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resenha crítica do filme A FERA

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A FERA 
Jécyllin de Castro Costa
O filme intitulado A fera é uma produção estadunidense lançada em 2011, com direção e roteiro de Barnz. Este filme é a adaptação de um livro de Alex Flinn, que tem o mesmo nome no inglês Beastly que vem a palavra fera, mas com uma ênfase maior, num sentido “mais bruto, selvagem”, como é o significado literal da palavra. Portanto, o filme já é uma adaptação de um livro que é uma adaptação (versão) do conto de fadas A Bela e a Fera, ou melhor, A dama e o Leão, como é o original dos irmãos Grimm.. 
O filme retrata a história da Bela e a Fera só que nos dias atuais. Ambos são humanos, tem idades entre 17-18 anos e frequentam a mesma escola. Kyle Kingson (interpretado por Alex Pettyfer) e Lindy Taylor (Vanessa Hudgens) não se conheciam. Ele era o popular, ela não. Ele concorria a um cargo de representante dos alunos na escola e ela ajudava sua concorrente. Suas vidas não tinham relação em nada que pudessem se aproximar. 
Kyle tinha uma concepção de vida de que a aparência era mais importante do que qualquer outra coisa, isto é, estava acima de tudo. Seu pai o ensinara que as pessoas valorizam as outras conforme a beleza, ou seja, quanto mais bonito e atraente você for, mais as pessoas vão lhe amar. Mesmo tendo ganhando a eleição na escola – High School (o equivalente ao nosso Ensino Médio) – o seu pai sempre trabalhava muito e o ignora, podendo perceber um conflito familiar em que, para agradar e se aproximar do pai, ele buscar ganhar sempre, todavia, seu pai nunca dava atenção a ele, o que o decepcionava. 
Na perspectiva dos irmãos Grimm, não existe momentos anteriores que mencionam sobre o contexto de vida da fera, até o momento em que o pai de Bela (A dama) o conhece. Já na história narrada por Madame Villeneuve, a Rainha tem um filho no qual deixa para que fadas cuidem, mais nada.
Nessa história, pode-se notar que há sempre um motivo no qual se é lançada uma maldição em um humano para que ele se torne “a fera”, contudo nessa versão de "A fera" existe uma menina na escola de Kyle, chamada Kendra Hilferty (representada por Mary-Kate Olsen), apelidada de “bruxa” por todos. Em uma festa Kyle a convida apenas para humilhá-la diante de todos ressaltando, principalmente, o fato dela não ser bonita ou atraente. Por isso, quando Kyle fica sozinho em um momento da festa, ela o enfeitiça, deixando-o com uma aparência horripilante que só mudaria se alguém o dissesse que o amava. Teria que ser um sentimento verdadeiro no prazo de um ano. Caso não achasse ninguém, ficaria daquela forma (feio) para sempre. Contudo, o filme apresenta, diferentemente de outras versões, uma conotação menos eroticamente explícita.. 
Mesmo contextualizando, deixando o filme em uma linguagem e cenários atuais, percebe-se que há sempre a figura de uma personagem que fica com raiva e amaldiçoa o protagonista. No filme, estipula-se este prazo de um ano, mas em outras não há menção sobre esta validade de quebra de feitiço. 
Diante do apresentado, é oportuno salientar que existem variantes ao longo do filme, o desígnio, ou seja, a primeira invariante presente no filme é reverter o feitiço lançado pela “bruxa”. A segunda, a viagem, e se dá a partir do momento em que Kyle precisa morar em uma casa distante, porque com a aparência, ele e seu pai não querem que ele seja visto por ninguém.
É interessante notar que nesta parte Kyle pergunta ao seu pai se ele o ama. O pai (Sr. Kingson) responde que sim, contudo, é percebido que, se de fato isso fosse verdade, ele voltaria ao “normal”. O pai o leva a cirurgiões especialistas que afirmaram que ele corria risco de perder a vida, portanto os médicos recomendaram nem tentar arriscar, porque nem com as cirurgias plásticas e enxertos o rosto dele melhoraria. O Sr. Kingson não se importou com o risco que o filho teria, caso insistisse e quisesse passar pela cirurgia, o que deixou Kyle mais chateado com o pai. Essa relação entre pai e filho em nenhum momento é retratada nas histórias originais. 
Com cinco meses do mesmo jeito e sempre se aproximar de nenhuma garota, o protagonista resolve, durante uma festa à fantasia, procurar Kendra para que ela pudesse reverter sua situação uma vez que, de acordo com ele, já havia mudado e entendido que “a aparência não é tudo”. Ela disse que ele não aprendeu, virou as costas, relembrou que o ano estava passando e foi embora.
É nesse momento, sozinha, que ele reencontra Lindy, até então ele só havia tirado uma foto com ela no baile “por caridade”, em sua concepção. Este reencontro foi se suma importância para a Fera, porque ele começou a enxergar a Lindy com um olhar diferente do que tinha anteriormente – o de superioridade em relação a ela – e passa a vê-la como uma possível pessoa na qual pudesse se interessar por ele de verdade, uma vez que ela disse palavras positivas sobre Kyle para ele mesmo. Nesta mesma festa aparece a rosa, símbolo do filme da Disney. 
No filme, o pai de Lindy é dependente químico e está devendo dinheiro a algumas pessoas. Quando dois irmãos resolvem o ameaçar, Lindy que estava na rua e acabou presenciando a cena, se intromete. Nesse momento ela é agredida, Kyle a leva para um lugar seguro e quando retorna à cena da discussão, o pai da menina havia atirado e matado um dos irmãos que o ameaçava. Ele, tomado pela raiva, afirmou que machucaria a filha dele, porque havia matado seu irmão. Kyle, aproveitando da oportunidade e querendo proteger Lindy, obriga o pai dela a deixá-la morar com ele durante um tempo, caso contrário, mostraria a polícia as fotos da cena do crime que o culpabilizavam. O pai aceita e a menina vai morar com o protagonista.
A essência do filme, a temática e os personagens centrais são os mesmos. Isto é, existe uma moça e seu pai, uma fera – cujo aparência é um estado, no qual pode ser modificado – e um feitiço que pode ser quebrado, quando há união entre uma mulher e a Fera.
No longa escrito e dirigido por Barnz, a Fera tenta mudar de atitude. Ele realmente se apaixona por Lindy e quer conquistá-la. Para que ela não perceba sua identidade original, pede para que a empregada e seu tutor o chamem de Hunter. Assim, com o apoio desses coadjuvantes ele vai ganhando a confiança e amizade de Lindy, contudo o prazo determinado por Kendra esta terminando e ele queria muito que as pessoas que morassem com ele tivessem seus sonhos realizados (a empregada conseguisse o passaporte dos seus filhos para irem aos EUA morar com ela e o tutor tornasse a enxergar). A “bruxa” prometeu que se ele conseguisse, ela realizaria o sonho deles. 
Nesse filme contemporâneo, aqui resenhado, a tatuagem de árvore completa todas as seis flores, esgotando-se o prazo estabelecido por Kendra. Mas ele já havia se contentado e estava feliz por tê-la, pois antes de Lindy viajar para a Machu Pichu com a escola, ela o afirma que o ama. E, para ele mais importante era saber que ela retornaria da viagem e ficaria com ele mesmo daquele jeito. Ao sair do aeroporto, ele se transforma novamente em Kyle e tenta explicar para Lindy, que desiste da viagem, que ele é o Hunter por quem se apaixonara.
Diante da síntese exposta, tem-se a última invariante dos contos de fadas que é a conquista do objetivo, sendo representada no filme como o retorno à forma original de Kyle. Entretanto, sua maneira de pensar e ver as coisas mudou. Com o objetivo alcançado, os coadjuvantes presentes no filme que viviam com Kyle/Hunter, almejaram seu sonhos. 
Por fim, nota-se que nesta versão apesar adaptada aos dias atuais, a essência do filme continua a mesma, uma fera, uma bela e todo um romance por trás da história trágica, outro ponto característico e que finaliza os contos de fadas é que eles “viveram felizes para sempre”, não dando uma continuidade, mas entendemos que, quando se alcança o objetivo, a história acaba. 
É recomendável assistir ao filme e assim analisar de forma crítica o que os escritores e diretores tentam transmitir com novas adaptações, o que geralmente aborda novos assuntos ou tenta aingir um novo público.
A fera é um filme que apesar dascaracterísticas romântico dramáticas, nos faz refletir sobre nossas ações, o respeito ao próximo e claro, sobre o amor.

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