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Proliferação Proliferação Indesejável Aluna: Gabriela Sales Ano: 2º (XIX) Medicina - Universidade Estadual de Santa Cruz 1) Diferenciar a proliferação normal e anormal, maligna e benigna. 1.1 Proliferação normal (cap. 1 - Robbins) Normalmente, as células de encontram em homeostase. Ao encontrar um estresse fisiológico ou estímulo patológico, elas se adaptam para preservar sua viabilidade e função. Se essa resposta adaptativa é excedida ou se o estresse externo é excessivo, ocorre a lesão celular. As adaptações são reversíveis e funcionam de acordo com as alterações no ambiente. Existem as: ● Fisiológicas: representam respostas celulares à estímulos como hormônios ou mediadores químicos endógenos. ● Patológicas: respostas ao estresse para que as células escapem da lesão celular. Entre as respostas adaptativas estão: ● Hipertrofia Aumento no tamanho das células que faz com que o tamanho do órgão também aumente. Diferente da hiperplasia, não existem células novas, apenas maiores, com maior quantidade de proteínas estruturais e organelas. Ocorre quando as células têm capacidade limitada de se dividirem. Pode ocorrer junto à hiperplasia e vão resultar no órgão hipertrófico. A hipertrofia é causada principalmente pelo aumento da demanda funcional, por fatores de crescimento ou estimulação hormonal específica. Pode ser: - Fisiológica, ex.: aumento do útero durante a gravidez por hipertrofia e hiperplasia do músculo liso (estímulo do estrogênio). Hipertrofia muscular nos fisiculturistas (só pode 1 haver hipertrofia por aumento de demanda, já que, no adulto, essas células possuem capacidade limitada de divisão. - Patológica, ex.: aumento cardíaco decorrente da hipertensão ou da doença de valva aórtica. Esse mecanismo ocorre por 2 tipos de sinais, os desencadeantes mecânicos como o estiramento, e os desencadeantes tróficos, que são mediadores solúveis que estimulam o crescimento celular (fatores de crescimento e hormônios adrenérgicos). Por esses estímulos, ocorrem as vias de transdução de sinais que induzem a expressão de genes que levam à síntese de proteínas estruturais e fatores de crescimento. Isso vai gerar a síntese de mais proteínas e miofilamentos que aumentam a força de contração da célula e seu consequente aumento de desempenho. O limite da hipertrofia é quando o aumento da massa muscular não compensa a sobrecarga. Quando isso ocorre no coração, ocorre fragmentação e perda dos elementos contráteis das miofibrilas nas fibras miocárdicas. Também existem limites para a vascularização de fibras hipertrofiadas, de suprimento de ATP produzido nas mitocôndrias, e de síntese de proteínas contráteis e elementos de citoesqueleto. No coração, se esse estresse hipertrófico não for regulado, as lesões celulares podem levar à dilatação ventricular e à falência cardíaca. ● Hiperplasia Ocorre aumento da massa celular a partir de divisão celular por meio de estímulos hormonais ou de fatores de crescimento. Pode ser ● Fisiológica: ○ hormonal: crescimento da mama feminina na puberdade e gravidez por meio da proliferação do epitélio glandular mamário. ○ compensatória: tecido residual que cresce após a remoção ou perda da porção de um órgão. Exemplo é o fígado, que quando tem partes removidas, a atividade mitótica das células restantes o restaura ao seu peso habitual. Essa proliferação é induzida por fatores de crescimento polipeptídicos dos hepatócitos e das células não parenquimatosas. Esse crescimento é “desligado” por inibidores do crescimento após a restauração. ● Patológica: estimulação excessiva do tecido. Um exemplo é a hiperplasia do endométrio causado pelo desequilíbrio estrogênio-progesterona. Esse tipo de resposta é essencial na cicatrização, no qual os vasos sanguíneos e os fibroblastos proliferam e auxiliam o reparo. Também está associada à hiperplasia de infecções virais, como nas verrugas do HPV. Nesses casos, os fatores de crescimento podem ser codificados por genes de células infectadas ou por genes virais. 2 O que diferencia as hiperplasias patológicas benignas das do câncer, é que o processo hiperplásico permanece controlado, ou seja, se os sinais estimulantes somem, a hiperplasia também desaparece. Já no câncer, esses mecanismos são desregulados ou ausentes. No entanto, a hiperplasia patológica pode ser um meio favorável para o surgimento de um câncer posteriormente. - Atrofia Diminuição do tamanho da célula pela perda de substância celular. Todo o órgão pode diminuir em tamanho, tornando-se atrófico. Apesar de a função dessas células estar diminuída, elas não estão mortas. As causas para isso podem ser diminuição da carga de trabalho, perda da inervação, diminuição de suprimento sanguíneo, nutrição inadequada, perda de estímulo endócrino e envelhecimento. Pode ser fisiológica como na perda de estímulo hormonal na menopausa ou patológica como a desnervação, mas em ambas as situações as alterações celulares são idênticas. Ocorre diminuição do suprimento sanguíneo, da nutrição e da estimulação trófica. Para que isso aconteça, primeiro a síntese de proteínas diminui por causa da redução da atividade metabólica. Depois ocorre degradação de proteínas pela via ubiquitina-proteossoma, onde a deficiência de nutrientes e o desuso ativam as ligases de ubiquitina que ligam vários desses peptídeos às proteínas, os marcando para degradação no proteossoma. A atrofia também pode ser combinada com aumento da autofagia, que resulta no aumento de vacúolos autofágicos. - Metaplasia Um tipo celular adulto, seja ele epitelial ou mesenquimal é substituído por outro tipo celular adulto. Isso acontece quando uma célula sensibilizada por um estresse é substituída por outra mais adaptada para suportar o ambiente. Acredita-se que isso aconteça a partir de uma reprogramação de células tronco. Exemplos disso são a metaplasia epitelial, que ocorre no epitélio respiratório do fumante, no qual as células epiteliais normais, colunares e ciliadas da traqueia e brônquios são focalmente ou difusamente substituídas por células epiteliais escamosas estratificadas. Este é mais resistente às agressões causadas pelo cigarro. Porém, alguns mecanismos de proteção são perdidos como a secreção de muco e remoção de particulado pelos cílios. Além disso, se essa transformação for persistente, pode predispor o tecido à malignidade. Outro exemplo acontece no refluxo gástrico crônico, o epitélio pavimentoso estratificado da porção inferior do esôfago pode se transformar para epitélio colunar do tipo gástrico ou intestinal. 3 Quando a metaplasia ocorre no mesênquima, é geralmente advinda de uma alteração patológica. 1.2 Proliferação anormal (neoplasia) (cap. 5 - Robbins) - Características das neoplasias benignas e malignas (diferenciação e anaplasia; taxa de crescimento; invasão local; metástase) 4 características para se distinguir tumores benignos e malignos: ● Diferenciação e anaplasia: Apenas em células parenquimatosas (células transformadas das neoplasias). Essa diferenciação refere-se à extensão em que se assemelham às suas células de origem nos âmbitos morfológico e funcionais. Benignas: células bem diferenciadas que se assemelham com suas células de origem. Normalmente as mitoses são raras e sua configuração é normal. Malignas: ampla gama de células parenquimatosas bem diferenciadas até muito indiferenciadas. Os tumores bem diferenciados levam à dificuldade de identificação. O estroma contendo o suprimento sanguíneo é crucial para o crescimento de tumores, e a quantidade de tecido conjuntivo estromal determina a consistência da neoplasia, tornando os tumores mais duros, podendo ser denominados como cirrosos. Já as neoplasias anaplásicas configura falta de diferenciação, caracterizando a malignidade. Estudos indicam que a desdiferenciação de células maduras ocorre durante a carcinogênese. As células anaplásicas apresentam pleomorfismo, hipercromáticas e grandes, com proporção citoplasma núcleo chegando a 1:1 (o normal seria1:4 ou 1:6). Podem ter um núcleo enorme ou vários núcleos, variáveis em tamanho e forma. A cromatina é grosseira formando grumos e os nucléolos se apresentam aumentados. As mitoses são numerosas e contêm vários fusos anárquicos que produzem figuras mitóticas tri ou quadripolares. Elas também perdem a polaridade normal. Podem crescer em lâminas, com perda de estruturas como glândulas e arquitetura escamosa estratificada. Quanto mais diferenciada, mais conservação de função das células de origem nas células tumorais, sendo que nas glândulas endócrinas elas secretam os hormônios característicos de origem, ou quando são de células escamosas podem produzir queratina, e assim por diante. Em outros casos, desenvolvem funções aberrantes, como produzir proteínas fetais não produzidas por adultos. Por via de regra, quanto mais rápido o crescimento de um tumor muito anaplásico, mais improvável de haver atividade funcional especializada. 4 Já na displasia, uma proliferação desordenada mas não neoplásica é encontrada principalmente em células epiteliais. Acontece com a perda de uniformidade de células individuais, exibindo pleomorfismo e núcleos hipercromáticos e grandes. O número de mitoses é acentuado e acontece de forma deslocalizada, e podem ser vistas em todas as camadas de um tecido, até nas células de superfície. As células altas podem adquirir aspecto de células basais. Se essa lesão envolver toda a espessura do epitélio, configura-se um carcinoma in situ, estado pré invasivo do câncer. Contudo, o termo displasia é diferente de câncer, pois displasias lever costumam regredir, principalmente se sua causa for removida. ● Taxa de crescimento Os tumores benignos costumam crescer mais devagar, enquanto que os cânceres costumam crescer mais rapidamente, se metastatizando posteriormente. Porém, há excessões, como os leiomiomas do útero os quais a taxa de crescimento é influenciada pelos níveis circulantes de estrógeno. Outras influências como as condições de suprimento sanguíneo ou restrições de pressão também afetam a taxa de crescimento dos tumores. Apesar disso, a grande maioria dos tumores benignos crescem lentamente ao longo de meses ou anos. Já nos malignos, os tumores mal diferenciados crescem mais rapidamente do que os bem diferenciados. Há exceções, em que os tumores malignos crescem durante anos e não entram em fase crescimento rápido, outros crescem de forma lenta e uniforme, e em casos excepcionais esse crescimento quase para. Em contrapartida, alguns tumores primários podem se tornar imediatamente necróticos. Mas em sua grande maioria, os cânceres aumentam de tamanho de forma progressiva. ● Células tronco cancerosas e linhagens celulares Muitos tecidos de células de vida curta como sangue e o epitélio do trato GI, requerem mais células tronco residentes para sua capacidade de autorrenovação. Essas células tronco teciduais ficam num nicho próprios de células de suporte, que produzem fatores parácrinos que sustentam as células tronco. Elas se dividem de forma assimétrica para produzir dois tipos de células-filhas: as com potencial proliferativo limitado que sofrem diferenciação terminal para formar tecidos especiais e aquelas que mantêm seu potencial de células-tronco. Como os cânceres são imortais com ilimitada capacidade proliferativa, o indicativo é que as suas células têm propriedades do tipo tronco. A hipótese é que somente um subgrupo especial de células dentro dos tumores podem se renovar. Logo, para curar o paciente, deve-se eliminar as células com esse potencial. Como as células tronco normais, as cancerosas são resistentes às terapias convencionais devido a fatores como o fator um de resistência a múltiplas drogas (MDR-1). Essas células cancerosas do 5 tipo tronco podem surgir de células tronco teciduais normais ou de células mais diferenciadas que adquirem a capacidade de autorrenovação. ● Invasão Local As neoplasias benignas, ao contrário das malignas, não se infiltram, não invadem e não metastatizam, pois são encapsulados por tecido fibroso, que deriva do estroma do hospedeiro, uma vez que as células parenquimatosas se atrofiam diante da pressão do tumor que está em expansão. Porém nem todas as neoplasias têm cápsula. O leiomioma do útero é demarcado por musculatura lisa circundante, por exemplo, sem cápsula desenvolvida. Os cânceres crescem por meio de infiltração, invasão, destruição e penetração do tecido circundante. Não desenvolvem cápsulas bem definidas. Em alguma situações, o tumor maligno parece ser envolvido pelo estroma mas o exame revela pedículos cancerosos que penetram a margem e infiltram as estruturas adjacentes. Isso obriga que haja a remoção de ampla margem de tecido normal circunjacente para que a excisão do tumor seja bem sucedida. ● Metástase São implantes secundários do tumor, descontínuas do tumor primário e localizadas em tecidos remotos. Isso caracteriza automaticamente uma neoplasia como maligna. Quanto mais anaplásica e maior, mais provável a metastatização. Isso acontece por uma dessas 3 vias: ● Semeadura nas cavidades corporais: invasão de uma cavidade corporal, acontece nos cânceres de ovário. ● Disseminação linfática: típica dos carcinomas. O padrão de envolvimento de linfonodos depende do local da neoplasia primária e da drenagem linfática próxima. O linfonodo-sentinela é o primeiro a receber o fluxo linfático de um tumore primário. A sua biópsia determina a extensão da disseminação do tumor e é usada para planejar o tratamento. ● Disseminação hematogênica: típica dos sarcomas. As veias são mais facilmente invadidas do que as artérias. Na invasão venosa, as células seguem o fluxo venoso e param no primeiro leito capilar que encontram. Já que a drenagem de toda área portal flui para o fígado e todos os fluxos cavais fluem para os pulmões, os fígados e os pulmões são secundários para a disseminação hematogênica. 6 2) Explanar a etiopatogenia dos vírus responsáveis por lesões benignas da pele e das mucosas e lesões malignas do colo do útero. 2.1 Família Poxviridae (molusco contagioso) (cap. 12 - virologia humana) É o vírus do molusco contagioso. É uma doença especificamente humana, caracterizada por múltiplas lesões nodulares não inflamatórias espalhadas na pele (principalmente tronco). Em adultos, se concentram nas áreas anogenitais. É considerada uma enfermidade trivial, sem justificativa de tratamento. Se há AIDS, a doença se agrava. O vírus do molusco contagioso apresenta 4 variantes: MCVI, MCVII, MCVIII E MCVIV. São os maiores vírus de animais, com capsídeo de simetria complexa, envolvido por uma membrana externa formada de subunidades cilíndricas arranjada irregularmente. O core, em forma de haltere é envolvido por uma membrana interna e contém o DNA de fita dupla linear e proteínas associadas, sendo uma delas a transcriptase. Entre a membrana externa e o core, existem 2 corpos laterais de natureza desconhecida. As partículas virais não são liberadas por lise mas sim naturalmente, envelopadas por derivados da membrana do Complexo de Golgi, com espículas de 20nm. As lesões contém um grande número de vírus. Em sua biossíntese, o vírus adsorve na membrana da célula via receptores, talvez utilizando o EGF (fator de crescimento epidérmico). A penetração é feita por endocitose, e após a sua entrada, são sintetizados RNAm que traduzem várias proteínas como fatores de crescimento, enzimas e fatores de replicação e transcrição intermediária do DNA viral. Uma dessas proteínas faz o desnudamento, que remove a membrana do core para que o DNA seja libertado para o citoplasma. Os genes intermediários são transcritos e os RNAm formados são traduzidos em fatores de transcrição de genes tardios, que gerarão as proteínas estruturais, enzimas e mais fatores de transcrição iniciais. O DNA é clivado e empacotado em vírions imaturos. Os vírions são envolvidos por membranas de golgi modificadas e transportadas para a periferia da célula. A fusão desses vírions com amembrana os libera para o meio extracelular. A lesão é caracterizada por uma massa hipertrofiada na epiderme que se aprofunda na derme sem atravessar a membrana basal. Ocorre aumento na mitose celular na camada germinativa da lesão, com alterações patológicas no núcleo e citoplasma. Com a diferenciação, as células 7 aumentam com o citoplasma repleto de massa granular hialina e acidófila que é o corpo do molusco, ou corpo de Henderson-Patterson. Essas lesões umbilicadas são causadas pela degeneração das células epidermais e hipertrofia dos queratinócitos por causa dos corpos de inclusão (acúmulo de vírus) e hiperplasia de células basais não infectadas. Entre os mecanismos de evasão do sistema imune estão uma proteína que se liga à IL-18 e inibidores da apoptose. Produz pouca imunidade e a lesão permanece de 2 semanas a 2 anos sem inflamação. A imunidade celular contém a infecção, já que, em pacientes aidéticos e imunossuprimidos ocorre espalhamento e recorrência de lesões. Os 4 subtipos causam lesões semelhantes: nódulos piriformes umbilicados na superfície da pele com 2 a 5 mm de diâmetro. O período de incubação é de 14 a 50 dias. Aparecem lesões difusas pelo corpo, mas mais raramente nas solas dos pés e palmas da mão. Sempre são agrupadas em áreas localizadas. Geralmente são 1 a 20 lesões, mas podem ser centenas. É indolor e apresenta abertura central esbranquiçada. Pode persistir por meses ou anos, e pode ocorrer remissão espontânea. É uma doença mundial, ocorrendo transmissão por contato direto ou via fômites com a pele lesionada, acometendo qualquer idade mais frequente crianças. É mais comum em homens do q mulheres, sendo considerada um IST. Não existe vacina e a lesão deve ser coberta e a higiene das mãos feita após a manipulação das lesões. 2.2 Papiloma vírus humano (HPV) (cap. 20 - virologia humana + cap. 5 - Robbins) ONCOGÊNESE VIRAL 15% dos canceres que acometem seres humanos foram associados a etiologia viral. A infecção viral é um dos muitos fatores envolvidos no processo de oncogênese. Vírus oncogênicos são vírus que participam do processo do ciclo replicativo. Muitos vírus DNA e RNA se comprovaram oncogênicos em animais tão disparatados como rãs e primatas. 1. VÍRUS RNA ONCOGÊNICOS 8 ● O HTLV-1 causa uma leucemia nas células T, possuindo tropismo pelas células TCD4+, que é endêmica no Japão e no caribe. ● O HTLV-1 não possui oncogênese viral, suscetibiliza que muitas mutações genéticas se acumulem. ● O genoma do HTVL-1 codifica uma proteína TAX viral que transativa genes de citocinas, seus receptores nas células T infectadas e co-estimuladores Além disso, ativa ciclinas e inibe vários genes supressores do tumor. Isto estabelece circuitos de sinalização autócrinos e parácrinas (aumento de produção de fator estimulador de macrófagos que produz mitógenos da célula T) que estimulam a proliferação das células T. Embora inicialmente essa proliferação seja policlonal, as células T proliferantes estão em risco maior de mutações secundárias que levam a uma leucemia monoclonal. 2. VÍRUS DNA ONCOGÊNICOS São 4 principais: HPV, Epistein-Barr, herpesvírus e vírus da hepatite B. Papilomavírus Humano ● Existem tipos geneticamente distintos de HPV, as verrugas tem pouco potencial maligno e de baixo risco. Em contrapartida, o HPV de alto risco está associado ao carcinoma de células escamosas da cérvice e da região anogenital, além de 20% dos canceres orofaríngeos. ● O vírus penetra por abrasão na pele, infectando as células basais da epiderme. ● O potencial oncogênico do HPV está relacionado a dois genes virais, E6 e E7. A proteína E7 liga-se a proteínas do Rb e libera fatores de transcrição E2F, além de inativar a p21 e p27. A proteína E6 se liga a p53. ● Nas situações benignas, o genoma do HPV é mantida em uma forma epissomal não integrada, já em situações de câncer o genoma foi rompido e integrado ao DNA do hospedeiro. este que causa a superexpressão de oncoproteínas E7 e E6, e uma instabilidade genômica. ● A infecção por HPV estimula a perda de genes supressores de tumor, ativa as ciclinas, inibe a apoptose e combate a senescência. 9 ● A infecção por HPV por si só não é suficiente para a carcinogênese, possui fatores ambientais em conjunto. ● As manifestações clínicas são divididas em plantar (lesões únicas, dolorosas, encontradas no calcanhar e na sola dos pés), comum ( encontradas em mãos e joelhos, verrugas múltiplas, bem delimitadas , com superfície rugosa e hiperqueratinizada), planas ( lesões múltiplas, pequenas e planas, encontradas no calcanhar e sola dos pés) e epidermodisplasia verruciforme em pessoas com deficiência imunológica. Além da papilomatose respiratória recorrente. ● A verruga vulgar (VV) consiste em pápulas ou nódulos individualizados, com superfície áspera. As lesões podem ser únicas ou múltiplas, de tamanhos variados, e habitualmente são assintomáticas. A confluência das lesões pode formar grandes massas. Ocorrem em qualquer parte do tegumento, porém são mais comuns no dorso das mãos e dos dedos.17 Em crianças, uma localização frequente é o joelho. Vírus Episten-Barr ● O EBV usa o receptor do complemento CD21 para se fixar as células B e infectá-las. Um dos genes chamado LMP1 age como oncogenes que induz linfoma de células B pela via de sinalização CD40. Concomitante, o vírus utiliza a via de sinalização normal das células B para promover a própria replicação pela expansão do pool de células suscetíveis a infecção. Além disso, o genoma EBV contém uma citocina vitral, vIL-10 que impede os macrófagos e os monócitos de ativarem as células T e matar as células com infecção viral. ● A evasão do sistema imune parece ser uma etapa-chave na oncogênese relacionada ao EBV. As células do linfoma podem emergir somente quando translocações ativam a oncogenes MYC, permitindo que as células tumorais façam a regulação decrescente de LMP1 e se evadam do sistema imune. ● A função deficiente das células T causa expansão policlonal, produzindo células linfoblastoides. Ao contrário do linfomas, em pacientes imunossuprimidos expressam antígenos virais , como LMP1. Vírus Hepatite B e C ● Cerca de 70-85% dos carcinomas hepatocelulares em todo o mundo se devem à infecção por HBV ou HCV. 10 ● Os efeitos carcinogênicos de HBV e HCV são multifatoriais, mas o efeito dominante parece ser a inflamação crônica imunomediada, com lesão hepatocelular, estimulação de proliferação de hepatócitos e produção de espécies reativas de oxigênio que podem danificar o DNA. ● A proteína HBx de HBV e a proteína do núcleo de HCV podem ativar uma variedade de vias de transdução de sinal que também pode contribuir para a carcinogênese. 3) Discorrer acerca da atitude do médico frente às crendices populares. Entre a ciência e a crença: A postura médica frente à “Cura Religiosa” Doralice Inocêncio* A valorização das crenças e das práticas do usuário viabiliza a percepção corresponsável do seu processo terapêutico e do próprio sistema que o sustenta. Dessa forma, tanto os serviços como os profissionais são convidados à comunicação com seus usuários, identificando por trás de cada pessoa uma representação social, base para a ancoragem de novos conhecimentos que podem propiciar maior qualidade de vida e saúde integral. Trata-se de entender e considerar as formas alternativas de cura a partir do seu contexto cultural como complementares e como base simbólica da eficácia das terapias convencionais da ciência, sempre em benefício dos usuários, já que do encontro entre os diferentes saberes acontece a produção da saúde na e da comunidade. De acordo com o artigo “CRENÇAS POPULARES E RECURSOS ALTERNATIVOS COMO PRÁTICAS DE SAÚDE de Maria Alves Barbosa”, existem vantagens e desvantagens no uso das crendices populares no tratamento de doenças. As principais vantagens são a promoção do bem-estar emocional e a valorização do conhecimento popular. Já as desvantagens são o uso de plantas ou receitas populares que podem provocar danosà saúde, negligência à busca de assistência médica, piora do quadro clínico e até a morte. Além disso, o artigo afirma que o homem é um ser holístico, logo, a saúde deve ser resultante da harmonia entre a mente, o corpo e o ambiente em que vive o ser humano. Apesar dos preconceitos, a credibilidade desses métodos não convencionais é crescente porque valorizam o indivíduo em todas as suas dimensões e instituem intervenções menos agressivas, com efeitos mais harmônicos no organismo. O profissional médico deve: • Analisar e respeitar questões culturais e psíquicas do indivíduo. • Conscientizar as pessoas quanto ao uso de recursos prejudiciais à saúde. • Trabalhar com educação em saúde para promover mudança de hábitos relacionados à prevenção e ao tratamento de doenças. • Se possível, adotar terapias alternativas (conhecimento religioso e 11 cultural) na assistência à saúde, o que pode favorecer o alcance de melhores resultados no que diz respeito ao processo saúde-doença. 12
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