Direito das Obrigações - FÓRUM TEMATICO AVALIATIVO AV1

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Fórum Avaliativos: Direito das Obrigações
Aluna: Priscila de Sousa Ferreira Matrícula: 20192100466
Aluna: Renata Maia Pereira Matrícula: 20192304095
Elabore uma breve apresentação, de forma clara e didática, explicando o que é
o instituto de benefício de ordem e sua aplicação nos contratos de fiança em
uma relação de aluguel de bem imóvel.
Para compreender o instituto do benefício de ordem é necessário entender
sobre o que é obrigação e suas garantias. Obrigação é o vínculo jurídico que
confere ao credor o direito de exigir ao devedor o cumprimento de determinada
pretensão. Já a garantia enfatiza o cumprimento das obrigações, sendo a fiança
uma das garantias mais conhecidas.
· O FIADOR 
Pode ser qualquer pessoa maior ou emancipada, que tenha livre disposição de seus bens pode servir de fiador. Mas, se for casado, em qualquer regime de bens (exceto no regime de separação absoluta), deve obter o consentimento do cônjuge, a “outorga uxória” ou “marital”, sem o qual o ato é anulável, no texto do art. 1.647 do Código Civil. - Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta.
Não podem ser fiadores os menores de 21 anos, nem mesmo representados ou assistidos pelos pais ou tutores; os pródigos sem a devida curatela; os absolutamente incapazes e o analfabeto sem procurador constituído.           
O fiador é escolhido pelo inquilino, mas deve ser aceito pelo locador (art. 825), sendo, então, personalíssimo. 
· A FIANÇA 
A fiança é uma espécie do gênero “contrato de caução ou de garantia”. São elas a garantia real, a hipoteca ou penhor e a fidejussória, que reúne a fiança e o aval. São ditas fidejussórias por consistirem em garantias pessoais ao pagamento de obrigação alheia, 
 
Tem por objetivo garantir a satisfação de uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra, podendo somar-se todos os acessórios da dívida principal e despesas judiciais. Está Regulamentada nos artigos 818 a 839 do Código Civil.
· CONTRATO DE FIANÇA:
O contrato de fiança é a relação jurídica entre o fiador e o credor, na qual o fiador irá garantir ao credor o cumprimento da obrigação assumida pelo devedor principal caso não ocorra o cumprimento de adimplência, ou seja, a fiança é um tipo de garantia de execução de um contrato principal, acessório ou subsidiário.
Art. 818/CC – “Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra.”
Mesmo não se tratando de contrato solene, a fiança deve ser, obrigatoriamente, declarada por escrito (art. 819/CC) seja por instrumento público ou particular. 
 
· O BENEFÍCIO DE ORDEM
É um benefício que o fiador possui caso uma execução ocorra em face dele, pois em regra o fiador só pode ser executado caso o devedor de origem não cumpra com o pagamento. Entretanto, caso esteja apresentado em contrato de fiança a renúncia expressa da figura do fiador ao benefício de ordem, pode então o fiador ser executado imediatamente sem que seja pleiteado a execução do patrimônio do devedor de origem. A regulamentação legal do referido instituto jurídico está no art.827 do Código Civil. 
Art. 827 do CC: O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor. Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito.
· APLICAÇÃO DO BENEFÍCIO DE ORDEM NOS CONTRATOS DE FIANÇA EM UMA RELAÇÃO DE ALUGUEL DE BEM IMÓVEL
A aplicação do beneficio de ordem em contratos de Fiança, é um direito que o fiador tem de exigir que a dívida seja cobrada primeiramente ao inquilino do que a ele. Por meio de uma cláusula de garantia de contrato em que esta inserida, e o artigo 828, enumera as circunstancias nas quais o beneficio se ordem não pode ser utilizado como recurso de defesa pelo fiador. 
Nos contratos de aluguel, o fiador se obriga para com o locador, sem nenhuma contraprestação, caracterizando um contrato unilateral. Para com o locatário, a relação do fiador é de subsidiariedade, ou seja, este só responderá pela obrigação se aquele não cumpri-la. Mas pode ser estipulado, no contrato, a relação de solidariedade entre fiador e afiançado (art. 828 – II).
Ocorrendo a inadimplência do locatário, o fiador poderá ser demandado a responder pela dívida. Neste caso, de acordo com o artigo 827 do Código Civil, ele tem o direito de exigir que sejam primeiro executados os bens do devedor, bastando “nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembaraçados, quantos bastem para resolver o crédito” (art. 827 – Parágrafo Único). 
Se, mesmo após se valer do direito de excursão, e de ter nomeados os bens penhoráveis do devedor, este cair em insolvência, o fiador será exonerado da obrigação se puder provar que os bens por ele indicados eram, ao tempo da penhora, suficientes para a solução da dívida afiançada (art. 839). Se o patrimônio do devedor não alcançar o montante da dívida, o saldo ainda restará garantido pela fiança.
Porém, se houver na cláusula de garantia do contrato, uma expressa renúncia ao “benefício de ordem” em cláusula contratual, ou se o devedor for insolvente ou falido (art. 828, incisos I e III), a garantia fiduciária permanece em sua totalidade, afastará de si mesmo a possibilidade de alegar o instrumento jurídico em seu favor, ainda que seja demandado antes do devedor principal.
Na hipótese, de o fiador obrigar-se como pagador principal ou devedor solidário, perderá ele o direito de invocar o benefício de ordem.
Esta é a pior situação para o fiador, quando será demandado para quitação da dívida alheia sem a perspectiva de satisfação de seu direito de regresso, posto que o afiançado está insolvente. 
REFERÊNCIAS
Disponível em:odireitoparatodos.com
Disponível em:www.fernandacristinadefaveri.adv.br
Disponível em:Jusbrasil.com.br
Disponível em:Conjur.com.br