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Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 1 Concreto A Solicitações Tangenciais TRAJETÓRIA DAS TENSÕES PRINCIPAIS Viga biapoiada no Estádio I Eixos x-y Eixos principais Concreto não fissurado Aparecimento das primeiras fissuras de flexão Seção a-a: estádio I Seção b-b: estádio II Fissuras de flexão e fissuras de cisalhamento pouco antes da ruptura Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 2 Seção b-b MECANISMOS BÁSICOS DE TRANSFERÊNCIA DA FORÇA CORTANTE 1) 𝑉𝑠 : Armadura transversal 2) 𝑉𝑐𝑧 ∶ Força cortante na zona de concreto não fissurado 3) 𝑉𝑎𝑦 : Engrenamento dos agregados ou atrito das superfícies inclinadas 4) 𝑉𝑑 ∶ Ação de pino da armadura longitudinal 5) Ação de arco 6) Tensão de tração residual transversal existente nas fissuras inclinadas ANALOGIA DA TRELIÇA CLÁSSICA Modelo de treliça: Foi idealizado por Ritter-Morsch, no início do século XX Se baseia na analogia entre uma viga fissurada e uma treliça Considerando uma viga biapoiada de seção retangular, Morsch admitiu que, após a fissuração, seu comportamento é similar ao de uma treliça HIPÓTESES BÁSICAS Fissuras, e portanto, as bielas de compressão, com inclinação de 45° Banzos paralelos Treliça isostática, portanto, não há engastamento nos nós (ligações entre os banzos e as diagonais) Armadura de cisalhamento com inclinação entre 45° e 90° FATORES QUE PROVOCAM AS IMPERFEIÇÕES A inclinação das fissuras é menor que 45° Os banzos não são paralelos: há o arqueamento do banzo comprimido, principalmente nas regiões dos apoios A treliça é altamente hiperestática: ocorre engastamento das bielas no banzo comprimido, e esses elementos comprimidos possuem rigidez muito maior que a das barras tracionadas Banzo superior: cordão de concreto comprimido Banzo inferior: armadura longitudinal de tração Diagonais comprimidas: bielas de concreto entre as fissuras Diagonais tracionadas: armadura transversal (de cisalhamento) Porém, resultados de ensaios comprovam que há imperfeições na analogia de treliça clássica. Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 3 ARMADURA COM ESTRIBOS VERTICAIS Treliça com diagonais comprimidas e montantes tracionados = 90° ARMADURA COM BARRAS INCLINADAS Treliça com diagonais comprimidas e diagonais tracionadas 45° 90° Modelo de armação de viga FORMAS DE RUPTURA Rupturas com aviso: Ocorrem com grandes deformações e fissurações excessivas Rupturas bruscas, sem aviso: Geralmente de caráter catastrófico RUPTURA POR ESMAGAMENTO DA BIELA Ruptura sem aviso Para um cálculo mais refinado, tornam – se necessários modelos que considerem melhor a realidade do problema. Por esta razão, como modelo teórico padrão, adota – se a analogia de treliça, mas a este modelo são introduzidas correções, para levar em conta as imprecisões verificadas. Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 4 Quando a quantidade de armadura transversal é grande: tensão não supera o limite elástico do aço Deformação da armadura é pequena: Fissuras inclinadas que se formam são muito finas Ruptura é brusca por esmagamento das diagonais comprimidas (bielas) que sofrem forte compressão Ruptura ocorre antes que a armadura transversal alcance o limite elástico RUPTURA DA ARMADURA TRANSVERSAL Ruptura sem aviso Armadura transversal insuficiente se rompe pelo efeito da tração liberada pelo concreto depois de aparecer a primeira fissura inclinada A força cortante passa a ser resistida pelo concreto da zona comprimida e pela armadura longitudinal O progresso da fissura com uma direção quase horizontal e inclinando – se para cima, diminuindo sensivelmente a zona comprimida que rompe bruscamente RUPTURA DO BANZO COMPRIMIDO DEVIDO AO CISALHAMENTO Ruptura COM aviso Alongamento excessivo da armadura transversal dá origem a fissuras inclinadas na alma que se propagam em direção à zona comprimida Reduzindo sua altura Diminuindo sua capacidade de resistência à compressão Ruptura por esmagamento do concreto na zona comprimida mesmo em região menos solicitada pela flexão RUPTURA POR FLEXÃO LOCALIZADA DA ARMADURA LONGITUDINAL Ruptura COM aviso As diagonais comprimidas (bielas) estão engastadas na zona comprimida e apoiadas na armadura longitudinal tracionada O alongamento excessivo da armadura transversal faz com que as bielas sejam mais solicitadas e acionem a armadura longitudinal produzindo flexão localizada das barras (efeito de pino)