Buscar

Aula 11 - História Medieval Ocidental

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

História Medieval 
Ocidental
Danielle O. Mércuri
AULA 11
As mulheres na 
Idade Média
HISTÓRIA DAS MULHERES
O medievalista francês Georges Duby dedicou especial atenção à
composição de uma história das mulheres em suas obras: O
cavaleiro, a mulher e o padre; Idade Média, Idade dos homens;
Heloisa, Isolda e outras damas do século XII; e Eva e os padres:
damas do século XII. Tais obras, escritas entre as décadas de 80 e
90 do século XX, a despeito de suas particularidades, tratam do
cotidiano, da vida privada, das relações entre os homens e mulheres
e, principalmente, da relatividade entre o que se esperava que
fossem as mulheres e a forma como se apresentaram no medievo.
Nessas obras, o medievalista alertava sobretudo para o fato de que
ao pesquisador cabia um certo cuidado em relação à natureza dos
documentos acerca das mulheres, uma vez que neles se podia notar
muito mais as palavras e a percepção dos homens sobre elas.
http://bit.ly/2Tc8iV3 http://bit.ly/2Y88ys6
Dito de outro modo, ao olharmos para as mulheres do passado não
podemos ignorar o peso do olhar dos homens sobre elas. É necessário
que nos lembremos de que grande parte das informações que temos
sobre as mulheres no medievo foram formuladas por letrados,
sobretudo clérigos, que as viram como seres inferiores e pecaminosos.
http://bit.ly/2HqCjPu
http://bit.ly/2JkSNKN
Nas palavras de Duby:
“Ao masculino, com efeito, pertence nessa sociedade tudo o que
é oficial, tudo o que diz respeito ao público, a começar pela
escrita. Mâle Moyen Âge [Idade Média masculina], L’homme
medieval, pelos títulos que deu aos seus livros, o historiador
confessa: somente os homens desse tempo são um pouco
visíveis e eles lhe ocultam o resto, sobretudo as mulheres.
Algumas aparecem de fato ali, mas representadas,
simbolicamente, por homens, e por homens da igreja em sua
maior parte, portanto adstritos a não se aproximar muito delas”
(2013, p. 11).
Levando em consideração a particularidade das fontes medievais e
esse olhar dos homens sobre as mulheres, analisaremos inicialmente
alguns modelos de mulheres projetados pelos homens medievais e,
na sequência, abordaremos alguns exemplos de mulheres que,
embora excepcionalmente, avançaram no terreno da escrita e
deixaram registros sobre impressões que tiveram sobre o lugar que
ocuparam na sociedade medieval e outros temas.
FILHAS DE EVA
É notória a retomada na Idade Média do texto do Gêneses a respeito
da criação e caída de Eva, pois, tanto nos textos chamados
misóginos (contrários a elas) como nos de caráter filóginos
(favoráveis a elas) medievais, a criação da mulher a partir do
homem e o pecado original têm um relevante peso para justificar a
condição pecaminosa e inferior das mulheres e para enfatizar a
igualdade de homens e mulheres no que diz respeito à procedência
divina e à responsabilização da caída em pecado.
Todavia, podemos perceber, através da leitura de textos importantes
que circularam durante a Idade Média (Etimologias, Suma
Teológica, Legenda Áurea, Livro de Maneiras e outros mais), que
era mais comum enfatizar o caráter pecaminoso e inferior das
mulheres, ou mesmo realçar a necessidade de muito esforço e
penitência corporal para que elas conseguissem alcançar a salvação.
Por isso, o modelo de Eva foi, por diversas vezes, retomado no
medievo como exemplo maior de que as mulheres eram
responsáveis pelos grandes malefícios e dores que acometiam os
homens e de que elas eram assim por conta da natureza própria de
seu sexo. Enfim, todas eram consideradas herdeiras de Eva.
Isidoro de Sevilha (560-636) não havia deixado de frisar que a
mulher se diferenciava do homem pela debilidade e pela ausência
de força, ao passo que São Tomás de Aquino (1225-1274) –
retomando Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) – caracterizava a mulher
como um homem falido, dotada de menos razão, o que justificava
mantê-la sob a égide do varão. Esses autores e outros mais que
escreveram sobre a mulher no medievo alimentaram uma imagem
da mulher como passiva, débil, torpe, ou seja, uma imagem
negativa, visto que era sempre associada ao pecado original, aos
vícios, à fraqueza carnal/espiritual e à concupiscência.
O CORPO DELAS
As ideias de que o corpo das mulheres encontrava similitudes
mesmo que imperfeitas no corpo do homem e de que, o corpo delas,
nada mais era que um corpo de homem mutilado – tão propaladas
por Aristóteles – teriam encontrado eco nos discursos medievais de
Isidoro de Sevilha e São Tomás de Aquino. Também tiveram larga
divulgação as noções de que o sêmem do homem portava a alma, ao
passo que o da mulher se responsabilizava apenas pela forma; por
conta disso, a mulher era considerada passiva e fraca, enquanto o
homem, ativo e forte, era o princípio mais importante da concepção.
Outro tema constantemente retomado no medievo teria sido a teoria
dos humores de Hipócrates (século V a.C.) e Galeno (século I d.C.),
que justificava a natureza úmida, fria e suscetível das mulheres.
Buscava-se uma explicação para sua natureza física e, de certa
forma, explicava a dependência em relação ao homem.
Ademais, havia um medo muito comum sobre os líquidos das
mulheres, sobretudo o sangue menstrual, considerado venenoso e
produto para as práticas mágicas. Outro temor muito comum
relacionava-se ao “mal de olho” e à menopausa, pois, no primeiro
caso, considerava-se que só com o olhar a mulher poderia liberar
vapores menstruais altamente venenosos e, no segundo, acreditava-
se que, com a ausência da menstruação, o sangue venenoso
acumulava-se no corpo aumentando o seu grau de periculosidade.
De modo geral, muitas vezes os medievos buscaram uma
explicação fisiológica para aquilo que acreditavam ser moralmente
bom ou mau. Assim, consideradas débeis quanto à sua complexão
fisiológica e culpadas pela caída dos homens, as mulheres foram
comumente entendidas como fracas, inábeis para raciocinar, falar e
propagar a fé através da Eucaristia, deficiências que
fundamentavam a posição de superioridade ocupada pelos homens.
SOBRE OS PERIGOS QUE RONDAVAM AS 
MULHERES
Muitos foram aqueles que escreveram com o intuito de advertir os
homens sobre os perigos representados pelas mulheres. Assim o fez
André Capelão (1150-1220), na França da primeira metade do
século XII, ao escrever De amore (Tratado sobre el amor),
destinado a um desconhecido chamado Gautier. Tal tratado, escrito
em latim e depois traduzido para o vernáculo em diversas porções
da Europa, retoma algumas temáticas discutidas por Ovídio em A
Arte de Amar e os Remédios para o Amor.
Nos três livros que compõem De amore,
os seguintes aspectos são mencionados:
no primeiro, o autor destaca a natureza
do amor; no segundo, discute como se
preservar uma relação amorosa; e, no
terceiro, aponta os perigos relacionados
às mulheres. Nesse último livro, ao
destacar que a experiência confirma um
lugar comum sobre as mulheres, André
Capelão aponta os principais epítetos
das mulheres, a saber: invejosas,
maledicentes, inconstantes, soberbas,
luxuriosas, dentre outros.
http://bit.ly/2JlMnez
Burchard de Worms (950-1025), bispo de Worms nomeado pelo
imperador do Sacro Império Romano-Germânico Oto III, também
não deixou de frisar a conotação negativa e pecadora das mulheres
no século XI, em seu Decretum. Além de responsabilizá-las por
crimes de luxúria, infanticídio, feitura de poções abortivas,
envenenamentos e outros mais, ressaltava que as penitências dadas
a elas deveriam ser mais pesadas do que aquelas dadas aos homens.
http://bit.ly/2HEuwwN
Étienne de Fougères (1178-?), bispo de Rennes e capelão na corte
de Henrique II da Inglaterra, teria escrito, na segunda metade do
século XII, um tratado sobre os comportamentos ideias de homens e
mulheres, o qual recebeu a denominação de Livre des Maniéres.
Nesse tratado, ao mencionar as condutas comuns das mulheres, o
bispo retoma a imagem da mulher como: insubmissa, luxuriosa,
pecadora. Todavia, o bispo apresentaclaramente o esboço de como
deveria ser a mulher perfeita, ou seja: ativa sexualmente apenas
para a procriação, obediente, submissa, boa esposa e fértil.
OS EXEMPLOS DE MARIA E MADALENA
Além dos textos mencionados, não
podemos nos esquecer da Legenda Áurea,
conjunto de hagiografias reunidas por
Jacopo de Varazze na segunda metade do
século XIII. Nessa composição Jacopo de
Varazze apresenta, através de exempla, ou
seja, de histórias envolvidas pelo tom
instrutivo e moralizante, os modelos de
homens e mulheres santos a serem imitados.
http://bit.ly/2HHEUUr
No tocante às mulheres exemplares, elas aparecem divididas em
quatro grupos: um representado pela Virgem Maria, praticamente
impossível de ser alcançado, tendo em vista o seu elevado teor de
pureza e santidade; outro, pelas mártires dos primeiros séculos e as
santas canonizadas entre os séculos XI e XIII; um terceiro, pelas
pecadoras arrependidas; e, por fim, aquele representado pelas
mulheres más.
Devemos ressaltar que, por volta dos séculos XIII e XIV, o culto
mariano apresentou uma saída para as mulheres que queriam
alcançar a salvação, já que, tendo como referência o exemplo de
Maria, elas poderiam buscar o aperfeiçoamento espiritual e
aproximar-se de Deus. Ademais, o modelo de Maria Madalena
representava as mulheres que, embora tivessem tido uma vida de
pecado, haviam se arrependido e logrado o perdão divino. Daí, a
importância que os modelos de mulheres adquirem nesse período
como promotores de um ideal de conduta laica eivado de
referências religiosas.
PENSADORAS, MÍSTICAS E LITERATAS
Apesar de não terem sido muitas (poucos registros escritos por
mulheres foram conservados), algumas mulheres se dedicaram à
atividade de escrita e, por conseguinte, tomaram as plumas com o
intuito de registrar projeções que fizeram de si mesmas, das
circunstâncias que vivenciaram ou, até mesmo, aquilo que
consideraram relevante às suas congêneres aprenderem. Vejamos
algumas das poucas mulheres que lograram prestígio como
escritoras na Idade Média.
Dhuoda (803-843)
Foi uma nobre que viveu na corte carolíngia de Carlos (o Calvo) e
escreveu um manual de educação ao seu filho, Guilherme.
Respaldada nos autores da antiguidade e na Bíblia, Dhuoda
apresentou a seu filho elementos para sua formação aristocrática e
cristã. O manual de Dhuoda é considerado pelos historiadores o
mais antigo tratado francês de educação e o único da época escrito
por uma mulher leiga, casada e nobre.
Nas palavras de Dhuoda: “sua Dhuoda o ajudará sempre, filho, e se
te faltar algum dia, o que sucederá, terás este pequeno livro de
moral, como imagem em um espelho, para que possas ver-me
sempre ao ler com os olhos da mente e do corpo e intercedendo
junto a Deus” (1995, p. 71).
Hildegarda de Bingen (1098-1179)
Foi enviada ao convento quando tinha entre sete e oito anos de
idade e lá aprendeu os rudimentos do latim. Foi noviça, monja e
abadessa no mosteiro de Disibodenberg. Hildegarda dizia ter visões
místicas. Seus escritos chamaram à atenção de Bernardo de
Claraval e do Papa Eugenio. Foi compositora, poeta, pregadora e
ocupou-se em compreender o funcionamento do corpo humano e a
atuação das enfermidades.
Trótula de Salermo (?- 1097)
Segundo alguns estudos, Trótula foi uma importante média que
atuou na Escola de Medicina de Salermo. Foram atribuídas a
Trótula duas obras: As doenças da mulher antes, durante e depois
do parto e Como tornar belas as mulheres. O primeiro desses textos
nos oferece a oportunidade de compreender algumas práticas que
contribuíram no conhecimento do corpo das mulheres. Segundo
Trótula, a saúde das mulheres não poderia ser desvinculada do bem-
estar.
Christine de Pizan (1364-1430)
Nasceu em Veneza, mas mudou-se para a França (corte de Carlos
V) com seu pai, o médico Tommaso di Benvenuto da Pizzano, e sua
mãe. Aprendeu suas primeiras lições de astronomia, poesia, latim e
italiano com o pai. Viúva e sem o apoio do pai, que havia morrido,
encontrou na escrita uma forma de viver. Escreveu dez títulos em
verso e onze em prosa, trabalhos que foram encomendados ou
remunerados pela nobreza.
REFLEXÕES FINAIS
Podemos recorrer às palavras do historiador brasileiro José Rivair
Macedo para fazermos uma síntese do que vimos até aqui:
“Para romper com a carga de preconceito que se apresenta diante de
qualquer um que se dedique a retratar a história das mulheres no
Ocidente medieval – no período circunscrito entre os séculos V e
XV dos atuais países da Europa Ocidental – é preciso, de antemão,
considerar que boa parte das informações foi fornecida por homens
e que a imagem obtida revela-nos um olhar masculino nem um
pouco neutro. Além disso, boa parte do que foi escrito deve-se a
religiosos, inspirados por princípios éticos impregnados pela ideia
de culpa e do pecado, que associavam o sexo e/ou a sexualidade ao
demônio; e a mulher, a um instrumento demoníaco.
Não é possível entender a história das mulheres sem avaliar o peso
daquele olhar, que estabeleceu modelos ideais de mulher e regras de
comportamentos a serem seguidas. Porém, existem textos que elas
falam de si mesmas, na primeira pessoa, o que nos permite
estabelecer contrapontos” ( 2002, p. 10).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DEPLAGNE, Luciana Eleonora de Freitas Calado (org.). As intelectuais
na Idade Média. João Pessoa: Editora UFPB, 2015.
DUBY, Georges. Idade Média. Idade dos Homens. São Paulo: Companhia
das Letras, 2011.
DUBY, Georges. As damas do século XII. São Paulo: Companhia das
Letras, 2013.
MACEDO, José Rivair. A mulher na Idade Média. São Paulo: Contexto,
2002.
QUER SABER MAIS?
Nesta parte, você poderá estudar um pouco mais sobre as
referências usadas em nossa aula.
• Trótula de Salermo
http://bdm.unb.br/bitstream/10483/15710/1/2016_LuciaReginaOliveira
ePinho_tcc.pdf
• Christine de Pizan
file:///C:/Users/Tatau/Downloads/6214-22271-1-PB.pdf
• Dhuoda
• http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2013/7724_5102.pdf
http://bdm.unb.br/bitstream/10483/15710/1/2016_LuciaReginaOliveiraePinho_tcc.pdf
file:///C:/Users/Tatau/Downloads/6214-22271-1-PB.pdf
http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2013/7724_5102.pdf
CONHECENDO ALGUNS TERMOS
Exempla ou exemplum
Representa um ritual de repetição de palavras e estruturas muito
comum nos textos medievais. Tinha-se em vista aproximar emissor
e receptor, bem como ensinar o último.
SUGESTÃO DE FILMES
• Grandes mujeres en la Edad Media - Documentário RTVE
https://www.youtube.com/watch?v=Bi10LGydatY
• Christine de Pizan - Documentário BBC 
https://www.youtube.com/watch?v=Fb8jQL8onE4
• Visão da vida de Hildegarda de Bingen - Filme
https://www.youtube.com/watch?v=2EH79p_YL6Q
https://www.youtube.com/watch?v=Bi10LGydatY
https://www.youtube.com/watch?v=Fb8jQL8onE4
https://www.youtube.com/watch?v=2EH79p_YL6Q

Outros materiais