Platão e a Alegoria da Caverna - Analogia ao momento político atual

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE CRATEÚS-FAEC
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
MARIA ISABELE BEZERRA DE SOUSA
TRABALHO DE FILOSOFIA: PLATÃO E A ALEGORIA DA CAVERNA 
CRATEÚS-CE
2020
Tendo em vista o texto platônico - "A Alegoria da Caverna" - e o momento político no qual o Brasil encontra-se imerso, é possível fazer uma analogia entre ficção e realidade, de modo que tais, ao fundirem-se, dão vazão à mistura (homogênea) entre verdade e mentira - bastante difícil de ser separada. Além do mais, enxerga-se ainda, a questão do poder exercido na sociedade, gerando nesta, uma nítida relação de engano, e conseguintemente o seu aproveitamento, em prol da manutenção de poder nas mãos de pessoas que já estão ocupando cargos públicos a bastante tempo, e não cumprem adequadamente com as funções que lhe são inerentes. 
 Os brasileiros vivem diante de uma crise política, todavia, da mesma maneira que os prisioneiros da caverna, não a enxergam tal como ela acontece. Tanto quanto estes, viam apenas sombras da realidade, nós também a enxergamos assim, turva, opaca. 
Através da indústria da comunicação e da grande mídia é que geralmente, tomamos conhecimento do que se passa no cenário político - desde sua esfera municipal, até a estadual e a federal. Contudo, essas informações na maioria das vezes, não condizem com a realidade e produzem um certo receio nos cidadãos, que vivem o dilema de levá-las ou não a sério, tendo em vista, o sensacionalismo empregado em algumas (analisadas e repassadas, fora do contexto em que de fato aconteceram) e o medo das fake news (pelas quais somos cambiantemente confrontados), haja vista que elas se proliferam cada vez mais na sociedade que vive a era da informação - e ironicamente, vive desinformada. 
A realidade obscura acerca da qual não temos uma visão nítida é a República, a Democracia, na complexidade de seus três poderes. É o Senado Federal, o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal, e todas as instituições que enxergamos e das quais sabemos apenas o "necessário" - tola ilusão satisfatória, que nos condena a acreditar na superficialidade das aparências, por elas parecerem mais cômodas - (tal qual acontecia com os prisioneiros, que não imaginavam a vida, fora da caverna), apesar de que, tais aparências, nos enganam, nos ludibriam, deixando-nos para trás e contribuindo para uma perpetuação de poder daqueles que lá estão, e que sem dúvidas, manterão a situação exatamente, tal como ela está.
Influência de culturas, preconceitos, doutrinas, ideologias de partido e tudo o que nos foi imposto ao longo da vida e que impede o pleno desenvolvimento de nossa visão acerca da realidade da sociedade, deve ser revisto, afim de que saíamos da caverna e entremos em contato com a luz do sol, que é mais incômoda - a verdade. A qual só iremos vislumbrar, assim como os prisioneiros da Alegoria, quando deixarmos de buscar o mundo sensível e passarmos a buscar também, o inteligível.