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Auditoria Fiscal Isadora Dutra Rebelo Princípios do Direito Penal Princípio da Subsidiariedade A partir do Princípio da Subsidiariedade, concluímos que o Direito Penal só é aplicado quando as outras formas de sancionar o indivíduo não forem suficientes. Como por exemplo, numa colisão acidental entre veículos sem vítimas, basta que o Direito Civil aplique as sanções cabíveis, não sendo necessário recorrer ao Direito Penal. Princípio da Legalidade Penal O principal objetivo do Princípio da Legalidade é limitar o poder do estado. ‘'Não pode haver crime, nem pena que não resultem de uma lei prévia, escrita, estrita e certa.’’, portanto, não é possível que o Presidente da República crie uma lei por conta própria, por exemplo. Somente a lei em sentido estrito (Lei Ordinária e Lei Complementar), aprovada pelo Congresso Nacional, pode criar crimes e cominar penas. - Não há crime sem lei anterior; - Não há crime sem lei escrita; - Não há crime sem lei certa; - Não há crime sem lei necessária. É vedada a utilização de analogias que prejudiquem o réu. Analogia ocorre quando a lei não prevê a solução para um caso e é permitida a aplicação de uma norma parecida. > Legalidade formal e material Legalidade formal é quando a lei é produzida com observância do processo legislativo. Legalidade material é quando a lei é produzida com respeito aos princípios constitucionais e aos direitos e garantias individuais. Para que uma lei seja vigente e válida, ambos os aspectos são necessários. > Medida Provisória e Legalidade A Medida Provisória não pode ser editada em matéria penal, conforme expressa vedação constitucional (Art. 62, parágrafo primeiro, I, b da CF). Princípio da Fragmentariedade Esse princípio determina que não é razoável que o Estado utilize o Direito Penal para tutelar qualquer bem jurídico, apenas os bens mais relevantes para a sociedade, e somente as condutas inaceitáveis devem ser atingidas pelas sanções penais. > Fragmentariedade x Subsidiariedade Fragmentariedade: quando se fala em não proteger todos os bens jurídicos. Seu foco está no fato praticado e nos bens protegidos; Subsidiariedade: existência de outras formas de controle social que devem ser aplicadas antes de aplicar o Direito Penal. Seu foco está na norma utilizada e no tipo de sanção aplicado. Ambos os princípios estão diretamente ligados à intervenção mínima do direito penal. Princípio da Pessoalidade ou da Intranscendência da Pena Art. 5, XLV da CF. Existe para evitar que as sanções penais sejam executadas em face de terceiros, ou seja, apenas o autor do fato irá responder pelos seus atos ou omissões. Porém, se o autor de um fato for condenado a reparar um dano por exemplo, e vir a falecer antes da execução da sentença, seus herdeiros poderão ser executados, mas somente até o limite da herança recebida. Entretanto, quando se trata de multa, esta é vinculada à pessoa condenada, pois tem caráter punitivo a ela, portanto não pode ser deduzida da herança. As únicas responsabilidades que podem ser transferidas aos herdeiros são as de reparar o dano e a decretação de pedimento de bens, sempre limitadas ao valor da herança. Princípio da Ofensividade ‘'Não há crime sem ofensa ao bem jurídico’’. Também chamado de princípio da lesividade, determina que apenas condutas que causem dano ou perigo de dano podem ser consideradas ilícitas pelo Direito Penal. Página de 1 2 Auditoria Fiscal Isadora Dutra Rebelo > Determinações do Princípio da Ofensividade - Vedar a incriminação de estados e condições existenciais: o indivíduo não pode ser punido por ser alguma coisa; - Não incriminação de condutas incapazes de causar dano ou perigo de dano a algum bem jurídico; - Vedar incriminação à autolesão; - Vedar incriminação de ideias, atos preparatórios, cogitações (atitudes internas). Princípio da Adequação Social Determina que condutas socialmente aceitas e adequadas não podem ser criminalizadas, como por exemplo, não é cabível a prisão de um tatuador por causar lesões ao simplesmente tatuar. No caso de pirataria esse princípio não cabe, pois estão presentes a materialidade e a autoria de um crime. Princípio da Humanidade Garante que os infratores da lei não sejam submetidos a penas cruéis ou degradantes de forma que o desconsiderasse como pessoa humana, o que causaria desrespeito à dignidade da pessoa humana. Princípio da Proporcionalidade É necessária a comparação da lesão causada pelo crime praticado com a gravidade da sanção a ser aplicada. Princípio da Insignificância O Direito Penal só vai aonde seja necessário para a proteção do bem jurídico. Não deve ocupar-se de bagatelas. Como por exemplo alguém que subtraiu uma única folha de papel de uma loja. Há tipicidade formal pois há adequação entre o tipo penal e a conduta praticada, onde é furto subtrair para si coisa alheia. Entretanto, não há tipicidade material, pois só existiria se o ato praticado produzisse prejuízo relevante. Portanto, com a ausência da tipicidade material, não há fato típico, então não há crime. > Requisitos para aplicação do Princípio da Insignificância - Mínima ofensividade da conduta; - Ausência de periculosidade social da ação; - Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; - Inexpressividade da lesão jurídica. Princípio da Culpabilidade Está relacionado ao chamado ‘'homem médio’’, que é o que se espera que um homem comum faça diante de uma determinada s i tuação. Há, portanto , um comportamento normal a ser esperado de uma pessoa. O Direito Penal só aceita responsabilidade subjetiva, que depende de dolo ou culpa, e quem determina isso é o princípio da culpabilidade. Princípio da Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos A norma penal deve ser criada apenas para tutelar bens jurídicos cuja relevância mereça a proteção do Direito Penal. Sendo vedada a ‘'proibição pela proibição’’, ou a criminalização como ‘'instrumento de mera obediência’’, ou proibir apenas para proibir, sem o intuito de proteção. Princípio da Intervenção Mínima É a aplicação do Direito Penal apenas quando estritamente necessário, que é quando outras esferas do direito fracassam no controle social e quando a lesão é relevante o suficiente. Princípio da Materialização ou Exteriorização do Fato O Estado só pode criminalizar condutas humanas e voluntárias, e não condições externas ou estados existenciais. É chamado de exteriorização uma vez que o simples fato de pensar ou cogitar realizar um crime, não é considerado um crime. Princípio da Individualização da Pena Art. 5, XLVI da CF. Cada cidadão terá uma avaliação individualizada sobre o fato criminoso praticado. Esse princípio deve ser observado tanto no momento da elaboração da norma pelo legislador, quanto na imposição da sanção pelo juiz e até a fase de execução penal. Página de 2 2
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