 1453, os turcos otomanos, povo de origem asiá-
tica, ocuparam a Península Balcânica e conquistaram a capital do Império Bizantino.
Esse episódio marcou o fim do Império Bizantino e, mais do que isso, o término do 
que a historiografia convencionou em chamar de Idade Média.
1.2.5 A RELIGIÃO BIZANTINA
O cristianismo era a religião oficial do Império e a Igreja exercia poderosa influência 
em diversos setores da sociedade. Além de fundamentar o poder imperial, arrecada-
va parte dos recursos econômicos e se fazia presente na vida cotidiana do Império.
Entre os líderes da Igreja Ortodoxa, estava o patriarca de Constantinopla, que figura-
va como uma das principais autoridades eclesiásticas. Porém, em termos práticos, o 
imperador era considerado protetor da Igreja e principal representante da fé cristã.
As questões religiosas marcaram profundamente a sociedade bizantina e era comum 
os debates teológicos em Constantinopla. Entre as questões debatidas, podemos 
destacar o monofisismo, doutrina que negava a natureza humana de Cristo, afirman-
do que Ele tinha somente natureza divina. E a iconoclastia, doutrina que repudiava a 
utilização de imagens de santos e a adoração de ícones religiosos, condenando sua 
utilização nos templos.
Em muitos casos, as disputas religiosas escondiam acentuadas rivalidades políticas. 
O conflito entre o imperador e os sacerdotes dos mosteiros que fabricavam imagens 
de santos, atribuindo a eles milagres, é um exemplo da questão iconoclasta. Preten-
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SUMÁRIO
dendo fiscalizar e controlar o poder dos mosteiros, em 726, o imperador proibiu a 
adoração de imagens.
SAIBA MAIS
Justiniano e seus sucessores buscaram, por meio da religião, 
impor sua autoridade e manter a unidade política do 
Império. Os imperadores adotaram o título de basileus, 
que em grego quer dizer “autoridade suprema”. Assim, se 
apresentavam como principais representantes de Deus, 
cabendo-lhes proteger a Igreja e dirigir o Estado. Essa junção 
de poderes estatal e religioso é chamada de cesaropapismo, 
em referência ao poder imperial (césar) e religioso (papa).
1.2.6 A CULTURA BIZANTINA
A cultura bizantina recebeu a contribuição dos diversos povos com origens diferentes 
que integravam a sociedade. A língua predominante em Constantinopla era o grego, 
mas o império agrupava povos egípcios, gregos, persas, eslavos e judeus.
Por isso mesmo, a produção cultural bizantina mesclou elementos como o idioma 
grego, o Direito Romano, a religião cristã, a arquitetura de inspiração persa, entre ou-
tros.
A produção artística bizantina misturava elementos da cultura greco-romana com 
características da arte oriental. Os mosaicos se destacam na cultura bizantina: com 
composições artísticas feitas de peças coloridas (vidro ou esmalte), representavam 
pessoas de grande prestígio político, figuras religiosas e, ainda, a estilização de ani-
mais ou plantas.
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CURIOSIDADE
A arte bizantina é uma síntese do cristianismo, do orientalismo e do 
helenismo. Sua imponência pode ser observada na arquitetura, nos 
mosaicos e nas pinturas que decoram o interior das igrejas. O mosaico 
foi a forma de expressão preferida de muitos artistas bizantinos. 
Paralelamente, os monges bizantinos inventavam ícones que 
representavam figuras sagradas do cristianismo. Veneradas pelos fiéis, 
essas figuras eram decoradas com joias e pedras preciosas.
A arquitetura bizantina também se destaca como modelo de imponência e beleza. O 
projeto arquitetônico da Basílica de Santa Sofia, por exemplo, tornou-se modelo para 
construção de muitos templos religiosos cristãos e muçulmanos. Na construção des-
sa basílica foram utilizadas a mão de obra de cerca de 10 mil pessoas, que finalizaram 
a obra em apenas cinco anos (532 – 537). Interessante ressaltar que, após a conquista 
de Constantinopla pelos turcos otomanos, a Basílica de Santa Sofia foi transformada 
em uma mesquita. Os mosaicos bizantinos foram encobertos com cal e só foram res-
taurados no século XX.
FIGURA 5 - BASÍLICA DE SANTA SOFIA
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
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SUMÁRIO
As esculturas bizantinas também chamavam a atenção pela beleza e servia aos ideais 
religiosos. As peças eram produzidas com materiais de grande valor, como marfim, 
ouro e vidro, apresentavam um aspecto místico e eram caracterizadas pelo uso de 
cores vivas. Boa parte das esculturas foram destruídas pelo movimento iconoclasta.
CONCLUSÃO
Estudar a história do Império Romano não é uma tarefa fácil. Foram longos anos até 
os domínios do Império formarem uma dimensão continental. Durante esse proces-
so, vimos que o Império foi dividido, visto que governar um território tão extenso era 
muito complicado, mesmo porque aquelas eram áreas disputadas por povos de di-
versas origens.
Essas dificuldades somadas a crises econômicas e sociais culminaram com a divisão 
do Império em uma porção ocidental e outra oriental. Contudo, no final do século V, 
diversos povos invadiram o Império Romano do Ocidente, destituindo o último im-
perador romano do ocidente, Odoacro.
Resistindo às invasões e pressões militares, a porção oriental do Império Romano (Bi-
zantino) ainda sobreviveria por longos mil anos. Durante esse período, os bizantinos 
resgataram diversos costumes romanos. Além disso, a sociedade bizantina estabele-
ceu contatos com povos de diversas origens, absorvendo, assim, diversos costumes e 
hábitos desses povos.
No campo econômico e cultural, a sociedade bizantina viveu anos de grande esplen-
dor, que pode ser observado na expansão territorial do Império e em diversas obras 
arquitetônicas.
A história do Império Bizantino é muito complexa e cheia de detalhes. No entanto, 
compreender o seu processo de formação e os desdobramentos históricos e sociais 
que o levaram à queda é de extrema relevância para entender a formação dos Es-
tados modernos e o contexto do que a historiografia chama de fim da Idade Média.
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OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
UNIDADE 2
> Descrever as 
origens do império 
muçulmano.
> Examinar a formação 
e alguns fundamentos 
do islamismo.
> Identificar o papel 
do islamismo no 
processo de unificação 
e expansão da cultura 
árabe.
> Analisar a formação 
do império islâmico e 
seus desdobramentos.
> Apreciar o legado do 
mundo islâmico.
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SUMÁRIO
2 O MUNDO ÁRABE ISLÂMICO
Nesta unidade, você conhecerá o Islã, religião fundada no século VII, onde hoje é a 
Arábia Saudita, pelo profeta Maomé. Serão analisados como se deu a expansão do 
islamismo e o processo histórico que levou à formação do império islâmico. Também 
será abordada a diversidade de povos e culturas que habitavam o território islâmico e 
como essa doutrina desempenhou um papel importante no processo de unificação 
dos povos árabes em torno de um governo centralizado.
O Islã é hoje a segunda maior religião do mundo e apresentauma grande diversi-
dade entre os povos que professam a religião. Com cerca de 1,3 bilhão de adeptos, 
essa doutrina defende a justiça e a prática da generosidade entre as pessoas. Seus 
seguidores são conhecidos como muçulmanos, que em árabe significa aqueles que 
se subordinam a Deus. 
2.1 O MUNDO ÁRABE
A Península Arábica situa-se em uma região de clima quente e seco, onde o deserto 
predomina em cerca de 80% do território.
Os habitantes da península, por volta de 1200 a. C., encontravam-se divididos em 
pequenas tribos. Os árabes, de origem semita, dedicavam-se principalmente ao pas-
toreio e ao comércio. 
Com o decorrer dos séculos, as atividades comerciais se desenvolveram e se amplia-
ram. Rotas comerciais foram abertas, e tornaram-se frequentes as caravanas que se-
guiam em direção aos atuais territórios da Síria e Palestina, onde eram vendidas mer-
cadorias que vinham do Oriente e que chegavam pelo Oceano Índico.
Em meio às áreas desérticas percorridas por caravanas comerciais, alguns núcleos ur-
banos foram se formando em torno de oásis. Esses núcleos contavam com governos 
e leis próprias, por isso eram chamadas de cidades-estado. 
Alguns desses núcleos urbanos prosperaram nas atividades comerciais e se transfor-
maram em reinos. Os árabes, inicialmente, cultuavam diversos deuses relacionados 
aos astros e fenômenos naturais. Eles eram animistas, ou seja, cultuavam objetos ina-
nimados e acreditavam que eles tinham alma.
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A cidade de Meca, situada em um oásis no lado ocidental da Península Arábica, era 
o ponto de encontro de diversas caravanas, pois abrigava um intenso comércio. Além 
disso, em Meca localizava-se um santuário construído em forma de cubo, conhecido 
como Caaba. Nesse local, as pessoas reverenciavam deuses e deusas e prestavam 
homenagens à Pedra Negra, considerada sagrada pelos árabes. De acordo com o is-
lamismo, a pedra teria sido recebida por Abraão das mãos do anjo Gabriel.
Os povos que habitavam a Península Arábica até o século VI tinham diferentes for-
mas de viver. Alguns historiadores classificam esses povos em dois grupos: árabes 
do litoral, que eram constituídos de povos sedentários que moravam em cidades 
próximas ao Mar Vermelho, tais como Meca e Yatrib, importantes centros comerciais 
por onde passavam caravanas de comerciantes; e os árabes do deserto, povos que 
se dedicavam ao artesanato e à criação de ovelhas. Eram povos seminômades que 
viviam em torno dos oásis da península.
Importante ressaltar que, até o século VII, a Arábia não teve um Estado unificado. A 
ligação entre os povos se dava pelos laços de parentesco e por elementos culturais 
comuns, como, por exemplo, falar o mesmo idioma (apesar das variações que ocor-
riam entre uma região e outra) e as crenças religiosas politeístas.
Em Meca, cidade situada em um oásis no lado ocidental da Península Arábica, loca-
lizava-se a Caaba, um templo onde se cultuava os principais deuses e deusas e onde 
se encontrava a Pedra Negra.
FIGURA 6 - PENÍNSULA ARÁBICA
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
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FIGURA 7 - CAABA
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
2.2 OS ÁRABES E O ISLAMISMO
Em Meca, o governo era exercido por um con-
selho e um clã. Entretanto, a partir de 613, 
Maomé, um condutor de caravanas, passou 
a difundir a ideia da existência de um único 
Deus, a quem ele chamava de Alá, denomi-
nando essa nova religião de Islã, que significa 
submissão a Deus.
De acordo com a tradição islâmica, Maomé te-
ria sido escolhido por Deus para ser o último 
profeta enviado. Em suas pregações, Maomé 
dizia que havia um só Deus criador do univer-
so. Esses discursos desagradavam os sacerdo-
tes, pois ameaçava o politeísmo, além de que 
poderia prejudicar as peregrinações à Meca e 
o comércio das caravanas.
ATENÇÃO PARA SABER
Assista ao filme Maomé, 
o mensageiro de Alá, de 
Moustapha Akkad (1977, 220 
minutos). O filme mostra 
o início do islamismo, os 
conflitos de Maomé com os 
poderosos de Meca e sua 
peregrinação para Medina.
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Hostilizado pelos grandes comerciantes da região, que viam no monoteísmo pregado 
por Maomé uma ameaça à prosperidade comercial da cidade, Maomé foi pressiona-
do a deixar Meca e, no ano de 622, refugiou-se em Yatreb (cidade que posteriormen-
te foi denominada Medina). Esse episódio ficou conhecido como Hégira (emigração) 
e marca o início do calendário da religião difundida por Maomé. Os seguidores do 
islamismo passaram a ser chamados de muçulmanos.
2.2.1 JIHAD E O ISLAMISMO
Em Yatreb, surgiu a primeira comunidade regida pelos princípios islâmicos. Sob a 
liderança de Maomé, o governo da cidade se tornou teocrático. O profeta tornou-se 
representante de Deus na Terra, assumiu as funções de juiz, líder espiritual, militar e 
administrativo.
Maomé organizou ataques às tribos vizinhas e às caravanas que cruzavam o deserto. 
Para o profeta, a luta contra as pessoas que não seguiam o Islã era um esforço em fa-
vor de Deus, ou seja, um Jihad, isto é, quem morresse em prol da fé muçulmana seria 
considerado mártir e seria recompensado com a salvação eterna no paraíso. 
O Jihad provocou um aumento no número de pessoas dispostas a combaterem em 
nome de Alá. Vários líderes tribais da região, percebendo a força militar conquistada 
por Maomé, converteram-se ao islamismo.
Na cidade de Medina, Maomé e seus discípulos organizaram um exército de fiéis 
para difundir a nova religião. Em 630, o profeta Maomé e cerca de dez mil seguido-
res conquistaram Meca e destruíram os ídolos do templo. A Caaba e a Pedra Negra 
foram preservadas e consideradas sagradas para os muçulmanos e centros de suas 
peregrinações.
Com esses fundamentos religiosos, o islamismo se expandiu pela Península Arábica 
e diversos povos foram se unificando em torno dessa religião que também provocou 
um forte sentimento de identidade entre os árabes, fazendo surgir um estado árabe-
-muçulmano.
Em 632, com a morte de Maomé, praticamente toda a região ocidental da Península 
Arábica estava sob o domínio da teocracia islâmica.
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o islamismo
O islamismo conta atualmente com mais de 1 bilhão de fiéis no mundo; a 
maioria deles concentrada na Ásia (70%) e na África (26%).
Maomé é o principal profeta da crença islâmica. Segundo a tradição, quando 
tinha 40 anos, ele recebeu uma missão do anjo Gabriel, que lhe ordenou pregar 
a existência de um Deus único: Alá, em árabe.
Entre 610 e 632, ano de sua morte, Maomé teria recebido revelações divinas 
reunidas no Corão, ou Alcorão, livro sagrado do islamismo, que guarda todos 
os preceitos econômicos, jurídicos, políticos e religiosos dos muçulmanos. Nele, 
estão definidos os cinco pilares da religião muçulmana: aceitar que há um só 
Deus e que seu profeta é Maomé; rezar cinco vezes por dia voltado para Meca; 
ajudar os pobres; jejuar no mês sagrado do Ramadã; e peregrinar ao menos 
uma vez na vida à Meca.
Para os muçulmanos, abraçar o Islã significa assumir o total compromisso de 
viver nos moldes prescritos no Alcorão. Trata-se de um Jihad, ou seja, de um 
esforço físico, moral, intelectual e espiritual em favor de Deus.
2.2.2 O ISLÃ E A SUBMISSÃO AO DEUS ÚNICO
O islamismo é uma das religiões mais influentes do mundo na atualidade. Durante o 
Ramadã, mês sagrado no calendário muçulmano, as cidades de Meca e Medina, situa-
das naatual Arábia Saudita, recebem cerca de 2 milhões de peregrinos muçulmanos.
A religião islâmica prega a submissão total do ser humano aos preceitos de Alá, o 
Deus único. Em árabe, a palavra Alá significa O Deus. A submissão a Deus é chamada 
de islã. Aquele que tem fé em Deus é muçulmano (do árabe muslin, que significa 
aquele que se submeteu a Deus).
Os princípios da religião islâmica encontram-se reunidos no Corão ou Alcorão (do 
árabe al = a + corão = leitura, ou seja, A Leitura).
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De acordo com o Alcorão, Alá é, em essência, bom e justo. No dia do juízo final, os 
seres humanos que a Ele tiverem obedecido integralmente serão recompensados 
por seus atos, sendo enviados ao paraíso. Aos que desobedeceram, o inferno será a 
condenação.
Além dos preceitos religiosos, o Alcorão também inclui em seus textos diretrizes jurí-
dicas, morais, econômicas e políticas, visando orientar o cotidiano da vida social.
FIGURA 8 - ALCORÃO
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Além do Alcorão, outra importante fonte da religião islâmica é o Hadiç (ou hadith), 
que significa diálogos, e consiste em um conjunto de pregações e narrativas atribuí-
das ao profeta Maomé. O hadith foi reunido nos primeiros séculos após a morte do 
profeta, e recorre-se a ele quando não se encontra no Alcorão determinada instrução 
sobre como se deve agir em alguma situação imprevista.
Interessante ressaltar que, por se basearem tanto nos textos alcorânicos, como no 
hadith, a lei islâmica permite diversas interpretações, o que significa que uma mesma 
questão pode apresentar variadas respostas. Sobre essa situação, a professora Safa 
Jubran aponta:
Essa diversidade é, certamente, a principal e melhor evidência de que nenhu-
ma interpretação da lei religiosa muçulmana pode ser considerada “a única”, 
que, portanto, bastaria para impedir, no seio dessa religião, a existência de 
“donos da verdade” (JUBRAN, 2001, p. 10.).
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SUMÁRIO
Muitas pessoas sustentam que o livro sagrado dos muçulmanos deve chamar-
se, em português Corão, e não Alcorão, pois o al já representa o artigo o.
Etimologicamente, ambas as palavras estão corretas. Acontece, contudo, que 
ao ser passada para o português, a maioria das palavras árabes veio com o 
artigo al já incorporado a elas e inseparável delas. Dizemos açúcar (e não o 
çucar), o arroz (e não o roz) [...]
Em francês, por oposição, a maioria dessas mesmas palavras é usada sem o 
artigo original. Assim dizem: le sucre, le riz, etc. Também dizem Le Coran.
Cada língua tem seus caminhos. A palavra Alcorão obedece, portanto, à 
tendência geral da língua portuguesa no que diz respeito às palavras de 
origem árabe e já foi consagrada sob essa forma (CHALLITA, p. 31).
2.2.3 A EXPANSÃO DO ISLÃ: SUNITAS E XIITAS
Após a morte de Maomé, dois grupos islamitas, sunitas e xiitas, com ideias conflitan-
tes (até hoje) definiriam seu sucessor. Para os sunitas, a pessoa escolhida deveria ser 
a mais capacitada (a palavra arábe sunni significa aqueles que seguem os costumes). 
Para os xiitas, o sucessor de Maomé deveria ser seu parente mais próximo por consan-
guinidade, no caso, Ali, primo e genro do profeta. A própria palavra xiita vem do arábe 
shi’at Ali, ou seja, Partido de Ali.
Os sunitas venceram as eleições e Abu-Bakr, sogro de Maomé, foi escolhido com o tí-
tulo de Califa (sucessor). Interessante ressaltar que enquanto Maomé era considerado 
profeta pelos muçulmanos, os califas eram encarados apenas como representantes 
políticos e religiosos. 
Em 634, ano da morte de Abu-Bakr, praticamente todas as tribos da Península Arábi-
ca tinham se convertido ao islamismo. Omar ibn al-Khattab, seu sucessor, deu início à 
expansão para além da Península Arábica, o que resultou na formação de um grande 
império.
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São variadas as razões que explicam essa expansão, entre elas pode-se destacar a 
busca de terras férteis, as guerras santas contra os infiéis, ou seja, a luta para difundir 
e preservar o islamismo e os interesses comerciais.
2.3 FORMAÇÃO DO IMPÉRIO ISLÂMICO
Após a morte de Maomé, e sob a liderança dos califas, ocorreu uma grande expansão 
territorial árabe. Entre os anos 632 e 661, os califas eleitos conquistaram a Pérsia, a 
Síria, a Palestina e o Egito.
Entre os anos 661 e 749, a Dinastia dos Omíadas passou a governar o império e tor-
nou-se uma monarquia laica, ou seja, os cargos administrativos seguiam critérios de 
competência e conhecimento, não sendo mais ocupados de acordo com a hierar-
quia religiosa.
Damasco, na Síria, passou a ser a capital do império, e o árabe passou a ser o idioma 
oficial e obrigatório para todas as pessoas convertidas ao islamismo. Em 711, com a 
continuidade da expansão do islamismo, os árabes conquistaram, a leste, a região 
dos atuais países Paquistão e Afeganistão e, a oeste, a Península Ibérica, onde atual-
mente ficam Portugal e Espanha.
Entre 749 e 750, os Omíadas perderam seu poder sob o império para a Dinastia dos 
Abássidas e ficaram na Península Ibérica, onde criaram, em 756, um califado inde-
pendente.
A Dinastia dos Abássidas governou entre 749 e 1258 e consolidou o islamismo nas 
regiões conquistadas. Nesse período, o império deixou de ser unicamente árabe para 
se tornar um império muçulmano.
O califa passou a concentrar poder absoluto em suas mãos. Tendo reconhecida a ori-
gem divina de seu poder, foi criado o cargo de vizir, que o tornava responsável pela 
administração do império. Em 762, a capital foi transferida de Damasco para a cidade 
de Bagdá, no Iraque, que havia acabado de ser construída.
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SUMÁRIO
2.3.1 ULTURA NO MUNDO ISLÂMICO
Os árabes, ao longo da Idade Média, reelaboraram e assimilaram aspectos culturais 
de diversos povos, o que oportunizou uma produção cultural rica e peculiar. Nas bi-
bliotecas públicas de Bagdá, diversos copistas se dedicavam à tradução para o árabe 
de manuscritos e obras de Filosofia, Ciências, Matemática e Astronomia, escritas em 
grego, latim, persa e outras línguas.
Durante esse período, Bagdá passou a atrair intelectuais de diversas regiões e o mun-
do muçulmano vivenciou momentos de relevante prosperidade cultural e científi-
ca. Muitos comerciantes ricos e autoridades tornaram-se protetores das artes e das 
ciências, investindo e patrocinando artistas e intelectuais. O contato com culturas 
diferentes permitiu o avanço dos muçulmanos em diversas áreas de conhecimento.
Sobre a valorização da cultura islâmica, Farah ressalta uma atividade importante na 
cultura árabe-muçulmana: a caligrafia. Sobre essa arte, aponta:
Inicialmente, calígrafos eram incumbidos de escrever o texto corânico de for-
ma magnífica, mas a manifestação estética de uma escrita bela (significado 
de “caligrafia”, palavra de origem grega) aparece também em decretos, trata-
dos, cartas, assinaturas, poesias e até em livros científicos. [...]
Muitos dos calígrafos atuais trabalham em atividades voltadas à publicidade 
ou em gráficas. Outros se dedicam a obras artísticas; e ainda são comuns ex-
posições de caligrafia em países islâmicos, além da França, da Espanha, de 
Portugal e da Alemanha, principalmente (2001; p. 57-59).
Em 711, os muçulmanos chegaram à Península Ibérica e lá ficaram quase oito sécu-
los, quando foram expulsos definitivamente. Por isso, as culturas portuguesa e espa-
nhola foram impactadas de maneirarelevante durante o domínio árabe.
Atualmente, a arquitetura árabe destaca-se em diversas construções, praças, monu-
mentos e ruas portuguesas e espanholas, além da influência em muitas palavras do 
idioma oficial desses países.
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2.4 IMPÉRIO ISLÂMICO: DIVERSIDADE E 
TOLERÂNCIA
Ao mesmo tempo em que ampliavam seus territórios, os muçulmanos expandiam 
a atividade comercial e dominavam rotas comerciais importantes. Nas regiões con-
quistadas, realizaram obras de irrigação que tornaram terras estéreis em terras produ-
tivas, permitindo o desenvolvimento da agricultura de forma variada, pois as lavouras 
eram adaptadas ao clima de cada região.
Tanto pelo mar quanto por terra, os muçulmanos realizaram transações comerciais 
em diversas regiões do mundo. Detinham o controle do comércio entre o Oriente e o 
Ocidente. Eram constantes suas viagens pelos mares Mediterrâneo, Índico e Verme-
lho. Percorriam em caravanas de camelos por terras africanas e asiáticas.
Para facilitar seus negócios, os muçulmanos criaram diversos instrumentos jurídicos, 
tais como recibos, cheques, letras de câmbio etc. A intensidade comercial também 
foi acompanhada de uma produção artesanal volumosa. Bagdá, por exemplo, des-
tacou-se na produção de vidros, cerâmicas, sedas e joias. Já a cidade de Damasco 
(atual Síria), destacou-se pela metalurgia, principalmente na produção de armas e 
ferramentas. Além disso, também era famosa pelo tecido de seda e linho.
Importante ressaltar que a cultura e a religião islâmica não foram impostas aos povos 
das regiões conquistadas, embora muitos tenham se convertido ao islamismo.
FIGURA 9 - RUÍNAS DE UMA MEDINA MUÇULMANA, EM CÓRDOBA, ESPANHA
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
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SUMÁRIO
2.5 O ISLÃ NA PENÍNSULA IBÉRICA
Os muçulmanos chegaram à Península Ibérica em 711 e, em menos de três anos, 
já dominavam grande parte da península. Eram chamados pelos portugueses e es-
panhóis de mouros, palavra que tem origem do latim maures, que significa negro, 
em referência à pele escura do povo africano que vivia onde hoje fica o Marrocos. A 
ocupação moura durou quase oito séculos e só terminou no ano de 1492. Os mouros 
se converteram ao islamismo após o contato com os árabes que vinham do Oriente, 
pregando os mandamentos do profeta Maomé.
Interessante ressaltar que essa ocupação foi incentivada por povos que habitavam 
essa região. Os visigodos, de origem germânica, envolvidos em disputas na região, 
pediram ajuda ao líder árabe Musa ibn Nusayr, que dominava o norte da África.
O exército do líder árabe ocupou, em pouco mais de vinte anos, toda península, e só 
não avançou pelo restante da Europa porque foi barrado pelos francos, povo cristão 
que habitava o território francês.
A partir do século XI, cresceu nos territórios cristãos ocupados um sentimento anti-
muçulmano de resistência e retomada, principalmente no norte da Espanha, onde 
se situava o reino de Castela.
Nos séculos XII e XIII, o ideal de reconquista ganhou força e, por volta de 1250, os cris-
tãos haviam recuperado parte considerável da península. O ano de 1492 marca o fim 
do domínio muçulmano na região.
Devido aos séculos de ocupação, os muçulmanos deixaram uma relevante produção 
científica e cultural na região. A engenharia naval é um exemplo disso: os conheci-
mentos muçulmanos possibilitaram que navegadores espanhóis e portugueses cru-
zassem oceanos e estabelecessem essas nações como dois grandes impérios mun-
diais. Além disso, com as traduções de textos clássicos gregos e latinos feitas pelos 
muçulmanos, foi possível a recuperação de obras importantes para o movimento 
renascentista europeu.
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os algarismos
Estamos tão habituados aos números, segundo o assim chamado sistema 
arábico, que o consideramos totalmente natural. Obviamente, não é bem 
assim. Trata-se de uma invenção que vem de muito longe, da Índia. Foram, no 
entanto, os árabes que a desenvolveram e, através da Espanha, difundiram-
na em toda a Europa: a mais antiga atestação está, justamente em um 
manuscrito espanhol de 976. Os romanos tinham um sistema de numeração 
que, mesmo com o uso de ábaco, instrumento feito de pequenas argolas 
que deslizam sobre fios metálicos, não permitia operações complexas. Era 
possível adicionar e subtrair, mas era muito difícil realizar operações que nos 
parece rudimentares, como a multiplicação e a divisão, sendo necessário, para 
tanto, dirigir-se a matemáticos profissionais. Os romanos nunca chegaram, 
de fato, à ideia que está na base do sistema de numeração arábico: o valor 
de um algaritimo, inclusive o zero - conquista importantíssima -, depende 
do lugar que ocupa em número. Por exemplo, no número 222, o algarismo 2 
representa sucessivamente, duzentos, vinte e dois.
No final do século XII, Leonardo Fibonacci (fi bonacci, isto é, filho de Bonaccio), 
um mercador de Pisa (c. 1170-1245), encontrou por motivos profissionais, 
alguns colegas de língua árabe em Bugia, perto de Argel, onde o pai era 
empregado da alfândega. Ali aprendeu o sistema de contas que usamos até 
hoje. Voltando à pátria, organizou, em 1202, o novo método em um tratado, 
o Liber abbaci, que formalizou definitivamente em 1228. Graças a ele, a nova 
numeração difundiu-se, primeiro na Itália e, logo, em toda Europa (FRUGONI, 
2007. p. 48-50).
2.6 A CRISE DO IMPÉRIO
A partir do século VIII, as disputas entre os califados levaram ao desmembramento 
do império islâmico e à formação de diversos califados independentes. Dessa forma, 
a ideia de se pensar em um império islâmico passa a ter uma conotação voltada à 
unidade cultural e religiosa, visto que formavam um conjunto de reinos ligados pelo 
islamismo, mas que não formavam um Estado único e centralizado.
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SUMÁRIO
No final do século XI, a Igreja Católica, com o objetivo de reconquistar Jerusalém, deu 
início a uma série de investidas militares contra os muçulmanos. Naquele período, 
toda a região da Palestina e Jerusalém, cidade sagrada para os cristãos, estavam sob 
o domínio muçulmano. Essas campanhas se estenderam até o século XIII e ficaram 
conhecidas como cruzadas.
Em 1258, ano em que os mongóis invadiram e saquearam Bagdá, o imenso território 
sob domínio muçulmano se fragmentou e deu origem a diversos Estados muçulma-
nos independentes. 
Na Península Ibérica, os povos muçulmanos foram expulsos no final do século XV. No 
Oriente, entre os séculos XIII e XV, uma série de povos invasores acabou conquistando 
os territórios dominados pelos árabes, entretanto o islamismo manteve seu predomí-
nio em grande parte dos Estados que surgiram com o fim do império islâmico.
Jerusalém foi fundada há mais de quatro mil anos e é considerada sagrada 
pelo judaísmo, cristianismo e islamismo, ou seja, por três das maiores religiões 
monoteístas do mundo. Para os cristãos que a dominaram entre 300 e 628, 
aquele lugar é guardião da memória dos últimos dias de Jesus Cristo, pois 
lá ele teria sido julgado, crucificado e sepultado. Para os muçulmanos, que 
conquistaram a cidade em 638, a cidade de Jerusalém teria sido o lugar em 
que o profeta Maomé ascendeu aos céus, em um episódio conhecido como 
Jornada Noturna, ocorrido em 620.
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIOCONCLUSÃO
Enquanto no Ocidente o processo de feudalização fragmentou a região em diversos 
reinos, no Oriente do Mar Mediterrâneo consolidou-se o império árabe-muçulmano, 
que contava com um eficiente desenvolvimento comercial e urbano. A religiosidade 
marcou profundamente a vida no império, servindo de impulso para a unificação do 
Estado por meio da pregação da expansão e da guerra em nome de Alá.
O islamismo, fundado por Maomé no século VII, desenvolveu-se a partir da Península 
Arábica, conquistando povos e territórios em várias partes do mundo. Após a morte 
de Maomé (632), a expansão islâmica passou a ser dirigida pelos califas.
Durante o governo dos califas, o império árabe expandiu seu território e conquistou 
diversos povos. O califa passou a concentrar os poderes políticos e religiosos, sendo 
nomeado ao título de vizir.
No campo da cultura e da ciência, os povos muçulmanos desempenharam um papel 
importantíssimo. Seus contatos com povos de diferentes culturas possibilitou um co-
nhecimento importante para o desenvolvimento tecnológico. 
Os próprios povos ibéricos, que viveram ao longo de quase oito séculos sob a ocu-
pação dos povos muçulmanos, beneficiaram-se do conhecimento acumulado pelos 
árabes. O processo das grandes navegações portuguesas e espanholas no início do 
século XVI só foi possível com a utilização desse conhecimento.
Outro importante e relevante fator da cultura árabe-muçulmana foi a tolerância com 
os povos que eram submetidos a seu poder. Esse foi um dos principais fundamentos 
para consolidar sua hegemonia nesses territórios.
Em 1258, o império muçulmano se fragmentou, dando origem a diversas cidades-
-estado independentes. No final do século XV, na guerra de Reconquista, o último 
reduto muçulmano na Europa foi expulso.
Apesar da fragmentação do império, o Islã predominou na maioria dos Estados que 
se formaram.
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SUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
UNIDADE 3
> Conhecer a sociedade 
da Europa ocidental 
no período da Idade 
Média.
> Compreender o 
processo de formação 
dos reinos germânicos 
e a ascensão do reino 
franco.
> Identificar as 
origens e analisar 
as características do 
feudalismo.
> Entender as relações 
de suserania e 
vassalagem.
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3 O MUNDO MEDIEVAL
O período denominado Idade Média, que abrange cerca de mil anos, recebeu duran-
te algum tempo da historiografia um olhar que remetia ao retrocesso, sendo chama-
do muitas vezes de “Idade das Trevas”. Contudo, muitos historiadores medievalistas 
demonstraram, e continuam demonstrando em seus estudos, a enorme variedade de 
produção cultural (seja no campo das artes, da tecnologia ou na ciência) e de transfor-
mações sociais, políticas e econômicas que aconteceram durante esse período.
Ao longo desta unidade, será discutido o conceito de Idade Média e compreender o 
processo de formação dos reinos germânicos. Também será analisada a organização 
política dos francos e o processo que levou à formação do chamado Império Carolín-
gio. Será abordado, ainda, o processo de feudalização da sociedade da Europa Oci-
dental e as relações sociais, econômicas e políticas que foram característicos desse 
período.
3.1 IDADE MÉDIA: DESCONSTRUINDO 
ESTEREÓTIPOS
FIGURA 10 - IDADE MÉDIA
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
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SUMÁRIO
O século V marca o início do que a historiografia denomina Idade Média. Esse perío-
do se estende por mil anos e seu conceito foi cunhado pelos humanistas do século 
XVI. Entretanto, é relevante ressaltar que a própria historiografia não tem um senso 
em relação quando teria se iniciado esse período histórico. Essa indefinição também 
se dá para pensar quando o mesmo teria chegado ao fim.
Sobre essa questão, Hilário Franco Júnior aponta:
De momento, lembremos que, se hoje se reconhece o direito de cidadania 
histórica à Idade Média, ainda não conhecemos sua certidão de nascimento 
e seu atestado de óbito. Na verdade, não se trata de um ponto essencial, mas 
por muito tempo a historiografia procurou estabelecer balizas cronológicas 
medievais. Seguindo uma perspectiva muito particularista (às vezes políticas, 
às vezes religiosas), já se falou, dentre outras datas, em 476 (deposição do últi-
mo imperador romano), 392 (oficialização do cristianismo) ou 330 (reconheci-
mento da liberdade de culto aos cristãos) como o ponto de partida para a Ida-
de Média, Para seu término já se pensou em 1453 (queda de Constantinopla 
e fim da Guerra dos Cem Anos), 1492 (descoberta da América) e 1517 (início 
da Reforma Protestante).
Hilário Franco Júnior. A Idade Média: Nascimento do Ocidente. São Paulo: Bra-
ziliense. 1999. P. 23
Inicialmente, a designação Idade Média tinha um caráter pejorativo. Esse termo de-
signava como inferior os séculos que se passaram entre a Antiguidade Clássica e a 
Idade Moderna. Hilário Franco Júnior acrescenta que:
No caso do que chamamos de Idade Média, foi o século XVI que elaborou tal 
conceito. Ou melhor, tal preconceito, pois o termo expressava um desprezo 
indisfarçado pelos séculos localizados entre a Antiguidade Clássica e o próprio 
século XVI. Este se via como o Renascimento da civilização greco-latina, e, por-
tanto tudo que estivera entre esses picos de criatividade artístico-literária (de 
seu próprio ponto de vista, é claro) não passava de um hiato, de um intervalo. 
Logo, de um tempo intermediário, de uma idade média.
Admirador dos clássicos, o italiano Petrarca (1304 – 1374) já se referira ao pe-
ríodo anterior como de tenebrae: nascia o mito historiográfico da Idade das 
Trevas. 
Hilário Franco Júnior. A Idade Média: Nascimento do Ocidente. São Paulo: Bra-
ziliense. 1999. P. 56
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Durante a Idade Moderna, o termo Idade Média se enraizou com um sentido figurado 
de flagelo, ruína, assim como se popularizou o termo “renascimento” (cunhado pelo 
artista e escritor Giorgio Vasari em meados do século XVI) designando que o medievo 
teria sido um período de interrupção do progresso intelectual humano e que seriam 
os “homens” do século XVI responsáveis por resgatar os conhecimentos deixados pe-
las sociedades do mundo antigo.
Opunha-se o século XVI, que buscava na sua produção literária utilizar o latim 
nos moldes clássicos, aos séculos anteriores, caracterizado por um latim “bár-
baro”. A arte medieval, por fugir aos padrões clássicos, também era vista como 
grosseira, daí o grande pintor Rafael (1483 – 1520) chamá-la de “gótica”, termo 
então sinônimo de “bárbara”. Na mesma linha, Rabelais (1483 – 1553) falava da 
Idade Média como a “espessa noite gótica”.
Hilário Franco Júnior. A Idade Média: Nascimento do Ocidente. São Paulo: Bra-
ziliense. 1999. P. 61
A mentalidade das sociedades europeias modernas já não compactuava com o idea-
lismo religioso e com as relações de dependência pessoal presentes no pacto feudal. 
Os humanistas designavam o medievo como período de retrocesso no campo cultu-
ral, intelectual e econômico na Europa Ocidental.
Os séculos que compreendem a Idade Média eram vistos como de barbárie e supers-
tição. Entusiastas do uso da razão, os intelectuais modernos teciam profundas críticas 
àquela cultura ligada diretamente aos valores religiosos. 
As autoridades governamentais, representadas pela imagem das poderosas monar-
quias absolutas, lamentavam o período medieval, devido a sua característicade frag-
mentação política. A limitada atividade comercial do período também gerava des-
prezo entre a crescente burguesia. Além disso, setores ligados às igrejas protestantes 
denunciavam a supremacia da Igreja Católica na época.
O desprezo pela Idade Média foi acentuado pelos iluministas do século XVIII, que 
viam naquele período o ápice dos privilégios e do poder da nobreza e do clero. 
A filosofia iluminista, por se guiar pela racionalidade, refutava as explicações religiosas 
medievais para os fenômenos naturais e sociais.
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Essa visão negativa da Idade Média só começou a mudar no século XIX, quando esse 
período passou a ser visto como uma etapa decisiva para o fim do Império Romano 
e da antiguidade.
A questão da identidade nacional ganhou muita relevância com o advento da Revo-
lução Francesa. As pretensões napoleônicas de reunir toda a Europa sob um único 
governo despertaram nas regiões dominadas e ou ameaçadas um processo de valo-
rização das identidades nacionais.
Por isso, muitos estudiosos apontam a Idade Média como o período em que se lan-
çou as bases para a formação dos Estados Nacionais e de uma sociedade alicerçada 
na fé, no Estado e na família, características que ainda fazem parte dos modos de vida 
dos povos contemporâneos.
O estudioso Jacques Le Goff aponta que:
Esta longa Idade Média (...) criou a cidade, a nação, o Estado, a universidade, o 
moinho, a máquina, a hora e o relógio, o livro, o garfo, o vestuário, a pessoa, a 
consciência e finalmente a revolução (...)
LE GOFF, Jacques. Para um novo conceito de Idade Média. Lisboa, Estampa, 
1980.
Segundo Hilário Franco, foi no século XX que a Idade Média foi revisitada por pensa-
dores preocupados em entendê-la com “os olhos dela própria”. Para isso, foram ela-
boradas novas metodologias e técnicas investigativas. A historiografia medieval deu 
um grande salto de qualidade e abriu caminho para novas investigações sobre esse 
período.
3.1.1 OS REINOS GERMÂNICOS
No início do século V, diversos povos ocuparam o território que compunha o Império 
Romano do Ocidente. Entre esses povos, destacam-se os germânicos (também cha-
mados visigodos, ostrogodos, burgúndios, anglos, saxões, francos, hérulos, vândalos 
e outros).
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Poder e Política: antiguidade e Medieval 
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
FIGURA 11 - CASTELO GERMÂNICO
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Esses povos apresentavam variadas formas de se organizar politicamente e cultural-
mente. Possuíam crenças, idiomas, valores e hábitos totalmente diferentes entre si. 
De acordo com o historiador Perry Anderson, esses novos reinos passaram por um 
lento processo de integração de elementos culturais românicos e germânicos. 
Esse processo resultou na formação de dois grupos sobre os quais se estruturou a 
sociedade. Seriam esses dois grupos a aristocracia rural, representada por grandes 
proprietários de terra, e o campesinato, que congregava a maioria da população e era 
dependente dos donos de terra.
Da miscigenação cultural entre romanos e germânicos nasceu um novo modelo 
de organização social, que se tornaria a base de surgimento dos povos europeus 
da atualidade.
Economicamente, os germânicos se dedicavam à agricultura e cultivavam alimentos 
variados. Eles utilizavam a terra até seu total esgotamento. Além disso, se dedicavam 
também à caça e à pesca. Em função do poderio e da cultura militar, outra atividade 
exercida era a promoção de saques e invasões a territórios vizinhos.
Cabe destacar que os germânicos não possuíam uma estrutura política fortemen-
te centralizada. Apesar das hierarquias entre os guerreiros, as relações pessoais e a 
autonomia individual prevaleciam naquela sociedade. Com o tempo, um grupo de 
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guerreiros passou a deter e concentrar um papel político mais importante, que os 
diferenciava dos camponeses que trabalhavam em suas terras. 
A sociedade germânica era dividida em clãs e tribos patriarcais que possuíam la-
ços consanguíneos. As decisões que afetavam a população eram tomadas por uma 
assembleia de guerreiros. O comitatus, nome dado a essa assembleia, estipulava a 
união militar dos guerreiros. Além disso, era de caráter transitório e influenciou a for-
mação social do mundo medieval.
3.1.2 AS RELAÇÕES DE DEPENDÊNCIA E O PROCESSO 
DE RURALIZAÇÃO
Os povos germânicos compreendiam seus reinos como propriedade privada e, por isso, 
o dividiam entre seus herdeiros, ou doavam a pessoas que lhes prestavam serviços. 
Para manter povos de diferentes culturas em torno de uma única autoridade, os ger-
mânicos eram constantemente mobilizados em campanhas militares. As guerras 
permitiam que a nobreza organizasse um exército particular que, para lutar, recebia 
um soldo e a garantia de subsistência.
Muitos guerreiros doavam suas pequenas propriedades aos nobres poderosos. A es-
ses guerreiros era assegurado o direito de continuar trabalhando nas antigas terras, 
contudo, embora juridicamente fossem livres, tornavam-se dependentes dos senho-
res por meio de laços de servidão. Esse processo culminou na fragmentação do poder 
real. Essa descentralização do poder fortaleceu os senhores (nobres), detentores de 
grandes extensões de terra. 
Em meados do século VI, um surto de peste bubônica atingiu a Europa, reduzindo 
boa parte da população. Esse surto se propagou rapidamente nas cidades, fazendo 
com que muitas pessoas fossem para o campo, situação que provocou um processo 
de ruralização. Essa situação fez com que as atividades comerciais sofressem um de-
clínio acentuado.
Nas cidades, que não ficaram totalmente despovoadas, aconteciam, esporadicamen-
te, algumas festas religiosas. A religiosidade germânica era marcada por uma crença 
diversificada e pela adoração de diversas divindades. 
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3.2 OS FRANCOS
Os francos ocuparam a região da Gália no início do século V e ainda no final desse 
século já dominavam grande parte da Europa Central. O expansionismo franco era 
bem visto pelas autoridades eclesiásticas, pois significava a difusão da fé cristã. Isso 
porque, em 496, o rei franco, Clóvis, se converteu ao cristianismo.
Clóvis é considerado o primeiro rei franco e representa a Dinastia Merovíngia. Seu 
governo foi marcado pela unificação de tribos e clãs francos e por um processo de 
centralização.
Importante ressaltar que a conversão do rei Clóvis ao cristianismo abriu caminho para 
uma forte aliança entre a Igreja Católica e o poder real. Essa união foi relevante para 
ambos os lados: a Igreja obtinha o apoio de uma importante força política e militar 
capaz de garantir sua sobrevivência. Por outro lado, o rei utilizava a Igreja para legiti-
mar seu poder e ainda usufruía da administração clerical para governar. 
No ano de 732, já sob o governo da Dinastia Carolíngia, os francos, por meio de seu 
forte exército, impediram o avanço muçulmano na Europa, na batalha de Poitiers. 
Essa vitória deu aos carolíngios o título de defensores do cristianismo. Nos séculos 
posteriores, a Igreja Católica e os reis francos iriam fortalecer ainda mais seus laços.
Em 771, Carlos Magno consolida seu poder e inicia um período de conquistas terri-
toriais e expansão do cristianismo. Carlos Magno pretendia reconquistar os territórios 
do Império Romano do Ocidente.
3.2.1 CARLOS MAGNO E O RENASCIMENTO 
CAROLÍNGIO
Vale destacar o governo de Carlos Magno, que durou por 46 anos

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