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Breve histórico do desenvolvimento econômico no Brasil Segundo Fábio Giambiagi, “a participação do Estado nas atividades econômicas no Brasil, ao longo do século XX, foi de certo modo inevitável, tendo em vista: a) a existência de um setor privado relativamente pequeno, b) os desafios colocados pela necessidade de enfrentar crises econômicas internacionais, c) o desejo de controlar a participação do capital estrangeiro, principalmente nos setores de utilidade pública e recursos naturais, d) o objetivo de promover uma industrialização rápida de um país atrasado. O Estado-Desenvolvimentista não apenas assumiu o papel de planejador do processo de industrialização, como também investiu diretamente nos setores considerados estratégicos para o desenvolvimento industrial brasileiro, com destaque para a infra-estrutura – principalmente estradas, energia e comunicações. Assim, a política econômica operada neste período se baseou, em grande parte, em uma política fiscal voltada para a formação de capital fixo. Capital Fixo: Meios de produção utilizados várias vezes e que permitem a realização do processo produtivo por vários períodos, mas que sofrem um natural desgaste devido ao uso e ao clima.(Ex: Edifícios, máquinas, viaturas, etc.). Apesar da sociedade ter sustentado a política desenvolvimentista operada pelo Estado no período, o resultado do crescimento não foi distribuído eqüitativamente entre os seguimentos sociais; de tal forma que, apesar do país ser uma das maiores economias mundiais, a qualidade de vida da maioria da população não reflete esse fato. Uma parcela significativa do crescimento acelerado da economia no pós-guerra pode ser atribuída a vários mecanismos de intervenção e participação do setor público, principalmente as suas ações desenvolvimentistas, no sentido de promover a industrialização do país, realizando diretamente grande volume de investimentos públicos, assim como, estimulando a realização de investimentos privados, por meio de incentivos fiscais. Por outro lado, muitos dos desequilíbrios e distorções identificados na economia, que representaram obstáculos à retomada do crescimento econômico, resultaram igualmente da participação do setor público na economia. A crise fiscal, resultante da sua agenda empreendedora, limitou as ações do Estado, principalmente no que se referiu à utilização dos recursos disponíveis para realizar novos investimentos, embora se tenha observado altos índices para a carga tributária incidente sobre a economia. A economia brasileira presenciou, no pós-guerra, períodos exuberantes de crescimento, de crises cambiais e monetárias, de estagnação e de recessão. Este período pode ser dividido em seis fases: a) 1948 a 1963 : Crescimento e crise; b) 1964 a 1973 : Reforma, crescimento e equilíbrio; c) 1974 a 1979: Choque, crescimento e crise; d) 1980 a 1985: Ajuste estrutural, crescimento e inflação; e) 1986 a 1994: Hiperinflação e estagnação; f) 1995 a 2003: Estabilidade monetária e estagnação a) Crescimento e Crise: 1948 a 1963 Entre 1948 e 1963 o Brasil viveu uma fase de acentuado crescimento, com o PIB expandindo, em média, 7,1% a.a. O Estado liderou o processo acumulação de capital. Investiu em energia, transportes, siderurgia e construção naval e tomou a iniciativa da obtenção de financiamentos externos para investimento na infra-estrutura. Em 1952 foi criado o BNDE para organizar a contrapartida nacional dos financiamentos externos. PIB = Produto Interno Bruto. Representa a soma de todos os bens e serviços produzidos durante um período de tempo, no caso, um ano. BNDE = Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Taxas de Crescimento do PIB Real 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 9,7 7,7 6,8 4,9 7,3 4,7 7,8 8,8 2,9 7,7 10,8 9,8 9,4 8,6 6,6 0,6 Fonte: IBGE – Elaboração: Idéias Consultoria Economia Brasileira Contemporânea 1945-2004 – Fábio Giambiagi – Ed. Campus – p235. A receita própria especialmente tributária, não foi suficiente para suportar os investimentos de forma que a emissão de moeda e a tomada de empréstimos, especialmente externos, constituíram fontes de recursos amplamente utilizadas no período. Entre os principais fatores que afetaram a estrutura de financiamento dos investimentos encontra-se;1) a construção de Brasília, como um fator adicional de emissão, provocando, ainda, destruição do equilíbrio atuarial do sistema previdenciário e 2) a falta de mercado de títulos governamentais que não propiciava um financiamento adequado para a cobertura do déficit público. No que se refere à inflação, a expansão monetária não foi a única causa do processo inflacionário, mas foi a mais importante. Taxa de Inflação Anual – IGP-DI 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 7,97 12,29 12,41 12,34 12,72 20,51 25,87 12,15 24,57 6,95 24,38 39,44 30,46 47,79 51,60 79,91 Fonte: IPEA Em resumo, o Estado, acelerou e antecipou o crescimento econômico, utilizando uma política econômica agressiva, que tinha como fontes a emissão de moeda e empréstimos externos, uma vez que a receita tributária não era suficiente para sustentar os gastos correntes e os investimentos realizados. A inflação, conseqüência da emissão de papel moeda, apareceu já a partir de 1958, penalizando toda a sociedade. A população passou de 49,2 milhões em 1948 para 76,6 milhões de habitantes em 1963. No mesmo período o PIB passou de 139,6 bilhões para 381,6 bilhões de reais a preços de 2007, de acordo com o IPEA. Como pode ser visto no quadro abaixo, a renda, neste período, já se encontrava bastante concentrada. Faixa 1960 20% mais pobres 3,9 Segundo 20% 7,4 Terceiro 20% 13,6 Quarto 20% 20,3 20% mais ricos 54,8 10% mais ricos 39,6 1% mais rico 13,8 Índice de Gini* 0,5 O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada é uma fundação pública federal vinculada ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Suas atividades de pesquisa fornecem suporte técnico e institucional às ações governamentais para a formulação e reformulação de políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiros. b) Reforma, Crescimento e Equilíbrio: 1964 – 1973 Período excepcional em termos de crescimento (8,3% a.a. em média) e de equilíbrio externo. Os anos 1964/65 foram dedicados à reforma do setor público, à reforma tributária, à organização do sistema financeiro, à reforma trabalhista, à criação do mercado de títulos governamentais, à unificação das taxas de câmbio, à maior abertura das importações e, fundamentalmente, a um estímulo vigoroso às exportações. Taxas de Crescimento do PIB Real 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 3,4 2,4 6,7 4,2 9,8 9,5 10,4 11,3 11,9 14 Fonte: IBGE – Elaboração: Idéias Consultoria Economia Brasileira Contemporânea 1945-2004 – Fábio Giambiagi – Ed. Campus – p235. A política econômica estabeleceu duas grandes prioridades: • uma de curto prazo - a redução da inflação, e • outra de longo prazo - a retomada do crescimento econômico. A inflação foi combatida utilizando-se instrumentos usuais de controle da demanda agregada, inclusive arrocho salarial. O salário mínimo a preços constantes variou de R$427,00 em média em 1964 para R$346,00 em 1973 (Fonte:IPEA). Taxa Anual de Inflação – IGP-DI 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 92,12 34,22 39,11 25,02 25,50 19,31 19,27 19,48 15,73 15,53 Fonte:IPEA Algumas polêmicas marcaram o período e se estendem até hoje. A primeira está relacionada à piora na distribuição de renda pessoal, quando os segmentos de rendas relativamente baixas teriam se beneficiado menos que o de rendas mais elevadas. No quadro abaixo verifica-se que apesar do apesar do expressivo crescimento do PIB de 614% entre 1960 e 2005,muito superior ao da população que expandiu em 163% no mesmo período, ocorreu concentração da renda, que de acordo com o coeficiente de Gini, avançou de 0,5 em 1960 para 1,552 em 2005. Distribuição de Renda da População Economicamente Ativa com Rendimento não Nulo: 1960-2005 Faixa 1960 1970 1980 1990 1996 2004 2005 20% mais pobres 3,9 3,4 3 2,3 2,5 3,2 3,5 Segundo 20% 7,4 6,6 5,8 4,9 5,5 7,4 7,6 Terceiro 20% 13,6 10,9 9 9,1 10 10,6 10,6 Quarto 20% 20,3 17,2 16,1 17,6 18,3 17,6 17,6 20% mais ricos 54,8 61,9 66,1 66,1 63,8 61,2 60,7 10% mais ricos 39,6 46,7 51 49,7 47,6 45,5 45,3 1% mais rico 13,8 14,8 18,2 14,6 13,6 13,1 13,3 Índice de Gini* 0,5 0,568 0,59 0,615 0,6 0,559 0,552 Variação do PIB** 1,82 2,29 1,17 1,18 1,20 1,03 Variação do PIB em Relação a 1960** 4,16 4,87 5,76 6,92 7,14 Variação da População** 1,33 1,27 1,24 1,10 1,13 1,01 Variação da População em Relação a 1960** 1,69 2,09 2,30 2,59 2,63 Índice de Gini: quanto mais próximo de 1 mais concentrada é a renda Economia Brasileira Contemporânea – Amaury Patrick Gremaud e outros – p70. ** Fonte: IPEA Apesar da renda apresentar concentração, alguns indicadores sociais melhoraram, como “Esperança de Vida ao Nascer”, conforme pode ser visto no quadro abaixo, o que sugere que todos ganharam no período, mas alguns ganharam mais com o crescimento econômico. ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER - ANO 1960 1970 1980 1991 2000 55,5 51,43 56,87 64,73 68,61 A segunda objeção era de que o programa de exportações estaria piorando a eficiência produtiva ao subsidiar produtos manufaturados sem vantagens comparativas, que se desenvolveram à sombra de elevada proteção na substituição de importações, em detrimento de setores competitivos. Os subsídios à exportação compensavam as deficiências herdadas do passado. Esta ação de Política Fiscal mais tarde mostrou-se desnecessária pois a maioria desses setores continuaram exportando quando os subsídios foram reduzidos. c) Choque, Crescimento e Crise: 1974-1979 Período de crescimento ainda relativamente elevado (6,7% a.a.) e com problemas externos. No final de 1973, ocorreu o primeiro choque do petróleo (o preço do barril aumentou 280%, passando de US$ 3,05 em 09/73 para US$ 11,57 em 01/74, por barril, conforme informa o IPEA. No ano seguinte, surgiram sinais surgiram dificuldades na área externa, em parte conseqüência do aumento dos preços do petróleo que além de afetarem a balança comercial (boa parte do petróleo consumido era importado), afetou negativamente a atividade econômica mundial. O governo Geisel, que tomara posse no início de 1974, programara uma ampla substituição de importações para sustentar uma taxa de crescimento do produto de 10% a.a. Muitos projetos foram executados através de créditos subsidiados. Eles incluíam bens de capital e insumos básicos. O governo optou pelo crescimento financiado com endividamento externo. Esta política foi viável porque a situação do balanço de pagamentos ao final de 1973 era muito confortável e por encontrar um mercado internacional líquido que reciclava com facilidade os petrodólares . Os choques do petróleo foram os principais fatores de elevação da inflação no período, embora não os únicos. Em 1975, foi instituído o programa do álcool para complementar a produção do petróleo. O modelo adotado de financiamento do crescimento com base em poupança externa, baseada em financiamentos com taxas flutuantes, mostrou-se insustentável. O segundo choque do petróleo provocou retração econômica mundial, elevação das taxas de juros internacionais, sufocou as metas de crescimento econômico e trouxe pesadas perdas sociais evidenciadas na corrosão dos salários em função das taxas de inflação, aumento da taxa de desemprego e maior concentração da renda. d) Ajuste Estrutural, Crescimento e Inflação: 1980 – 1985 Neste período a situação da economia brasileira era bastante clara: 1) o país não tinha acesso aos empréstimos externos para continuar financiando os investimentos; 2) o aumento das taxas de juros externas, que passaram de 6%% a.a. em 1976 para 21% a.a. em 1980, estavam comprometendo excessivamente o Balanço de pagamentos; 3) a conta petróleo, que consumia 46% das exportações, afetava igualmente, o Balanço de pagamentos; 4) a inflação se manifestava, mais uma vez, fortemente; 5) a economia dos países industrializados apresentou crescimento de apenas 1,6%, afetando as exportações. Taxas de Crescimento do PIB Real 1980 1981 1982 1983 1984 1985 9,2 -4,3 0,8 -2,9 5,4 7,8 Fonte: IBGE – Elaboração: Idéias Consultoria Economia Brasileira Contemporânea 1945-2004 – Fábio Giambiagi – Ed. Campus – p235. Taxa de Inflação 1980 1981 1982 1983 1984 1985 110,23 95,20 99,73 211,02 223,81 235,13 Fonte: IPEA . Salário Mínimo - preços constantes 1980 1981 1982 1983 1984 1985 353,67 352,44 357,18 322,55 294,65 305,62 Fonte: IPEA Balança de Pagamentos – US$ Bilhões 1980 1981 1982 1983 1984 1985 Exportações 20,1 23,3 20,2 21,9 27 25,7 Importações 22,9 22,1 19,4 15,4 13,9 13,2 Com a maxidesvalorização do câmbio efetivada ao final de 1979 as exportações em 1980 cresceram 32%, mas mesmo assim, foram insuficientes para enfrentar o desequilíbrio das transações correntes. A ocorrência da crise do México reduziu ainda mais a disposição externa de financiar o déficit brasileiro. O país recorreu ao FMI, avançou na renegociação das dívidas e realizou nova desvalorização cambial. Mesmo durante o auge da crise, os grandes projetos Itaipu e Tucuruí (área de energia), Carajás, Albras, Alumar e Tubarão (em quais áreas?) não deixaram de ser executados. e) Hiperinflação e Estagnação: 1986 a 1994 O Fundo Monetário Internacional é uma organização internacional que pretende assegurar o bom funcionamento do sistema financeiro mundial pelo monitoramento das taxas de câmbio e da balança de pagamentos, através de assistência técnica e financeira. Sua sede é em Washington, nos Estados Unidos. http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza??o_internacional http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos_da_Am?rica http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos_da_Am?rica http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos_da_Am?rica http://pt.wikipedia.org/wiki/Balan?a_de_pagamentos http://pt.wikipedia.org/wiki/Balan?a_de_pagamentos http://pt.wikipedia.org/wiki/Balan?a_de_pagamentos http://pt.wikipedia.org/wiki/Balan?a_de_pagamentos http://pt.wikipedia.org/wiki/Balan?a_de_pagamentos http://pt.wikipedia.org/wiki/Balan?a_de_pagamentos http://pt.wikipedia.org/wiki/C?mbio http://pt.wikipedia.org/wiki/C?mbio http://pt.wikipedia.org/wiki/C?mbio http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza??o_internacional http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza??o_internacional Inflação IGP - DI 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 65,04 415,95 1037,53 1782,85 1476,71 480,23 1157,84 2708,17 1093,85 Taxa de Crescimento do PIB Real 1986 1987 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 7,5 3,5 -0,1 3,2 -4,3 1,0 -0,5 4,9 5,9 Este período é caracterizado por uma escala sem precedentes da inflação. O Produto Interno apresentou crescimento vegetativo apenas. O país viveu várias tentativas de estabilização da moeda com planos heterodoxos, que tinham como pilares de sustentação o congelamento de preços e da taxa de câmbio. O Plano Cruzado, em fevereiro de 1986, conteve a inflação do ano, mas provocou aumento da renda e da demanda, que eram incompatíveis com o congelamento de preços e escassez de oferta. Neste mesmo ano ocorreu a moratória da dívida externa e o lançamento, já em novembro, do Cruzado II, reajustando os preços públicos. Em julho de 1987 foi editado o Plano Bresser, com novo congelamento de preços e salários, com aumento dos preços públicos e com a promessa de controlar a demanda por meio das políticas fiscais e monetárias. Maílson da Nóbrega tomou posse no final de 1987 e promoveu a política do “feijãocom arroz”, que objetivava conter a inflação em 15% ao mês e com Política Fiscal de controle do déficit público. Em janeiro de 1989 foi instituído o Plano Verão. Realizou-se reforma monetária, introduzindo o Cruzado Novo em substituição ao Cruzado, congelamento de preços, câmbio e contratos pós-fixados. Em 1990 surgiu o Plano Collor, indisponibilizando os depósitos e aplicações financeiras. Novo congelamento de preços, câmbio e salários. As tentativas de estabilização com congelamento de preços e câmbio fracassaram. Houve ainda elevação do consumo do governo, prejudicando o investimento e afetando negativamente o crescimento. Investimento e Despesa Total do Setor Público (% do PIB) Ano Investimento Despesa 1973 3,71 21,46 1974 3,86 21,42 1975 3,95 23,55 1976 4,03 23,27 1977 3,30 21,46 1978 3,15 22,83 1979 2,47 22,09 1980 2,34 22,97 1981 2,65 23,31 1982 2,44 24,31 1983 1,90 24,06 1984 2,03 21,61 1985 2,60 22,44 1986 3,18 24,53 1987 3,28 25,30 1988 3,43 25,90 1989 2,94 29,03 1990 3,73 32,99 1991 2,59 31,10 1992 3,16 31,79 1993 3,06 33,04 1994 3,20 31,77 1995 2,54 35,41 1996 2,31 33,93 1997 1,98 33,25 1998 2,43 36,00 1999 1,94 35,81 2000 2,52 - Fonte: O impacto da Política Fiscal e do Nível Tecnológico sobre o Crescimento Econômico do Brasil: 1951/2000 Cadernos de Finanças Públicas nº 06 – Maio de 2005, p21 a 31 f) Estabilidade Monetária e Estagnação: 1995 a 2003 PIB 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 5,9 4,2 2,7 3,3 0,1 0,8 4,4 1,3 1,9 -0,2 IGP – DI 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 1093,9 14,8 9,3 7,5 1,7 20,0 9,8 10,4 26,4 7,7 Foi somente em junho de 1994, com o Plano Real, que se deu um passo decisivo para a estabilização dos preços. Em novembro de 1995 foi criado o PROER que concedeu linha especial de assistência financeira aos bancos privados, e o PROES (agosto de 1996), que destinou recursos para o saneamento dos bancos estaduais. Neste período, em resumo, tivemos o seguinte desempenho: a valorização do câmbio (junto com a redução das tarifas aduaneiras) causou déficits crescentes em transações correntes, somando US$ 186 bilhões entre 1995 e 2002, a despeito das privatizações. Esses déficits financiaram o aumento do consumo em detrimento do investimento, não contribuindo para a ampliação da capacidade produtiva e do crescimento. A destruição dos superávits primários, juros elevados e emissão de títulos do tesouro com variação cambial (em virtude das incertezas provocadas pelo desequilíbrio externo) aumentaram a dívida pública líquida (total) de 30% do PIB em 1994 para 59% em 2003. A tabela abaixo mostra o efeito arrasador dos juros e da variação cambial. Fatores de Aumento da Dívida Líquida do Setor Público 1995 – 2002 1.Razão dívida líquida total do setor público/PIB (%) 1994 30,0 2002 55,5 Aumento no período 25,5 2. Fatores de variação (% PIB) 2.1 Aumentos 59,9 Juros 35,4 Variação Cambial 18,4 Esqueletos 6,1 2.2 Reduções -34,3 Superávit Primário -10,0 Crescimento do PIB -20,2 Privatização -4,1 Aumentos no período 25,5 Fonte: Banco Central O PROER, Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional, tem a finalidade de recuperar instituições financeiras que estejam com problemas financeiros. O PROES, Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária, lançado por meio da MP nº 1.514, de 7.8.96, visa ao financiamento dos Estados brasileiros. Breve histórico do desenvolvimento econômico no Brasil Com a maxidesvalorização do câmbio efetivada ao final de 1979 as exportações em 1980 cresceram 32%, mas mesmo assim, foram insuficientes para enfrentar o desequilíbrio das transações correntes. Em novembro de 1995 foi criado o PROER que concedeu linha especial de assistência financeira aos bancos privados, e o PROES (agosto de 1996), que destinou recursos para o saneamento dos bancos estaduais.
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