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1 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 aul� 10 - ha�. clínica� Infecção urinária (ITU) Sumário de urina Utilizado para diagnóstico e acompanhamento de pacientes com alterações do trato urinário. •O exame deve ser feito com a urina recém coletada no meio do jato urinário, em frasco limpo. •No homem incircunciso, o prepúcio deve ser retraído e o meato, limpo. •Exame durante o período menstrual tem valor limitado, mesmo quando se tenta evitar eventual contaminação da urina com tampão vaginal. •A melhor amostra para exame é a primeira urina da manhã, por ser mais concentrada e ter pH mais baixo. Parâmetros avaliados Densidade urinária Re�letem a [ ] urinária de solutos. *Muito [ ] pode indicar desidratação. PH varia entre 4,5 e 8,0 Proteínas Indica a presença de doenças renais *Espuma na urina indica proteinúria Glicose Glicosúria - diabetes, síndrome de Fanconi Cetonas Indica descompensação metabólica grave em diabéticos *Pode ocorrer no jejum prolongado Urobilinogênio Níveis altos indicam hiperbilirrubinemia Teste do nitrito Se + indica a presença de bactérias Gram - Sedimento urinário Identi�icar células, cilindros e bactérias *Sedimento rico sugere doença glomerular Hemácias Hematúria indica doenças renais ou das vias urinárias Leucócitos Leucocitúria indica um processo infeccioso Células epiteliais São encontradas ocasionalmente Bactérias e fungos A presença indica infecção *Urina normal: estéril Cristais Cristalúria: ácido úrico, oxalato de cálcio Cilindros São formados no parênquima renal ITU De�inição - é a presença de um microrganismo patogênico na urina e nas estruturas que compõem o aparelho urinário – uretra, bexiga, rim ou na próstata. Epidemiologia •Mais comum em mulheres (menor extensão da uretra feminina e sua proximidade com o ânus) com vida sexual ativa •A incidência nos homens aumenta após os 50 anos (doenças prostáticas - HPB) •Em RN a ITU é mais comum em meninos - 1 ano de vida: meninas - ITU recorrente em meninos: �imose, malformações congênitas Fatores de risco •Anormalidades urológicas (Nefrolitíase, estenoses, obstruções - tumor, HPB) 2 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 - A obstrução do trato urinário resulta em estase urinária, favorecendo a proliferação bacteriana e distensão vesical) •Doenças sistêmicas (Diabetes, imunossupressão, IRC, transplante renal) •Imunossupressão (corticóides, quimioterapia) •Gestação (Modi�icação da posição da bexiga, aumento da capacidade vesical, relaxamento da musculatura e ureter) - O aumento do diâmetro do ureter favorece o re�luxo vesicoureteral •Sexo feminino (menor tamanho da uretra e maior proximidade com o ânus) •Vida sexual ativa •Prostatite, HPB •Menopausa (↓ estrógeno - ↓ lubri�icação / prolapso da bexiga / ↓ lactobacilos) •Uso de espermicida - diminui a colonização por •Lactobacilos protetores •Bexiga neurogênica (lesão medular, esclerose múltipla, diabetes), causam disfunção motora - Estase urinária, favorece a proliferação bacteriana •Idosos •Uso de cateter vesical O re�luxo vesicoureteral consiste no retorno da urina da bexiga aos ureteres e até mesmo a pelve renal. Etiologia *É geralmente causada por bactérias Gram - originadas da �lora intestinal. Mais frequentes E. coli Klebsiella sp Proteus mirabilis Mulheres com vida sexual ativa Staphylococcus saprophyticus Menos frequentes Chlamydia trachomatis Ureaplasma urealyticum Neisseria gonorrhoeae Herpes vírus Infecções hospitalares Pseudomonas sp. Enterococcus Staphylococcus aureus Vírus Adenovírus Fungo Candida sp. Classi�icação Sítio anatômico Baixo (cistite) Alto (pielonefrite) Origem do patógeno ITU comunitária ITU hospitalar Presença ou não de complicação Repercussões sistêmicas (febre, calafrios, fadiga) + condições pré-existentes (alterações anatômicas, imunossupressão, HPB) Presença ou não de cateter Uso de cateter nas últimas 48h *Toda pielonefrite é considerada uma ITU complicada. ITU recorrente Ocorre pelo menos 3 vezes ao ano ou quando ocorre 2 episódios nos últimos 6 meses. 1) Infecção não resolvida - uso de doses subterapêuticas de atb, de�iciente adesão à terapia, mecanismos resistentes. 2) Persistência Bacteriana - Situações patológicas que condicionem perpetuação da ITU (ex: litíase renal) 3) Reinfecção - ocorre por uma cepa diferente de microorganismos (pode ser o mesmo microorganismo) Patogenia •O trato urinário é estéril, com exceção do meato e uretra distal. •A ITU ocorre devido a virulência do microorganismo + desequilíbrio dos mecanismos protetores do indivíduo Virulência bacteriana: é determinada pela capacidade da bactéria de de aderir à mucosa ou a célula urotelial •Presença de �lagelo - motilidade - Bactérias móveis podem ascender contra o �luxo de urina. 3 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 •Hemolisina - forma poros na membrana celular •Aerobactina - aquisição de ferro •Produção de urease - formação de amônia e alcalinização da urina •Cápsula ou antígeno K - resistência à fagocitose •Endotoxinas dos bacilos Gram - reduzem a peristalse uretral •Fímbrias ou pili - são responsáveis pela interação entre adesinas bacterianas e componentes da célula epitelial. Mecanismo de defesa •Propriedades antibacterianas do epitélio do trato urinário •PH baixo •Hipertonicidade •Presença de ácidos orgânicos •Proteína de Tamm-Horsfall - possui grande importância na defesa contra infecções do trato urinário (Escherichia coli) •Imunoglobulina A e leucócitos presentes na super�ície vesical. Vias de transmissão ✓Ascendente: Uretra ⇨ Bexiga/ Parênquima renal ✓Hematogênica: êmbolos sépticos, particularmente nas endocardites infecciosas Manifestações clínicas Cistite Infecção do trato urinário baixo (bexiga, uretra) •Disúria •Polaciúria (aumento do número de micções com diminuição da quantidade de urina) •Urgência miccional •Dor em região suprapúbica •Hematúria •Não há febre Idosos possuem apresentações atípicas como alteração no nível de consciência e/ou alterações do comportamento. - Podem ser oligo ou assintomáticos RN e < 2 anos - sintomas inespecí�icos (vômito, febre, retardo no crescimento, anorexia, irritabilidade) Cistite intersticial Pielonefrite aguda Infecção do trato urinário alto (rins e pelve renal) - Costuma ser unilateral •Sinais e sintomas sistêmicos - Febre alta de aparecimento súbito (39 a 40°C) + calafrios - Vômitos, náuseas - Prostração, taquicardia, hipotensão arterial •Giordano positivo (punho percussão da loja renal) •Dor lombar - Pode irradiar-se para para a fossa ilíaca e região suprapúbica *Em casos de disúria, polaciúria, urgência miccional e urina turva, tem-se uma pielonefrite associada à cistite. Exame de urina - presença de piócitos, cilindros leucocitários, hematúria e bactérias Avaliar estado geral do paciente e considerar internação uma vez que haja suspeita de pielonefrite complicada devido ao risco de progressão para um quadro de sepse. *Pode ocorrer cistite e pielonefrite juntas. Pielonefrite crônica Surge após um episódio inicial de pielonefrite aguda ou cistite associadas à obstrução urinária, presença de cálculo, HPB, bexiga neurogênica e re�luxo vesicoureteral. •As lesões �ibróticas, decorrentes da in�iltração in�lamatória uni ou bilateral, levam a redução do tecido renal funcionante. 4 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 - Quando a infecção é unilateral, o rim normal compensa a redução da função do rim comprometido. •Polaciúria •Dor lombar •Uremia: fraqueza geral, apatia, perda de peso •Hipotensão arterial* *O paciente pode não apresentar queixas do aparelho urinário (urgência, disúria, polaciúria) Exame de urina - contém piócitos, bactérias e pequena quantidade de proteínas. A evolução da doença costuma ser longa, com exacerbações frequentes. ITU associada a cateter *Acontece em pacientes em uso de cateterismo do trato urinário ou que �izeram uso deste nas últimas 48h. •Febre •Desconforto no �lanco ou suprapúbico •Sensibilidade no ângulo costovertebral •Obstrução do cateter Pacientes com lesão medular podem apresentar sintomas inespecí�icose atípicos como espasticidade, mal-estar e letargia. Já indivíduos que retiraram o cateter recentemente e evoluem com ITU costumam ter disúria, frequência e urgência. Diagnóstico •Anamnese •Exame �ísico: mudança no cheiro, cor e aspecto (turvo) da urina •Sumário de urina - Leucocitúria (> 10/ml = piúria) - Nitrito positivo (Gram -) - Hematúria - Proteinúria - Aumento na densidade - pH: mais alcalino •Urocultura - De�ine diagnóstico - Deve ser solicitada junto com o antibiograma para avaliar o per�il de sensibilidade de patógeno •Exames de imagem - solicitados apenas em casos em que não haja melhora da febre em 72h, ITU recorrente ou na suspeita de complicações (abscessos) - USG: cálculos, cistos, abscessos - TC *Piúria é um achado universal em TODOS os pacientes com cistite e pielonefrite. Na ausência desse achado, é importante pensar em diagnósticos alternativos. Deve-se coletar a urocultura antes do início do antibiótico empírico. Assim que houver o resultado do antibiograma, é possível descalonar o ATB elegendo para o tratamento aquele mais adequado para o patógeno isolado em cultura. Coleta da urocultura ✓Desprezar primeiro jato ✓Coletar jato médio da urina após higiene da região íntima ✓Punção suprapúbica *Não deve-se coletar a urina da bolsa coletora que armazena a urina nos pacientes em uso de cateter vesical. Urocultura positiva ≥ 10 Unidades Formadoras de Colônia por mL5 (UFC/mL Bacteriúria de baixa contagem - Contaminação na hora da coleta - ITU inicial - Ingestão de muito líquido (diluição da urina) - Bactéria de crescimento lento Antibiograma •Fornece os antibióticos potencialmente úteis a serem prescritos a partir do padrão de sensibilidade do microorganismo. - Pedir junto a urocultura 5 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 OBS// Se o MIC (Concentração inibitória mínima) for <1 - o antibiótico não é adequado. *Se o paciente não apresentar sinais e sintomas de cistite não complicada não deve-se solicitar exames complementares. Indicações para solicitar uma urocultura em pacientes com cistite: Bacteriúria assintomática De�inição - observação de bactérias na urina de pacientes sem sintomatologia de infecção urinária. Diagnóstico - é exclusivamente microbiológico (depende do resultado da urocultura) - A bacteriúria deve ser comprovada em 2 culturas consecutivas, com crescimento do mesmo microrganismo (acima de 100.000 colônias/m.l de urina), para con�irmação dessa condição. Etiologia: infecção por fungos *Costuma ser comum em gestantes, diabéticos, idosos e em crianças com re�luxo vesicoureteral. Indicação de tratamento de bacteriúria assintomática •Gestantes •Neutropênicos •Malformações anatômicas •AIDs •Transplantados de órgãos sólidos •Pré-operatório de cirurgias urológicas ou colocação de próteses Piúria estéril Leucocitúria ou Piúria estéril é a constatação presente de glóbulos brancos na urina na ausência de bactérias. - Não tem infecção Pode signi�icar: •Bactérias de crescimento lento •Bactérias atípicas (não crescem no meio de cultura habitual) •Rejeição de transplante •Neoplasia, pedra nos rins •Abscesso renal sem drenagem para o trato urinário •Tuberculose do trato urinário •Glomerulonefrites •ITU por vírus, fungos •Amostras urinárias durante o tratamento ou uso de agentes antisépticos Complicações •Sepse •Obstrução renal •Abscesso renal •pielonefrite en�isematosa - diabéticos •Necrose de papila •Tumores do trato urinário Tratamento Inicialmente realiza-se tratamento empírico (antes do resultado da urocultura) Escolha do ATB •Vai depender se é cistite, pielonefrite ou se o paciente possui sonda vesical •ATB que concentre bem em vias urinárias •Saber per�il de resistência bacteriana •Gestação *Pacientes com pielonefrite em que não seja indicada internamento, devem receber a 1ª dose do antibiótico endovenoso ainda no serviço de emergência, seguindo as outras doses ambulatorialmente. 6 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 Tratamento de paciente com infecção associada a cateter Antes do início do tratamento medicamentoso é recomendada a retirada da sonda vesical e avaliação se há persistência da bacteriúria após 48h. Havendo persistência da bacteriúria, o tratamento deve ser iniciado com duração de 10-14 dias com base na urocultura. Gram + Ceftriaxone 2g/dia ou Cipro�loxacina 400 mg, EV, 10/10h Pseudomonas Ceftazidima 2g, 8/8h Enterococos Vancomicina 1h, 12/12h Pro�ilaxia de ITU Indicação Mulheres com ITU recorrente (> 3 episódios em 1 ano ou > 2 episódios em 6 meses) •Ingestão oral de �luidos com frequência •Aumentar a frequência de micções (a cada 2-3h) •Evitar uso de espermicidas como método anticoncepcional •Pro�ilaxia medicamentosa: SMZ-TMP 200mg/40mg 1x/dia ou 3x/semana ou Nitrofurantoína 50 mg/ dia ou Cefalexina 250mg/dia •Pro�ilaxia pós-coito: igual aos antibióticos utilizados na pro�ilaxia geral Pro�ilaxia em gestantes •Nitrofurantoína 50-100 mg ou Cefalexina 250-500mg pós-coito ou antes de dormir. Se fator de risco para pielonefrite: usar pro�ilaxia desde a 1º ITU da gestação; •Uso de creme vaginal com estrogênio para mulheres na menopausa com ITU recorrente; •Retirada precoce de sonda vesical •Evitar cateterização vesical. Prevenção •Evitar espermicida •Higiene adequada - sentido Ântero posterior, ou seja, da vagina para o ânus •Evitar duchas vaginais •Beber muita água •Evitar roupas apertadas •Urinar após relação sexual •Trocar absorvente regularmente •Evitar o uso indiscriminado de atb •Probióticos •Estrogênio para mulheres na menopausa •Vacina Oral - E. Coli Síndrome uretral/ piúria-disúria *Muitos sintomas, mas urocultura negativa •Presença de bactérias atípicas (chlamydia, micobactéria) •Abscesso renal não drenado •Tuberculose do trato urinário •Fazendo uso de ATB Indicação de punção suprapúbica •Paciente acamado •Problemas neurológicos •Bexigoma •Paciente em UTI 7 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5
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