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1 Anatomia丨Mariana Oliveira丨UCI XV aul� 1 - anatomi� Caixa toráxica Caso clínico 1 Paciente sexo masculino, 31 anos, vítima de atropelamento em via pública por um carro, dá entrada no PS com quadro de dores em todo hemitórax direito. Ao exame: Realizado protocolo ABCDE do TRAUMA, sendo sinalizado como alterações: dispnéia moderada, sinais de fraturas de costelas no hemitórax direito. *Protocolo ABCDE: serve para tiro, batida, queimadura, qualquer tipo de acidente de trauma, direcionando-o. A (via aérea e coluna cervical); B (respiração); C (pulsos); D (parte neurológica); E (exposição – analisar a parte externa). Qual o diagnóstico? Tórax instável - é quando existem pelo menos 2 arcos costais (costelas) fraturados em 2 ou mais pontos distintos sendo eles adjacentes/ seguidos. Paciente apresenta respiração paradoxal. Enquanto o paciente está inspirando, sua caixa torácica em vez de se expandir, ela entra. Já na expiração, o tórax que deveria diminuir de tamanho, se expande. *Movimentos contrários ao da respiração normal ✓Inspiração: expansão/ aumento ✓Expiração: diminuição/ involução Função da caixa torácica - proteção de órgãos vitais (pulmões, coração, rins, parte do �ígado, baço), sustentação, participa da dinâmica respiratória, o esterno funciona como reservatório de MO. Componentes da caixa torácica Sustentação (ossos) •Costelas (12 costelas) - Verdadeira ou vertebroesternais (7 primeiras - se ligam diretamente ao esterno por meio das suas cartilagens costais) - Falsas ou vertebrocondrais (8, 9 e 10 - possuem uma junção indireta ao esterno - sua cartilagem se liga a cartilagem das costela de cima) - Flutuantes ou vertebrais (11 e 12 - não se ligam ao esterno) •Vértebras torácicas (12) •Esterno (fúrcula esternal, manúbrio, corpo e processo xifóide) - Ângulo de Louis: transição entre o manúbrio e o corpo do esterno. Local de inserção da 2 costela. 2 Anatomia丨Mariana Oliveira丨UCI XV Importância do ângulo de Louis: ponto de referência para exames semiológicos - palpável sob a pele (ausculta cardíaca e pulmonar), realização de eletrocardiograma, procedimentos de descompressão de pneumotórax hipertensivo. Importância do apêndice xifóide: ponto de referência para fazer drenagem do tamponamento cardíaco. Músculos torácicos •Músculos intercostais (externo, interno e íntimo) - Auxiliam nos movimentos respiratórios *Um espaço intercostal é composto por uma costela superior, uma inferior e o espaço entre elas que é composto por músculos + plexo intercostal (conjunto de estruturas vasculares e nervosas). Plexo intercostal: está localizado abaixo de cada costela e é constituído por uma artéria, uma veia e um nervo intercostal. Importância clínica Drenagem de tórax (presença de ar, linfa, sangue, pus no tórax) - há a necessidade da permanência de um dreno de tórax. - Para colocação do dreno, é necessário fazer uma anestesia local. Dessa forma, é importante saber a localização do plexo para evitar possíveis complicações. O ideal é introduzir a anestesia na borda inferior da costela superior (local de maior proximidade do plexo). Já no momento de incisão e colocação do dreno, faz-se o corte na borda superior da costela inferior para evitar a lesão de vasos e nervos do plexo intercostal. - Artérias intercostais: ramos diretos da aorta (sangramento intenso) *Punção: Aspira com a agulha e retira o conteúdo. Órgãos torácicos •Pulmões •Coração •Vasos mediastinais (vasos da base) Limites da caixa torácica ✓Superior - 1 costela ✓Inferior - Diafragma Os ápices/ cúpulas pulmonares ultrapassam os limites da caixa torácica (1 costela). Ao fazer qualquer procedimento no pescoço/ 3 Anatomia丨Mariana Oliveira丨UCI XV acesso venoso central na subclávia pode haver a chance de perfuração do ápice pulmonar gerando um pneumotórax. - É importante que após qualquer procedimentos cervical com agulha seja solicitada um RX de tórax para excluir essa complicação Caso clínico 2 Paciente sexo masculino, 32 anos, vítima de FAF (ferimento por arma de fogo) em hemitórax esquerdo, dá entrada no PS com quadro de dispneia importante. Ao exame: Ferimento de entrada e saída trans�ixionando o hemitórax esquerdo, dispnéia importante, ausculta pulmonar ausente em ½ inferior do hemitórax esquerdo, bem como macicez à percussão desta região. Radiogra�ia: Qual o diagnóstico? Hemotórax (sangue acumulado no espaço pleural) - Suspeita devido ao histórico de trauma *Pode ser confundido com derrame pleural. - Atentar-se a história clínica do paciente Drenagem do tórax Paciente em decúbito dorsal com os braços para cima do lado a ser drenado. A drenagem é feita entre o 4 e 5 espaços intercostais na linha axilar anterior e média. Referências para punção •Mulher: sulco mamário (5 espaço intercostal) •Homem: mamilo *Braço elevado (abre os espaços intercostais). •Trauma/ pus, sangue - drenagem •Clínico/ líquido - punção Cavidade pleural •Pleura visceral - possui contato direto com o parênquima pulmonar. •Pleura parietal - reveste a cavidade interna do tórax. - Porção diafragmática - Porção costal (reveste os arcos costais) - Porção mediastinal - Porção cervical (cúpula) Entre essas duas lâminas, existe um espaço virtual (cavidade pleural), que contém uma pequena quantidade de líquido seroso, favorecendo o deslizamento das pleuras (diminuindo o atrito) e auxiliando na dinâmica respiratória. ✓Sangue na cavidade pleural: hemotórax. ✓Produção acentuada ou diminuição da absorção com extravasamento: derrame pleural. Recessos torácicos •Recesso costomediastinal 4 Anatomia丨Mariana Oliveira丨UCI XV •Recesso vertebromediastinal •Recesso frênico mediastinal •Recesso costofrênico/ costodiafragmático - Esse espaço possui grande importância clínica por ser o primeiro a ser preenchido em casos de derrame pleural ou acúmulo de líquido na cavidade pleural. *O líquido só é visto com o paciente em ortostase ou sentado. Líquido se acumula na base devido à gravidade.
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