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António Carlos Gaspar chuva Bernadete Francelino Alberto Chapo Elsa Armando Vilanculos Jelito Agostinho Vasco Virgílio Damião Insana Trabalho de Técnica de Expressão da Língua Portuguesa Licenciatura em ensino de Química Universidade Licungo Beira 2021 António Carlos Gaspar chuva Bernadete Francelino Alberto Chapo Elsa Armando Vilanculos Jelito Agostinho Vasco Virgílio Damião Insana Trabalho de Técnica de Expressão da Língua Portuguesa Licenciatura em ensino de Química Docente: MSc. Maria Fernanda Universidade Licungo Beira 2021 ÍNDICE INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 3 Tomada de notas ............................................................................................................... 4 Resumo ............................................................................................................................. 8 Fichas de trabalho ou de leitura ...................................................................................... 10 Textos expositivos e explicativos ................................................................................... 12 Circular e convocatoria;.................................................................................................. 14 Relatório ......................................................................................................................... 17 Textos dramaticos ........................................................................................................... 19 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 22 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 23 3 INTRODUÇÃO O presente trabalho da cadeira de Técnica de Expressão de Língua Portuguesa faz uma abordagem sobre alguns temas que são de maior importância nessa cadeira, proporcionando ao estudante uma oportunidade de exercitar os seus conhecimentos em relação a matéria sobre a tomada de notas, resumo, fichas de trabalho ou de leitura, circular e convocatórias, relatório e textos dramáticos. O mesmo trabalho serve como um elemento de avaliação no âmbito do processo de formação académica, referente ao ano 2021. 4 TOMADA DE NOTAS A tomada de notas é uma forma particular de escrita, na qual não se põe tudo, e sim se destacam algumas palavras que aludem a ideias ou conceitos. A tomada de notas assenta em duas dimensões de comunicação linguística: a dimensão receptivo (ouvir e/ou ler) e a produtiva (escrever). Há que tomar nota do que lemos e do que ouvimos em exposições, entrevistas, aulas, debates, para delas nos servirmos posteriormente. 1. Conceitos de tomada de nota São inúmeras as concepções sobre a tomada de notas: Modo particularmente fiável de arquivo das informações ; Prolongamento da memória ao mundo visual; Exercício mental extremamente formador: é indispensável um esforço intelectual; Redução do texto, seleccionando, de forma sintética, determinadas informações de um texto (oral ou escrito), mantendo o seu sentido inicial; Treino para reconhecer as ideias – força do pensamento de outrem. Destes conceitos, destaca-se a necessidade de raciocínio/reflexão (para compreender as ideais veiculadas pelo enunciador) e de arquivo de informações num suporte material (o escrito). 2. Finalidades da tomada de notas De acordo com o objectivo do que se anota e de quem faz as anotações, a tomada de notas pode ter uma das seguintes finalidades: Reunir uma documentação sólida sobre um determinado assunto a partir dos registos dos assuntos mais relevantes em determinados documentos; Remediar os lapsos da memória, fixando as informações essenciais dos textos que lemos ou ouvimos; Seleccionar e arquivar as informações de um texto básico; Retransmitir o conteúdo de um texto de maneira tão completa e fiel quanto possível; Transmitir um conjunto de informações, preservando integralmente o sentido da mensagem original, numa formulação mais económica; Base para a redacção de resumo (entendido como a reescrita de um texto, usando construção sintáctica e vocábulos novos e uma estrutura menos complexa que a do texto original, de tal modo que se possa captar a essência do texto original), relatório, etc. 5 3. Procedimentos A tomada de notas é precedida de uma percepção da coerência semântica e sintáctica do conjunto de palavras. Os conectivos ajudam o leitor/ouvinte a seguir o fio do discurso. Esses conectivos podem ser lógicos, pronomes (com função anafórica), repetição de palavras, nominalizações e expressões de transição (exemplificação, contraste, conclusão, etc.). 3.1. Tomada de notas a partir do material escrito Apresentamos alguns procedimentos que podem ser úteis para anotações a partir do suporte escrito: • (Re)ler o texto, sublinhar e escrever à margem as siglas correspondentes: usar siglas para sublinhar a importância das informações (p. ex.: IMP (importante); CIT (citar); R (rever/reler); CF (confrontar.) e sublinhar de forma criteriosa (diferenciar os sublinhados, as cores. Esta prática serve para assinalar as pistas do que é interessante e permite a detecção dos aspectos importantes, volvido muito tempo. No entanto, nem sempre é possível ou aconselhável sublinhar o escrito: o livro não é da nossa propriedade; a obra é uma preciosidade; o livro poderá ser emprestado a colegas. Produzir fichas (de leitura, de citação…); Fazer pequenos resumos: frases, com sujeito, verbo e complementos; Recorrer a palavras-chave: as ideias aparecem de modo esquemático, usando-se setas ou outros sinais; Produzir mapas de ideias: demonstração gráfica das correspondências e hierarquias entre as palavras. Usam-se esquemas e/ou palavras-chave. 3.2. Tomada de notas a partir de discursos orais A mensagem do discurso oral passa rapidamente é não se deve interromper o orador. Esta situação exige do receptor a assunção de determinadas habilidades e procedimentos diversos. Eis alguma propostas: Apontar o maior número de coisas possíveis no mínimo espaço de tempo, o que requer não anotar frases inteiras ou frases textuais; Assentar o que é útil ou necessário reter: palavras-chave, conclusões parciais e gerais; Anotar as informações com exactidão, respeitando o que se diz, com recurso ao estilo telegráfico (frases curtas e sem verbos, abreviaturas, símbolos e esquematizações). 6 3.2.1. Constrangimentos na tomada de notas a partir de textos orais Como se pode compreender, a tomada de notas não é tarefa fácil. Para uns, custa escutar e/ou ler (em caso de data show) e escrever ao mesmo tempo. Há os que nem chegam a tomar notas (se o fazem, são poucas notas), porque não conseguem acompanhar a exposição. Outros ainda querem anotar tudo e falham, perdem-se. Há quem apenas anota as informações com que está de acordo. O que anotar depende, muitas vezes, de factores como: Assunto: o desconhecimento/conhecimento do assunto concorre para a quantidade de anotações; Orador: o estilo do orador, a velocidade do discurso pode ou não facilitar o acompanhamento da exposição; Receptor: a disposição mental, a atenção e a capacidade de análise e síntese influenciam na tomada de notas; Objectivo: a quantidade de notas depende do que se pretende com essas notas (compare as notas tomadas na sala de aula com as que obteve num debate…). 3.2.2. Técnicas de escrita acelerada Perante a dificuldade/impossibilidade de anotartudo o que é dito, há que ter atenção nos seguintes aspectos: Tom de voz; Palavras/frases que chamem atenção; Repetição de ideias; Tempo dedicado a cada assunto; Registos feitos no quadro; Indicações expressas pelo orador. No acto de registo, é conveniente observar as seguintes práticas: Supressão de palavras (p.e. artigos, preposições, verbos: ser, dever, ter, estar…) (Ex.: As línguas bantu são aglutinantes: LB = aglutinantes); 7 Supressão por nominalização de expressões (ex.: falha de memória = esquecimento), de verbos ( ex.: O Carlos adquiriu um propriedade: aquisição propriedade); Codificação de palavras, com recurso a símbolos, Sinais… (Ex.: homem: ♂ ; trabalho: w ; muito: x;) Generalização: com recurso a hiperónimos. (Ex.: comprei livros, cadernos, sebentas, esferográficas = compra de material escolar); Ordenação de diferentes partes do discurso, atribuindo um número (Ex.: para começar (1), segue-se (2), finalmente (3)); Abreviaturas: reduções, consagradas pelo uso, de palavras ou grupo de palavras, embora possamos criar as nossas abreviaturas. (Ex.: páginas: pp., problemas = prbls, desenvolvimento = dsv.) Uma vez que as notas são de carácter pessoal, cabe ao receptor seleccionar estratégia (s) de tomada de nota, tais como: Estilo telegráfico: desaparecem as relações de significação entre as palavras, recorrendo-se a travessões, letras, palavras, números…) (Ex.: crítica histórica: literatura e correntes literárias ↔ obra; Registou-se acidente de viação hoje: acidente viação hoje). Sem uma leitura imediata das notas, perde-se o sentido do que se disse. Estilo de frases completas: conserva o sentido do texto, mas requer muito tempo. Um dos riscos é a escrita ilegível ou perda de partes significativas do discurso, na angústia de anotar tudo; Estilo de sinais simbólicos: recorre-se aos nexos entre as partes que constituem o sentido do discurso (relações de implicação, de oposição, de causa-efeito, de conclusão …) Ex.: A mortalidade infantil deve-se à miséria de muitas famílias e à falta de cuidados de saúde. Mortalidade infantil → miséria + – cuidados de saúde). 8 RESUMO O resumo é um texto que apresenta as ideias ou factos essenciais de um outro texto, de um modo abreviado. Resumir um texto é condensar as ideias principais, respeitando o sentido, a estrutura e o tipo de enunciação, isto é, os tempos e as pessoas, com a ajuda do vocabulário do aluno. É, assim, reter as linhas de um raciocínio, o essencial dos dados de um problema, as características de uma situação, as conclusões de uma análise, sem o mais pequeno comentário.” – REI (1986). Resumir significa criar um novo texto mais condensado, que utiliza as informações mais importantes do texto base. Quer dizer que o resumo é um texto que reelabora o escrito de base, reduzindo-lhe o comprimento, mantendo-se o autor em segundo plano, esforçando-se por ser objectivo, na tentativa de criar uma síntese coerente e compreensível do texto de partida. – SERAFINI (1986). Resumir, em poucas palavras, é pegar num texto pelos seus pontos principais, pelos seus dados de conjunto e transmiti-lo, através de um outro, que é a redução do original. – BASTOS (1989). 1.2. Fases de preparação do resumo Estimado estudante, como já se apercebeu, para resumir um texto é necessário ler muito bem o texto a resumir. Por isso, esta actividade deve ser dividida em duas fases principais: Leitura e compreensão do texto original; Produção do novo texto (o resumo). Passamos, de seguida, a descrever as actividades que você deverá realizar em cada uma das fases: 1ª leitura e compreensão do texto original: Na Leitura e compreensao do texto original começa-se por: fazer a leitura atenta do texto (em causa está saber de que fala o texto, qual o seu sentido geral. Recomenda-se que a leitura seja feita tantas vezes quantas necessárias); dividir o texto em partes; dar um título - resumo a cada parte; “desmontar” o texto em palavras – chave e articuladores do discurso; fazer a síntese / organização das ideias. 9 2ª Produção do novo texto (o resumo): A producao de novos textos começa pela: Selecção: destacar todas as principais unidades de significação (ideias); Supressão: omitir as unidades de significação (ideias) que se referem a pormenores, a informações secundárias; Generalização: substituir duas ou mais unidades de significação (ideias) por uma unidade geral. Construção: organizar um novo texto em função da selecção, da supressão e da generalização. Cuidados a ter na produção do resumo: No resumo deve-se: Seguir a ordem do texto original / manter o fio condutor do texto original; Referir apenas as ideias ou os factos principais do texto original; Usar frases curtas e directas, sempre com o propósito de ser conciso e claro, portanto, compreensível; Dar preferência a construções impessoais; Considerar as palavras sublinhadas e as anotações à margem do documento; Reduzir o texto original a um 1/3 da sua extensão; Fazer a transcrição do documento, quando absolutamente necessária, com aspas e referência completa à fonte; Fazer a referenciação completa do documento de base antes ou depois do resumo. No resumo não deve-se: Inverter a estrutura do texto original; Usar as mesmas palavras do texto; Copiar nem reproduzir; Utilizar expressões como: o autor disse, o autor falou, segundo o autor, este livro/o artigo ou documento; Exceder o número de linhas proposto ou entre um 1/4 e 1/5 do texto original. 10 FICHAS DE TRABALHO OU DE LEITURA A ficha de trabalho é uma forma para organizar a informação documentária usada nos trabalhos de investigação de qualquer tipo. Utiliza-se para compilar, resumir ou anotar os conteúdos das fontes ou dados utilizados na investigação. As fichas facilitam a realização de monografias, relatórios ou publicações, pois se têm sido confeccionadas corretamente fazem desnecessárias consultas adicionais às fontes. Ficha bibliográfica – conjunto de elementos que permitem a identificação de uma publicação como um todo ou em partes, capítulos, secções, etc., ordenados segundo determinadas normas. Os dados principais da ficha de incluem: Nome do apelido; O autor; O título da obra; Local (nome da cidade) em que a obra foi editada. O nome da editora; A coleccao Ano da sua edicao Data em que se publicou; Dados adicionais da publicação (volume, editorial, etc); NB. Outras informacoes podem ser adicionadas, tais como, o numero de pagina, numero de edicao, etc. Ex: RUIZ, J. Àlvaro, Metodologia Cientifica: Guiao para Efeciencias nos estudos, São Paulo: ATLAS 1991 p-19. Ficha de leitura Pode se definir a ficha de leitura como um conjunto de apontamentos bem resumidos e acompanhados pelas referências bibliográficas da obra consultada. É um instrumento importantíssimo na vida estudantil, uma vez que permite identificar as obras, conhecer o seu conteúdo, fazer citações e criticar o conteúdo da obra. 11 Criterios para a elaboracao de uma ficha de leitura O trabalho de pesquisa envolve a consulta de diversos materiais bibliográficos - documentos e outras fontes escritas. Diante de tantas informações, é necessário organizá-las para facilitar a sua utilização no momento da redacção do texto. Elaborar uma ficha de leitura, não é mais do que o registo de informações e/ou colecta de dados, tendo como função principal, auxiliar o processo de pesquisa e a escrita do texto. Nela, anotam- se as referências bibliográficas das obras consultadas, registam-se, resumidamente, as principais ideias do autor e transcrevem-se citações-chave. Tipos de fichas de leitura. De facto, podem-se elaborar vários tipos de fichas de leitura. Tudo depende dos objectivos que se pretendem alcançar. Comisso temos: Ficha de resumo ou síntese – é um resumo das principais ideias do autor. Em relação à estrutura, o procedimento é o mesmo: você deve apresentar, primeiro, a referência bibliográfica para identificar a obra donde retirou a informação, seguida do resumo, ou seja, do texto original já contraído em forma de informação que lhe interessa para o seu estudo ou trabalho. Ficha de analítica – contém a interpretação das ideias do autor, o valor crítico-reflexivo do leitor. Entre as duas qualidades, destacam-se as seguintes: a brevidade e uso de verbos activos. A ficha analitica contem os seguintes elementos; a) Campo a ser abordado; b) Problemas tratados; c) Conclusoes alcançadas; d) Contribuicoes especificas para o tema; e) Metodos: indutivo, dedutivo, dialetico, historico e comparativo. f) Recursos empregados: tabelas, quadros, graficos e mapas. Ficha de citação – é elaborada com a transcrição textual de trechos da obra (incluindo erros que devem ser seguidos pelo termo «sic», colocado entre parênteses rectos [sic]). a) coloca-se entre aspas; b) contem a pagina; c) transcreve textualmente (incluindo erros, que devem ser seguidos pelo termo [sic]); d) Indica supressao de palavras, recorrendo a parentesses rectos […]; e) Completa a frase com elementos indispensaveis à sua compreensao. 12 Ficha de comentário - é a ficha que requer maior trabalho da sua parte como estudante. Aqui, você, não precisa de transcrever, nem resumir o texto. Apresenta sim, uma síntese e um comentário sobre o que acabou de ler. Há três etapas que deve observar: a) Identificação da fonte; b) Síntese do conteúdo, e c) Comentário sobre o mesmo. NB. As fichas de leitura devem ser apresentadas em um material tipico, ou seja numa folha de cartolina em formato A5. TEXTOS EXPOSITIVOS E EXPLICATIVOS O Texto Expositivo-Explicativo é um tipo de texto que tem por objectivo principal a transmissão de conhecimentos a cerca de uma dada realidade, isto é, fazer-saber ou fazer- conhecer (fazer-perceber). De acordo com Pinto & Lopes (2003: p234), o texto expositivo-explicativo dá a conhecer e/ou esclarece determinadas situações ou factos. Pode salientar mais o aspecto de expor ou mostrar- se mais voltado para dar explicações sobre essas situações ou factos. Ou seja, a intenção comunicativa desta tipologia textual é fazer saber, ou ainda, transmitir um saber aos seus destinatários que se supõe serem detentores de um saber insatisfeito. Daí, podemos concluir à priori que o texto visa a transformação do estado cognitivo dos sujeitos aos quais se destina, informando-os de forma clara, objectiva, coesa e coerente sobre um assunto ou problema de que se supõe eles serem dententores de um saber insatisfatório. Como se pode notar, o Texto Expositivo-Explicativo apenas apresenta uma informação, que se considera nova, partindo de um saber que se pressupõe que o leitor o detenha. Daí que a linguagem usada neste tipo de texto tem muito a ver com o típo de público alvo ao qual ele se destina. Neste tipo de texto, há o predomínio de duas funções de linguagem, nomeadamente a função referencial (aquela que se usa para transmitir informações novas) e a função metalinguística (usada em segmentos que visam explicar ou esclarecer o sentido de uma noção ou expressão anterior) 13 Neste tipo de textos, podemos identificar três momentos ou fases (correspondentes às partes do texto), a saber: a fase do questionário (que contém de forma explícita ou implicita uma questão que se vai responder ao longo do texto, ou simplesmente pela anunciação do tema/assunto/problema da exposição) correspondente à introdução; a fase da resolução, correspondente ao corpo explicativo ou desenvolvimento e a fase da conclusão. No tangente à organização discursiva deste tipo de texto, podemos identificar três tipos de enunciados: Enunciados Expositivos: contendo as informações com as quais o autor do texto pretende fazer saber, ou seja, transmitir os novos saberes; Enunciados Explicativos: com os segmentos explicativos visando fazer compreender o que se transmite; Enunciados Baliza: com a finalidade de marcar as articulações do discurso, isto é, anunciar o que vai ser dito; resumir o que se disse, ou seja, estabelecer os nexos de ligação entre as diversas partes do texto. Ainda, para melhor clareza, a informação transmitida pode ser hierarquizada, isto é, ordenada de acordo com a sua pertinência. Importa referir alguns recursos utilizados neste tipo de texto: Descrição: é a caracterização do que é apresentado. Enumeração: é a informação apresentada de forma cronológica sobre aquilo que o texto trata. Explicitação: é a apresentação de forma exaustiva das ideias e a definição dos conceitos. Para este último ponto, faz-se o estabelecimento de relações entre ideias e conceitos que é feito através de comparação, contraste, origem e finalidade, causa-efeito, só para citar alguns exemplos. O objectivo é esclarecer, contextualizar e aprofundar certos aspectos. E ainda, a síntese das ideias e a conclusão não se deve incluir novos aspectos. Tipo de linguagem Dada a natureza deste tipo de discurso, deve predominar, neste texto, uma linguagem clara e objectiva. Para o efeito, é necessária a utilização de conectores discursivos, com vista a tornar o texto coeso ou mais claro o raciocínio, a saber: isto é, ou seja, por exemplo, em primeiro 14 lugar, depois, porque, dado que, de tal modo que, logo, deste modo, em suma, assim, entre outros. Assim, no que toca às características linguísticas, este texto apresenta: a) Nominalização – consiste no emprego de nome ou sintagma nominal que generaliza a informação do assunto ou período (oração) anterior, retomando-a, ou seja é a condensação do que foi dito. b) Presente do indicativo com o valor gnómico, ou simplesmente o presente genérico - exprime o valor atemporal da informação, visto que se refere a uma verdade que perdura independentemente do tempo em que a informação é dita; c) Construção passiva – é uma estratégia de impessoalizar o discurso científico. d) Apagamento do sujeito enunciador – é para tornar o discurso impessoal, porque no discurso científico, o sujeito deve-se distanciar do seu texto para evitar a subjectividade. CIRCULAR E CONVOCATORIA; Circular é um documento que define o acto de correspondência oficial dirigido a diversos destinatários tais como funcionários de um determinado sector ou instituição. O seu objectivo primordial é transmitir normas, ordens, pedidos, ou ainda, de delimitar comportamentos e homogeneizar condutas de uma pessoa ou grupo de pessoas. Tem o nome de circular porque usa-se para divulgar as informações entre todos os destinatários que partilham os mesmos interesses e na sua elaboração emprega-se uma linguagem formal. Tratando-se de um documento oficial deve conter: Timbre (logótipo do órgão, brasão, símbolo do departamento). Título e número (circular nº 02/2017). Data (sem a localidade, nome da cidade). Assunto que será abordado no texto (em forma de síntese). Vocativo ou invocação com o pronome de tratamento adequado. Texto (devidamente explicado e claro). Despedida breve. Assinatura (sem linha e sobre o nome e com o cargo de quem a assina). 15 Exemplo de um circular CIRCULAR CIRCULAR N.º 25/03 O Director Nacional de Finanças, no uso da atribuição que lhe confere o Artigo. do decreto- lei… e tendo em vista que foram atendidas as exigências legais da Lei sobre Minas, faz publicar para conhecimento das repartições subordinadas, a pauta das substâncias minerais para o corrente exercício, para efeito de incidência do imposto de …%, instituído pela citada Lei. Maputo, 30 de Outubro de 2003 O Director (ilegível) Convocatória é um documento pelo qual se intima alguém a comparecer num evento. A presença da entidade convocadano evento é de caracter obrigatória e por isso, a ausência carece de uma justificação, preferencialmente antecipada. Neste documento usa-se linguagem clara e objectiva, e também deve constar: Timbre (logótipo do órgão, brasão, símbolo do departamento); A designação do tipo de documento (convocatória); O Texto (contendo a referencia do destinatário, o propósito da convocatória, O local do evento, a hora, a data e a agenda); O local e a date de emissão. Assinatura da entidade que convoca. 16 Exemplo de uma convocatoria EMAUT EMPRESA MOÇAMBICANA DE AUTOMÓVEIS, SARL Av. 25 de Setembro 1162. Telef(258) 427253/42787 Fax: 426045 Cx.P. 1806 MAPUTO, MOÇAMBIQUE Convocatória Assembleia Geral Ordinária Nos termos do artigo 13 dos estatutos da sociedade, convoco a Sessão da Assembleia Geral Ordinária a realizar-se no próximo dia 30 de Março pelas pelas 10.30 horas na sede da sociedade, com a seguinte de agenda de trabalho. 1. Análise, discussão e votação do relatório, balança e contas respeitantes ao exercício de 1994; 2. Eleição dos órgãos sociais para triénio 1995-97; 3. Proposta de honorários para os órgãos sociais. Maputo, 18 de Maio de 1995 INTERFRANCA Carlos Eduardo Ribeiro 17 RELATÓRIO Relatório – é comunicação oral ou escrita, organizada, fundamentada, comentada por quem viu, ouviu, estudou um facto, assunto ou situação. Funciona como elemento de informação, consulta, prova de ocorrência, análise e discussão de situações concretas. Basea-se em realidades concretos. Os relatórios fazem parte das redações técnicas sendo muito importantes para registrar uma atividade, seja na escola, na universidade ou no trabalho. Podemos citar por exemplo, participação num evento, visita a um equipamento cultural, atividade em sala e em grupo, relatar uma experiência, detalhes de uma pesquisa, apreciações sobre um livro, um filme, etc. A linguagem presente nos relatórios é formal e cuidada, com a utilização da norma culta, coerência e coesão textual. Tipos de Relatório De acordo com sua finalidade, os relatórios são classificados em diversos tipos: Relatório Escolar: são os textos escolares em que o aluno pode relatar sobre um evento ou uma atividade proposta pelo professor. Relatório Científico: são os relatórios acadêmicos produzidos após uma pesquisa. Geralmente, eles são produzidos por pessoas do ensino superior, por exemplo, o relatório de estágio, relatório de finalização de curso, relatório de participação num evento acadêmico. Relatório Administrativo: são aqueles registros em que a empresa realiza diariamente ou mensalmente. São produzidos pelos empregados do setor administrativo, por exemplo, os “relatórios de contas”. Além disso, eles podem ser classificados em: Relatório Crítico: quando surge opiniões apreciações do autor no corpo do texto. Relatório de Síntese: são relatórios mais simples que apresentam um resumo sobre determinada atividade, por exemplo, um relatório sobre o filme assistido em sala. Relatório de Formação: quando há o desenvolvimento de um projeto ou pesquisa, são desenvolvidos relatórios conforme o desenvolvimento da pesquisa. Ou seja, eles relatam os estágios de desenvolvimento do trabalho. 18 Estrutura Textual Dependendo do tipo de relatório, geralmente os relatorios seguem um padrão estrutural definido, a saber: Capa: também chamada de “folha de rosto”, geralmente os relatórios possuem uma capa, com o título do trabalho, nome do aluno ou do grupo, do professor, da instituição e a data. Alguns modelos exigem a inclusão da marca da instituição em que foi desenvolvido o trabalho. Índice: quando se trata de trabalhos mais longos e desenvolvidos em várias etapas, antes de iniciar o texto surge o índice (ou sumário), com o nome de cada subtítulo e ainda, o número das páginas onde está localizada cada informação. Título: na página seguinte, e antes de começar a escrever o relatório, esse deve apresentar um título referente ao trabalho que fora desenvolvido (o mesmo que apareceu na capa). Abaixo pode surgir uma epígrafe, ou seja, uma frase em letra menor e localizada na parte direita do texto, a qual faz referência ao tema do trabalho. Introdução: na introdução do relatório, as informações sobre a descrição do trabalho e dos métodos utilizados devem aparecer, por exemplo, em que local foi desenvolvido, a qual disciplina pertence o relatório, qual professor que pediu, quais objetivos e justificativas, em quais circunstâncias foi desenvolvido, dentre outros. Desenvolvimento: a maior parte de seu texto está no desenvolvimento; parte em que são relatadas todas as etapas de seu trabalho apontando dados sobre a pesquisa que podem conter gráficos, tabelas, figuras, fotos, dentre outros. Conclusão: na conclusão do relatório ocorre o arremate do texto, ou seja, um resumo do que foi descrito anteriormente. Ou seja, as principais ideias expostas em todo o trabalho devem ser concluídas, por exemplo, os resultados obtidos e os resultados esperados. E, se for um relatório de caráter crítico, o aluno pode acrescentar algumas observações pessoais referentes ao desenvolvimento do trabalho. Considerações Finais: se forem relatórios críticos, no final do texto acrescenta-se as considerações finais, que engloba as apreciações do autor sobre a experiência retratada. Podem ser apontadas soluções, sugestões e problemas que surgiram no desenvolvimento do trabalho. Bibliografia: inclui-se todo o conteúdo teórico utilizado para o desenvolvimento do trabalho seja a bibliografia ou webgrafia. Elas seguem a forma padrão estipulada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) 19 Exemplo de um relatório Troncos & CA LDA FÁBRICA DE LANIFICIOS RELATÓRIO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Senhores Accionistas Em cumprimento da Lei e dos estatutos, submetemos à vossa apreciação o Balanço e Conta de Resulatados refrentes ao exercício de 2020. Comparando os elementos contabilísticos com os do exercício de 2020 verificamos que a expansão da emmpresa é constante. Conseguimos um aumento do volume de vendas de cerca de 20% em relação ao exercício anterior, que nos permitiu também um aumento de lucro. Este, no exercício de 2020 ascendeu a Escudos 1 088 125$65, cujo distribuição fica ao vosso esclarecido critério. Esperamos que no próximo exercicio seja ainda melhor, porque melhorar significa progredir e o progresso é motivo de orgulho e satisfação. É com prazer que nos cumpre agradecer ao conselho Fiscal a inestimável e muito competente colaboração dispensada e a boa e frutífera colaboração que vós, na qualidade dupla de accionistas e colaboradores, prestastes durante mais um ano. Maputo, 23 de Fevereiro de 2020. TEXTOS DRAMATICOS O texto dramático é entendido como aquele que se integra na forma literária do drama e implica uma comunicação direta das personagens entre si e com os recetores do enunciado. O texto dramático privilegia a dinâmica do conflito, tentando representar as ações e reações humanas, pela tragédia, pela comédia e pelo drama (propriamente dito), graças à presença das personagens. 20 O texto dramático procura representar as acções e reacções de seres humanos, de animais ou de seres imaginários, através de personagens. Concebido para ser representado em palco, dispensa o narrador: tudo quanto ele poderia narrar é encenado, representado, dito. A comunicação entre as personagens ou entre estas e os receptores da mensagem é directa, daí que predomine o discurso na segunda pessoa (tu/você). Nesta comunicação recorre-se a palavras, entoação, voz, expressão corporal, caracterização dos actores, cenário, efeitos de som e de luz. O texto dramático tem sempre uma intenção: Entreter, divertir, distrair o público; Criticar algo da sociedade da época; Moralizar; Ensinar. Origem Desde a Antiguidadeo gênero dramático, originário na Grécia, eram textos teatrais encenados essencialmente como culto aos deuses, os quais eram representados nas festas religiosas. Entre os principais autores do gênero dramático (tragédia e comédia) na Grécia antiga estão: Sófocles (496-406 a.C.), Eurípedes (480-406 a.C.) e Ésquilo (524-456 a.C.). A encenação dos textos de gênero dramático tinha o objetivo de despertar emoções na plateia, fenômeno chamado de "catarse". Principais Características Encenação cênica (linguagem gestual e sonoplastia); Presença de diálogos e monólogos; Predomínio do discurso em segunda pessoa (tu, vós). Estrutura Dramática Os autores desse tipo de texto são chamados de dramaturgos, que junto aos atores (que encenam o texto), são os emissores, e por sua vez, os receptores são o público. Assim, os textos dramáticos, além de serem constituídos de personagens (protagonistas, secundárias ou figurantes), são compostos pelo espaço cênico (palco teatral e cenários) e o tempo. Geralmente, os textos destinados ao teatro possuem uma estrutura interna básica, a saber: 21 Apresentação: faz-se a exposição tanto dos personagens quanto da ação a ser desenvolvida. Conflito: o momento em que surge as peripécias da ação dramática. Desenlace: Momento de conclusão, encerramento ou desfecho da ação dramática. Além da estrutura interna inerente ao texto dramático, tem-se a estrutura externa do gênero dramático, tal qual os atos e cenas, de forma que o primeiro corresponde à mudança dos cenários necessários para a representação, enquanto o segundo, designa as mudanças (entrada ou saída) dos personagens. Observe que cada cena corresponde a uma unidade da ação dramática. O discurso dramático ou teatral O discurso dramático ou teatral é composto por uma mistura de linguagens: Verbal – que pode tomar a forma de monólogo (uma personagem, falando consigo mesma, expõe os seus pensamentos e/ou sentimentos em voz alta), diálogo (falas entre duas ou mais personagens, recorrendo à segunda pessoa (tu/você), apartes (comentários de uma personagem que se supõe que não são ouvidos pelos seus interlocutores em palco). Não-verbal - gestos, expressões faciais das personagens, cenário, entoação da voz, efeitos de luz para ambientação, arranjos sonoros que incluem música, ruídos diversos. Cada personagem tem características próprias e estas são dadas de duas maneiras, directa e indirecta. Exemplos de Textos Dramáticos Tragédia: representação de acontecimentos trágicos, geralmente com finais funestos. Os temas explorados pela tragédia são derivados das paixões humanas, do qual fazem parte personagens nobres e heroicas, sejam deuses ou semideuses. Comédia: representação de textos humorísticos que levam ao riso da plateia. São textos de caráter crítico, jocoso e satírico. A principal temática dos textos de comédia, envolvem ações cotidianas do qual fazem parte personagens humanos estereotipados. Tragicomédia: união de elementos trágicos e cômicos na representação teatral. Farsa: surgida por volta do século XIV, a farsa designa uma curta peça teatral de caráter crítico, formada por diálogos simples e representada por personagens caricaturais em ações corriqueiras, cômicas, burlescas. Auto: surgido na Idade Média, os autos são textos curtos de temática cômica, os quais são geralmente formados por um único ato. 22 CONCLUSÃO O trabalho findo, da cadeira de Técnica de Expressão de Língua Portuguesa, não foi apenas um trabalho de investigação dos temas abordos nele, mas sim um elemento muito importante de aprendizagem, visto que o mesmo fez-nos consolidarmos muitos conhecimentos a cerca de tomada de notas, resumo, fichas de trabalho ou de leitura, circular e convocatórias, relatório e textos dramáticos. De forma geral, podemos concluir que este trabalho foi um elemento muito importante na aprendizagem do estudante. 23 Bibliografia 1. CUNHA, C. & Cintra, L., 2002. Nova Gramática do Português Contemporâneo.17ª Edição. Lisboa: Edições João Sá de Costa, Lda. 2. MATEUS, M.H.M., Brito, A.M, Duarte, I. & Faria, I.H.1989. Gramática da Língua Portuguesa. 2ª Edição. Lisboa: Editora Caminho. 3. MENDES. I. & Pereira, E.C.W. 2014. P12 Português 12ª Classe. Maputo: Texto Editores, Lda. 4. MORAIS, M. E. 1995. Língua Portuguesa 11ª Classe. 3ª Edição. Maputo: Plural Editores. 5. CAMPOS, M.H.C.,& Xavier, M.F. s/d. Sintaxe e Semântica do Português. s/ed. Universidade Aberta. 6. PINTO, J.M.C.,& Lopes, M.C.V.2003.Gramática do Português Moderno. 4ª Edição. Lisboa: Plátano Editorial. INTRODUÇÃO TOMADA DE NOTAS RESUMO FICHAS DE TRABALHO OU DE LEITURA TEXTOS EXPOSITIVOS E EXPLICATIVOS CIRCULAR E CONVOCATORIA; RELATÓRIO TEXTOS DRAMATICOS CONCLUSÃO Bibliografia
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