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P3 Fisiologia Vegetal Layane Feitosa Respiração Celular Processo onde moléculas orgânicas são oxidadas e ocorre produção de energia em forma de uma molécuyla chamada ATP – Trifosfato de Adenosina. Ela pode ocorrer de duas formas: Respiração anaeróbia: ocorre em todos os seres quando não há aporte suficiente de O2, mas ocorre principalmente nas bactérias; fornece 2 ATPs por molécula de glicose, corresponde à Glicólise. Respiração Aeróbia: é a principal forma que ocorre, é muito mais eficiente, cerca de 16x mais eficiente. Fornece cerca de 36 ATPs por molécula de glicose. Corresponde à Glicólise, Ciclo de Krebs (Ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos) e Fosforilação Oxidativa (Cadeia Transportadora de elétrons). ► É o fornecimento promário de energia (exclusivo no caso da respiração anaeróbia) e, para a respiração aeróbia, fornece o piruvato (ácido pirúvico), que será transformado em Acetil Coenzima-A, que é o substrato para a ocorrência do Ciclo de Krebs. Consiste na quebra da molécula de glicose em 2 moléculas de piruvato, através de 10 reações catalisadas por enzimas. Ocorre no citoplasma das células. Está dividida em duas fases: a de investimento (5 primeiras reações); a de pagamento (5 ultimas reações). Ao final terá uma produção líquida de 2 ATPs (produz 4 ATPs, mas usa 2 ATPs). 1. Reação: acontece gasto de um ATP e a produção da glicose 6-fosfato com a ajuda da enzima hexocinase 2. Reação: a glicose 6-fosfato é convertida em frutose 6-fosfato pela enzima fosfoglicose isomerase. 3. Reação: a frutose 6-fosfato é convertida em frutose 1,6-bifosfato pela enzima fosfofrutocianse. Ocorre o gasto de ATP. 4. Reação: a frutose 1,6-bifosfato é partida ao meio pela aldolase, produzindo uma molécula de di-hidroxiacetona fosfato e outra de gliceraldeído 3-fosfato. 5. Reação: conversão da di-hidroxiacetona em gliceraldeído 3-fosfato pela triose fosfato isomerase. Eles são isômeros, e esta enzima converte um isômero em outro. A partir daqui, tudo o que é descrito estará acontecendo em dobro, porque terão dois gliceraldeído 3-fosfato. 6. Reação: conversão dos dois gliceraldeído 3-fosfato em dois 1,3-bifosfoglicerato com a enzima gliceraldeído 3- fosfato desidrogenase. Essa reação ocorre em dois passos: Passo 1: o H do gliceraldeido 3-fosfato é transferido para o NAD+ que se converte em NADH. Um OH de molécula de H2O é passada para o gliceraldeído 3-fosfato e o H que sobra da molécula de agua é o H+. Assim, a reação gera uma molécula intermediária, um NADH e um H+. Passo 2: entra agora um Pi (fosfato inorgânico) que se liga à molécula intermediária formando o 1,3-bifosfoglicerado. 7. Reação: a enzima fosfoglicerato cinase pega o fosfato que acabou de ser colocado no carbo 1 do 1,3- bifosglicerato e coloca ele em uma molécula de ADP, formando ATP e 3-fosfoglicerato. 8. Reação: agora, a enzima fosfoglicerato mutase pega o fosfato que está no carbono 3 do 3-fosfoglicerato e transfere para o carbono 2, convertendo-o em 2- fosfoglicerato. 9. Reação 9: agora o 2-fosfoglicerato vai perder 2 H e 1 Oxigenio, formar uma molécula de água e se transformar em fosfoenolpiruvato. P3 Fisiologia Vegetal Layane Feitosa 10. Agora o fosfoenolpiruvato vai perder o fosfato carbono dois e se transformar em piruvato. Enquanto o fosfato vai se juntar ao ADP e formar ATP. → RESUMINDO: as reações 1,2 e 3 são de investimento de energia, onde ocorreu o consumo de 2 ATP, depois as reações 4, 5 e 6 são de clivagem, onde a frutose 1,6- bifosfato é clivada, formam-se o gliceraldeído 3 fosfato e a di-hidroxiacetona que também é convertida em gliceraldeído 3-fosfato em seguida. As últimas reações são chamadas de geração de energia, pois é nelas que são formadas os 2 NADH, os 2 ATPs e os 2 PIRUVATOS. → DESTINOS DO PIRUVATO: o piruvato formado na glicólise é mais adiante metabolizado por três rotas metabólicas: 1. Em organismos aeróbios, a glicólise é apenas o primeiro estágio da degradação completa da glicose. O piruvato é oxidado a partir da perda de CO2, gerando o grupo Acetil-coA, que será utilizado no ciclo de Krebs. 2. O segundo destino é a redução a lactato, por meio da fermentação láctica. O musculo esquelético, quando em contração vigorosa, trabalha em condições de baixa pressão de O2, onde NADH não pode ser reoxidado a NAD+. No entanto, NAD+ é necessário como aceptor de elétron para a oxidação do piruvato. Sob essas condições, o piruvato é reduzido a lactato, recebendo os elétrons do NADH e regenerando o NAD+, necessário para continuar a glicólise. 3. A terceira rota principal do catabolismo do piruvato leva à produção de etanol. Em alguns vegetais, protista e leveduras, o piruvato é convertido, em condições anaeróbias, em etanol e CO2, num processo chamado de fermentação alcóolica. Há liberação de 2 ATPs. ► Também chamado de Ciclo do Ácido Cítrico ou Ciclo do Ácido Tricarboxílico. Essa fase da respiração ocorre na matriz mitocondrial e é considerada uma rota anfibólica, catabólica e anabólica. No Ciclo de Krebs, o ácido pirúvico (C3H4O3) proveniente da glicólise sofre uma descarboxilação oxidativa pela ação da enzima piruvato desidrogenase, existente no interior das mitocôndrias dos seres eucariontes, e reage com a coenzima A (CoA). O resultado dessa reação é a produção de acetilcoenzima A (Acetil CoA) e de uma molécula de gás carbônico (CO2). Em P3 Fisiologia Vegetal Layane Feitosa seguida, o Acetil CoA reage com o oxaloacetato, ou ácido oxalacético, liberando a molécula de coenzima A, que não permanece no ciclo, formando ácido cítrico. Depois de formar o ácido cítrico, haverá uma sequência de oito reações onde ocorrerá a liberação de duas moléculas de gás carbônico, elétrons e íons H+. ao final das reações, o ácido oxalacético é restaurando e devolvido à matriz mitocondrial, onde estará pronto para se unir a outra molécula de acetilCoA e recomeçar o ciclo. Os elétrons e íons H+ que foram liberados nas reações são apreendidos por moléculas de NAD, que se convertem em moléculas de NADH, e também pelo FAD (dinucleotídeo de flavina-adenina), outro aceptor de elétrons. No Ciclo de Krebs, a energia liberada em uma das etapas forma, a partir do GDP (difosfato de guanosina) e de um grupo fosfato inorgânico (Pi), uma molécula de GTP (trifosfato de guanosina) que difere do ATP apenas por conter a guanina como base nitrogenada ao invés da adenina. O GTP é o responsável por fornecer a energia necessária a alguns processos celulares, como a síntese de proteínas. Podemos concluir que o Ciclo de Krebs é uma reação catabólica, porque promove a oxidação do acetil CoA, a duas moléculas de CO2, e conserva parte da energia livre dessa reação na forma de coenzimas reduzidas, que serão utilizadas na produção de ATP na fosforilação oxidativa, a última etapa da respiração celular. As enzimas de maior atividade nessa via são as desidrogenases, onde participam as coenzimas NAD e FAD. ► REAÇÕES: 1. Reação: é uma reação de condensação de uma molécula de oxalaxetato + acetil-coA pela enzima Citrato Sintase formando o citrato. 2. Reação: é dividida em (a) e (b) e as duas reações são catalisadas pela enzima aconitase ou aconitato- hidratase. Em (a), a aconitase retira uma molécula de água convertendo o citrato temporariamente em cis- aconitato; em (b) a aconitase introduz uma molécula de agua convertendo o cis-aconitato a isocitrato. 3. Reação: ocorre a primeira descarboxilação oxidativa e uma desidrogenação no C.K. o isocitrato é convertido a alfa-cetoglutarato por ação da isocitrato desidrogenase. CO2 Redução de NAD a NADH 4. Reação: ocorre a segunda descarboxilação oxidativa (e mais uma desidorgenase), e nesse ponto a matéria orgânica, acetil coA foi completamente oxidada. A moléculade alfacetoglutarato é convertida a succinil- coA por ação da enzima alfa-cetoglutarato desidrogenase. CO2 Redução de NAD a FADH 5. Reação: ocorre uma fosforilação a nível de substrato. Nessa reação a coenzima A que entrou na 4ª reação sai da molécula convertendo o succinil-coA em succinil por ação da succinil-coA sintetase, gerando uma grande quantidade de energia permitindo que Pi possa se unir ao GDP para formar GTP. A célula não usa GTP na produção de energia, então o fosfato do GTP passa para um ADP, formando o ATP. Essa é aunica etapa do C.K. que forma ATP. ATP (GTP) 6. Reação: (complexo II – Cadeia respiratória). O succinato sofre uma desidrogenação por ação da succinato desidrogenase formando o fumarato. O aceptor de eletron é o FAD qye é reduzido a FADH. Redução de FAD a FADH2 7. Reação: o fumarato é hidratado formando malato por ação da fumarase ou fumarato hidratase. 8. Reação: última desidrogenação do C.K. o malato é convertido a oxalacetato por ação da malato desisdrogenase. O aceptor de elétrons é o NAD. P3 Fisiologia Vegetal Layane Feitosa Redução de NAD a NADH ► Sequência de reações em que os elétrons vão sendo transportados. Ocorre formação de água; processo em que os elétrons são transferidos ao longo de uma série de carreadores, liberando energia que é utilizada para bombear prótons, gerando um gradiente eletroquímico. ► Ocorre na cristas mitocondriais. ► Ao final do Ciclo de Krebs algumas moléculas importantes já foram formadas. Além de alguns ATPs, obteve-se também NADH e FADH2, formados nas etapas de glicólise, transformação de piruvato em acetil-coA e no próprio C.K. Essas moléculas carreadoras darão inicio à cadeia transportadora de elétrons. ► A cadeia transportadora é composta por quatro complexos proteicos, que são os responsáveis pela ocorrência das reações. São eles: Complexo I: NADH desidrogenase; Complexo II: succinato desidrogenase; Complexo III: citocromo bc1; Complexo IV: citocromo oxidase Além de NADH e FADH2, outras moléculas que também transportam elétrons participam desse processo. São elas: Ubiquinona (coenzima Q): é uma pequena molécula hidrofóbica, capaz de se difundir na membrana interna mitocondrial. Não é uma proteína. Citocromo: apresenta átomo de ferro em sua estrutura, sendo ele pertencente a um grupo heme. Proteína Fe-S: também apresenta átomo de ferro, porém este não está num grupo heme, e sim associado a átomos de enxofre. ► FUNCIONAMENTO: As moléculas de NADH chegam ao complexo I, e através dele os elétrons são transferidos para a ubiquinona. Com isso ocorre uma liberação de energia, que é usada para bombear 4 prótons H+ da matriz mitocondrial para o espaço intermembranar. Este transporte está relacionado ao mecanismo da alça redox, em que o H+ passa por diversas moléculas até alcançar o outro lado. Esse mecanismo, no entanto, não explica a passagem de H+ e algumas células. As moléculas de FADH2, por sua vez, chegam ao complexo II. Ocorre a liberação dos elétrons transportados pelo FADH2 e sua transferência para a ubiquinona também. Neste complexo não há bombeamento de prótons e ocorre a formação de fumarato a partir de succinato. (6ª reação C.K.). Obs.: o termo ubiquinona reduzida é utilizado para definir a ubiquinona que recebeu elétrons (e por isso ficou reduzida). Os complexos I e II, portanto, reduzem a ubiquinona. O Complexo III catalisa a transferência de elétrons da ubiquinona para proteína Fe-S e em seguida para o citocromo C e bombeia prótons através da membrana. Além disso, no complexo bc1 ocorre o ciclo Q, processo em que a ubiquinona reduzida é parcialmente regenerada. Na realidade, o complexo III aceita elétrons provenientes de 2 moléculas de ubiquinona reduzidas, o que equivale a dizer que ele aceita 4 elétrons. No entanto, uma dessa P3 Fisiologia Vegetal Layane Feitosa moléculas de ubiquinona (agora oxidada) vai voltar a receber 2 elétrons, ficando reduzida novamente. Portanto, apesar de receber 4 elétrons, só 2 serão transportados através deste complexo. Por fim, o complexo IV cataisa a transferência de elétrons do citocromo C, para o O2, além de também bombear prótons. 4 citocromos C são necessários, ou seja, 4 elétrons, para que ocorra a formação de água, além de 4H+. ► Após todas essas etapas ocorreu então: Geração de energia devido ao transporte dos elétrons, sendo ela usada para o bombeamento de prótons através da membrana; Bombeamento de prótons nos complexos I, III e IV, e consequentemente a formação de um gradiente; Formação de água ► GLICÓLISE: para cada molécula de glicose que inicia o processo, temos: 2 piruvatos 2 NADH2 2 ATP ► OXIDAÇÃO DO PIRUVATO: partindo-se dos 2 piruvatos produzidos na glicólise, temos: 2 CO2 2 NADH2 2 Acetil-CoA ► CICLO DE KREBS: partindo-se dos 2 Acetil-coA produzidos na glicólise, temos: 4 CO2 2 GTP (= 2 ATP) 6 NADH2 2 FADH2 ► CADEIA RESPIRATÓRIA: partindo-se dos NADH2 e FADH2 produzidos ao longo das etapas anteriores, temos: 6 H2O 26 ATP ► SALDO FINAL DE 30 ATP: 2 ATP (glicólise) 2 GTP (Ciclo de Krebs) 26 ATP (Cadeia respiratória)
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