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FINALIDADE E FUNÇÕES DO ESTADO A finalidade do Estado é de grande importância prática. Já de fato uma estreita relação com os fins do Estado e as funções que ele desempenha. Alguns autores como Kelsen sustentam que a finalidade é o elemento essencial do Estado. Jellinek traz uma sistematização quanto a finalidade do Estado: * Fins Objetivos – prende-se à indagação sobre o papel representado pelo Estado no desenvolvimento da história da Humanidade. * Fins Subjetivos – o que importa é o encontro da relação entre os Estados e os fins individuais. O Estado é sempre uma unidade de fim, ou seja, é uma unidade conseguida pelo desejo de realização de inúmeros fins particulares. Segundo o ponto de vista do relacionamento do Estado com os indivíduos, são propostos objetivos com: * Fins Expansivos – dá grande amplitude aos fins do Estado, preconizam o seu crescimento desmensurado. Essas teorias dão base aos Estados totalitátios. Este seria o bem supremo máximo, mesmo que custe o sacrifício de valores fundamentais. * Fins Limitados – reduz ao mínimo as atividades do Estado. Indica que este só deveria agir para proteger a segurança dos indivíduos, nos casos de ameaça externa ou de grave perturbação interna. Essa é a linha do Estado-liberal, com inspiração em John Locke. O PODER DO ESTADO O poder é mais do que essencial para o Estado, pois ele é o próprio Estado como expressão ordenada da ideia de convivência que prepondera no grupo. Jellinek afirma que existem 2 espécies de poder: * Poder não dominante – a principal característica é que não dispõe de força para obrigar com seus próprios meios à execução de suas ordens. * Poder dominante – manda de modo inconcionado e pode exercer coação para que se cumpram as ordens dadas Fixando no poder, kelsen diz que o poder do Estado, designado como poder de império, submete os homens ligando sua conduta a um dever jurídico. Assim, portanto, para assegurar a consecução de fins jurídicos é que o poder é exercido. PERSONALIDADE JURÍDICA DO ESTADO A concepção do Estado como pessoa jurídica pode ser atribuída aos contratualistas, através da ideia de coletividade ou povo como unidade, dotada de interesses diversos dos de cada um de seus componentes. Savigny traz a doutrina da personalidade jurídica do Estado como ficção. O Estado é apenas produto de uma convenção, de um artifício, que só se justifica por meio de conveniência. Outra ordem é o da existência real do Estado, designados como realistas. Esta visão apresenta cunho científico. Este é visto como um organismo, composto de pessoas físicas que agem como órgãos do Estado. É por meio da noção do Estado como pessoa jurídica, existindo na ordem jurídica e procurando atuar segundo o direito, o que se estabelecem limites jurídicos eficazes à ação do Estado, no seu relacionamento com os cidadãos. Miguel Reale ressalta que o Estado apresenta: face social (relativa à formação e ao seu desenvolvimento em razão de fatores socioeconômicos); face jurídica (se relaciona com o Estado como ordem jurídica); face política (problema das finalidades do governo). ESTADO E GOVERNO A ideia moderna de um Estado Democrático tem suas raízes no século XVIII, implicando a afirmação de certos valores fundamentais da pessoa humana, bem como a exigência de organização e funcionamento do Estado tendo em vista a proteção daqueles valores. O Estado Democrático moderno nasceu das lutas contra o absolutismo, sobretudo através da afirmação dos direitos naturais da pessoa humana. É através de 3 grandes movimentos político-sociais que conduzem ao Estado Democrático: * Revolução Inglesa – influenciada por John Locke e teve expressão no Bill of Rights (1689) * Revolução Americana – princípios na Declaração de Independência das treze colônias americanas (1776) * Revolução Francesa – virtude de dar universalidade aos princípios, expressos na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) Uma síntese dos princípios que passaram a nortear os Estados como exigências da democracia: * Supremacia da vontade popular – participação popular no governo * Preservação da liberdade – poder de fazer tudo que não incomode o próximo * Igualdade de direitos – proibição de distinção no gozo de direitos ou de discriminação entre classes sociais.
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