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Relatório REUNIDO de atividade pratica - AV1

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Campus Copacabana
ENTREVISTA COM PSICÓLOGA SOBRE OS PROCESSOS ATENTIVOS E SUA RELAÇÃO COM QUEIXAS ESCOLARES
Atividade acadêmica avaliativa em grupo, da disciplina de Proc. Psico. Básicos – ARA1061, para compor a nota final da AV1.
Curso Psicologia
Professor: Edson Vizzoni
Aluna:
Robéria Maria Machado de Oliveira – 202009154344
2
Rio de Janeiro/2021
1 INTRODUÇÃO
Considerando a importancia da atenção nos processos individuais e como cada um processa uma limitada quantidade de informações em detrimentos das demais, foram realizadas entrevistas com as Psicólogas Gabriela Fernandes de Souza (em 15/03/2021) e Jamille Celes Machado (em 20/03/2021), de forma remota, através de chamada por aplicativo de conversa, para que pudéssemos perceber como o profissional de psicologia atua nesse âmbito. Foram abordadas questões para compreender a forma em que Gabriela e Jamille percebem as melhores opções de avaliar esse processo basico individual, além de relatar as situações mais comumente identificadas no âmbito escolar e a pontuação do papel do psicólogo junto a esses indivíduos.
Gabriela é formada pela Universidade Veiga de Almeida, possui formação em Terapia Cognitivo-comportamental pelo Centro de Psicologia Aplicada e Formação (CPAF-RJ), com curso de extensão em Terapia Cognitivo-comportamental para crianças e adolescentes pelo CPAF-RJ. Pedagoga formada pela Universidade Cândido Mendes (UCAM) e pós-graduada em Orientação Educacional e Pedagógica pelo Instituto A Vez do Mestre (AVM). Ela atua no atendimento clínico no Centro de Avaliação, Atendimento e Educação em Saúde Mental, CAAESM, na Tijuca.
Jamille Celes Machado é formada pelo Centro Universitário Jorge Amado, com Especialização (em curso) em Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Atua no atendimento clínico e na Creche Escola Infância no Jardim, em Salvador/BA. Tem experiência como acompanhante terapêutica de crianças na Panamericah School of Bahia e no Colégio Anglo-Brasileiro, ambos também em Salvador/BA. 
2 COMO AVALIAR A ATENÇÃO?
GABRIELA: “A atenção pode ser avaliada por diversos testes neuropsicológicos, irei citar os principais testes usados na avaliação neuropsicológica clínica:
Teste de Stroop - Esse teste é reconhecido como uma prova de seletividade da atenção, em uma tarefa que envolve também controle inibitório.
TAVIS-3 – Consiste em um teste computadorizado para avaliação da atenção que examina separadamente os aspectos da seletividade, da alternância de conceitos e da sustentação da atenção visual.”
JAMILLE: “A Psicologia Escolar surge em decorrência de uma demanda das escolas de NORMATIZAÇÃO. Então, isso já se dá numa situação controversa, onde as escolas vão convocar os profissionais de Psicologia, com suas réguas do “normal” para normatizar essas crianças, ou seja, primeiro, se subentende que existe um “normal”, uma regra clara e que as pessoas teriam que se encaixar naquele formato. Mas daí as coisas vão evoluindo, a Psicologia vai realizando uma autocrítica, movimentos, a luta antimanicomial...e a Psicoligia escolar passa por uma transformação, onde cabe o questionamento: “O que é normal? Existe o normal?” E com isso também vem o desenvolvimento da Neurociência, o mapeamento do cérebro e a gente vai percebendo que cérebro é que nem impressão digital: cada um tem a sua. Daí não faz muito sentido, a gente focar nessa normatização. Cada um tem suas potencialidades e fraquezas, tudo muitooo particular. E fora isso, temos as teorias da aprendizagem, que estão também nesse área da Psicologia, onde a gente constata que é perfeitamente possível todo mundo aprender, mas cada um tem a sua maneira, o que já quebra totalmente aquela busca no início que se um aluno não aprende daquela maneira, ele tem um problema, é um aluno problemático...na verdade, aí a Psicologia Escolar vai mudar o foco do problema, não seria o aluno problemático, mas talvez aquela metodologia utilizada não tá funcionando para aquele aluno, propondo que o professor, por exemplo, se renove em sua didática...a metodologia não funciona para todos! Nesse sentido, a gente lembra de Carl Rogers que fala do ensino e aprendizagem centrada no individuo, e não no coletivo. Então a gente destaca essa mudança do papel do psicólogo na escola, que sai desse papel de “normatizador de crianças” para total aliado das crianças, ajudando os professores a compreender alguma barreira nessa relação/processo. E aí, quanto à questão de AVALIAR A ATENÇÃO não cabe mais, o que, infelizmente, ainda acontece em muitos lugares, apontar que a criança tem uma baixa atenção, uma dificuldade, um problema. Primeiro, a reflexão começa nos vários tipos de atenção: a concentrada, a alternada, a dividida...e o Psicólogo tem que checar tudo isso; por exemplo, se você tem uma criança que o professor aponta que tem um problema de atenção...os professores são recorrentes nisso...”o Joãozinho não presta atenção quando eu dou aula...”, mas aí você coloca um filme e João consegue ficar preso por quase duas horas na televisão...Você acha que Joãozinho tem realmente um problema de atenção? São esses pontos que o profissional tem que observar, observar o todo e não uma demanda isolada do professor...você observa o Joãozinho na sala do tal professor de matemática, depois na aula de português, acompanhar as metodologias...sem necessariamente impor aplicação de testes porque, particularmente no ambiente escolar, não há isso...Se a gente percebe que Joãozinho não sustenta uma brincadeira até o final, não consegue acompanhar aulas de várias matérias/professores, com diferentes metodologias...o profissional pode solicitar, formalmente, numa reunião com os pais, uma avaliação psicológica com um profissional de fora da escola, visando um possível psicodiagnóstico.” 
3 QUAIS AS ALTERAÇÕES DA ATENÇÃO MAIS OBSERVADAS NA QUEIXA ESCOLAR? 
GABRIELA: “As principais alterações neuropsicológicas é o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Deficiência Intelectual.
No ambiente escolar as alterações mais observadas são dificuldade de manter desempenho escolar satisfatório, dificuldade de interação social, comportamentos impulsivos e inquietude.”
JAMILLE: “O que mais se observa, as queixas vêm quase exclusivamente dos professores...”fulaninho não presta atenção na minha aula”, como falei anteriormente. Geralmente, as queixas referentes às idades menores são mais pertinentes (primeira infância) porque o processo ainda é muito “do concreto operacional”[footnoteRef:1], mas ainda assim, eu acho muito grave você chegar numa criança que concluiu o primeiro ano/sexto ano e tomar como um padrão de normalidade que a criança, com 6 anos, tem que sair do primeiro ano sabendo ler e escrever. Não necessariamente, porque tem criança que vai levar até os 8 anos...tem crianças que, até mesmo por questões cognitivas, não vão aprender. Eu trabalhei com um menino de 16/17 por um tempo, ele não sabia ler e escrever. Ele tinha uma questão genética que afetou a cognição, que se tornou uma certa impossibilidade, mas é bem curioso que a leitura escrita, que é recorrente, você entende que não é a única forma e nunca será, de ler o mundo. Ele desenvolveu estratégias incríveis para se incluir. Tem as queixas também dos alunos que não concluem as atividades, não se concentra no exercício...mas já teve vezes em que senti vontade de falar: “Professor, pelo amor de Deus, inove! Nem eu consigo prestar atenção em sua aula!”.” [1: Esta etapa se dá aproximadamente entre os sete e dez anos de idade. Durante o estágio operacional concreto, a criança atinge o uso das operações completamente lógicas pela primeira vez. O pensamento deixa de ser dominado pelas percepções e a criança torna-se capaz de resolver problemas que existem ou existiram (são concretos) em sua experiência. O pensamento se torna menos egocêntrico. Agora a criança é capaz de construir um conhecimento mais compatível com o mundo que a rodeia. O real e o imagináriojá não se misturam em sua percepção. O pensamento se torna operatório porque passa a ser reversível, ou seja, o sujeito pode retornar mentalmente ao ponto de partida. Então o pensamento baseia-se mais no raciocínio do que na percepção. Há três operações intelectuais importantes que mais se desenvolvem aqui, que são a seriação, a conservação e a classificação. A etapa de desenvolvimento operatório-concreto recebe esta nomenclatura porque a criança só consegue pensar corretamente se os materiais que ela utiliza para apoiar seu pensamento existem mesmo e podem ser observados. A criança ainda não consegue pensar de forma abstrata, apenas com base em proposições e enunciados. (https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/as-etapas-operatorio-concretas/15639)] 
4 QUAL O PAPEL DA PSICOLOGIA NESSAS DEMANDAS?
GABRIELA: “O papel do neuropsicólogo tem a função de avaliar, investigar e criar hipóteses para desenvolver um plano de tratamento para o paciente juntamente com uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde.
O psicólogo clínico deve auxiliar ao paciente a identificar e manejar as emoções, desenvolver habilidades sociais satisfatórias, além de encontrar ferramentas que auxiliem no controle da impulsividade, e de organização da rotina e estudos que auxiliem o paciente a diminuir as dificuldades de atenção.”
JAMILLE: “Acho que o papel principal da Psicologia é “TIRAR DA CAIXA”, e não pôr! A oposição do que eu falei antes, sobre normatizar...O Psicólogo escolar tem que estar ali para dar todo apoio, tanto para o aluno, quanto para o professor e para as famílias! As famílias com um papel de destaque, porque eu já vi famílias que acreditavam que o aluno/filho era completamente incapaz e isso atrapalha muito...ou aquela família também que acha que a criança pode tudo. O objetivo é fazer o aluno, DENTRO DA REALIDADE DELE, conseguir o melhor que ele pode quanto ao aprendizado e evolução. E a realidade de cada um é completamente singular. No exemplo que eu já citei, a realidade de um garoto, X frágil[footnoteRef:2], com um problema de cognição genético que envolvia diversas questões que colocou ele em um Espectro do TEA[footnoteRef:3], que não aprendeu a ler e escrever, mas desenvolveu tantas outras coisas e habilidades, outras competências sócio-emocionais...É “EDUCAÇÃO PARA QUEM E PARA O QUÊ”, o Psicólogo escolar atua nessa questão: observar o aluno, o contexto subjetivo desse aluno, fazer uma ponte com a família...acolher os alunos que já chegam com o diagnóstico ou que irão se revelar ao longo do processo escolar e trabalhar junto com toda a equipe (psicopedagogo, inclusive) da escola para que haja sim, uma atenção concentrada naquela criança para que ela se desenvolva ao máximo tudo o que ele tem pra desenvolver dentro de suas potencialidades.” [2: Síndrome do X frágil (SXF) é uma doença genética caracterizada por deficiência intelectual ligeira a moderada. O quociente de inteligência médio nos homens é inferior a 55 e cerca de 2/3 das mulheres apresentam deficiência intelectual. 
(https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_do_X_fr%C3%A1gil#:~:text=S%C3%ADndrome%20do%20X%20fr%C3%A1gil%20(SXF,das%20mulheres%20apresentam%20defici%C3%AAncia%20intelectual.)] [3: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba diferentes condições marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
] 
5 REFERÊNCIAS
GRAEFF, Rodrigo Linck; VAZ, Cícero E. Avaliação e diagnóstico do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Períodicos Eletrônicos em Psicologia (PEPSICO). Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-51772008000300005>. Acesso em: 30/03/2021.
ESGALHADO, Graça. O efeito Stroop: Um fenómeno raro. Revista Psicologia e Educação. Disponível em: <http://psicologiaeeducacao.ubi.pt/Files/Other/Arquivo/VOL1/PE%20N1e2/PE%20N1e2_index_11_.pdf >. Acesso em: 30/03/2021.
COUTINHO, Gabriel; MATTOS, Paulo; ARAÚJO, Catia; DUCHESNE, Monica. Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade: contribuição diagnóstica de avaliação computadorizada de atenção visual. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-60832007000500003&script=sci_abstract&tlng=pt#:~:text=CONCLUS%C3%83O%3A%20TAVIS%2DIII%20revelou%2D,aten%C3%A7%C3%A3o%3B%20testes%20neuropsicol%C3%B3gicos%3B%20diagn%C3%B3stico. Acesso em: 26/04/2021. 
Testes Desfavoráveis. SATEPSI. Disponível em: https://satepsi.cfp.org.br/testesDesfavoraveis.cfm Acesso em: 26/04/2021.

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