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Os dilemas da democracia digital e os impactos das novas tecnologias

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Por: Ana Luísa Marques R. Lins 
 
“Os dilemas da democracia digital e os impactos das novas tecnologias.” 
 
Sob a óptica do sociólogo Manuel Castells, a habilidade de uma civilização de dominar e de 
evoluir a tecnologia remodelou a sociedade em um ritmo acelerado. Assim, o avanço técnico-científico 
foi responsável por desenvolver aspectos das organizações sociais e por transformar os 
comportamentos cívicos, o que fomentou a construção de uma coletividade 
progressista, porém alienada ao pressuposto do crescimento estampado nas redes informacionais. 
Dessa forma, é válido analisar os impactos da tecnologia no processo democrático, bem como o poder 
coercitivo desses meios nos comportamentos sociais. 
Na perspectiva filosófica de Pierre Lévy, a conexão da humanidade, por meio da internet, é um 
poderio nascido da capacidade de empenho coletivo e cooperativo num contexto social global. Nesse 
viés, as grandes mobilizações em volta dos valores culturais, morais e políticos em todo o mundo são 
frutos da interconexão generalizada e do engajamento cívico nas plataformas digitais. Logo, a 
potencialidade da agregação pública instiga as revoluções contemporâneas pela modificação dos 
preceitos arcaicos das Instituições Sociais e pela busca dos direitos fundamentais, essenciais aos 
indivíduos que urgem por uma civilização verdadeiramente democrática. 
Atrelado a isso, em coadunação com os pensadores da Escola de Frankfurt, a civilização é 
alienada por intermédio da Indústria Cultural – termo designado às mídias de massa – que, regida 
pelos interesses capitalistas, controla as informações difundidas e homogeneíza os comportamentos 
coletivos. Como consequência, as redes tecnológicas possuem a capacidade desmedida de distorcer a 
realidade, com uma visão parcial do mundo oferecida aos peões do jogo neoliberal comandado pelas 
grandes corporações. Assim, lamentavelmente, o indivíduo, com a consciência crítica deturpada, é 
vítima da rede de desinformação e de padronização de comportamentos com viés lucrativo da 
sociedade moderna. 
 Faz-se pertinente, portanto, que o Ministério da Educação, em conjunto com o Ministério da 
Cidadania, invista em ações educativas em escolas e em faculdades, por meio de palestras, de 
debates e de projetos interdisciplinares – ministrados por cientistas sociais e por cientistas políticos, 
com vistas a estimular a consciência crítica para a filtragem de informações advindas da internet, 
além de fomentar a sabedoria acerca dos poderes tecnológicos e cívicos aliados para impulsionar a 
busca plena da democracia. Dessa maneira, os cidadãos formarão o discernimento imprescindível 
para utilização das redes de informação, e, assim, fundarão uma sociedade com o total poder da 
conexão humanitária, mediante as novas tecnologias, apontada pela filosofia de Lévy. 
C1: 180 
C2: 200 
C3: 200 
C4: 160 
C5: 200 
Nota: 940

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