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RESUMO PARA AV2- PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO -AULA 7 A 16 A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS XParentalidade - É a relação estabelecida entre pais e filhos. XConjugalidade - Dois sujeitos, com suas diferentes histórias de vida, se unem e estabelecem uma relação. Mito do amor materno (Badinter) - o amor materno enquanto instinto (universal e natural), é um mito construído sócio historicamente. O amor materno, portanto, não é inato nem inscrito desde sempre na natureza feminina. A mulher era feita para ser mãe, e uma boa mãe. As exceções eram consideradas patológicas. O amor materno, portanto, não é uma norma, mas é adquirido ao longo dos dias passados ao lado do filho, e por ocasião dos cuidados que lhe são dispensados. XParentalidade - não se estabelece automaticamente a partir da chegada de um filho, mas é um complexo e lento processo. Tornar-se pai ou mãe é investir afetivamente na criança, reconhecendo-a como filho. A filiação não está apoiada apenas na realidade genética, mas deve ser fundada no desejo e na disponibilidade de assumir a função parental. Ao nascer, a criança recebe o direito à cidadania, ou seja, é natural de algum lugar. Nome e sobrenome indicam pertencimento a um grupo familiar. Quando nomeada, a criança é incluída em uma rede de parentesco a qual se vinculará, e a família será responsável pela produção de sua identidade social. Filiação socioafetiva - aqueles que se intitulam pais que irão inscrever o sujeito em uma família. É necessário também que tenha sido tratado, educado e mantido por aqueles como filho e, portanto, reconhecido como tal pela sociedade e pela família. XConjugalidade X Parentalidade: separações e recasamentos O fracasso conjugal dos pais não impede que se continue a assegurar conjuntamente as funções parentais. Os laços conjugais se rompem, mas há necessidade de cuidar dos laços parentais. Mesmo que o laço conjugal se desfaça, espera-se que o laço parental se fortaleça e, idealmente, os ex- cônjuges devem permanecer pais em conjunto e de comum acordo. A criança irá se defrontar com a multiplicação dos papéis parentais e a distribuição da função de pai e mãe para outros homens e mulheres, na medida em que padrastos e madrastas passam a conviver com ela. XGuarda Compartilhada No processo de dissolução do vínculo conjugal por separação judicial ou pelo divórcio consensual, espera-se que os pais possam entrar em acordo sobre a guarda dos filhos. Até recentemente, o mais comum era a adoção do modelo de guarda unilateral, geralmente concedida à mãe, por se acreditar que ela teria melhores condições para exercê-la. Atualmente temos a Lei nº 13.058, de 22 de dezembro de 2014 que surgiu para estabelecer o significado da expressão “guarda compartilhada” e dispor sobre sua aplicação. Com a guarda compartilhada, pretende-se atenuar o impacto negativo da ruptura conjugal, mantendo ambos os pais envolvidos na criação dos filhos. Sua proposta é corresponsabilizar ambos os genitores em todas as decisões e nas atividades referentes aos filhos, de modo que possam participar em igualdade de condições. O que se compartilha é a guarda jurídica, seus deveres e direitos legais em relação à assistência prestada aos filhos e não, necessariamente, à guarda física. XA Alienação Parental fere o melhor interesse da criança, pois o interesse dos pais prevalece sobre os interesses dos filhos, provocando danos em seu desenvolvimento. O termo alienação parental foi utilizado em meados dos anos 1980 por Richard Gardner. O autor denominou de Síndrome de Alienação Parental (SAP) o que seria um distúrbio infantil provocado em menores de idade expostos às disputas judiciais entre seus pais. A criança demonstraria uma intensa rejeição a um dos genitores (o genitor alienado) como resultado de manipulação psicológica realizada pelo outro genitor (o genitor alienador), sem que houvesse uma justificativa para isso. Questiona-se a classificação de tal comportamento como uma síndrome, pois se entende que existem muitos fatores que podem contribuir para sua ocorrência e não apenas a patologia dos genitores. Na lei nº 12.318/2010, que dispõe sobre a alienação parental, ela é descrita como sendo a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou o adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com ele. Existem 7 itens elencados, no parágrafo único do Art. 2, da referida lei, em que são exemplificadas formas de alienação parental: • Realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; • Dificultar o exercício da autoridade parental; • Dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; • Dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; • Omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, • Apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; • Mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. A menos que um dos pais seja física ou psicologicamente nocivo para o filho, nada justifica a privação do exercício da função parental, sendo a convivência com ambos os pais um direito inalienável atribuído à criança. A criança tem o direito de continuar ligada às duas famílias e ser impregnada por suas histórias. ABORDAGEM PSICOLÓGICA DA VIOLÊNCIA A violência é um comportamento cada vez mais frequente nas relações sociais, em todas as sociedades. Não é possível analisar qualquer comportamento humano dissociado de seu contexto, de quem o pratica e dos estímulos internos e externos que o motiva. A sociedade violenta desenvolve estratégias tecnológicas, materiais e humanas para lidar com a violência, incorporando-as à vida das pessoas. Definições de Violência DICIONÁRIO HOUAISS – ação ou efeito de violentar, empregar a força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral (contra alguém); ato violento, crueldade, força. Aspecto jurídico – constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém para submeter-se à vontade do outro; coação ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE – OMS – imposição de um grau significativo de dor e sofrimento evitáveis. COMUNIDADE INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS - a violência é compreendida como toda violação de direitos civis; políticos; econômicos e culturais. PSICOLOGIA – BOCK , FURTADO E TEIXEIRA - uso desejado da agressividade, com fins destrutivos, podendo ser voluntário, racional e consciente ou involuntário, irracional e inconsciente. MANGINI (2008) - a violência ocorre quando a agressividade não está relacionada à proteção de interesses vitais, trazendo em si a ideia de destruição entre seres da mesma espécie, quando outras soluções poderiam ser empregadas. A agressividade, segundo Mangini (2008), citada por Fiorelli e Mangini (2010), é como se fosse uma força, um comportamento, algo que ajuda a sobrevivência e a adaptação do indivíduo. Para essa autora (Mangini, 2008), a agressividade é uma característica da personalidade que aparece no comportamento da pessoa. Não canalização da agressividade para fins construtivos - a falta de estabilidade emocional, a impulsividade e a baixa tolerância a frustrações Mecanismos de controle da agressividade - por exemplo, a educação, a lei e a tradição. Desde a infância - o serhumano é levado a aprender a reprimir e a não expressar a agressividade de forma descontrolada. Mundo - transformação dos impulsos agressivos em produções consideradas socialmente positivas, como a criação intelectual, as artes e o esporte. Violência e agressividade - contexto social e cultural no qual o ato é realizado. O comportamento agressivo em um contexto pode ser considerado violência em outro, e vice-versa. Não há uma linha divisória entre a agressividade e a violência. A interpretação dessas situações dependerá do contexto legal e sociocultural. Interpretação dinâmica - porque se modifica na medida em que os costumes se modificam. XTeorias sobre a agressividade Violência estrutural Nesse grupo de classificação da violência se enquadram aquelas violências que negam a cidadania para alguns indivíduos ou determinados grupos de pessoas, pautados principalmente na discriminação social contra os “diferentes”. Violência urbana As formas de violência, tipificadas como violação da lei penal, como: 1) assassinatos, 2) sequestros, 3) roubos e, 4) outros tipos de crime contra a pessoa ou contra o patrimônio formam um conjunto que se convencionou chamar de violência urbana, porque se manifesta principalmente no espaço das grandes cidades. A violência urbana, no entanto, não compreende apenas os crimes, mas todo o efeito que provoca sobre as pessoas e as regras de convívio na cidade. A violência urbana prejudica a qualidade das relações sociais, destrói a qualidade de vida das pessoas. Um dos principais fatores que gera a violência urbana é o crescimento acelerado e desordenado das cidades. Violência institucional A violência institucional é aquela praticada nas instituições prestadoras de serviços como hospitais, postos de saúde, escolas, Delegacias, Judiciário. É perpetrada por agentes que deveriam proteger as vítimas de violência garantindo-lhes uma atenção humanizada, preventiva e também reparadora de danos. Violência simbólica A violência simbólica é um tipo de atentado, desvalorização ou restrição do patrimônio material ou imaterial de determinado grupo identificado culturalmente. São relações estabelecidas entre grupos dominantes e dominados que aparecem de forma “naturalizada”. A violência simbólica é sutil e permeia nosso cotidiano de forma implícita Violência doméstica A violência doméstica é o tipo de violência que ocorre no lar, compreendido como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas. Existem cinco tipos de violência doméstica: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. A negligência é o ato de omissão do responsável pela criança/idoso/outra (pessoa dependente de outrem) em proporcionar as necessidades básicas, necessárias para a sua sobrevivência, para o seu desenvolvimento. Violência psicológica Violência psicológica é um tipo de violência que geralmente ocorre de forma “indireta”, como humilhações, ameaças, palavrões, privação de liberdade, entre outras. A agressão não ocorre necessariamente em seu corpo, mas a violência gera transtornos de natureza psicológica, constrangendo a vítima a adotar comportamentos contra sua vontade ou tirando-lhe a liberdade. Violência sexual A violência sexual ocorre quando o agressor abusa do poder que tem sobre a vítima para obter gratificação sexual, sem o seu consentimento, sendo induzida ou obrigada a práticas sexuais com ou sem Violência física. Violência verbal Muitas pessoas confundem a violência verbal. Ela pode ocorrer através do silêncio, que muitas vezes é muito mais violento do que os métodos utilizados habitualmente, como as ofensas morais (insultos), depreciações e os interrogatórios infindáveis. Violência física é o uso da força com o objetivo de ferir, deixando ou não marcas evidentes. São comuns, murros, tapas e agressões com diversos objetos e queimaduras. Atos como violência, desrespeito, mentira, roubo, intimidação e depredação são exemplos de conduta antissocial, pois vão contra a ideia que se tem de vida social positiva e colaborativa. Transtorno de personalidade antissocial O chamado Transtorno de Personalidade Antissocial se refere aos indivíduos que têm conduta inadequada com frequência. Para eles, não há o certo e o errado como conhecemos e, além disso, não há a preocupação em respeitar o espaço, as regras e os direitos das outras pessoas. Alguns especialistas atribuem esse transtorno aos chamados psicopatas ou sociopatas, que são aqueles que cometem crimes e não são capazes de sentir arrependimento ou remorso. Contudo, é importante deixar claro que não há um consenso entre a sociedade médica a respeito desse assunto. O que motiva esse comportamento Assim como no caso de diversos outros distúrbios psicológicos, o comportamento antissocial pode ter tanto de origens genéticas quanto ambientais. Nesse sentido, uma pessoa que vem de uma família com histórico desse problema pode vir a apresentá-lo também, ou pode ter origem em traumas, como diversos tipos de abusos vividos na infância, abandono, agressões psicológicas e a falta de estrutura familiar, por exemplo. Um indivíduo que cresceu em um ambiente negativo e não aprendeu a importância da empatia, tem maiores chances de apresentar o comportamento antissocial. O ato de se colocar no lugar do outro para medir as suas ações é muito importante e deve ser ensinado às crianças desde cedo. Distúrbio explosivo da personalidade No distúrbio explosivo da personalidade, encontramos, como característica mais marcante, a tendência a agir impulsivamente, desprezando as eventuais consequências do ato impulsivo, acompanhada de instabilidade afetiva. Os frequentes acessos de raiva podem levar à violência ou à explosões comportamentais. Essas situações podem ser desencadeadas mais facilmente quando as suas atitudes são criticadas ou impedidas pelos outros. Este distúrbio é caracterizado pela instabilidade do estado de ânimo com possibilidades de explosões de raiva, ódio, violência ou afeição. A violência pode ser física ou verbal e as explosões de raiva fogem ao controle destas pessoas. Entretanto, estes indivíduos não têm problemas de socialização, ao contrário, são simpáticos, bem falantes, sociáveis e educados quando fora das crises. Há uma extrema sensibilidade aos aborrecimentos causados por pequenas situações ambientais que irão produzir, nos explosivos, respostas de súbita violência e agressividade sem controle. Normalmente, chamamos essas pessoas de “pavio-curto” ou de “cinco-segundos”. Distúrbio borderline da personalidade O distúrbio borderline da personalidade é um distúrbio mental com um padrão característico de instabilidade na regulação do afeto, no controle de impulsos, nos relacionamentos interpessoais e na imagem de si mesmo. O termo borderline, que na língua inglesa significa “fronteiriço” não se refere ao limite entre um estado normal e um psicótico, mas a uma instabilidade constante de humor. São indivíduos sujeitos a acessos de OBS:. Pgs77 a 78 / 113 a 116 Constituição Federal Artigo 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade... III — ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; X — são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XLI — a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais.Assédio moral é a exposição de alguém as situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções CARACTERÍSTICAS 1- O assédio é realizado por profissionais despreparados para o cargo. Embora não seja regra absoluta, normalmente o assediador é um superior hierárquico. Entretanto, o assédio também pode acontecer entre colegas e de subordinados para a chefia; 2- A principal característica do assédio moral é a HUMILHAÇÃO E/OU PERSEGUIÇÃO DIRETA- ou INDIRETA- sofrida pela pessoa. 3- É necessário que haja REPETIÇÃO dos atos do assediador, uma vez que situações isoladas não caracterizam assédio. 4- Por HUMILHAÇÃO podemos entender atos que INTENCIONALMENTE: usem de brincadeiras (racistas, sexistas) e outros comentários fora de contexto e que visem denegrir a imagem do colaborador; usem de ironia e descaso como ignorar um trabalho feito, desmerecer a inteligência, a formação, ou mesmo a presença do colaborador no ambiente de trabalho; a não delegação de trabalho ou delegar funções que estão aquém ou muito além do cargo para gerar constrangimento ou isolamento. Ex: Colocar o colaborador de castigo; desvalorizar sofrimento físico ou emocional, mesmo mediante atestados médicos (dizer que a dor é frescura, que quem tem depressão não dá risada, etc); não permitir que a pessoa fale ou que se defenda em uma argumentação; punições desproporcionais às normas de conduta utilizadas pela empresa; tom de voz alto, agressivo, depreciativo; a alteração de horários do colaborador para isolá-lo dos colegas e impedir que socialize; não permitir folgas, tratar de forma diferente do grupo; pressão por cumprimento de metas com humilhações para quem não as atinge (dancinhas da garrafa, entre outras). O psicólogo e a violência Vamos chamar a atenção para o fato de que a violência se manifesta em diferentes contextos — urbano, familiar, trabalho, entre outros. Assim, de acordo com a compreensão de violência anteriormente descrita, o agente que causa maiores danos dentro de uma situação de violência é aquele que detém maior poder em cada um desses contextos, e, por isso, é identificado como autor da violência. A violência causa muitos danos àqueles que são submetidos a ela, tais como: danos físicos, danos emocionais e, em última instância, a morte. Assim, estudos e programas voltados à promoção da saúde de pessoas envolvidas em situações de violência (autores e vítimas) são de muita importância na busca da eliminação e prevenção de violências, bem como na promoção de cuidados àqueles já expostos a elas. Desde a década de 1970, a Psicologia destina especial atenção às práticas que ampliem o compromisso do psicólogo com os problemas sociais do nosso país (SAWAIA, 2003). Assim, as práticas de muitos psicólogos passaram a ser orientadas pelo desafio de compreender esse novo campo de trabalho, o que implica também em mudanças em suas próprias concepções sobre os fenômenos que se tornaram parte do seu cotidiano profissional Direito e Justiça DIREITO - é uma invenção humana, um fenômeno histórico e cultural, considerado uma técnica de pacificação social e de realização de justiça; •é um conjunto de princípios e regras destinado a realizar a justiça; •nem sempre o Direito alcança essa finalidade, quer por não conseguir acompanhar as transformações sociais, quer pela incapacidade daqueles que o conceberam, e, além disso, por falta de disposição política para implementá- lo, tornando-se por isso um direito injusto; •o direito está em permanente busca da justiça e, por isso, em permanente transformação. JUSTIÇA - envolve valores inerentes ao ser humano, tais como a liberdade, igualdade, fraternidade, o que vem sendo chamado de Direito natural desde a Antiguidade; •é um sistema aberto de valores, em constante modificação. E o Psicólogo nestas situações? Fundamentará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos; promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. XJustiça Restaurativa Princípios importantes da Justiça Restaurativa: •Voluntariedade •Horizontalidade •Responsabilização do autor do ato infracional •Resgate de valores que ficam prejudicados quando se pratica um ato infracional: respeito, honestidade, humildade, entre outros. Autor do ato infracional -busca-se alcançar a responsabilização, sem deixar de oferecer-lhe o apoio de que necessita. Vítima - atendimento e acolhimento de sua dor, bem como a oportunidade de ressignificação e restituição de dano, mesmo que simbolicamente. Protagonistas: vítima, ofensor e sua comunidade JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA RESTAURATIVA Conceito estritamente jurídico de Crime – Violação da Lei Penal - ato contra a sociedade representada pelo Estado Conceito amplo de Crime – Ato que afeta a vítima, o próprio autor e a comunidade causando-lhe uma variedade de danos Primado do Interesse Público (Sociedade, representada pelo Estado, o Centro) – Monopólio estatal da Justiça Criminal Primado do Interesse das Pessoas Envolvidas e Comunidade – Justiça Criminal participativa Culpabilidade Individual voltada para o passado - Estigmatização Responsabilidade, pela restauração, numa dimensão social, compartilhada coletivamente e voltada para o futuro Uso Dogmático do Direito Penal Positivo Uso Crítico e Alternativo do Direito Indiferença do Estado quanto às necessidades do infrator, vítima e comunidade afetados - desconexão Comprometimento com a inclusão e Justiça Social gerando conexões Mono-cultural e excludente Culturalmente flexível (respeito à diferença, tolerância) Dissuasão Persuasão Conflito - Faz parte de nossa vida. Ele se estabelece a partir de expectativas, valores e interesses que são contrariados. Cada uma das partes envolvidas no conflito busca encontrar argumentos para reforçar suas posições e enfraquecer e destruir os argumentos da outra parte. O conflito interpessoal compreende três aspectos: •o relacional - valores, crenças e expectativas; •o objetivo - interesse envolvido; • a trama - o conjunto de valores, crenças e expectativas, ligadas ao interesse envolvido. Os conflitos são divididos em quatro espécies que podem aparecer conjugadas em algumas situações. São eles: •Conflitos de valores •Conflitos de informação •Conflitos estruturais •Conflitos de interesses Paz social = Ausência de conflito? Perspectiva restauradora, entendemos que “a paz é um bem precariamente conquistado por pessoas ou sociedades que aprenderam a lidar com conflitos” Mecanismos de autocomposição dos conflitos: Negociação, mediação, conciliação e arbitragem. “VER SLIDES DA AULA 11” Área Cível - O psicólogo jurídico atua na área cível nos casos de interdição, sucessões e indenizações, entre outras ocorrências cíveis. Área de Família - O psicólogo trabalha assessorando o juiz, principalmente, nos casos de guarda e regulamentação de convivência nas separações que ocorrem de forma litigiosa. O psicólogo nas Varas de Família (VER SLIDES 12) O trabalho do psicólogo nas Varas de Família visa a auxiliar na revelação das motivações e comunicações latentes dos indivíduos nos processos judiciais que envolvem conflitos familiares. A PRÁTICA DO PSICÓLOGO E AS QUESTÕES DA INFÂNCIA E JUVENTUDE - Os direitos fundamentais de crianças e adolescentes são asseguradospela Constituição Federal (1988) e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA 1990). O ECA é identificado como a lei federal nº 8.069/1990, cujo pilar é a doutrina de proteção integral. Com base nesse documento, crianças e adolescentes passaram a ser considerados CIDADÃOS detentores de direitos. Os Conselhos Tutelares como órgãos de defesa dos direitos de crianças e adolescentes, além de seu trabalho interdisciplinar. A Adoção - O psicólogo terá um papel fundamental nesses casos. Há previsão no ECA de intervenção obrigatória de uma equipe técnica interprofissional na adoção, com o intuito de elaborar laudo psicossocial (artigo 197-C do ECA). O objetivo desse laudo é “analisar a capacidade e o preparo dos candidatos para o exercício de uma paternidade ou maternidade responsável, à luz dos requisitos e princípios desta Lei XADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI O Governo Federal , em 1979, reconhecia os menores abandonados e os menores infratores como estando em situação irregular pela sua condição de marginalizados – cria o novo Código de Menores. Com base na nossa Carta Magna (1988), surgiu a demanda pela criação de uma nova legislação, com um olhar humanizado e multidisciplinar sobre crianças e adolescentes – surge o Estatuto da Criança e do Adolescente, sancionado por meio da lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Esse Estatuto (BRASIL, 1990) compreende o adolescente como sujeito de direitos e em condição peculiar de desenvolvimento. Não utiliza o termo menor, uma vez que este remete a noção de inferioridade. Proíbe o cumprimento de penas para os adolescentes em conflito com a lei, e estabelece o cumprimento de medidas socioeducativas. São elas: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, inserção em regime de semiliberdade, internação em estabelecimento educacional, além de medidas protetivas que visem ao acompanhamento do adolescente na família, escola, comunidade, serviços de saúde etc. XIdoso- Foi criado o Estatuto do Idoso, por meio da lei federal nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Legislação apta a proteger e a tutelar os direitos do idoso, combatendo a violência por meio da análise de seus principais aspectos penais e processuais penais. Constatação :além das omissões do Estado, são os familiares os maiores agressores, e a violência ocorre mesmo dentro de suas casas. Práticas institucionais da Psicologia em prol de um envelhecimento com dignidade: •usar a notificação de violência para ampliar a análise da dinâmica das relações intra e extrafamiliares; •compreensão das condições sociais, econômicas e culturais que afetam a dinâmica familiar; •criar alternativas de intervenção sobre os conflitos existentes, respeitando os direitos e deveres estabelecidos em lei; •priorizar a proteção aos idosos vítimas de violência; •trabalhar para a promoção de relações com •menos conflitos. Varas Criminais - Na realidade brasileira, a Psicologia aplicada à área criminal é talvez o mais antigo campo de atuação do psicólogo jurídico. O trabalho nessa área relaciona-se com o Direito Penal(orienta-se pelo Código Penal, Código de Processo penal e as Leis que regulamentam o assunto) e insere-se em diversos campos tais como: • Inquérito Policial, efetuando avaliações em indiciados, para averiguar seu estado psíquico, sua eventual periculosidade; • Nos Processos criminais realizando avaliações de incidente de insanidade mental, dependência toxicológica, entre outros Sistema Penitenciário -Este é um tema importante e polêmico porque envolve conceitos como justiça, castigo, punição e liberdade. Há muita discussão sobre o papel que o psicólogo quer e pode ocupar no sistema prisional. A função do psicólogo na prisão participando de Comissões Técnicas de Classificação (CTCs) e realizando exames criminológicos (EC) é determinada pela Lei de Execução Penal (LEP). Juizados Especiais - Este é um tema importante e polêmico porque envolve conceitos como justiça, castigo, punição e liberdade. Há muita discussão sobre o papel que o psicólogo quer e pode ocupar no sistema prisional. A função do psicólogo na prisão participando de Comissões Técnicas de Classificação (CTCs) e realizando exames criminológicos (EC) é determinada pela Lei de Execução Penal (LEP). XJuizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher A Lei Maria da Penha ou lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006, surgiu com o objetivo de responder às necessidades e anseios das mulheres vítimas de violência conjugal, diante dos problemas relativos à aplicação da lei nº9.099 de 2005 (que você já tomou contato),em situações de violência doméstica. Considerado qualquer ato ou conduta baseada no gênero que cause morte, dano, sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como privada. Art. 5º Para os efeitos desta lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual XDocumentos elaborados pelo psicólogo no judiciário No Judiciário, os documentos elaborados pelo psicólogo são provas processuais, auxiliando para esclarecer controvérsias e decisões judiciais. O psicólogo realizará a avaliação psicológica podendo utilizar instrumentais próprios de sua técnica (entrevistas, testes, observações, dinâmicas) que servem para coletar dados, realizar estudos e interpretações de informações sobre as pessoas atendidas Princípios Fundamentais do Código de Ética dos Psicólogos Princípio da dignidade da pessoa humana Promoção da saúde e qualidade de vida das pessoas e coletividades Responsabilidade social Divulgação dos conceitos éticos e práticas psicológicas. Reconhecimento das relações de poder nos contextos em que atua e os impactos destas relações. OBS: (VER OS SLIDES DA AULA 15) X CASOS 6,7,8 E 9
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