Prévia do material em texto
( CENTRO UNIVERSITÁRIO INTEGRADO Mantenedora: CEI - Centro Educacional Integrado Ltda Credenciamento: Portaria Nº 1.368 de 27/10/2017, publicada no D.O.U. 30/10/17 ) ATIVIDADE AVALIATIVA – 1º BIMESTRE JESSICA AYUMI MATUSHITA 1) Quais são as espécies de família reconhecidas expressamente pela Constituição Federal de 1988? Este rol é taxativo ou há a possibilidade de o ordenamento reconhecer outras espécies de família? Justifique sua resposta. (0,3) As três espécies de família reconhecidas pela CF são: a matrimonial, a convivencial e a monoparental, conforme art. 226, §§3º e 4º, da CF. Este rol não é taxativo, pois também há entidades familiares atípicas, de entendimento doutrinário e jurisprudencial, como: homoafetiva; composta/pluriparental/moisaico; anaparental; parental; multiespécie; unipessoal, etc. 2) Maria viveu em união estável com Mário por 10 anos. O relacionamento não deu certo e Mário, muito abalado, mudou-se para a Itália. Depois de algum tempo, Maria começou a relacionar-se com Luigi, irmão de Mário, e resolveram casar-se. Há algum vínculo de parentesco entre o casal? Há algum impedimento que possa ser alegado por Mário em relação ao casamento? (0,3) Não há nenhum vínculo entre o casal. O art. 1.595, §2º, do CC, dispõe que, “na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável”. Mas, no caso em tela, trata de linha colateral, e, portanto, não aplica-se a regra do dipositivo supracitado, de modo que a afinidade que Maria tinha com Luigi se extinguiu após a dissolução da união estável com Mário. Ainda, o presente caso não se enquadra em nenhum dos impedimentos do casamento previstos no art. 1.521 do CC, e, por isso, Mário NÃO poderá alegar nenhum impedimento em relação ao casamento entre Maria e Luigi. 3) José manteve relação de união estável durante treze anos com Joana. Da união nasceu Ritinha. Rosa é a filha mais velha de Joana, proveniente de outro relacionamento. Após a separação, José iniciou um relacionamento amoroso com Rosa, que já dura dois anos, e pretendem casar-se. Nesse contexto, há impedimento para realização do casamento? Justifique. (0,4) Sim, há impedimento matrimonial, nos termos do art. 1.595, §2º, e art. 1.521, II, ambos do CC. Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento, ou seja, ainda que tenha ocorrido a separação entre José e Joana, não é permitido o casamento entre ele (ex-padrasto) e Rosa (enteada). 4) Após o período de relacionamento amoroso de dois anos, Eduardo, jovem com 17 anos de idade, e Mônica, com apenas 15 anos, decidem casar. A mãe de Eduardo, que detém a sua guarda, autoriza o casamento, apesar da discordância de seu pai. Os pais de Mônica consentem com o casamento. Com base na situação apresentada, explique sobre a possibilidade do casamento entre Eduardo e Mônica e se há alguma providência judicial ou extrajudicial a ser tomada pelos jovens a fim de que se casem. Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. (0,4) NÃO é possível o casamento. Em relação à Mônica (15 anos), apesar do consentimento dos seus pais, o casamento de menor de 16 anos de idade é vedado pelo ordenamento jurídico, conforme o art. 1.520 do CC, incluído pela Lei 13.811/2019, Em relação à Eduardo, apesar de estar sob a guarda da sua mãe, e a mesma ter autorizado o casamento, o consentimento deve ser de ambos os pais. Ante a discordância do seu pai em relação ao casamento, há a necessidade de suprimento judicial, conforme art. 1.519 do CC. 5) Sérgio e Alexandra casaram-se sob o regime de comunhão parcial de bens. Na constância do casamento adquiriram dois imóveis no litoral brasileiro. Após vários anos, consensualmente, optaram pelo divórcio. Alexandra, objetivando realizar o desejo de ser mãe, decidiu dar uma chance para o amor e aceitou o pedido de namoro de seu amigo de infância, Toni. Não demorou muitos meses e foram ao Cartório de Registro Civil marcar o casamento. Foram surpreendidos com a notícia de que o casamento estaria impedido de ser realizado tendo em vista que ainda não tinha ocorrido a partilha dos bens do casamento anterior de Alexandra. A informação fornecida está correta? Justifique com o devido fundamento legal. (0,4) A informação está errada, porque não se trata de impedimento absoluto, mas, sim, de causa suspensiva, no qual há uma condição/sanção, e não o impedimento. O art. 1.523, III, dispõe: “Art. 1.523. Não devem casar: [...] III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal”. Alexandra pode aguardar que se realize a partilha de bens do casamento anterior, ou pode se casar com Toni sob regime de separação de bens (art. 1.641, I, do CC), para não haver confusão patrimonial – frise-se, houve apenas o divórcio de Alexandra e Sérgio, e não a partilha de bens, ou seja, os bens ainda estão juntos, ou solicitar que não lhe seja aplicada causa suspensiva, se provado que não há prejuízo a terceiros (art. 1.523, parágrafo único, do CC). 6) Sandra e Fabiano deram entrada em processo de habilitação para o casamento. No dia seguinte Fabiano tem agravado o seu estado de saúde em virtude de contaminação pelo vírus (da gripe) H1N1. Fabiano, que já era portador de doença respiratória é internado às pressas e os médicos acreditam serem poucas suas chances de recuperação. Consciente e não querendo deixar Sandra ao desamparo, Fabiano pretende se casar imediatamente, antes que seu estado se agrave. Que espécie de casamento poderiam os nubentes utilizar para oficializar o enlace? Justifique sua resposta e explique que procedimentos deveriam realizar. (0,4) Ante a informação de que Fabiano tem poucas chances de recuperação, seria a hipótese de Casamento Nuncupativo, haja vista que Fabiano está em iminente risco de morrer e necessita de urgência em oficiar o enlace. Conforme preceitua o art. 1.540 do CC, o procedimento deve ser feito perante 6 testemunhas, que não tenham parentesco até 2º grau – já que no casamento nuncupativo não há autoridade para ir até o nubente em iminente risco de vida. Conforme preceitua o art. 1.541 do CC, realizado o casamento, estas 6 testemunhas devem comparecer até o cartório mais próximo, em até 10 dias, e declarar, perante à autoridade judicial, que: a) foram convocadas por parte de Fabiano; b) Fabiano está em iminente perigo de vida, mas consciente; e c) que Sandra e Fabiano, na presença das testemunhas, declararam, de livre e espontânea vontade, receber-se por marido e mulher. Em razão da urgência e do iminente risco de vida de 1 um dos nubentes (Fabiano), é possível que não haja a habilitação no registro civil, mas se a testemunha sair do estado de iminente risco de vida/sobreviver, pode-se ratificar o casamento perante o cartório – sem necessidade das 6 testemunhas para ratificação, de modo que os efeitos retroagem à data da celebração (art. 1.541, §54º, do CC). Observação: Sandra poderá fazer-se representar no casamento, conforme preceitua o art. 1.542, §2º, do CC, haja vista que não está em iminente risco de vida. 7) Ana e Marcos decidiram casar-se e ela, que tinha ouvido falar por sua amiga estudante de Direito acerca de um novo regime, disse que gostaria de se casar por ele, a saber, o regime da participação final nos aquestos. Finalizado o processo de habilitação do casamento, celebraram-no sem realizar atos ou negócios adicionais. Referido casamento é existente, válido e eficaz? Qual regime de bens regerá o patrimônio do casal? Justifique. (0,4) Referido casamento existe, é válido e eficaz – será nulo ou anulável apenas nos casos previstos nos arts. 1.548 e 1.550 do CC, que não é o caso em tela. Por outro lado, o regime de participação final nos aquestos não será válido, em razão da ausência de pacto antenupcial, e será regido pelo regime supletivo legal – de comunhão parcial de bens (art. 1.640, CC). 8) Eliana e Paulo casaram-se pelo regime de comunhão parcial e compraram uma casa em Camboriúpara fixarem residência. Após 10 anos de casados, Paulo herdou um apartamento em Ubatuba. Por já residirem no litoral, decidiram então vender o apartamento herdado e comprar uma pequena chácara em Bonito/MS, assim poderiam desfrutar da praia e do campo. Compraram e Eliana reformou e decorou a casa da chácara. Com o restante do dinheiro da venda do imóvel, Paulo comprou uma moto de luxo. O tempo passou e o casamento esfriou, até que Eliana optou pelo divórcio. Não conseguindo o consenso, foram para a via judicial. Para a partilha dos bens, Eliana e seu advogado pediam metade da casa de Camboriú, da chácara de Bonito e da moto. Como advogado de Paulo, como responderia a esses pedidos? (0,4) Em relação à casa em Camboriú, Eliana tem direito à metade e Paulo tem direito à outra metade, nos termos do art. 1.658 do CC. Em relação à chácara em Bonito/MS e à moto, Eliana não tem direito à metade. Os bens são sub-rogados no lugar do apartamento em Ubatuba que Paulo herdou e não se comunicam, nos termos do art. 1.659, I, do CC. No entanto, as benfeitorias que Eliana realizou na casa da chácara, ela tem direito, nos termos do art. 1.660, IV, do CC. ( Administração Central – Avenida José Custódio de Oliveira, 1325 – CEP: 87.300-020 – Campo Mourão – PR Unidade “Centro” - Colégio e Faculdade - Avenida Irmãos Pereira, 670 centro - CEP: 87301-010 - Campo Mourão – PR Unidade “Campus” - Rodovia BR 158 Km 208 - CEP: 87309-650 - Campo Mourão – PR Unidade “Integrado Serviços” – Avenida Irmãos Pereira, 870 centro – CEP: 87.301-010 – Campo Mourão – PR ) ( www.grupointegrado.b r ) ( 0800 646 1982 ) ( 44 3518-2500 )