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AULA MICROBIOLOGIA- MYCOBACTERIUM LEPRAE - Micobactérias: Bacilos aeróbios e ácido resistentes (conseguem reter o corante carbofucsina após receber um tratamento com uma mistura de ácido com álcool); no método de coloração de Ziehl-Neelsen, que é o utilizado para corar e visualizar microscopicamente essas bactérias, utiliza-se a carbolfucsina com uma mistura de álcool-ácido clorídrico; - As micobactárias apresentam um alto teor lipídico ácido micólico (ácidos graxos de cadeia longa na parede celular), torna elas resistentes à descoloração pelo álcool-ácido clorídrico; - Não são coloradas pelo método de coloração de Gram; Características gerais: - É um parasita intracelular obrigatório; - Infecta principalmente células do SNP, como as células de Scwhann, células da pele (epiteliais) e macrófagos; - Essa espécie não é cultivada em vitro; não se faz cultura dessa célula isso só é feito com a inoculação dessa bactéria em patas de camundongos e de tatus; - A reprodução é muito lenta e o tratamento também; - Cresce na pele e em nervos superficiais; - A hanseníase se apresenta de duas formas: · Tuberculóide: as lesões são poucas e a destruição tecidual também; poucos bacilos nas lesões; baixa transmissão; a resposta mediada por células está presente; PPD + · Lepromatosa: muitas lesões e destruição tecidual; muitos bacilos; Alta transmissão; a resposta celular é baixa ou ausente, favorecendo o crescimento do microrganismo; PPD -, pois não há resposta imunológica eficaz; * Teste cutâneo de lepromina/ Teste de Mitsuda: semelhante ao da tuberculina; um extrato de micobacterias leprae (uma solução contendo antígenos desse microrganismo) é injetado na face anterior do antebraço via intradérmica; se houver lesão (causada por uma RI mediada por células) endurecida após 48 horas no local de inoculação-> PPD +; - Transmissão: contato prolongado com pacientes acometidos com a hanseníase lepromatosa; essa transmissão pode ser pelas lesões cutâneas ou secreções nasais; - Humanos: hospedeiros naturais; - Tatus: reservatórios; Patogênese: - O m. leprae é fagocitado pelos macrófagos e consegue sobreviver e se reproduzir; assim, consegue chegar nas células de Schwann na bainha de mielina dos nervos do SNP-> isso gera uma reposta imunológica e um posterior dano no nervo-> diminuição da sensibilidade no local da lesão; - Na hanseníase tuberculoide (Paubacilar) há resposta imune mediada por células, que limita o crescimento das bactérias; há a presença de granulomas com células gigantes em seu interior; essa resposta celular consiste por linfócitos TCD4, IFN-gama, IL-12 e IL-12 (Citocinas ligado ao perfil Th1); - Na hanseníase lepromatosa (Multibacilar) células da pele são infectadas e o indivíduo apresenta nódulos desfigurantes por todo o corpo; quando há um pouco de RI ela é mediada por linfócitos T e apresenta um perfil Th2; a resposta humoral (mediada por anticorpos) é efetiva; os anticorpos produzidos não são protetores, em outros contatos há a possibilidade de se desenvolver a doença de novo; nas lesões cutâneas na forma de nódulos são observados histiócitos esponjosos ao invés de granulomas; o período de incubação pode durar anos e as manifestações clinicas ocorrem de forma gradual; Manifestações clinicas: · Hanseniase tuberculóide: lesões na pele despigmentadas, assimétricas, circundadas por uma borda de pequenos nódulos e anestesia (redução da sensibilidade) significativa no local das lesões; é estável e benigna com bom prognóstico; a recuperação algumas vezes ocorre de forma espontânea; · Hanseníase lepromatosa: múltiplas lesões cutâneas nodulares, resultando na típica face leonina (nódulos na face); após o início do tratamento os pacientes desenvolver o eritema nodoso leprótico (ENL: interpretado como sinal da imunidade mediada por células); ENL é caracterizado por nódulos dolorosos, especialmente ao longo da superfície da tíbia e ulna, neurite e uveíte; os aspectos desfigurantes derivam de: · Anestesia cutânea: o paciente pode ter queimaduras e outros traumas (sem perceber) e estes podem se infectar; · Reabsorção óssea levando à perda de características do nariz e nas extremidades dos dedos; · Infiltração da pele e dos nervos, levando a um espessamento e pregueamento da pele; Diagnostico laboratorial: - Coloração de Ziehl-Neelsen (LL: lesões da pele ou raspados nasais) -> realização do esfregaço: presença de macrófagos repletos de lipídios com grande quantidade de bacilos; LR: esfregaço observa-se poucos organismos, o aparecimento dos granulomas é suficiente para o diagnóstico; - Os testes sorológicos são inúteis e não é possível fazer coloração de Gram; Tratamento: - A base é a dapsona; - LL: dapsona+rifampicina+clofazimina; - LR: dapsona+rifampicina; - É feito por pelo menos 2 anos ou até não haver mais microrganismos nas lesões; - Nas reações graves de eritema nodoso leprotico utiliza-se talidomida; Prevenção: - Isolamento de pacientes acometidos pela forma lepromatosa; - Crianças quando expostas devem utilizar dapsona como quimioprofilaxia; - Não há vacina!
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