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Aula 7 GP

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Gestão de Projetos em Tecnologia da Informação
Aula 07
PRINCE2™
Objetivos Específicos
• Conhecer a proposta do modelo PRINCE2™.
Temas
Introdução
1 Origens do PRINCE2™
2 Bibliografia oficial
3 Manual PRINCE2™
4 Conceitos básicos do PRINCE2™
5 Utilizando PRINCE2™
Considerações finais
Referências
André Luis Fonseca Ricardi
Professor
Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Gestão de Projetos em Tecnologia da Informação
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Introdução
Nesta aula, trataremos do modelo PRINCE2™, que foi desenvolvido sob a gestão do 
governo do Reino Unido. É uma metodologia utilizada para todos os projetos do Governo 
Britânico e amplamente utilizada também pelo setor privado no Reino Unido e na Europa. Foi 
lançada em 1996, com esta nomenclatura atual, tendo por base um modelo que surgiu em 
1975, com o nome de PROMPTII. 
Em 2010, as metodologias britânicas passaram à custódia do Ministério do Gabinete do 
Governo Britânico (Cabinet Office) e permanecem até o momento.
É um método consistente e reconhecido pelo mercado, apesar de ainda não ser conhecido 
por muitos no Brasil. Seu principal manual foi publicado na sua quinta edição, em 2009, e esta 
versão é a base para o que será apresentado a você nesta aula (OGC, Managing, 2009). Ele 
é direcionado àqueles que gerenciam projetos, utilizando este método. Vale destacar que, 
além deste manual, que é o principal associado ao método, existem outras publicações que 
serão citadas a seguir. Se você trabalha com projetos pequenos, médio ou grandes, simples ou 
complexos, recomendo que avalie com carinho a possibilidade de utilizar este método, pois o 
seu uso em larga escala pelo Governo Britânico é um excelente endosso, quanto a sua qualidade.
Ele disponibiliza também modelos de documentos e processos, testados na prática e 
apresentando resultados consistentes.
Você pode e deve adaptar estes modelos para definir a metodologia que irá utilizar na 
sua organização e em seus projetos. Avalie o que pode ajudá-lo e implemente no seu dia a dia.
1 Origens do PRINCE2™
Na verdade, o nome do método é uma abreviação: PRojects IN Controlled Environments 
(Projetos em Ambientes Controlados). Sem dúvida, precisamos controlar o ambiente para 
gerenciarmos nossos projetos de maneira adequada. Para tal, a adoção de um método 
completo e consistente facilitará a vida do gerente de projetos, bem como de todos os 
demais envolvidos. 
A CCTA (Central Computer and Telecommunications Agency – Agência Central de 
Computação e Telecomunicações) adotou o PROMPTII, em 1979, modelo desenvolvido 
pela Simpact Systems, em 1975. Em 1989, foi adotado o modelo PRINCE, tendo por base 
o PROMPTII. Em 1996, o Office of Government Commerce – OGC (antigo CCTA) adotou o 
método PRINCE2™, para projetos genéricos, e detêm os seus direitos autorais. 
O método pode ser utilizado para qualquer tipo de projeto, em qualquer área de 
negócios, e de qualquer porte. Ele isola as práticas de gestão de projetos das características 
que são específicas de determinadas indústrias.
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2 Bibliografia oficial
Além do manual que já foi citado, destinado aos que gerenciam projetos, o OGC publicou, 
em 2009, um manual para executivos e patrocinadores que dirigem os projetos: Directing 
Succesful Projects with PRINCE2™ 2009 Edition Manual (OGC, Directing, 2009). 
Todas as publicações oficiais relacionadas ao PRINCE2™ podem ser 
encontradas no link disponível na midiateca. 
3 Manual PRINCE2™
O manual direcionado aos que gerenciam projetos (OGC, Managing, 2009) tem o 
seguinte conteúdo:
1. Introdução
2. Princípios
3. Introdução aos temas do PRINCE2™
4. Caso de Negócios (business case)
5. Organização
6. Qualidade
7. Planos
8. Risco
9. Mudança
10. Desenvolvimento
11. Introdução aos processos
12. Começando um projeto
13. Dirigindo um projeto
14. Iniciando um projeto
15. Controlando uma fase
16. Gerenciando a entrega do produto
17. Gerenciando um limite de fase
18. Encerrando um projeto
19. Adaptando o PRINCE2™ para o ambiente do projeto.
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Note, neste último item, que, mesmo sendo um método estruturado, ele orienta 
sobre como adaptá-lo ao ambiente, onde o projeto está sendo executado. Isso é 
essencial para que um método funcione de acordo, com as necessidades de cada 
organização envolvida.
Além disso, ele conta com apêndices. O primeiro deles apresenta 26 modelos 
de documentos, associados ao método. Tratam também de governança, papéis e 
responsabilidades, técnica de planejamento baseado em produto e teste de sanidade 
(health check). 
4 Conceitos básicos do PRINCE2™
Segundo o PRINCE2™, projeto é uma “Organização temporária criada com o 
propósito de entregar um ou mais produtos de negócio de acordo com um business case 
compactuado” (OGC, Managing, 2009). Considerando esta definição, podemos dizer que, 
para este modelo, um projeto sempre deverá ter uma justificativa de negócio, baseada em 
um caso de negócio consistente e que foi previamente aprovado pelas organizações e 
pelas pessoas envolvidas.
Algumas palavras-chave são relacionadas a projetos, segundo o PRINCE2™: mudança, 
temporário, multifuncional, única e incerto.
O modelo divide os produtos em dois tipos: 
• Gerenciais: produzidos por processos de gerenciamento ou de qualidade;
• Especialistas: constituem a entrega final do projeto.
A seguir, na figura 1, ilustramos o ciclo de vida de projetos segundo o PRINCE2™:
Figura 1 – Ciclo de vida de projetos
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A figura 2, a seguir, ilustra a filosofia geral dos métodos britânicos. Saídas de projetos 
possibilitam mudanças nos negócios, que criam saídas desejadas as quais causam, junto com 
as mudanças de negócios, consequências e efeitos colaterais; estas consequências podem 
resultar em benefícios, que serão instrumentos para medir as saídas desejadas; os benefícios 
podem não ser exatamente os desejados e, se forem atingidos com sucesso e de acordo com 
o planejado, irão auxiliar a alcançar objetivos estratégicos de negócios.
Figura 2 – Filosofia geral dos métodos britânicos 
Fonte: Managing Successful Projects with PRINCE2™, p. 193.
 Infelizmente, em algumas culturas, não existe esse conceito de benefícios, que o projeto 
pretende entregar ou atingir, ou, pelo menos, não é dada a devida atenção a estes aspectos. 
Um projeto que não tem objetivos e benefícios claros e consistentes e que estejam alinhados, 
com os objetivos estratégicos das organizações envolvidas, não deveriam nem mesmo ser 
iniciados. É essencial que se tenha clareza sobre isso antes de iniciar um projeto, e alocar 
recursos organizacionais importantes, que poderiam estar sendo utilizados em outros 
projetos mais importantes.
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Na figura 3, a seguir, tratamos dos 7 princípios do método PRINCE2™.
Figura 3 – Princípios do PRINCE2™
Fonte: do Autor
Figura 4– Temas do PRINCE2™ 
Fonte: do Autor
Além dos princípios, o método é apresentado em 7 temas, a saber: business case, 
organização, qualidade, planos, progresso, mudanças e risco, representados na figura 4, 
a seguir. 
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O PRINCE2™ está dividido em 7 processos, que contêm 40 subprocessos:
1. Dar Partida (Starting Up a Project – SU);
2. Dirigir o Projeto (Directing a Project – DP);
3. Iniciar o Projeto (Initiating a Project – IP);
4. Gerenciar Limites da Fase (Managing a Stage Boundary – SB);
5. Controlar a Fase (Controlling a Stage – CS);
6. Gerenciar a Entrega dos Produtos (Managing Product Delivery – MP);
7. Encerrar o Projeto (Closing a Project - CP).
Note que, para qualquer tamanho ou complexidade de projeto, estes 7 processossão básicos, e podem e devem ser executados de acordo com as necessidades e objetivos 
específicos. O uso dos subprocessos também deve ser adequado para cada projeto. Veja na 
figura, a seguir, como está estruturado o PRINCE2™ com todos estes elementos apresentados 
até agora:
Figura 5 – Estrutura do PRINCE2™ 
Fonte: Managing Successful Projects with PRINCE2™, p. 6.
5 Utilizando PRINCE2™
O uso do PRINCE2™ como referência irá facilitar o desenvolvimento de uma metodologia 
própria, através do compartilhamento de experiências em torno de uma metodologia padrão 
pronta e gratuita, desenvolvida e atualizada periodicamente pelo Governo Britânico. 
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Para adaptar os modelos e criar uma metodologia, deve-se passar por duas etapas (OGC, 
Managing, 2009):
1. Adaptação realizada pela organização (empresa) na definição de uma metodologia 
corporativa, tendo como referência o PRINCE2™ ou outro modelo de mercado;
1.1. Definição de responsabilidades no processo
1.2. Orientação sobre escala e definição de regras
1.3. Definição de padrões
1.4. Treinamento e desenvolvimento
1.5. Integração com os processos de negócios
1.6. Definição de ferramentas a serem adotadas
1.7. Garantia de processos (validação de sua eficiência)
2. Adaptação realizada pela equipe de gerenciamento do projeto, para adequar a 
metodologia corporativa, definida na etapa anterior, de acordo com as necessidades 
específicas do projeto;
2.1. Adaptação dos temas (utilizando estratégias e controles)
2.2. Incorporação de termos e definições específicos
2.3. Revisar as descrições do produto para os produtos de gerenciamento
2.4. Revisão das descrições de funções do PRINCE2™ para as funções do projeto
2.5. Ajustar os processos de acordo com os itens anteriores.
A organização pode definir uma metodologia construída com base no PRINCE2™ e em 
outras referências, e que defina critérios para a adaptação desta metodologia, de acordo com 
as necessidades específicas de cada projeto.
Note que os princípios são base para esta adaptação, ou seja, não se abre mão de 
princípios, independentemente do ambiente e das especificidades de cada projeto. Os temas 
e os processos podem e devem ser ajustados, pois este é um dos princípios.
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Considerações finais
Por que você deveria utilizar o PRINCE2™? Poderíamos inverter a pergunta: por que não? Se 
você prefere aprender sozinho e não aproveitar experiências anteriores de outros profissionais, 
então, você não deve utilizar referências como esta ou como o Guia PMBOK®, sobre o qual 
falamos em aulas anteriores. Agora, se você acredita que pode ganhar utilizando referências e 
métodos consagrados e comprovadamente eficientes, então, estude com carinho todos estes 
modelos e consulte profissionais que têm experiência sobre cada um deles.
Os modelos irão lhe orientar sobre o que e como deve fazer. Escolha um dos modelos que 
tenha maior afinidade com as suas necessidades, a cultura local, o ambiente onde os projetos 
são executados e utilize os demais como complemento. Se não tem certeza sobre qual deles 
é o mais adequado, para ser a referência principal, comece levantando quais são os requisitos 
que uma metodologia deveria ter para sua realidade e, na sequência, faça uma avaliação, 
comparando, para checar qual tem o maior grau de aderência às suas necessidades.
Nesta aula, apresentamos uma sequência de passos, para que você possa construir uma 
metodologia, para sua organização, e para que possa adaptá-la de acordo com as necessidades 
específicas de cada projeto. 
Referências
OGC – Office of Government Commerce. Managing Sucessful Projects with PRINCE2™ 2009 
Edition Manual. United Kingdom: TSO (The Stationery Office), 2009.
OGC – Office of Government Commerce. Directing Sucessful Projects with PRINCE2™ 2009 
Edition Manual. United Kingdom: TSO (The Stationery Office), 2009.
TSO – The Stationery Office. www.tsoshop.co.uk. Acesso em: 11 maio 2014.
http://www.tsoshop.co.uk
	Introdução
	1 Origens do PRINCE2™
	2 Bibliografia oficial
	3 Manual PRINCE2™
	4 Conceitos básicos do PRINCE2™
	5 Utilizando PRINCE2™
	Considerações finais
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