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ATIVIDADE INDIVIDUAL 
 
Matriz de atividade individual 
Disciplina: Direito Empresarial para Gestores Módulo 
Aluno: Camila Araujo Turma: MBA GE EAD 0621 
Tarefa: Parecer sobre a pandemia do COVID-19 e a Cervejaria Backer alinhado com as 
normas do direito empresarial 
Introdução 
Esta atividade tem como objetivo a elaboração de um parecer sobre o caso da Cervejaria Backer, o qual 
ocorreu em 2019 e os impactos causados pela COVID-19 em 2020 e 2021. Aqui será apresentada uma 
análise com base nas normas do direito empresarial uma análise com base nas normas do direito 
empresarial no que tange os impactos financeiros, a possibilidade de atingimento do patrimônio pessoal 
dos sócios e recursos que podem ser utilizados para reconstruir juridicamente a segurança das instituições. 
Desenvolvimento 
Para a realização desta análise é de extrema importância contextualizar ambos os textos. O primeiro se 
trata do causo ocorrido em 2019 e entender o histórico da empresa. Sendo assim, fundada em 1999 a 
Cervejaria Backer foi a primeira cervejaria artesanal de Minas Gerais. A empresa começou a ganhar 
relevância quando o consumidor brasileiro passou a buscar cervejas artesanais diferencias, e a mesma foi 
considerada uma das cervejarias mais promissores do Brasil, pela revista ISTO É, com enorme potencial de 
crescimento. 
No entanto, no final de 2019, um grupo de pessoas deram entrada em diferentes hospitais de Belo 
Horizonte e região com sintomas de intoxicação. Após rumores de que a origem dos sintomas haviam sido 
produtos produzidos pela cervejaria, as cervejas Belorizontina e Capixaba, o caso ganhou repercussão 
rapidamente nas mídias sociais. Com isto, a Policia Civil de Minas Gerais, o Ministério Público, o Ministério 
da Agricultura e Vigilância Sanitária entraram em ação para apurar os fatos. 
Constatou-se através das investigações que haviam indícios de vazamento de duas substancias, o 
monoetilenoglicol (MEG) e o dietilenoglicol (DEG) as quais eram utilizadas para o resfriamento da cerveja 
nos tanques de armazenamento, as quais contaminaram o líquido tornando-o impróprio para consumo. 
Além disto, são substancias extremamente nocivas e tóxicas as quais podem implicar em danos 
irreversíveis ao sistema renal e sistema nervoso. 
 Pouco mais de 1 mês depois da suspeita do primeiro caso de intoxicação, em fevereiro de 2020, o boletim 
de ocorrências contava com 31 casos suspeitos de contaminação por MEG. Destes, 6 pessoas faleceram e 
outros 4 foram confirmados. A reação imediata da empresa foi negar o seu envolvimento nos casos, mas 
após a perícia se pronunciou novamente comunicando a retirada dos lotes contaminados do mercado. 
A Cervejaria Backer tentou se defender responsabilizando os fornecedores, os quais foram absolvidos desta 
hipótese e a mesma se manifestou novamente reconhecendo a possibilidade de contaminação pontual nas 
 
 
 
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suas operações. 
Ao concluir as investigações o inquérito final apontou os seguintes fatos, 
“- a Backer realmente não comprava DEG, mas sim o MEG. No entanto, este era alterado por um 
fornecedor, que entregava o produto adulterado para a Backer; 
- este fato, no entanto, não mudava o caso, já que o MEG teria provocado os mesmos danos à saúde dos 
consumidores; 
- um pequeno furo, de cerca de 2mm, causou o vazamento da substância tóxica para um dos tanque, o 
tanque JB10; 
- sete pessoas foram responsabilizados por crime culposo, sem intenção de matar, por crime de 
"negligência e imperícia técnica" e outras quatro por outros crimes; 
- os donos da Backer não responderão por homicídio culposo, pois segundo o delegado, "não tinham 
conhecimentos técnicos para evitar o vazamento". 
O inquérito terminou em junho de 2020 com 11 indiciamentos: 
- Testemunha: responderá por extorsão e falso testemunho; 
- Chefe da manutenção: responderá por homicídio culposo, lesão corporal culposa e contaminação de 
produto alimentício culposa; 
- Seis responsáveis ligados diretamente à produção cervejeira: responderão por homicídio culposo, lesão 
corporal culposa e contaminação de produto alimentício dolosa; 
- Três pessoas da gestão da empresa: responderão por ato pós-produção devido ao descumprimento de 
normas administrativas. 
No dia 13 de julho, a Justiça determinou a quebra de sigilo bancário da Backer referente aos últimos 12 
meses. A decisão partiu da 23ª Vara Cível de Belo Horizonte atendendo a um pedido do Ministério Público 
de MG, que acredita que os sócios da Backer podem estar ocultando patrimônio e fazendo a transferência 
de propriedades, uma vez que existe uma ação judicial contra eles.” (WIKIPEDIA, 2021). 
 
O segundo texto a ser abordado reflete os impactos da pandemia no caixa das empresas e a luta pela 
sobrevivência destas no cenário atual de crise econômica. Um estudo com base nas 245 empresas 
registradas na bolsa de valores mostra que 23% das empresas teriam os seus caixas negativos após 3 
meses sem receita, e que mais da metade teria capacidade de sobreviver mesmo sem receita por 3 meses. 
Dependendo do setor, a taxa sobrevivência das empresas varia. Por outro lado, este estudo é questionado, 
pois não leva em conta dados das empresas com menores porte, empresas familiares e empresas que não 
resistiram á crise. Fala-se também da foto de 2019, no qual as empresas estavam com mais caixa após a 
recuperação da crise anterior iniciada em 2016. 
 
A realidade brasileira tem se mostrado preocupante e a existência de muitos negócios estão sendo 
questionadas, uma vez que também se constatou uma queda de cerca de 70% no faturamento anual das 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_culposo
 
 
 
 
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empresas. 
Em relação aos abalos financeiros, à Cervejaria Backer era líder do seu setor e contava com 44% do 
mercado de cervejarias artesanais de Minas Gerais, o terceiro maior Estado brasileiro produtor de cervejas 
desta categoria. Pode-se afirmar que após o caso, os abalos financeiros foram gigantescos. Houve uma 
queda drástica nas vendas da empresa cuja reputação foi diretamente impactada. Além disso, a imagem 
institucional da empresa e das marcas foram danificadas permanentemente, uma vez que as mesmas eram 
diretamente associadas a contaminação e causavam insegurança nos seus consumidores. Pode-se afirmar 
que os abalos financeiros se estenderam para o mercado local, impactando os concorrentes cujos 
processos produtivos eram semelhantes colocando a credibilidade deles em cheque também. Os 
fornecedores da empresa, perderam a cervejaria como cliente, e não receberam os devidos pagamentos e 
ficaram expostos no decorrer das investigações, tendo as suas imagens também impactadas no mercado. 
 Também, todo o processo envolvendo fechamento das unidades de produção para apuração do inquérito 
resultou numa exposição ainda maior da empresa em todas as mídias no território nacional. Devido às 
falhas na gestão de qualidade dos processos fabris e controles internos, os proprietários da empresa foram 
responsabilizados transcendendo a pessoa jurídica para a pessoa física. O fato de haver envolvimento 
direto das mortes com a empresa, de forma criminal, justificou que o patrimônio dos sócios fosse utilizado 
para indenizar os impactados. 
Em relação aos abalos financeiros nas empresas causados pelos impactos da COVID-19, podemos afirmar 
que ao permanecerem completamente fechadas por conta da quarentena, diversos setores da economia 
rapidamente entrariam no caixa vermelho. A exemplo estão os setores os de automóveis e motocicletas, 
construção e engenharia, embalagens, materiais diversos e químicos. Empresas de micro e pequeno porte 
e empresas familiares como restaurantes, bares, eventos, hotelaria correm risco de ter que fechar 
permanentemente os seus negócios. Apesar da tecnologia existir para proporcionar vendas online, o canal 
não tem sido capaz de reverter a queda nas vendas, e no caso de alguns serviços, ser uma opção 
substituta.O impacto da pandemia ocorre em efeito cascata, uma vez que sem consumo, e sem 
faturamento, muitas empresas não conseguem pagar os seus funcionários e os seus fornecedores, os quais 
acabam passando pela mesma situação. Empresas de grande porte também tem mostrado dificuldades em 
se manter, mesmo com mais recursos e planejamentos financeiros mais robustos. (SALOMAO, 2020) 
Para amenizar os resultados negativos ocasionados pelos abalos na sua estrutura econômica, o gestor da 
Cervejaria Backer pode contar com 3 ferramentas. Estas são recuperação judicial, recuperação extrajudicial 
e falência. 
A Cervejaria Backer se enquadra na ferramenta de recuperação judicial, uma vez que atende os requisitos 
da mesma. A recuperação judicial pode ser usada com o intuito de preservar os bens dos sócios e superar 
a crise econômico financeira resultante da queda no faturamento e passivo com empregados, credores e 
justiça. Os requisitos incluem, “exercer atividade regular há mais de dois anos, não ser falido e, se o for, 
estarem extintas suas responsabilidades, •não ter, há menos de oito anos, obtido concessão de 
recuperação judicial, não ter sido condenado ou não ser, como administrador ou sócio controlador, pessoa 
condenada por crime falimentar.” Empresas que estejam sofrendo impactos resultante da COVID-19 
também podem utilizar desta ferramenta. 
A segunda ferramenta, recuperação extrajudicial, são acordos que podem ser realizados com credores e 
passivos a eliminar. As empresas, Backer e as impactadas pela COVID podem elaborar um plano de 
recuperação após preencher os requisitos da Lei de Falências. Tanto os sócios quanto a empresa devem 
preencher os requisitos do art. 161 da LRF. 
 
 
 
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Por último, decretar falência pode ser uma ferramenta utilizada pela Cervejaria Backer, assim como por 
empresas em situações mais críticas resultante da crise da COVID que não consigam honrar seus 
compromissos de forma alguma. Esta é a ferramenta mais radical, porém em alguns casos pode simplificar 
processos muito com passivos financeiros e judiciais muito complexos. A Backer caracterizaria os requisitos 
de práticas de atos de falência, impontualidade e execução frustrada. Além disso, poderia contar com uma 
partilha de bens a fins de cumprir com seus compromissos no âmbito financeiro, judicial e trabalhista. 
 
Em relação às empresas enfrentando problemas decorrente da crise da COVID-19, as teorias revisionais 
dos contratos por conta de excessiva onerosidade para uma das partes podem ser utilizadas como solução 
em alguns casos. Numa situação normal, os contratos assinados devem ser cumpridos por ambas as partes 
que o celebram. No entanto, num cenário de pandemia onde o mundo não estava preparado para lidar 
com os desdobramentos políticos, sociais e econômicos a teoria da imprevisibilidade está para rediscutir 
novos caminhos e possibilidades dado o novo contexto. Empresas de eventos, como casamentos, por 
exemplo os quais estão sendo constantemente adiados e sem data para ocorrer, podem usar esta 
ferramenta para que o fornecedor e consumidor possam entrar em um novo acordo, sem que um lado 
fique tão prejudicado. No caso da Cervejaria Backer, não foi possível considerar devido a extensão dos 
danos e o numero de mortes. Consequentemente “a Cervejaria Backer teve todos os bens bloqueados 
para fins de pagamento de despesas médicas e indenizações para as vítimas. Dias depois, a Justiça de 
Minas Gerais determinou também o bloqueio de todos os bens da Empreendimentos Khalil Ltda, cujos 
sócios eram os irmãos Munir Franco Khalil Lebbos e Hayan Franco Khalil Lebbos, proprietários da Backer. A 
ação se deu após os dois deixarem a sociedade da Khalil Ltda.” (WIKIPEDIA, 2020) 
 
A AVIANCA, a quarta maior empresa de aviação no Brasil, é um exemplo de empresa que utilizou das 
ferramentas citadas acima. Com a crise econômica de 2014, o aumento do combustível, greve dos 
caminhoneiros e aumento do dólar, a empresa ficou fragilizada. “A Avianca pediu recuperação judicial em 
dezembro de 2018. Em abril de 2019, o plano foi aprovado por 80% dos credores em assembleia-geral. No 
mesmo mês, a empresa começou a devolver aeronaves para pagamento de dívidas, levando ao 
cancelamento de milhares de voos em todo o país. Em suspendeu de vez as operações 24 de maio, a Anac
Devido à impossibilidade do cumprimento do plano de recuperação judicial por .da Avianca no Brasil
em o Paulo decretou, paralisação das atividades, a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de Sã
fazendo áestAvianca Holdings Hoje, a ”)S, 2020(RODA .a falência da companhia aérea Avianca julho
quer introduzir dezenas de rotas usando aeronaves menores Colômbiampresa da e Aplanos para o futuro. 
diretas rotasA mesma está ampliando 50 . oo judicial ainda este anenquanto planeja sair da recuperaçã
passagens mais baratas para os seus e visa utilizar aeronaves menores, com secundárias entre cidades
consumidores e se tornar mais eficiente (FIESER, 2021). 
 
Em Conclusão 
Em conclusão, a análise mostrou os impactos financeiros enfrentados pelas empresas durante a COVID-19 
e o caso da Cervejaria Backer. Além disso, destacou-se ferramentas que podem ser utilizadas pelas 
empresas visando amenizar os impactos negativos em cada caso e me que situações as teorias revisionais 
dos contratos por conta de excessiva onerosidade para uma das partes poderiam ser aplicadas. Citou-se 
 
 
 
 
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também o caso da Avianca a qual também passou por graves crises e atualmente está tentando se 
reerguer através de novos mercados, consumidores e estratégias. 
 
Referências bibliográficas 
 
BACKER TEM 48 HORAS PARA COMPROVAR CUMPRIMENTO DE DECISÃO. TJMG, 2020. Disponível em 
< https://www.tjmg.jus.br/portal-tjmg/noticias/baker-tem-48h-para-comprovar-cumprimento-de-
decisao.htm#.YGOy9S35S3U. Acesso em 20 de julho de 2021 
 
FIESER, Esra. No meio da pandemia, Avianca está confiante com o futuro. Veja o porquê. EXAME, 2021. 
<https://www.conjur.com.br/2020-jul-14/nao-poder-recuperar-avianca-falencia-decretada> Acesso em 20 
de julho de 2021. 
 
SALOMAO, Karin. Como está o caixa das empresas abertas para sobreviver à pandemia. Exame, 2020. 
https://exame.com/negocios/como-esta-o-caixa-das-empresas-abertas-para-sobreviver-a-pandemia/ Acesso 
em 20 de julho de 2021. 
SARTORI, Margo Trindade; VIVAS, Lidia Duarte. DIREITO EMPRESARIAL PARA GESTORES. 1ª Edição, RJ. 
FGV. 
 
WIKPEDIA. CERVEJARIA BACKER, 2021. < https://pt.wikipedia.org/wiki/Cervejaria_Backer> Acesso em 20 
de julho de 2021. 
 
 
 
 
https://www.conjur.com.br/2020-jul-14/nao-poder-recuperar-avianca-falencia-decretada
https://exame.com/negocios/como-esta-o-caixa-das-empresas-abertas-para-sobreviver-a-pandemia/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cervejaria_Backer