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10/08/2021 GÊNERO MYCOBACTERIUM 1. MYCOBACTERIUM • São bacilos (bastonetes) aérobios ácidos resistentes. A propriedade da parede hidrofóbica/lipofílica constituí a não absorção do Gram. Sendo assim, não são gram-positivas nem gram-negativas. Técnica de Ziehl-Nieelsen (coloração), adquirem coloração vermelha, indicativo de Bastonete álcool-ácido resistente(BAAR) • Os prinicipais patôgenos deste gênero são: Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium leprae. A maioria é saprófita( reside no ambiente) • Sua parede celular é constituida peptildicanos associados a ác. Graxos de cadeias longas, ácidos micólicos, fator para sua ácidoresistência. Maior resistência ao ambiente e a fagócitos, engloba o lissosomo da célula e sobrevive dentro do macrófago MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIs • principal agente da tuberculose humana 2 • Conhecido como bacilo koch (BK), principal agente causador da tuberculose. • Patogenia: sobrevive no interior dos fagocíticos( macrófago) devido a sua parede bacteriana o patógeno multiplica-se no interior de um vacúolo celular, fagossomo, assim a M. tuberculosis escapa das enzimas degradativas do lisossomo e começa a se multiplicar • Maior transmissibilidade: áreo-dinâmica- devido a parede hidrofóbica, que mantém a suspenção da micobactéria no ar. • Por ser um organismo aeróbio obrigatório, tem como preferência tecidos altamente oxigenados como o lobo superior do pulmão. TRANSMISSÃO • Via aérea: inalação da bactéria- transmissão aerógena: aspersão dos bacilos no ar, ficam em suspensão por horas. Obs: transmissão de pessoa a pessoa é somente por via aerógena. • Auto-infecção por ingesta de catarro PATOGENIA 3 • M. tuberculosis é pouco virulenta. A doença se agrava, pois a micobactéria foge do sistema imunológico, ao inadir células fagocíticas e formar um vacúolo dentro da célula, impedindo que o lissosomo degrade a bactéria, assim, ela começa a se multiplicar dentro da célula. A defesa ocasiona a agrevissidade da doença. • 1- 10 bacilos podem causar infecção • Fagocitose nos bronquíolos: pode ocasionar a eliminação das micobactérias por macrófagos ativados e formação do tubérculo primário • Patogenia: inalação da bactéria -> entra no pulmão e espera a resposta da fagocitose pelo sist. Imune( pelas células fagocíticas). Quando o macrófago fagocita a bactéria, ela se multiplica e forma um granuloma-> induz uma resposta de hipersensibilidade tardia, que forma o granuloma. A organização do granuloma, se da por uma estrutura de células de defesa encapsuladas, a defesa forma uma lesão (granuloma), que leva a destruição do parênquima pulmonar. A necrose envolta do granuloma se rompe, liberando os bacilos no pulmão. • Lesões granulomatosas: formação de granuloma com células gigantes contendo bacilos tuberculosos, circundada por uma zona de células epitelioides. Essas células gigantes, células de Langhans, são um achado patológico de lesões tuberculosas. Um tubérculo, consiste em um granuloma circundado por tecido fibroso que sofreu necrose. Os tubérculos s cicatrizam por fibrose e calcificação. 4 • A lesão primária da TB usualmente ocorre nos pulmões, nos lobos inferiores, enquanto as de reativação ocorrem nos ápices. • A disseminação no organismo se da por: eclosão de um tubérculo em um brônquio, liberando seu conteúdo contendo os bacilos, e disseminar-se para outras regiões do pulmão. Pode disseminar atráves da corrente sanguínea e atingir vários órgãos internos. Em um estágio precoce se a imunidade mediada for incapaz de controlae a infecção inicial, ou em um estágio tardio com o indivíduo imunocomprometido. • A resistência ao organismo é mediada pela imunidade celular, por células TCD4-positivas e macrófagos. Pacientes com deficiência da imunidade, pacientes com AIDS, que fazem uso de injeção intravenosa, moradores de rua, exibem maior risco de TB disseminada e risco a vida. • Fase de estabilização/ latência: multiplicação controlada dentro do granuloma. Nesta fase, o bastonete espera a queda da imunidade, levando a formação de outros granulomas. FORMAS CLÍNICAS • Formas extra pulmonares: não contagiosas, podem apresentar sintomas pulmonares ou não. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • TESTE TUBERCULÍNICO(PPD) ou teste de Mantoux: avaliação de reação alergênica em resposta à 5 inoculação de derivado proteico purificado( PPD): detecção de infecções latentes, sofre influência da vacinação com BCG • DETECÇÃO DE BAAR EM AMOSTRAS DE ESCARRO: escarro( material de maior riqueza bacilare de fácil obtenção), podendo ser espontâneo ou induzido (amostra de escarro). O volume ideal é de 5 a 10ml. Obs: pesquisa de escarro deve ser coletado em pelo menos dois dias consecutivos. • BACILOSCOPIA: exame direto- por amostra de escarro. Esfregaço da amostra clínica pela coloração de ziehl- neelsen. Indicada para acompanhamento da eficácia do tratamento e tem baixa sensibilidade em crianças e casos não bacilíferos. • TESTE MOLECULAE PARA TB: PCR em tempo real. Coleta da expectoração. Obs: detecta resistência à Rifampicina. • CULTURA: Padrão ouro. O crescimento é lento, dentre 3 a 4 semabas(tempo de geração: 24horas). Por isso, não é indicado para diagnóstico precoce. Em casos de rastreamento o cultivo deve ser realizado. TRATAMENTO, CONTROLE E PREVENÇÃO • TTO C/ multidrogas por no mínimo 6 meses: Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamicida e Etambutol-> evitar multi resistência. 6 • VACINAÇÃO: BCG- estímula a resposta celular- pela proliferação de linfócitos Th1 • Controle: melhores condições de moradia e nutrição, rápida identificação e tratamento, isolamento respiratório (máscara N95/ PFF2) e controle de contactantes MYCOBACTERIUM LEPRAE HANSENÍASE: • Doença crônica infecciosa causada por Mycobacterium leprae( considerado de baixa patogenicidade) • Infecção e curso da doença dependem totalmente da resposta imune do paciente • Apresenta duas formas clínicas proncipais: alepra Lepromatosa( resposta TH2) e Lepra tuberculóide (resposta TH1) • O Mycobacterium invade as células de schwann, macrófagos e células do sistema reticuloendotelial • Possui longo período de incubação (2-7 anos) • Os humanos são seus hospedeiros naturais. A temperatura ideal para o organismo é de 30°c (inf a temperatura corporal) se mantendo na pele e em nervos superficiais 7 TRANSMISSÃO • A infecção é adquirida por contato prolongado com pacientes acometidos por hanseníase lepromatosa.(versão multibacilar) Sendo a transmissão por duas vias: • Via aérea- pacientes infectados que expelem grandes números de Mycobacterium leprae nas secreções nasais • Via percutânea- contato com as lesões cutâneas PATOGENIA DA M. LEPRAE • Após a infecção, às micobactérias propagam-se para nervos periféricos, onde são fagocitadas pelas células de Schwann e macrófagos. • Organismo replica-se intracelularmente, tipicamente no interior de histiócitos cutâneos, células endoteliais, e células de Schwann. Há duas formas distintas de hanseníase – tuberculoíde e lepromatosa: • (1) Na hanseníase tuberculoide, a resposta imune mediada por células ao organismo limita seu crescimento, são observados pouquíssimos bacilos acidorresistentes, e formam-se granulomas contendo células gigantes. A resposta CMI consiste principalmente em células TCD4-positivas e um perfil Th-1 de citocinas, ou seja, γ-interferon, 8 interleucina-2 e interleucina-12. A resposta CMI é responsável pelos danos aos nervos observados na hanseníase tuberculoide. • O resultado do teste cutâneo da lepromina é positivo. O teste cutâneo da lepromina é similar ao teste da tubercu- lina (ver anteriormente). Um extrato de M. leprae é injetado intradermicamente, sendo observadaa induração após 48 horas naqueles indivíduos em que a resposta imune mediada por células contra o organismo encontra-se presente. • (2) Na hanseníase lepromatosa, a resposta mediada por células contra o organismo é fraca, as lesões cutâneas e de membranas mucosas conte ̂m pequeno número de organismos, são observados histiócitos esponjosos ao invés de granulomas, e o resultado do teste cutâneo da lepromina é negativo. Observe que, na hanseníase lepromatosa, apenas a resposta mediada por células contra M. leprae é defectiva, isto é, o paciente é anérgico a M. leprae. A resposta mediadapor células contra outros organismos não é afetada, e a resposta humoral contra M. leprae encontra-se intacta. En- tretanto, esses anticorpos não são protetores. A resposta de células T consiste principalmente de células Th-2. FORMA TUBERCULÓIDE 9 • Forma mais benigna e localizada, ocorre em pessoas com alta resiste ̂ncia ao bacilo; • Poucas lesões na pele – manchas maculares; • Envolvimento neural ocorre no início, gerando deformidades e perda de sensibilidade • São paucibacilares; • Bom prognóstico; • Predominância da resposta imune celular. FORMA LEPROMATOSA • Nestes casos a imunidade celular é nula e o bacilo se multiplica muito; • Grande número de bacilos nas células infectadas (multibacilar) – Fontes de infecção!!! • Anestesia dos pés e mãos que favorecem os traumatismos e feridas • Lesões cutâneas • Placas infiltradas e nódulos (hansenomas), Podem se instalar também na mucosa oral. • Prognóstico desfavorável. DIAGNÓSTICO Clínico e epidemiológico! • ✓Testes sensoriais 10 • Laboratorial: Baciloscopia – biópsia de pele-> Na hanseníase lepromatosa, a presença dos bacilos pode ser facilmente demonstrada realizando-se uma coloração acidor- resistente das lesões de pele ou dos raspados nasais. Macrófagos repletos de lipídeos, denominados “células esponjosas”, que contêm vários bacilos acidorresistentes são observados na pele. Na forma tuberculoide, são observados poucos organismos e o aparecimento de granulomas típicos é suficiente para o diagnóstico. As culturas são negativas, uma vez que o organismo não cresce em meios artificiais. Nenhum teste sorológico é útil. Resultados falsos positivos em testes sorológicos inespecíficos para sífilis, como os testes VDRL e RPR, ocorrem frequentemente em pacientes apresentando hanseníase lepromatosa. TRATAMENTO Mycobacterium leprae • Formas paucibacilares – duração de 6 meses; • Forma multibacilares – 12 a 18 meses; • Tratamento poliquimioterápico: Rifampicina, Dapsone, Clofazimina. • O tratamento é administrado por pelo menos 2 anos ou até que as lesões estejam desprovidas de organis mos. A talidomida é o tratamento de escolha para reações graves de ENL. PREVENC ̧ÃO. 11 • O isolamento de todos os pacientes acometidos por hansení- ase lepromatosa, associado à quimioprofilaxia com dapsona em crianças expostas, é necessário, não havendo vacina.
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