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Geovanna Azevedo Compreende cinco órgãos sensoriais da orelha interna, que medem a aceleração linear e angular da cabeça. O aparelho vestibular funciona continuamente, inclusive durante o sono, de forma inconsciente. A assimetria da resposta labiríntica, seja pela estimulação excessiva ou pela hipoestimulação, leva a vertigem, nistagmo e reflexo vagal que são sensações conscientes. Funções do labirinto Vestibular: 1) Transformar as forças provocadas pela aceleração da cabeça e da gravidade em um sinal biológico. 2) Informar os centros nervosos sobre a velocidade da cabeça e sua posição no espaço. 3) Iniciar alguns reflexos necessários para a estabilização do olhar, da cabeça e do corpo. O aparelho vestibular do labirinto situa-se posterior a cóclea e consiste em 5 estruturas sensoriais: - 3 canais semicirculares Horizontal (lateral); Anterior (superior) e Posterior, que detectam as rotações da cabeça. Cada canal possui uma dilatação em sua extremidade denominado ampola. Dentro de cada ampola está o neuroepitélio (cristas ampulares) que contém as células sensoriais ciliadas. - 2 otolíticos Utrículo e Sáculo, que detectam movimentos lineares. O neuroepitélio do utrículo está orientado horizontalmente e o sáculo verticalmente. A membrana otolítica denominada mácula, possui receptores sensoriais ciliadas (Tipo1 e Tipo2) cujos cílios também se encontram livres e mergulhados em estruturas cupulares, porém mais rígida devido a uma matriz gelatinosa. Dentro desta matriz, encontramos depósitos de carbonato de cálcio, ou otólitos, menos densos e que ficam suspensos. Esta massa gelatinosa e os otólitos são denominados membrana otolítica. Os receptores vestibulares nos canais semicirculares e otólitos maculares são sensíveis à aceleração angular e linear da cabeça, respectivamente. O sinal do otólito é uma combinação de todas as acelerações lineares agindo sobre a cabeça, incluindo a aceleração constante da gravidade. Os canais semicirculares, como acelerômetros angulares, são sensíveis a altas frequências de movimentos da cabeça, assim como os otólitos. Os canais anteriores e posteriores, os quais detectam as posições pitch e roll são especialmente importantes para detectar a oscilação postural que ocorre com a rápida flexão ou extensão do quadril, mas não para detectar a baixa frequência de oscilação em pé. As células sensórias do labirinto posterior transformam energia mecânica que resulta dos movimentos ciliares em sinal biológico. Transdução dos estímulos A aceleração angular ou linear da cabeça leva a deflexão do feixe de estereocílios das células ciliadas do órgão receptor apropriado. As sinalizações são transmitidas das células ciliadas ao tronco encefálico pelos ramos do nervo vestibulococlear (VIII nervo craniano). Os corpos celulares do nervo vestibular estão localizados no gânglio vestibular localizado dentro do canal auditivo interno. O nervo vestibular superior inerva os canais horizontal, anterior e o utrículo, enquanto o nervo vestibular inferior inerva o canal posterior e o sáculo. Geovanna Azevedo Quando a cabeça começa a rotar os labirintos membranoso e ósseo movem-se junto, devido a inércia da endolinfa, o deslocamento desta, se atrasa em relação ao labirinto membranoso que a envolve e move-se para o lado oposto causando uma deformação na cúpula. Na ampola, esse movimento relativo da endolinfa pressiona a cúpula, inclinando-a na direção contrária ou a favor do utrículo adjacente, dependendo do sentido da endolinfa. A deflexão resultante do estereocílios altera o potencial de membrana. Em resposta à deformação mecânica, os cílios são tracionados e respondem com alterações na condutância iônica de membrana, ou seja, com despolarização ou hiperpolarização, conforme o sentido de movimento do liquido. No lado oposto, o liquido se movimenta no mesmo sentido, mas em oposição a orientação dos estereocílios, causando hiperpolarização das células receptoras deste lado e reduzindo a descarga de PA nas fibras aferentes deste lado. As células sensoriais ciliadas fazem sinapses excitatórias com as fibras aferentes vestibulares do VIII par craniano O SNC compara a frequência de disparos dos PA das fibras aferentes, detectando em que sentido se deu o movimento da cabeça. As fibras sensitivas do sistema vestibular convergem para o gânglio vestibular ou de Scarpa (neurônios de 1a . ordem) e os axônios mielinizados formam a porção vestibular do nervo vestíbulococlear (VIII par craniano) e projetam-se nos núcleos vestibulares. Os axônios dos núcleos vestibulares (2a . ordem) se projetam para vários locais, conforme a via consciente ou inconsciente. Neurônios I — são células bipolares localizadas no gânglio vestibular (de Scarpa). Seus prolongamentos periféricos, pequenos, ligam-se aos receptores, e os prolongamentos centrais, muito maiores, constituem a porção vestibular do nervo vestibulococlear, cujas fibras fazem sinapse com os neurônios II. Neurônios II — localizam-se nos núcleos vestibulares. A partir destes núcleos, temos a considerar dois trajetos conforme se trate de via consciente ou inconsciente. a) via inconsciente — axônios de neurônios II dos núcleos vestibulares formam o fascículo vestibulo- cerebelar, que ganha o córtex do arquicerebelo, passando pela parte medial do pedúnculo cerebelar inferior, que constitui o chamado corpo justa-restiforme. Fazem exceção algumas fibras que vão diretamente ao cerebelo sem sinapse nos núcleos vestibulares. b) via consciente — a existência de conexões entre os núcleos vestibulares e córtex cerebral foi negada durante muito tempo, mas está estabelecida, hoje com base em dados clínicos e experimentais. Contudo, existe controvérsia quanto ao trajeto da via, embora a existência de um relê talâmico seja geralmente admitida. No que se refere à localização da área vestibular no córtex, admite-se que ela está no lobo parietal próximo ao território da área somestésica correspondente à face. Alguns admitem também a existência de uma outra área vestibular no lobo temporal próximo à área auditiva.
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