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Objetivos de Aprendizagem 1. Explique o ciclo celular, os mecanismos de controle e os processos carcinogênicos (patogenia). 2. Defina: Metaplasia, Hiperplasia, displasia, hipertrofia, anaplasia e neoplasia. 3. Diferencie: Neoplasia benigna e maligna e os estadiamentos. 4. Os fatores desencadeantes/ predisposições (HPV)do câncer de colo de útero, sua patogenia, e os achados histológicos. 5. Defina quadro clínico, epidemiologia e tratamento (nódulos irressecáveis e inoperáveis) do câncer do colo de útero. 6. Estratégias de prevenção e diagnóstico: a) Bethesda. b) NIC. c) Exames de imagem: (alterações de imagem em útero, colo e anexos anormais). 7. Cite os aspectos biopsicossociais que envolvem pacientes com neoplasia, familiares, cuidadores e políticas públicas. Ciclo Celular A proliferação celular é fundamental para: → Desenvolvimento; → Manutenção do equilíbrio homeostático dos tecidos; → Substituição de células mortas ou danificadas. Para isso, é extremamente importante que ocorra: → Replicação do DNA; → Síntese de constituintes celulares; → Partilha do DNA e constituintes celulares; → Citocinese. Sequência de eventos: → G1: crescimento pré-síntese; → S: síntese de DNA; → G2: crescimento pré-mitótico; Para que se prossiga as fases de divisão celular é preciso que, a etapa anterior esteja completamente concluída, além disso, se os mecanismos de controle não funcionar a célula não prossegue, isso se deve a erros na replicação do DNA e deficiência de algum cofator, ocorrendo a parada em qualquer ponto de transição → Mitose: divisão nuclear; → Citocinese: divisão citoplasmática. • Temos células quiescentes, elas ainda apresentam uma fase prévia chamada G0, o seu núcleo pode estar temporariamente inativo, ou seja, não está se preparando para um novo ciclo de divisão, ou pode estar terminalmente diferenciado e nunca mais se dividirá. Ex células nervosas. I n t e r f a s e → Grande atividade metabólica; → Crescimento celular; → Duplicação do DNA; → Produção de organelas e componentes citoplasmáticos; → Fases: G1, S e G2. G1 → Intervalo entre a fase mitótica e a fase S; → Duplicação das organelas e elementos citoplasmáticos; → Início da duplicação do centrossomo. S → Replicação do DNA: Desenovelamento parcial da dupla hélice, através da quebra da ligação de hidrogênio → A base fica exposta e se pareia com um nucleotídeo complementar recém-sintetizado → O desenovelamento e pareamento continuam até um filamento do DNA original esteja unido a um novo filamento de DNA recém-sintetizado → 1 molécula de DNA = 2 moléculas idênticas de DNA; → Essa fase é essencial para que quando ocorra a citocinese, as duas células-filhas tenha o mesmo material genético, dessa forma, capazes de produzir as mesmas moléculas. G2 → Continuação do crescimento celular; → Termino da duplicação do centrossomo; → Produção de enzimas e proteínas. M I T O S E prófase → Condensação e encurtamento das cromatinas, em cromossomos visíveis; → 1 cromossomo = um par de filamentos idênticos de DNA; → Centrômero mantém as duas cromátides unidas; → Formação do fuso mitótico (fibras de microtúbulo e tubulina), que se ligam aos cinetócoros do cromossomo; → Conforme o fuso se movimenta, ele possui a capacidade de trazer aquela cromátide ao polo oposto da célula sendo, dessa forma, responsável pela separação das cromátides; → Dissipação da membrana nuclear; → Desaparecimento do nucléolo. Metáfase → Formação da placa de metáfase: região de alinhamento entre os microtúbulos do fuso e os centrômeros. Anáfase → Separação dos centrômeros, impactando na separação das cromátides irmãs que se movem aos polos opostos da célula; → Cromossomos em formato de V. telófase → Se inicia após o término do movimento dos cromossomos; →Desenovelamento dos cromossomos, se tornando novamente cromatina; → Reconstituição da membrana nuclear; → Reaparecimento do nucléolo; → Desaparecimento do fuso mitótico. citocinese → Definição: divisão do citoplasma e das organelas em duas células-filhas idênticas. Se estende no final da anáfase e termina após a telófase; → Se inicia com a formação do sulco de clivagem, uma “dobra” na membrana plasmática; → O anel contrátil, formado por microfilamentos de actina puxa a membrana plasmática para dentro, até separá-la em duas; → Os conjuntos de cromossomos terminam em células separadas, devido a orientação do sulco de clivagem que é sempre perpendicular ao fuso mitótico. Alguns quimioterápicos inibem a formação do fuso mitótico, interrompendo a divisão mitótica, porém, esse tipo de medicamento também mata outros tipos celulares que se dividem rapidamente no corpo, isso impacta diretamente nos efeitos colaterais como: → Náuseas; → Diarreia; → Perda de cabelo; → Fadiga; → Diminuição da imunidade. Regulação do ciclo celular Para que o ciclo celular ocorra de maneira adequada e prossiga para as suas respectivas fases é necessário que haja a ativação da CDK (cinases dependentes de ciclina) que são enzimas, e para serem funcionantes precisam da presença de proteínas chamadas ciclinas. A função da CDK é fosforizar proteínas, através da sua união com uma ciclina correspondente, tornando a proteína ativa. Quando a CDK completa o seu ciclo, a ciclina é então degradada e a atividade da CDK termina. Se o substrato ciclina aumenta, consequentemente, a CDK também aumenta. Dessa forma, a união de uma ciclina com a CDK é capaz de fosforizar proteínas específicas que são responsáveis por iniciar uma fase do ciclo celular. Por exemplo, quando o ambiente está propício para a célula entrar em interfase a ciclina G1 se une com a CDK e a formação do complexo G1-CDK produz uma outra ciclina específica que é a G1/S, dessa forma, a G1/S ao se ligar com a CDK, formando a G1/S- CDK possibilita que a célula em questão inicie a fase G1 da interfase. Por exemplo, a ciclina D-CDK4, a ciclina D-CDK6 e a ciclina E-CDK2 regulam a transição de G1 para S através da fosforilação da proteína Rb (pRb). Porém, se houver algum dano celular ou genético nesse ponto específico do ciclo, eu tenho a ação dos inibidores de CDK do tipo INK4, mais específicos para as ciclinas D-CDK4/6, que são as p-16, p-15, p-18 e p-19. Para todos os outros complexos temos as: p-21, p-27, p-57. Dessa forma, o ciclo celular pode ser compreendido como uma corrida de revezamento de ciclina, em que cada trecho do ciclo é regulado por um diferente conjunto de ciclinas, assim que uma deixa a corrida a outra assume. → São responsáveis para detectar danos ao DNA ou aos cromossomos, são esses checkpoints que garantem que uma célula danificada não complete a replicação. Em G1, há o que chamamos de ponto de restrição, uma etapa onde ocorre a diminuição de velocidade da célula para preparar a célula para uma correta replicação. Teremos um primeiro ponto de controle entre G1/S. Nesse momento a célula verifica se o material genético está preparado para iniciar a replicação. Seguindo o ciclo celular há um segundo ponto de controle entre G2/M, após a replicação do DNA, para verificar se o material genético foi replicado corretamente e se a célula pode entrar em mitose com segurança. Quando as células detectam irregularidades no DNA a ativação dos checkpoints retarda a progressão do ciclo e ativa então os mecanismos e reparo. Podendo ocorrer: - Ativação da interrupção temporária do ciclo celular (quiescência); - Indução da interrupção permanente do ciclo celular (senescência) *p53; - Ativação da morte celular programada (apoptose). A fiscalização do ciclo e a sua interrupção, se necessário, é responsabilidade de dois grupos de família de inibidores de CDK (proteínas de fiscalização): → Uma mais específica para as D-CDK4e D-CDK8, que são as: p-15, p-16, p-18, p-19; → E outra que inibe amplamente várias CDKs, que são as: p-21, p-25 e p-57. Porém, se houver qualquer defeito com as proteínas inibidoras de CDK, células danificadas terão capacidade para continuar no ciclo, se dividir e formar células-filhas mutantes, com potencial de desenvolver tumores malignos. Outro efeito muito evidente em tumores malignos, são alterações no metabolismo celular que suportam o crescimento, essas alterações são induzidas através da sinalização celular estimulada a partir da ligação de um fator de crescimento ao seu receptor celular, o mais conhecido deles é o efeito de Warburg. Onde células malignas favorecem a fermentação, mesmo na presença de oxigênio, em vez de respiração aeróbica (ciclo de Krebs + cadeia respiratória), isso confere às células malignas maior potencial para converter nutrientes como glicose e glutamina, fazendo com que a célula em proliferação tenha maior disponibilidade de biomassa. Carcinogênese O dano inicial (ou mutação – mutação condutora) pode ser causada por exposições ambientais, pode ser herdada na linhagem germinativa, ou pode ser espontânea e aleatória, caindo na categoria de “má sorte”. Essa célula iniciada com a mutação condutora, pode permanecer décadas no organismo do indivíduo, sem manifestar malignidade, visto que, possuem alta capacidade de renovação e persistência a longo prazo – células-tronco do câncer. Um tumor é formado pela expansão clonal de uma única célula precursora que sofreu danos genético (ou seja, os tumores são clonais). Os proto-oncogenes promotores do crescimento, os genes supressores do tumor que inibem o crescimento, os genes que regulam a morte celular programada (apoptose) e os genes envolvidos no reparo do DNA – são os principais alvos de mutações causadoras de câncer. A mutação nos proto-oncogenes ocorre pelo aumento excessivo em uma das funções do produto genético codificado ou confere uma função completamente nova para o produto genético afetado que é oncogênica. Ganho de função ao gene, e não no material genético como um todo. Mutação nos dois alelos (mutação recessiva), ou mutação em apenas um dos alelos fazendo com que haja uma redução da atividade da proteína e seja perfeito para a proliferação de células. Perda de função. Anomalias que resultam em menos mortes e, portanto, maior sobrevida das células. Ganho de função (quando o produto gênico suprime a apoptose) e perda de função (Promoção da morte celular). Prejudica a capacidade da célula de reconhecer e reparar danos genéticos não-letais em outros genes. Instabilidade genômica. Além disso, temos a contribuição das transformações epigenéticas: metilação do DNA (silenciam algumas expressões gênicas) e modificação de histonas (por ter uma capacidade de agrupar DNA na cromatina, podem contribuir com a diminuição da expressão gênica). A metilação aberrante do DNA em células cancerígenas é responsável pelo silenciamento de alguns genes supressores de tumor. A carcinogênese é o acúmulo de mutações complementares de forma gradual ao longo do tempo. Sendo que, a progressão do câncer ocorre pela pressão de seleção darwiniana (sobrevivência do mais apto), há uma competição entre as células tumorais para o acesso a nutrientes e nichos micro ambientais. Com a competição vamos tendo subclones com capacidade para ganhar mais acesso aos nutrientes e nichos. Logo, tumores se tornam mais agressivos ao longo do tempo. Com isso, a quimioterapia e a radioterapia que não funciona pode ser devido a seleção de subclones preexistentes que possuem genótipo para sobreviver, mesmo em condições de desfavorecimento de nichos e nutrientes. → Tumores crescem sem a necessidade de estímulos externos devido a ativação de oncogenes (autossuficiência nos sinais de crescimento); → A inativação dos genes supressores de tumores, faz com que a célula cancerígena não se sensibilize a moléculas que tendem a parar a proliferação celular (Insensibilidade aos sinais inibidores de crescimento); → As células cancerígenas possuem muito maior a biodisponibilidade de glicose glutamina devido a uma alteração metabólica para a glicólise aeróbica (efeito Warburg) – (Metabolismo Celular Alterado); → Os tumores são resistentes à morte celular programada (evasão do apoptose); → Tumores possuem capacidade proliferativa irrestrita (potencial de replicação ilimitado – imortalidade); → Visto que precisam de secretar os produtos do catabolismo e receber suprimento nutricional e oxigênio, as células tumorais produzem novos vasos para a sua nutrição (Angiogênese mantida); → Capacidade de invadir e metastatizar; → A célula cancerígena tem capacidade de anular a resposta imune do hospedeiro (capacidade de evadir da resposta imune do hospedeiro). Todos esses fatores podem ser acelerados com a instabilidade genômica e a resposta inflamatória provocada pelo câncer. Os oncogenes são criados por mutações nos proto-oncogenes e codificam proteínas chamadas de oncoproteínas que possuem a capacidade de promover o crescimento celular na ausência de sinais promotores de crescimento normais. As células que expressam oncoproteínas não passam pelos pontos de verificação e controles normais que limitam o crescimento, e como resultado, proliferam excessivamente. A via mais afetada, ou seja, a que mais sofre mutações é a via do receptor tirosina cinase, mas foram mapeados e evidenciadas alterações nas vias: • do receptor acoplado à proteína G; • a via JAK/STAT; • a via da WNT; • a via de Notch; • a via Hedgehog; • a via TGFβ/SMAD, e; • a via NF-κB. Como os proto-oncogenes fazem com que a célula se prolifere? Codificando fator de crescimento, receptor para os fatores de crescimento, transdutores de sinal, fatores de transcrição ou componentes do ciclo celular. A mutação em um proto-oncogene estimula a proliferação constitutivamente ativa, favorecendo a autossuficiência em crescimento. É evidente em células cancerígenas mutação na via de sinalização tirosina cinase, onde através da seleção Darwiana a célula com maior fenótipo maligno tem uma hiper ativação do transdutor de sinal RAS, que possui duas vias: → via da proteína cinase (MAPK): ativa a transcrição do material genético ativando o complexo MYC que estimula o metabolismo pró-crescimento e aumento da síntese de proteína, além de ativar a ciclina D que estimula a progressão do ciclo; → via fosfoinositol-3-cinase (PI3K) /AKT: que aumenta o metabolismo pró-crescimento e aumento da síntese de proteínas. Essa alteração na via impacta, nos: → Fatores de Crescimento: Muitas células cancerígenas adquirem a habilidade de sintetizar os mesmos fatores de crescimento a que são responsivas, criando uma alça autócrina. Isso se dá devido aos sinais transduzidos por outras oncoproteínas que causam superexpressão e secreção aumentada de fatores de crescimento, desse modo iniciando e amplificando a alça autócrina. → Receptores de Fator de Crescimento: As versões oncogênicas destes receptores estão associadas com mutações que conduzem à atividade contínua de tirosina cinase independente de ligação com a molécula do fator de crescimento. Assim, os receptores mutantes liberam sinais mitogênicos contínuos para a célula, mesmo na ausência do fator de crescimento no ambiente. → Componentes à jusante da via de sinalização da tirosina cinase receptora: Mutações na molécula de RAS ou PI3K que estimulam os dois grandes braços da via de sinalização dos receptores tirosina cinase. É válido observar que, quando as mutações de RAS estão presentes em um tumor, as mutações de ativação dos receptores tirosina cinase estão quase sempre ausentes. Aproximadamente 15% a 20% de todos os tumores humanos expressam versões com mutação das proteínas RAS. Várias mutações pontuais de RAS distintas foram identificadas em células cancerígenasque reduzem significativamente a atividade de GTPase da proteína RAS (GTP é a proteína que fornece energia para que a RAS ativada desempenhe sua função, a GTPase quebra as moléculas de GTP retardando a função das RAS). Como resultado, essas formas com mutação da RAS são presas na forma ligada à GTP ativada e a célula recebe continuamente sinais de pró-crescimento. Decorre deste cenário que as consequências das mutações de ganho de função em proteínas RAS devem ser imitadas por mutações de perda de função em GAPs que normalmente restringem a atividade da RAS. • Mutações ativadoras de BRAF estimulam cada uma dessas cinases à jusante e, finalmente, ativam os fatores de transcrição. → Alterações nas tirosinas cinases não receptoras: As mutações que conferem atividade oncogênica ocorrem em várias tirosinas cinases não receptoras que normalmente estão localizadas no citoplasma ou no núcleo. Em vários casos, as mutações se dão na forma de translocações cromossômicas ou rearranjos que criam genes de fusão que codificam tirosina cinases constitutivamente ativas. → Fatores de Transcrição: Os fatores de transcrição que regulam a expressão de ciclinas e genes pró-crescimento. MYC: O MYC inativa os supressores tumorais e estimula a expressão de vários genes envolvidos no crescimento celular (ciclina D). Os dados experimentais sugerem que essas variantes genéticas alteram a função de elementos intensificadores que regulam a expressão do MYC, e que o aumento do risco de câncer está associado com variantes que provocam níveis mais elevados de expressão de RNA do MYC em resposta a certos sinais promotores de crescimento. Isso contribui para o crescimento celular desregulado, como também para várias outras “marcas registradas” do câncer. → Ciclinas e Cinases Dependentes de Ciclinas (CDK): Mutações de ganho de função em genes de ciclina D e CDK4, oncogenes que promovem a progressão de G1/S. Os produtos da maioria dos genes supressores de tumores aplicam freios na proliferação celular, e anomalias nesses genes levam à insuficiência da inibição de crescimento, uma outra marca fundamental da carcinogênese. As proteínas supressoras do tumor formam uma rede de pontos de checagem que evitam o crescimento descontrolado, reconhecendo o estresse genotóxico de qualquer fonte e respondem através da finalização da proliferação. Outro conjunto de supressores de tumor parece estar envolvido na diferenciação celular, levando as células a entrar em uma população celular pós-mitótica, diferenciada, sem potencial replicativo. Além de restringir o crescimento celular os supressores de tumores também podem alterar o metabolismo celular ou conferir estabilidade genômica. Por tanto, uma definição mais abrangente de um supressor de tumor é de que eles são simplesmente uma proteína ou um gene que está associado à supressão de qualquer “uma das marcas registradas” do câncer. → RB: Regulador da Proliferação: O RB, um regulador negativo fundamental na transição do ciclo celular G1/S, está direta ou indiretamente inativado na maioria dos cânceres humanos. As proteínas transformantes de diversos vírus de DNA oncogênicos de animais e humanos parecem agir também, em parte, através da neutralização das atividades inibitórias do crescimento da RB. Nesses casos, a proteína RB é funcionalmente inativada pela ligação a uma proteína viral e não age mais como inibidora do ciclo celular. Os antígenos do vírus símio 40 e antígenos T grandes do poliomavírus, a proteína EIA do adenovírus e a proteína E7 do HPV – todos se ligam à forma hipofosforilada da RB. A ligação ocorre no mesmo local da RB que normalmente sequestra fatores de transcrição E2F. É importante notar que, no caso do HPV, os tipos virais (tais como o HPV16) que conferem um alto risco para o desenvolvimento de carcinoma cervical expressam variantes da proteína E7 com maior afinidade para a RB do que os tipos virais de menor risco. Assim, a proteína RB, incapaz de se ligar aos fatores de transcrição E2F, fica funcionalmente inativada por essas oncoproteínas virais, e os fatores de E2F ficam livres para levar à progressão do ciclo celular. Resumindo → O vírus se liga a forma ativa do RB e não deixa ele se expressar. P53: Guardiã do Genoma O TP53, um gene supressor de tumor que regula a progressão do ciclo celular, o reparo de DNA, a senescência celular e a apoptose, é o gene que sofre mutação em cânceres humanos com mais frequência. Muitos tumores sem mutações de TP53 apresentam, ao invés disso, outras mutações que afetam as proteínas que regulam a função da p53. Assim como a RB, as proteínas transformadoras de vários vírus de DNA se ligam à p53 e promovem sua degradação. A mais conhecida dessas oncoproteínas virais é a proteína E6 do papilomavírus humano de alto risco, que causa carcinoma cervical e um subconjunto de carcinomas de células escamosas da cabeça e pescoço. A P53 serve como ponto focal de uma grande rede de sinais que detectam o estresse celular, principalmente danos no DNA, mas também o encurtamento dos telômeros, a hipóxia e o estresse causado pelo excesso de sinalização pró- crescimento, como pode ocorrer em células portadoras de mutações em genes como RAS e MYC. Os danos no DNA são detectados por complexos contendo cinases da família ATM/ATR; essas cinases fosforilam a p53, liberando-a de seus inibidores, como o MDM2. Em seguida, a p53 ativa e regula positivamente a expressão de proteínas tais como o inibidor da cinase dependente de ciclina p21, causando assim a interrupção do ciclo celular no ponto de checagem G1-S. Essa pausa permite que as células reparem os danos no DNA. Se o dano no DNA não puder ser reparado, a p53 induz eventos adicionais que levam à senescência celular ou à apoptose. Mesmo na presença de oxigênio suficiente, as células cancerígenas demonstram uma forma distinta de metabolismo celular caracterizada por altos níveis de absorção de glicose e aumento da conversão de glicose para a lactose (fermentação) através da via glicolítica. A glicólise aeróbica proporciona a células tumorais de divisão rápida intermediários metabólicos que são necessários para a síntese de componentes celulares, ao passo que a fosforilação oxidativa mitocondrial não. Porque, embora a fosforilação oxidativa “pura” produza ATP abundante, ela não produz nenhum grupamento de carbono que possa ser utilizado para construir os componentes celulares que são necessários para o crescimento (proteínas, lipídios e ácidos nucleicos). O acúmulo de células neoplásicas pode resultar não somente da ativação de oncogenes promotores do crescimento ou inativação de genes supressores de tumor e do crescimento, mas também a partir de mutações nos genes que regulam a apoptose. Portanto, a apoptose é uma barreira que deve ser ultrapassada para que o câncer desenvolva e progrida. A apoptose pode ser iniciada por meio de vias intrínsecas ou extrínsecas, ambas as quais resultam na ativação de uma cascata proteolítica de caspases que destroem a célula. As anomalias de ambas as vias são encontradas em células cancerígenas, mas as lesões que incapacitam a via intrínseca (mitocondrial) parecem ser mais comuns. A maioria dos tumores sólidos e hematopoiéticos superexpressam pelo menos um membro da família BCL2 de proteínas anti-apoptóticas, sugerindo que a evasão de apoptose é geralmente importante no desenvolvimento e progressão do câncer. A superexpressão de outros membros da família BCL2 como a MCL-1 também está ligada à sobrevida da célula cancerígena e à resistência as drogas. a maquinaria apoptótica no câncer pode ser impedida por mutações que afetam diretamente o componente proteico, assim como pela perda de sensores da integridade genômica, tais como a p53.Todos os cânceres contêm células que são imortais e que possuem potencial replicativo ilimitado. As respostas não são totalmente conhecidas, mas três fatores interrelacionados parecem ser críticos para a imortalidade das células cancerígenas: (1) evasão de senescência; (2) evasão de crise mitótica; (3) capacidade de autorrenovação. Clinicamente, a “fome por glicose” dos tumores é usada para visualizar os tumores através da tomografia de emissão de pósitrons (PET), em que se injeta nos pacientes a 18F- fluorodeoxiglicose, um derivado não metabolizável da glicose que é preferencialmente captado pelas células tumorais (assim como por tecidos normais em divisão ativa, como a medula óssea). A maioria dos tumores é PET-positivo, e os de crescimento rápido são marcadamente positivos. Evasão de senescência → o estado de senescência está associado à regulação positiva de supressores de tumor, tais como a p53 e a INK4a/p16, e nas seus cancerígenes esses genes estão hiperfosforilados, ou seja, inativados. Evasão da crise mitótica → As células comuns entram em uma fase referida como crise mitótica e morrem. Esse fenômeno foi relacionado ao encurtamento progressivo dos telômeros nas extremidades dos cromossomos. A telomerase (enzima responsável pela manutenção dos telômeros) é expressa em níveis muito baixos na maioria das células somáticas, já em câncer qualquer que seja o mecanismo, a manutenção dos telômeros é observada. Autorrenovação → autorrenovação significa que cada vez que uma célula-tronco se divide pelo menos uma das duas células-filhas permanece uma célula-tronco. Mesmo que um tumor sólido possua todas as anomalias genéticas que são necessárias para a transformação maligna, ele não pode aumentar para além de 1 a 2 mm de diâmetro, a menos que ele tenha a capacidade para induzir a angiogênese. A neovascularização possui um efeito duplo no crescimento do tumor: a perfusão provê nutrientes e oxigênio e as células endoteliais recém-formadas estimulam o crescimento de células tumorais adjacentes através da secreção de fatores de crescimento, como fatores de crescimento semelhantes à insulina (IGFs) e PDGF. A angiogênese também contribui para a metástase. A invasão e a metástase são resultados de interações complexas entre as células cancerígenas e o estroma normal e são as principais causas de morbidade e mortalidade relacionadas ao câncer. Acontecem através do: Enfraquecimento das ligações intercelulares, degradação da MEC, migração celular. O local metastático de muitos tumores pode ser adivinhado através da localização do tumor primário. Muitos tumores ficam presos no primeiro leito capilar que encontram (mais comumente no pulmão e fígado). A atividade antitumoral é mediada por mecanismos predominantemente mediados por células. Antígenos tumorais estão presentes na superfície da célula através de moléculas de MHC de classe I e são reconhecidos por CTLsCD8 +. Em pacientes imunocompetentes, os tumores podem evitar o sistema imunológico através de vários mecanismos, incluindo o crescimento seletivo de variantes antígeno- negativas, perda ou expressão reduzida de antígenos de histocompatibilidade e imunossupressão mediada pela expressão de certos fatores (p. ex., TGF-β, PD-1 ligante, galectinas) pelas células tumorais. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 12ª. edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2010. KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia –. Bases Patológicas das Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 Definições As adaptações celulares é sempre um processo reversível, assim que o estímulo estressor for retirado a homeostase se restaura. As adaptações são alterações reversíveis em: - Tamanho, - Número, - Fenótipo, - Atividade metabólica, ou - Funções das células. Podemos resumir essas alterações em: hipertrofia, hiperplasia, atrofia e metaplasia. Hipertrofia: → Alterações de volume celular -Trofia significa tamanho Aumento do tamanho das células que resulta em um aumento do tamanho do órgão. A hipertrofia é causada pelo aumento da demanda de trabalho da célula, além disso, a hipertrofia também é causada por estímulo hormonal (o hormônio pode ser um sinalizador para a proliferação) ou estímulo por fatores de crescimento. A célula aumenta de tamanho porque dentro de seu citoplasma aumenta a quantidade de proteína em seu interior. Por exemplo, o aumento da célula muscular se dá graças ao aumento da taxa de miosina e actina. A hipertrofia geralmente acontece em tecido que possui baixa capacidade de proliferação. Por isso, a hipertrofia acontece predominantemente em tecido muscular do tipo esquelético e cardíaco. A hipertrofia pode ser fisiológica ou patológica e é causada pelo aumento da demanda funcional ou por estimulação de hormônios e fatores de crescimento. Um indivíduo com hipertensão crônica tende a ter hipertrofia no coração, pois, com o aumento da pressão, o órgão precisa fazer mais força mais movimento para impulsionar o sangue dentro do órgão. Não só na hipertensão, mas também na disfunção de valva, para compensar o refluxo sanguíneo o coração precisa fazer mais força e com isso, o indivíduo tende a ter hipertrofia. Nesses casos as células musculares sintetizam mais proteínas e o número de miofilamentos aumenta. Isto aumenta a quantidade de força que cada miócito pode gerar, aumentando assim a força e a capacidade de trabalho do músculo como um todo. Além do coração, nós temos o exemplo do útero, que para abrigar um bebê em útero gravídicos, causa aumento do BHCG e estrogênio que agem no músculo liso do endométrio para o crescimento via hipertrofia. Mais especificamente, o estrogênio, que age nos receptores de estrogênio do músculo liso, resultando em maior síntese de proteínas e em aumento do tamanho celular. Nesse órgão, não acontece só hipertrofia, mas também com o decorrer da gestação temos hiperplasia. Mecanismos de Hipertrofia: - Sensores mecânicos (iniciados pela carga de trabalho) - Fatores de crescimento ((TGF-β, fator-1 de crescimento semelhante à insulina [IGF-1], fator de crescimento fibroblástico) - Agentes vasoativos, esse é o exemplo do coração que libera vasoativos para tentar diminuir a pressão, mas os próprios agentes aumentam a quantidade de proteína no órgão (agonistas α-adrenérgicos, endotelina-1, e angiotensina II). Com essas causas (estímulo, hormônio, fator de crescimento) a célula lança mão de duas vias de sinalização (sinal para iniciar a transcrição gênica). Essas vias são: • Via fosfoinositídio 3 cinase/AKT - (induzida por exercício – hipertrofia fisiológica) • Via de sinalização em cascata da proteína G - (induzida por muitos fatores de crescimento e agentes vasoativos - hipertrofia patológica). Essas vias ativam fatores de transcrição específicos: Myc, Fos, Jun. A hipertrofia pode também estar associada com uma mudança das proteínas contráteis adultas para uma forma fetal ou neonatal. Por exemplo, durante a hipertrofia muscular, a isoforma α da cadeia pesada da miosina é substituída pela isoforma β. Além disso, alguns genes que são expressos apenas durante o desenvolvimento inicial são expressados novamente em células hipertróficas e os produtos desses genes participam na resposta celular ao estresse. Por exemplo, no coração embrionário, o gene para o fator natriurético atrial (FNA) é expresso tanto no átrio quanto no ventrículo, mas é sub-regulado após o nascimento. A hipertrofia cardíaca, no entanto, está associada com a reindução da expressão do gene do FNA. O FNA é um hormônio peptídico que causa secreção de sal pelo rim, reduz o volume sanguíneo e a pressão arterial e, portanto, atua no sentido de reduzir a carga hemodinâmica. Seja qual for a causa exata e o mecanismo da hipertrofia cardíaca, ela finalmente alcança um limiteno momento em que o aumento da massa muscular deixa de ser capaz de compensar a sobrecarga. Nesse estágio, ocorrem várias alterações regressivas nas fibras miocárdicas, das quais as mais importantes são lise e perda de elementos contráteis miofibrilares. Em casos extremos, ocorre a morte dos miócitos, por apoptose ou necrose. O resultado final dessas alterações é a insuficiência cardíaca. A hipertrofia pode ocorrer de forma seletiva, ou seja, embora a hipertrofia geralmente refira-se ao aumento em tamanho das células ou tecidos, algumas vezes uma organela subcelular pode sofrer hipertrofia. Um bom exemplo são os indivíduos tratados com drogas como os barbitúricos, que exibem hipertrofia do retículo endoplasmático agranular (REA) dos hepatócitos, o que representa uma resposta adaptativa que aumenta a quantidade de enzimas (oxidases de função mista citocromo P-450) disponíveis para desintoxicar as drogas. No decorrer do tempo, os pacientes respondem menos às drogas por causa dessa adaptação. Hiperplasia: → Alteração da proliferação celular. É o aumento no número de células em um órgão ou tecido, resultando geralmente em aumento da massa de um órgão ou tecido. A hiperplasia ocorre se uma população celular é capaz de se dividir, aumentando, portanto, o número de células, podendo esse processo ser fisiológico ou patológico. Hiperplasia Fisiológica: A hiperplasia fisiológica pode ser dividida em: Hiperplasia hormonal: aumenta a capacidade funcional de um tecido, quando necessário. Esse tipo de hiperplasia é muito bem ilustrado pela proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e durante a gravidez, geralmente acompanhada por aumento (hipertrofia) das células epiteliais glandulares. Porém, isso só vai acontecer em tecidos como o epitelial que possuem alta capacidade de se dividir. Hiperplasia compensatória: não é regeneração, mas sim, por exemplo, um hepatócito aumenta e quantidade de células para compensar a perda. Logo a hiperplasia pode acontecer por uma estimulação compensatória. Em indivíduos que doam um lobo do fígado para transplante, as células restantes proliferam de tal maneira que logo o órgão cresce e retorna ao seu tamanho original. Hiperplasia patológica: A maioria das formas de hiperplasia patológica é causada por excesso de hormônios ou fatores de crescimento atuando em células alvo. Hiperplasia benigna da próstata, ocorre um aumento do volume da próstata, assim o paciente reclama de retenção urina, dificuldade na micção, pois com o crescimento da próstata há uma compreensão da uretra. Hiperplasia de endométrio: principal sangramento em mulheres em idade fértil devido ao aumento de estrógeno que impacta nos escapes de sangramento. Nesses casos é desfeito o equilíbrio entre estrógeno e progesterona, e a progesterona não consegue mais compensar o aumento de estrógeno. Isso induz uma hiperplasia das glândulas endomentriais. Além disso, pode acontecer descontrole da replicação celular devido a uma infecção viral, como no caso do HPV. As hiperplasias patológicas não são cancêres, mas podem ser fatores de risco para o desenvolvimento de câncer. Mecanismo de hiperplasia: O mecanismo de hiperplasia é o mesmo, quando o fator de crescimento/hormônio se liga ao receptor e ativar uma via de sinalização resultando na divisão celular e não síntese proteica (como no caso da hipertrofia). A hiperplasia é o resultado da proliferação de células maduras induzida por fatores de crescimento e, em alguns casos, pelo surgimento elevado de novas células a partir de células-tronco teciduais. Metaplasia: → Alteração na diferenciação celular. Alteração da morfologia do tecido, quando o tecido está exposto a um estimulo lesivo, a célula pode se transformar em um tecido mais resistente, ou seja, é a substituição de um tipo de célula totalmente diferenciado por um outro. Geralmente as células substituídas são menos sensíveis a um stress em particular, ou seja, se adaptam melhor. Em paciente com esofagite há metaplasia no esôfago. O esôfago é resistente ao atrito, mas não ao ácido gástrico, com isso, as células que era pavimentosas estratificadas (mais escamosas), se tornam mais resistentes, através da substituição por células colunares, dessa forma ocorre o processo de intestinalização da mucosa colunar e aumento da sua extensão. Ex: Metaplasia de epitélio escamoso para glandular - Substituição de epitélio estratificado pavimentoso por epitélio colunar esôfago de barret Ex: metaplasia de epitélio glandular para escamoso – sinônimo de pavimentoso. Substituição de epitélio colunar/pseudoestratificado por epitélio pavimentoso estratificado. Como acontece na traqueia de fumantes. Sem essa troca ocorre lesões na traqueia, porém, como ali a função é proteger da entrada de partículas via epitélio colunar, agora não há mais, assim o epitélio fica susceptível. Ex: Metaplasia colunar - Substituição de epitélio estratificado pavimentoso por epitélio colunar esôfago de barret Ex: Metaplasia do tecido conjuntivo. Formação de cartilagem, osso ou tecido adiposo em tecidos que normalmente não contêm esses elementos. Metaplasia óssea pulmonar (metaplasia – tipo de tecido – lugar onde está). Metaplasia de tecido conjuntivo, no caso a óssea, é comum em pacientes que tiveram fraturas. Mecanismo de metaplasia O que ocorre na metaplasia não é que uma célula diferenciada agora ficou achatada e é pavimentosa, mas sim, como esses tecidos possuem capacidade regenerativa, ou seja, possuem células tronco, o sinal vai para elas com um sinal diferente do habitual, para que o tecido sobreviva nas atuais condições. Quando ela está sendo agredida, ela começa a se sinalizar, esses fatores de sinalização sinalizam à célula tronco para se diferenciar, porém, se ela se diferenciar em X ela não vai mais sobreviver, dando um sinal para ela se diferenciar agora em Y. A diferenciação de células--tronco para uma linhagem em particular é causada por sinais gerados por citocinas, fatores de crescimento e componentes da matriz extracelular no ambiente das células. Esses estímulos externos promovem a expressão de genes que direcionam as células para uma via específica de diferenciação. Diferenciação e Anaplasia Anaplasia é o processo no qual as células perdem a sua capacidade de especialização e diferenciação, assumindo assim, características semelhantes às das células embrionária. A diferenciação refere-se à extensão com que as células neoplásicas parecem células parenquimatosas normais correspondentes, tanto na morfologia, quanto na função. Em geral, existe correlação inversa entre diferenciação e multiplicação celulares. É importante saber que quanto mais diferenciado, mais parecidos com o tecido original. Assim, as neoplasias benignas tendem a ser caracterizadas por serem bem diferenciadas, enquanto as malignas são pouco ou não diferenciadas. A anaplasia refere-se a perda de diferenciação e é um ponto fundamental para a transformação maligna. Ela caracteriza-se por: 1. Pleomorfismo Celular: variação de forma e tamanho das células e seus núcleos. 2. Hipercromasia: núcleos com coloração bem escura. 3. Proporção Núcleo/Citoplasma: pode chegar a 1:1 em vez do normal 1:4-1:6 4. Mitoses Abundantes: indica a atividade proliferativa 5. Perda de Polaridade: Formação de massas tumorais que crescem de maneira desorganizada. 6. Células Tumorais Gigantes: possuem apenas um núcleo polimórfico único e enorme, com dois ou mais núcleos. (Não deve ser confundida com as células gigantes de corpo estranhos ou as células de Langhans inflamatórias) Displasia Displasia é uma condição adquirida caracterizada por alterações da proliferação e da diferenciação celulares com redução da diferenciação. Muitas vezes, displasias estão associadas a metaplasia ou se originam nela. As mais importantessão displasias de mucosas, como do colo uterino, de brônquios e gástrica, pois muitas vezes precedem os cânceres que se formam nesses locais. As células displásicas podem exibir pleomorfismo considerável e frequentemente contêm núcleos hipercromáticos grandes com uma grande razão núcleo-citoplasma. Além disso, as figuras mitóticas são mais abundantes do que no tecido normal e, ao invés de estarem confinadas à camada basal, elas podem ser observadas em todos os níveis, incluindo células da superfície. Quando as alterações displásicas são marcantes e envolvem toda a espessura do epitélio, porém a lesão não penetra na membrana basal, ela é considerada como uma neoplasia pré-invasiva e é denominada carcinoma in situ. Uma vez que as células tumorais tenham rompido a membrana basal, diz-se que o tumor é invasivo. Assim, embora a displasia possa ser uma precursora da transformação maligna, ela nem sempre progride para o câncer. Com a remoção das causas agressoras, displasias leves a moderadas que não envolvem toda a espessura do epitélio podem ser completamente reversíveis. Neoplasia Uma neoplasia é uma massa anormal de tecido, cujo crescimento é excessivo e não coordenado com aquele dos tecidos normais, e persiste da mesma maneira excessiva após a interrupção do estímulo que originou as alterações. Lesão constituída por proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma, em geral com perda ou redução da diferenciação, em consequência de alterações em genes ou proteínas que regulam a multiplicação e a diferenciação das células. Nos tempos modernos, uma neoplasia pode ser definida como um distúrbio do crescimento celular que é desencadeado por uma série de mutações adquiridas que afetam uma única célula e sua progênie clonal. Dessa forma, uma mutação causal fornece à célula uma vantagem de sobrevivência e crescimento, que impacta diretamente na proliferação excessiva que não depende de estímulos externos vindos de fatores de crescimento. Constituição de um tumor: 1. Parênquima tumoral → composto de células neoplásicas clonais, é ele que classifica um tumor e determina o seu comportamento biológico; 2. Estroma reativo → Tecido conjuntivo, vasos sanguíneos, células do sistema imune inato e adaptativo, responsável pelo crescimento e disseminação do tumor. O que diferencia a hiperplasia de uma neoplasia é exatamente a autonomia de proliferação. As neoplasias são divididas em duas grandes categorias: benignas e malignas. Na prática, neoplasias são chamadas de tumores, os tumores podem ser classificados com vários critérios: comportamento clínico (benigno x maligno), aspecto microscópico (critérios histomorfológicos) e origem da neoplasia (critério histogenético). → O sufixo -oma é usado para qualquer neoplasia, seja ela benigna ou maligna; → Carcinoma indica tumor maligno que reproduz epitélio de revestimento. Ex: adenocarcinoma (tumor maligno que forma glândulas); → O termo adenoma é aplicado a uma neoplasia epitelial benigna derivada de glândulas, apesar de poderem, ou não, formar estruturas glandulares. → Sarcoma é uma neoplasia maligna mesenquimal; → Blastoma muitas vezes é usado como sinônimo de neoplasia, e quando empregado como sufixo indica que o tumor reproduz estruturas com características embrionárias. Ex: hepatoblastoma (tumor maligno que reproduz hepatócitos com características embrionárias); → Teratoma: tumores benignos ou malignos originados de células toti ou multipontentes. As células das neoplasias benignas em geral são bem diferenciadas (igual ao tecido de origem) e podem até ser indistinguíveis das células normais. Como a taxa de divisão celular é pequena (baixo índice mitótico), em geral o tumor tem crescimento lento. Em tumores benignos, as células crescem unidas entre si, não se infiltram nos tecidos vizinhos e formam uma massa geralmente esférica. Diz-se que um tumor é benigno quando seus aspectos micro e macroscópicos são considerados relativamente inocentes. Embora o crescimento de um tumor benigno seja lento, ele é expansivo, ou seja, ele cresce comprimindo as outras estruturas adjacentes, que podem sofrer hipotrofia. Em tumores bem diferenciados benignos, as mitoses são geralmente raras e apresentam configuração normal Forma-se uma cápsula fibrosa em torno do tumor, fazendo com que a neoplasia fique bem delimitada e de fácil remoção cirúrgica. Necrose e hemorragia são pouco comuns, com o crescimento lento, há tempo para a formação de vasos sanguíneos, assegurando uma boa nutrição para a célula. Tumores benignos não levam a ulceração. Além disso, não compromete a nutrição do hospedeiro e nem produz substâncias que podem causar anemia ou caquexia. Células de tumores benignos não se disseminam espontaneamente, mas podem ser levadas a distância. Além disso, certos tumores histologicamente benignos podem ser letais. Os tumores malignos são referidos como câncer, os tumores malignos podem invadir e destruir as estruturas adjacentes e se disseminar para áreas distantes (metastatizar), levando à morte. → Tumores pouco delimitados, sem a presença de cápsula e comumente invadem tecidos e estruturas vizinhos; → Células pouco diferenciadas – anaplásicas; → Alto índice mitótico; → Baixo desenvolvimento de estroma e vasos sanguíneo, ocasionando degeneração, necrose, hemorragia ou ulceração; → Aumento da relação núcleo/citoplasma; → Cromatina Irregular; → Maior quantidade de células por unidade de área (hipercelularidade); → O citoplasma também se altera, havendo muitas vezes variações pronunciadas no volume e na forma das células (pleomorfismo celular); → Os limites do tumor com as estruturas adjacentes são pouco definidos. Estadiamento - TNM Em sua evolução o câncer tende a invadir primeiro o órgão em que se originou, depois estruturas adjacentes e por fim, sítios a distância. O estadiamento clínico visa estabelecer o grau de desenvolvimento e a disseminação de um câncer no indivíduo, a fim de sobretudo orientar as medidas terapêuticas e estabelecer o seu prognóstico. Basicamente, o estadiamento resume a agressividade biológica do tumor. Além disso, o estadiamento também é sugestivo para tratamento, visto que alguns tumores possuem prognósticos tão ruins que a cirurgia é mais maléfica para o paciente. As informações do TNM são obtidas durante o exame físico, radiografia, cintilografia, TC e outros exames de imagem. O sistema mais empregado para estadiamentos é o TNM, dessa forma: → O T indica o tamanho do tumor. T0 é usado para carcinoma in situ; T1 a T4 significam tumores com dimensões e grau de invasão local crescentes. → N significa a existência de metástases em linfonodos. N0 indica ausência de metástases em linfonodos; quando presentes e de acordo com as cadeias comprometidas, são representadas por N1 a N3; → M refere-se à presença de metástases em outros órgãos. M0 significa ausência de metástases por via sanguínea; M1 quando presentes. A combinação dessas subcategorias (letras e números) determina os estádios clínicos, que variam de I a IV. Estadiamento Patológico Além do estadiamento clínico, também podemos ter o estadiamento patológico, esse estadiamento se baseia nos achados cirúrgicos e no exame anatomopatológico da peça operatória, esse estadiamento tem uma maior precisão e por isso, pode ou não bater com o estadiamento clínico. Para alguns tumores como o de pele e ovário, é o único estadiamento possível. A diferença na grafia é o acréscimo da letra p minúscula- exemplo: pT1pN1pM0. x: casos em que o tumor primário, linfonodos regionais ou metástases não possam ser avaliados pelo exame físico ou exames complementares. Grafado em letra minúscula após o T, N ou M. y: estadiamento feito durante ou após o tratamento. Grafado em letra minúscula antes do TNM ou pTNM. r: casos de recidiva tumoral. Grafado com letra minúsculaantes do TNM ou pTNM. R: ausência ou presença de tumor residual ao término do tratamento. Rx: presença do tumor residual não pode ser avaliada. R0: ausência de tumor residual. R1: tumor residual microscópico. R2: tumor residual macroscópico. O estadiamento é essencial, porém deve-se avaliar também a condição funcional do doente (performance status ou capacidade funcional). Diante de um comprometimento do doente, deve-se determinar se é devida à repercussão do câncer no organismo, anterior à neoplasia, derivada do tratamento ou devida a outra doença simultânea. Capacidade Funcional do Doente (PS): – Zubrod 0, Karnofsky 100-90: Doente assintomático ou com sintomas mínimos. – Zubrod 1, Karnofsky 89-70: Doente sintomático, mas com capacidade para o comparecimento ambulatorial. – Zubrod 2, Karnofsky 69-50: Doente permanece no leito menos da metade do dia. – Zubrod 3, Karnofsky 49-30: Doente permanece no leito mais da metade do dia. – Zubrod 4, Karnofsky 29-10: Doente acamado, necessitando de cuidados constantes. – Karnofsky < 9: Doente agônico. KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia –. Bases Patológicas das Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010; BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo. Patologia Geral. 9 a edição. Editora Guanabara. Koogan S.A., Rio de Janeiro, RJ, 2016; https://www.sanarmed.com/resumo-de-estadiamento-ligas Câncer de colo do útero – Cervical O câncer de colo do útero, também chamado de câncer cervical, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama e do colorretal e a quarta causa de morte de mulher por câncer no Brasil. O câncer cervical, é um tumor que se desenvolve a partir de alterações no colo do útero, essas alterações são as chamadas lesões precursoras, e na maioria das vezes são totalmente curáveis e, se não tratadas, pode se transformar em câncer. Geralmente as lesões precursoras ou o câncer em estágio inicial não apresentam sinais ou sintomas. O HPV é um dos maiores causadores do câncer cervical, o HPV produz proteínas como a E6 e E7 que possui alta afinidade com proteínas supressoras de tumores, como a p53 e Rb, ao se ligar no sítio ativo dessas proteínas, elas são desativadas e não conseguem efetuar sua função, isso pode permitir que as células do colo cresçam com alterações. Porém, o HPV não é a única causa do câncer de colo, a maioria das mulheres portadoras do vírus não tem a manifestação do câncer, porém, a presença do vírus aliada a outros fatores como: tabagismo, infecção por HIV tornam as mulheres mais propensas ao aparecimento do câncer de colo do útero. https://www.sanarmed.com/resumo-de-estadiamento-ligas → O HPV possui tropismo (atração) para epitélio escamoso da pele e de mucosa, nas quais provocam lesões proliferativas benignas ou malignas. Existem mais de 100 tipos do vírus, com os mais variados potenciais malignos e órgão/tecido preferencial, as lesões mais importantes e frequentes causadas pelo vírus, são: verrugas cutâneas, papiloma da laringe, condiloma acuminado e tumores anogenitais. A maior importância do HPV em tumores humanos é sua atração com lesões displásicas e malignas do colo uterino. Displasias de baixo grau contêm frequentemente HPV dos tipos 6 e 11, enquanto em displasias de alto grau, no carcinoma in situ e no invasor são encontrados predominantemente os tipos 16, 18, 31, 33, 35 e 51. Dentre esses, destacam-se o HPV 16 e 18, responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de câncer de colo de útero. Além desses, os HPV 6 e 11, apesar de não oncogênicos, merecem destaque, por serem encontrados em 90% dos condilomas anogenitais e papilomas laríngeos. Nos carcinomas o DNA do vírus está integrado ao da célula hospedeira, enquanto em lesões benignas o vírus se encontra na forma epissomal. Na forma epissomal, o DNA viral permanece circular no núcleo da célula do hospedeiro. Para que ocorra a integração do DNA do HPV ao genoma humano, é necessário o rompimento da região E1-E2, e bloqueio da expressão da sequência E2 do material viral. A baixa expressão de E2, os genes E6 e E7 se expressam com os componentes celulares do hospedeiro e interferem nos mecanismos de proliferação e sobrevivência das células. Sendo que a E6 se liga a p53 e E7 se liga à RB. Além disso, a E6 ativa a telomerase (o que proporciona multiplicação ilimitada à célula) e a E7 inativa a p21 que é responsável por inibir o complexo CDK4/ciclina, com isso, há estimulação da divisão celular. Indivíduos infectados podem ter dois tipos de manifestações: • Clínica: se apresentam como verrugas ou lesões exofíticas, de tamanhos variados, chamadas condilomas acuminados. Essas lesões podem aparecer no colo do útero, vagina, vulva, região pubiana, perineal, perianal e ânus, em mulheres; no pênis (normalmente na glande), bolsa escrotal, região pubiana, perianal e ânus, em homens; e ainda na boca e garganta em ambos os sexos. • Subclínica: manifestações que não podem ser visualizadas a olho nu, podendo acometer os mesmos locais da manifestação clínica, não gerando, entretanto, nenhum sinal ou sintoma. O colo do útero é o local de maior preocupação por conta da estreita associação com o câncer nesse local. Lesões iniciais, que refletem apenas a presença do vírus no colo uterino, são chamadas lesões intraepiteliais de baixo grau/neoplasia intraepitelial grau I; lesões mais avançadas e precursoras do câncer, nesse local, são consideradas de alto grau. Apesar da importância dada às mulheres quando se trata do HPV, devido ao desfecho feminino (câncer de colo de útero), os homens também merecem atenção, devido ao papel fundamental na disseminação do HPV, além de poderem, também, apresentar e desenvolver lesões anogenitais. A transmissão depende do contato com qualquer área potencialmente infectada (pele ou mucosas) e pode ocorrer também durante o parto. A principal via de transmissão é sexual e inclui o contato genital, oral, anal, perineal e até manual, podendo ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Sendo assim, o uso de preservativos masculinos não protege completamente contra o HPV, mesmo que utilizado durante todo o ato sexual, já que pode haver o contato com a bolsa escrotal, com a vulva e região perineal e pubiana (áreas desprotegidas apesar do uso do preservativo). A camisinha feminina confere uma proteção maior, nesse caso, por recobrir parte da vulva. Seja qual for o tratamento instituído, o vírus não será eliminado, sendo necessário acompanhamento especializado periódico. Vários fatores contribuem para esse fato, como a falta de programas para detecção precoce, falta de aderência das mulheres a esses programas e a elevada taxa de infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) e diferenças culturais com relação à atividade sexual. Eles incluem: início precoce da vida sexual, múltiplos parceiros sexuais, história de doença sexualmente transmitida (como Chlamydia trachomatis e herpes simplex vírus), multiparidade, imunossupressão, baixo nível socioeconômico, uso prolongado de anticoncepcional oral e história prévia de displasia escamosa da vulva ou vagina. No caso do carcinoma espinocelular, o tabagismo também é fator de risco. A faixa etária com maior incidência é entre 20 e 40 anos, onde há o maior pico da atividade sexual. O tabagismo tem poder de reduzir a quantidade e ação das células de Langherans (células apresentadoras de antígenos), porém, essas células são extremamente importantes para ativar a imunidade local contra o HPV. Imunossupressão: indivíduos com imunodeficiência inata ou adquirida (HIV), uso de drogas citotóxicas em transplantados, tudo isso contribui para que o vírus se mantenha no indivíduo. Anticoncepcional oral: Há literaturas que comprovam que o uso de anticoncepcional contribui e influencia a transcrição do genoma do HPV. Da infecção até o desenvolvimentoda neoplasia invasiva são descritos quatro estágios: 1. Infecção do epitélio metaplásico da zona de transformação por cepa oncogênica do vírus; 2. Persistência da infecção; 3. Progressão de um clone de células epiteliais infectadas para uma lesão pré-cancerosa (displasia; neoplasia intraepitelial); 4. Desenvolvimento de carcinoma com invasão da membrana basal do epitélio. Há 15 HPVs de alto risco atualmente identificados, mas o HPV-16 sozinho representa quase 60% dos casos de câncer cervical, e o HPV-18, outros 10% dos casos; outros tipos de HPV contribuem individualmente para menos do que 5% dos casos. Como a maioria das infecções é assintomática e não causam alterações no tecido, elas acabam não sendo detectadas no Papanicolau. A maioria das infecções por HPV é transitória e eliminada pela resposta imunológica no decorrer de meses. Em média, 50% das infecções por HPV são eliminadas dentro de 8 meses e 90% são eliminadas dentro de 2 anos. Contudo, a duração da infecção é relacionada com o tipo de HPV. A infecção persistente aumenta o risco de desenvolvimento das lesões precursoras do colo uterino e do carcinoma subsequente. O vírus infecta as células basais imaturas do epitélio escamoso em áreas de ruptura epitelial ou células escamosas metaplásicas imaturas presentes na junção escamocolunar, visto que, o HPV não afeta as células superficiais escamosas. Contudo, para que a infecção se estabeleça requer uma lesão do epitélio, sendo que, a lesão permite o acesso do vírus as células basais. O colo uterino é mais susceptível ao vírus, por conta do seu epitélio metaplásico imaturo, comparado com a mucosa da vulva que é recoberta por células maduras. Os vírus infectam as células escamosas imaturas e se replica durante a maturação das células escamosas, que ao invés de ficar retida em G1, continua o ciclo celular, devido a ligação da proteína viral E6 à p53 do hospedeiro, aumento da expressão da telomerase, e da ligação da proteína viral E7 com o gene RB, a consequência desses processos é a proliferação das células infectadas com o material viral e propensas a adquirir mutações, e a imortização da célula. Além disso, devido ao fato que o material viral está integrado ao material do hospedeiro, isso concede uma maior expressão dos genes E6 e E7, além de conseguir desregular oncogenes que estiverem próximos ao seu local de inserção do DNA do hospedeiro. Embora o HPV seja uma das principais causas do câncer, ele por si só não é suficiente para causar o câncer, mas também a: exposição a carcinógenos, os hábitos de vida e o estado imune do hospedeiro. Há uma variedade de tipos histológicos possíveis para o câncer de colo de útero, por isso, a importância da realização da biópsia para definir e delimitar o adequado tratamento às pacientes. Porém, o carcinoma de células escamosas (CEC) representa 70% dos casos, seguido dos adenocarcinomas com 25% e carcinomas adenoescamosos com cerca de 3 a 5%. Sendo que, esse último apresenta além da alteração glandular, também uma diferenciação escamosa, contudo, é o tipo histológico com o pior prognóstico. Os adenocarcinomas possuem alta taxa de falso negativo nos exames de citologia oncológica, e um curto limite de tempo entre um Papanicolau negativo e o diagnóstico de câncer. Contudo, o exame preventivo ainda é responsável pela maior redução de riscos de ambos os subtipos histológicos, com destaque para o carcinoma de células escamosas. O câncer de colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas em fase inicial. Porém, nos casos mais avançados pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual (dispareunia – dor ao contato íntimo), secreção vaginal anormal, com um corrimento que pode variar de aquoso, mucoide ou purulento e fétido e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais. Em casos avançados, podemos analisar edema de MMII, principalmente nas regiões pélvicas e lombar com irradiação para a região posterior dos membros, ou insuficiência renal quando há invasão/obstrução das estruturas adjacentes do trato geniturinário ou pela invasão do reto ocasionando uma suboclusão intestinal. Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que cerca de 630 milhões de homens e mulheres (1/10 pessoas) estão infectadas por este vírus no mundo. No Brasil, a estimativa e de que haja 9/10 milhões de infectados pelo HPV e que a cada ano, 700 mil casos novos surjam, podendo ser considerado uma epidemia. Incidência Aproximadamente 12.000 novos casos por ano, com 4.000 a 5.000 mortes associadas. A média de idade de diagnóstico é de 48 anos. Os EUA apresentam taxa de mortalidade ajustada por idade de 2,6 a cada 100.000 mulheres. Predominância As maiores taxas de incidência ocorrem em países em desenvolvimento. Entre a população dos EUA, os hispânicos apresentam incidência maior do que os afro- americanos, que, por sua vez, exibem incidência maior do que os caucasianos. Em todo o mundo, o câncer de colo do útero é o terceiro mais comum em mulheres. As taxas de incidência por infecção pelo HPV podem alcançar cerca de 30 a 40% em pacientes abaixo dos 20 anos, após os 35 anos, a prevalência reduz para cerca de 10%, e a de infecção para HPV de alto risco (oncogênicos) para cerca de 5%. A prevalência nas mulheres de idade entre 17 e 33 anos é mais elevada, sendo mais elevada ainda idade entre 20 e 29 anos. Essa prevalência reduz com o aumento da idade. A infecção do HPV alcança cerca de 25% de mulheres nos primeiros 10 anos de atividade sexual e o risco de infecção pelo vírus e de 80% durante toda a vida. O HPV 16 além de ser um dos tipos de alto risco mais comum entre mulheres, é também o subtipo mais frequente entre os casos de câncer cervical, com taxas de 24,3% em mulheres com idade média de 16 anos e 23,7% em mulheres com 25 anos (16, 17, 18, 19). O subtipo HPV 18, também classificado como de alto risco, apresenta taxas de prevalência de 7,3% em mulheres com idade ao redor de 16 anos e 7,2% em mulheres com idade próxima de 25 anos. A incidência do HPV vem aumentando cada vez mais, praticamente ocorre na mesma proporção acometendo mulheres, homens, adultos e crianças, onde há um pico desta incidência que ocorre entre 20 e 40 anos, podendo ser por motivo do início da fase adulta, e talvez por medo, timidez ou falta de orientação, conclui-se que com essas altas taxas de incidência de infecção pelo HPV, torna-se um importante motivo para problema de saúde pública. A prevenção primária deve focar na diminuição do risco de contágio pelo Papilomavírus Humano (HPV). Já que a transmissão da infecção ocorre por via sexual, principalmente por desgastes devido ao atrito e fricção causando assim lesões microscópicas na mucosa ou na pele da região anogenital. Dessa forma, o uso de preservativos durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal. A camisinha feminina, que cobre também a vulva, é mais eficaz para evitar a infecção, se utilizada desde o início da relação sexual. Parceria sexual: é fundamental que as parcerias sexuais sejam aconselhadas e examinadas. Pode acontecer de a infecção inicial ter ocorrido na parceria sexual que não apresente qualquer sinal ou sintoma. Dessa forma, faz-se necessária a realização de consulta para o casal. Exame preventivo do câncer de colo de útero (prevenção secundária): O exame preventivo, também chamado de colpocitologia oncótica cervical ou Papanicolau, é o exame ginecológico preventivo mais comum para identificar lesões precursoras de câncer do colo do útero. Esse exame ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O exame não é capaz de diagnosticara presença do HPV; no entanto, é considerado o melhor método para detectar o câncer do colo do útero e suas lesões precursoras. Quando as alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir 100% dos casos. Por isso, é muito importante que as mulheres façam o exame de Papanicolau regularmente, mesmo que estejam vacinadas contra HPV. Vacinação contra o HPV: o MS implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. A partir de 2017, o Ministério estendeu a vacina para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Para mulheres com imunossupressão (diminuição de resposta imunológica), vivendo com HIV/Aids, transplantadas e portadoras de cânceres, a vacina é indicada até 45 anos de idade. Homens que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 26 anos. Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero. A vacina é produzida através de elementos da cápsula viral, dessa forma, não há estimulação do sistema imune por contato com o DNA viral, logo é uma vacina de vetor viral. A eficácia da vacina requer que ela seja administrada em 3 doses. Essas, serão, pelo SUS, distribuídas da seguinte forma: 1ª: a partir dos 9 anos de idade; 2ª: 6 meses após e 3ª: 5 anos depois da primeira dose. Contudo, mesmo as mulheres vacinadas, quando chegar na idade preconizada de 25 anos, deve realizar o exame preventivo periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos do HPV. Os seguintes testes podem ser utilizados: 1. Exame pélvico e história clínica: Exame da vagina, colo do útero, útero, ovário e reto, toque vaginal e toque retal. 2. Exame Preventivo (Papanicolau): Também chamado de esfregaço cervicovaginal e colpocitologia oncótica cervical, este exame é realizado para detectar alterações nas células do colo do útero, sendo uma das principais estratégias para detectar lesões precocemente e fazer o diagnóstico da doença nos seus estágios iniciais, antes mesmo que manifeste sintomas. A realização periódica desse exame permite que o diagnóstico seja feito cedo e reduza a mortalidade por câncer do colo do útero. O exame é rápido e indolor, podendo causar apenas um pequeno desconforto se realizado com a técnica adequada. Para garantir um resultado correto, a mulher não deve ter relações sexuais 48h antes do exame, evitar o uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48h anteriores à realização do exame, além disso, é importante também que não esteja menstruada. Como é feito o exame? → Para a coleta do material, é introduzido um instrumento chamado espéculo na vagina (conhecido popularmente como “bico de pato”, devido ao seu formato); → O médico faz a inspeção visual do interior da vagina e do colo do útero; → A seguir, o profissional provoca uma pequena escamação da superfície externa e interna do colo do útero com uma espátula de madeira e uma escovinha; → As células colhidas são colocadas numa lâmina para análise em laboratório especializado em citopatologia. Toda mulher que tem ou já teve vida sexual deve submeter-se ao exame preventivo periódico, especialmente as que têm entre 25 e 59 anos. Inicialmente, o exame deve ser feito anualmente. Após dois exames seguidos (com um intervalo de um ano) apresentando resultado normal, o preventivo pode passar a ser feito a cada três anos. Laudos e Classificações do Exame: → Atipias de Significado Indeterminado em células escamosas (ASCUS) e/ou glandular (AGUS) Células indiferenciadas – se parecem menos com o tecido de origem. Células displasicas, ou seja, temos um tecido com umas células estranhas no mesmo. Alterações celulares não classificadas como Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC), contudo são alterações que merecem identificação. Com isso, Bethesda cria uma classificação em 1998 para triar as lesões intraepiteliais escamosas que não NIC. Contudo, em 2001 houve uma atualização devido a necessidade de incorporar novas tecnologias. Dessa forma: Classe 1 de Bethesda: Negativo para lesão intraepitelial ou malignidade; Classe 2 de Bethesda: Atípias indefinidas (ASC) → Geralmente essa lesão regride. - AG-US: Atipias de significado indeterminado em células glandulares; - ASC-US – Atípicas de células escamosas de significado indeterminado, possivelmente não neoplásicas, repetir o exame em até 6 meses se a paciente tiver 30 anos ou mais, e se tiver idade menor que isso, realiza-lo novamente em até 1 ano. Se, ao repetir o exame o resultado estiver alterado deve-se realizar uma colposcopia. ASCH → célula com hipercromasia indicativo de alta atividade metabólica, o núcleo muito maior que sua relação com o citoplasma, vacualização do citoplasma, mais de um núcleo (indicando presença de atividade mitótica), células em fileira. Discariose (alteração morfológica do núcleo, dessa forma, o núcleo fica disforme, dividido em uma ou mais partes). A diferença para lesões H-SIL é que nós temos maior quantidade dessas alterações nas células. - ASC-H – Atípicas de células escamosas de significado indeterminado, não podendo afastar lesão de alto grau. Encaminhamento direto para a colposcopia, e se tiver alterado biópsia. Classe 3 de Bethesda: LSIL – lesão intraepitelial escamosa de baixo grau, repetir o citopatológico em 6 meses e encaminhar imediatamente para a colposcopia. // NIC-I. Classe 4 de Bethesda: HSIL – Lesão intraepitelial escamosa de alto grau. Colposcopia → Biópsia // NIC-II ou -III. Neoplasia Intraepitelial Cervical Grau I (NIC I) (displasia leve): As alterações de diferenciação celular se limitam a 1/3 do epitélio de revestimento da cérvice. Neoplasia Intraepitelial Cervical Grau II (NIC II) (displasia moderada) – Alto Grau: Desordenação avança 2/3 proximais da membrana. Neoplasia Intraepitelial Cervical Grau III (NIC III) – Alto Grau: O desarranjo é observado em todas as camadas, sem romper a membrana basal. O carcinoma in situ, ainda é NIC – III. Carcinoma Escamoso Invasivo. Adenocarcinoma in situ ou invasivo. O carcinoma in situ, não é câncer, é uma displasia que compromete todo o tecido, porém, que ainda não invadiu a membrana basal. 3. Colposcopia Exame que permite visualizar a vagina e o colo de útero com um aparelho chamado colposcópio, capaz de detectar lesões anormais nessas regiões. Um exame colposcópico adequado deve visualizar toda a JEC e todas as lesões suspeitas devem ser submetidas a exame anatomopatológico. Mulheres sem lesões aparentes e com um exame de citologia oncótica anormal devem ser submetidas à colposcopia com biópsia dirigida das lesões suspeitas. * A JEC é a junção dos epitélios do canal do colo do útero e da vagina. Dentro do canal encontra-se o epitélio cilíndrico ou glandular (que produz muco) e na vagina um epitélio escamoso (revestimento da vagina). Neste local ocorre a maioria dos cânceres de colo e das lesões pré-cancerígenas. Para o Programa Viva Mulher, as informações da colposcopia do colo do útero serão classificadas em: Colposcopia normal - deve ser considerada normal a ausência de qualquer lesão colposcópica e onde foi possível visibilizar a JEC em todos os seus limites. Colposcopia anormal - deve ser considerada anormal o reconhecimento de alterações epiteliais, vasculares ou associações de ambas e a JEC foi visibilizada em todos os seus limites. Colposcopia Insatisfatória - considera-se insatisfatório o exame colposcópico em que a JEC não é visibilizada e quando o epitélio escamoso apresentar atrofia ou inflamação intensa. 4. Biópsia Se células anormais são detectadas no exame preventivo (Papanicolau),é necessário realizar uma biópsia, com a retirada de pequena amostra de tecido para análise no microscópio. O tratamento deve ser individualizado, visto que, o tipo de tratamento dependerá do estadiamento da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos, em pacientes jovens devemos priorizar modalidades terapêuticas que preservem a função reprodutiva, se possível. Por isso, deve-se analisar as vantagens e desvantagens específicas de cada método, a topografia da lesão, a topografia da junção escamo-colunar e, somente após este mapeamento, decidir qual o melhor método a ser aplicado. Tratamento Cirúrgico: Retirada de certa quantidade de tecido da área com câncer e seus arredores, sendo uma opção viável para mulheres em estágios iniciais do câncer. a) Conização: Retirar uma área do colo do útero em forma de cone, pode ser tanto uma técnica diagnóstico, como um tratamento, visto que, a retira de determinada porção pode remover completamente as lesões pré-cancerígenas e câncer em estágio inicial; b) Histerectomia simples: Retirada de colo e corpo do útero, preservando tecidos adjacentes e os ovários; c) Histerectomia radical: retirar o útero e tecidos ao seu redor, além de, frequentemente, retirar os nódulos linfáticos da pelve e das regiões adjacentes. As trompas uterinas e os ovários geralmente não são retirados, a menos que pareçam anormais. Tumores ressecáveis: São aqueles que os médicos acreditam que podem ser removidos completamente por cirurgia. Tumores irressecáveis: São os tumores que se espalharam ou estão em locais de difícil acesso para serem completamente removidos por cirurgia. Em termos gerais, a maioria dos tumores estágio 0, I e II e alguns do estágio III é ressecável, enquanto a maioria dos tumores estágio III e IV é irressecável. Mas isso também depende de outros fatores, como o tamanho e a localização do tumor e o estado de saúde geral do paciente para realizar a cirurgia. Tratamento Clínico O tratamento clínico pode ser realizado através da destruição da lesão por meios físicos ou químicos. É claro que esses tipos de tratamentos apresentam a limitação de não fornecer material para estudo histopatológico, impedindo o diagnóstico definitivo. Só devem ser indicados nos casos em que houver a concordância entre a citopatologia, biópsia incisional e colposcopia e não houver a possibilidade do tratamento por cirurgia. A podofilina a 25% em solução alcoólica é um método tradicional, mas associado a um pequeno percentual de cura e a um grande índice de complicações. O ácido tricloroacético a 70% pode ser utilizado em aplicações semanais em consultório para destruição de lesões de vulva ou do fundo do saco vaginal, sendo indicada na gravidez ou no tratamento de lesões exofíticas (desenvolve externamente ao órgão). Entre os meios físicos, temos a crioterapia que destrói as camadas superficiais do epitélio cervical no colo do útero pela cristalização da água intracelular, que leva à rotura da célula e de suas organelas e a distúrbios bioquímicos. A eletrocauterização consiste no tratamento do colo com a extremidade quente de um cautério, mas hoje em dia é uma técnica em desuso, pela necessidade de repetidas aplicações para destruição de toda zona de transformação. Radioterapia A radioterapia utiliza radiação para destruir as células cancerosas. Pode ser utilizada em todos os estágios do câncer cervicouterino. Este tratamento também pode ser usado depois de uma cirurgia para destruir quaisquer células cancerosas que possam ter ficado na área. As mulheres nas quais o câncer se espalhou para além do colo do útero podem receber radioterapia e quimioterapia. A radioterapia não causa dor, mas pode causar efeitos colaterais, que podem ser tratados ou controlados. A maioria dos efeitos colaterais desaparece uma vez terminado o tratamento. Quimioterapia A quimioterapia é o uso de medicamentos para destruir as células cancerosas. Geralmente é combinada à radioterapia. Quando o câncer se espalhou para outros órgãos, a quimioterapia pode ser usada isoladamente. KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia –. Bases Patológicas das Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010; BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo. Patologia Geral. 9 a edição. Editora Guanabara. Koogan S.A., Rio de Janeiro, RJ, 2016; SALOMÃO, R. Infectologia: Bases clínicas e tratamento. - 1. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017; FERRI. Oncologia e Hematologia. 1. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019; Porth CM, Matfin G. Fisiopatologia. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2010; Maria Del Pilar Estevez Diz, Rodrigo Bovolin de Medeiros. Câncer de colo uterino – fatores de risco, prevenção, diagnóstico e tratamento. Rev Med (São Paulo). 2009 jan.- mar.;88(1):7-15. Folheto informativo 5: Tratamento do câncer do colo do útero. Série de folhetos informativos sobre o papilomavírus humano e o câncer do colo do útero. http://www.oncoguia.org.br/conteudo/causas-do-cancer-de-colo-do-utero/6716/1124/ https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/6269.pdf https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero/profissional-de-saude https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/acoes-de- controle/deteccao-precoce http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/infeccoes-sexualmente- transmissiveis/condiloma-acuminado-papilomavirus-humano-hpv https://bvsms.saude.gov.br/papanicolau-exame-preventivo-de-colo-de-utero/ https://aps.bvs.br/aps/quais-as-diferencas-entre-nic-i-nic-ii-e-nic-iii/ https://incariopreto.com.br/cancer-do-colo-de-utero/ http://www.oncoguia.org.br/conteudo/estadiamento-do-cancer-de-via-biliar/3540/575/ Alterações de imagem em útero, colo e anexos Os métodos de imagem mais comumente utilizados são: USG, TC, RM e histerossalpingografia (pesquisas relacionadas a problemas com a fertilidade). Sendo que a USG é o principal exame de escolha, visto que, não é um exame que demanda radiação que possa afetar o tecido ovariano, além da rapidez e baixo custo. Além disso, é fácil obter uma imagem superficial do aparelho reprodutor feminino, bastando apenas realizar o exame com a bexiga distendida. A USG transvaginal é importante para a avaliação de certas neoplasias. USG x TC → A USG consegue capturar a imagem em planos transversais, longitudinais e transvaginais. http://www.oncoguia.org.br/conteudo/causas-do-cancer-de-colo-do-utero/6716/1124/ https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/6269.pdf https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero/profissional-de-saude https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/acoes-de-controle/deteccao-precoce https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/acoes-de-controle/deteccao-precoce http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/infeccoes-sexualmente-transmissiveis/condiloma-acuminado-papilomavirus-humano-hpv http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/infeccoes-sexualmente-transmissiveis/condiloma-acuminado-papilomavirus-humano-hpv https://bvsms.saude.gov.br/papanicolau-exame-preventivo-de-colo-de-utero/ https://aps.bvs.br/aps/quais-as-diferencas-entre-nic-i-nic-ii-e-nic-iii/ https://incariopreto.com.br/cancer-do-colo-de-utero/ http://www.oncoguia.org.br/conteudo/estadiamento-do-cancer-de-via-biliar/3540/575/ Utilização de TC e RM → suspeitas de infecções ou neoplasias envolvendo ovários ou útero. A Histerossalpingografia corresponde a um exame de raio-X realizado com contraste que pode ser feito no próprio consultório médico após marcação. Para realizar o exame, a mulher deve ficar em posição ginecológica, semelhante à posição para o exame de Papanicolau, e o médico injeta, com o auxílio de um cateter, o contraste, que é um
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