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1 Mercado financeiro e de capitais Derivativos Mercado Futuro Vamos ver agora um exemplo de operação no mercado futuro: Exemplo de hedge no mercado futuro – sacas de soja: Um exportador de soja precisa ter em estoque para o mês de novembro de 2013, equivalente a 20.000 sacas, para que possa honrar seus compromissos de exportação. No mercado futuro, no dia 14/09/2013, a saca de soja para novembro de 2013 estava cotada a R$ 55,00. Para não correr o risco de alta no preço da soja, o exportador vê que essa cotação para o mês de novembro lhe garante um custo compatível com sua receita de exportação. Decide, então, comprar 20 contratos (equivalente a 9.000 sacas de soja) para vencimento em novembro de 2013, para proteger uma parte de suas compras. Esta operação é conhecida como hedge de compra. O exportador, com essa operação fixou um preço de compra para as 9.000 sacas de soja a R$ 55,00 x 450 (número de sacas de 60 kg por contrato) x 20 = R$ 495.000,00. No vencimento do contrato futuro, em novembro de 2013, as posições serão encerradas pela média dos últimos 5 dias úteis do preço à vista em São Paulo, conforme estabelece o contrato futuro da BM&FBovespa. No dia do vencimento, esse preço pode ser, por hipótese, acima, igual ou abaixo aos R$ 55,00 por saca. O exportador liquida sua posição em bolsa, vendendo o mesmo número de contratos que tinha comprado, e compra a soja ao preço que estiver no mercado à vista. Veremos abaixo o resultado da operação para três diferentes preços do ativo no mercado à vista, no momento do encerramento: Preço a vista no vencimento (11/2103) Preço acertado na operação (09/2103) Valor a receber da bolsa 2 Hipótese 1 58,00 -55,00 3,00 Hipótese 2 55,00 -55,00 0 Hipótese 3 53,00 -55,00 -2,00 Como pode ser visto, qualquer que seja o preço no vencimento, o preço de compra da soja em novembro será de R$ 55,00. Na primeira hipótese, ele recebe R$ 3,00/saca na Bolsa, mas paga R$ 58,00/saca no mercado disponível, obtendo uma compra final de R$ 55,00. No terceiro caso, ele paga R$ 2,00 por saca na Bolsa, mas compra a soja no mercado a R$ 53,00, totalizando os mesmos R$ 55,00/saca. Nesse exemplo não são considerados os ajustes diários, os custos relativos à prestação de margens de garantia no mercado futuro nem demais custos de transação envolvidos, como os de corretagem e emolumentos da bolsa. Os participantes dos mercados de derivativos, são o hedger (procura uma proteção para sua posição), especulador (motivado pelo ganho financeiro) e arbitrador ( procura ganhar dinheiro quando percebe a distorção entre os preços do mercado a vista e futuro- taxa de juros no período dos contratos). O preço futuro para os contrato é determinado pela seguinte formulação (Assaf, 2014, pag. 321): 𝐹𝑉 𝑡 = 𝑃𝑉 𝑡 x (1 + 𝐾) 𝑛 + CC x n , onde: 𝐹𝑉 𝑡 = preço no mercado futuro t; 𝑃𝑉 𝑡 = preço no mercado a vista no momento t K = taxa diária de juros n = número de dias a decorrer entre a data do contrato até o seu vencimento; CC = custo de carregamento (aluguéis, seguros, etc.) – carrying charge. Os ajustes diários (AD) a serem pagos ou recebidos, quando um investidor tem uma posição comprada ou vendida de contratos no mercado futuro, é obtido pela seguinte fórmula: AD = (PAD – PN) x M x n, onde: 3 PAD = preço do ativo no dia; PN = preço de negociação; M = valor que é um múltiplo do ativo; n = quantidade de contratos negociados. Exemplo 1: Um investidor comprou 100 contratos futuros de dólar ao preço de R$ 2.260,00 para US$ 1.000,00. O valor de cada contrato de dólar futuro na BM&F é de US$ 50.000,00. Suponha as cotações do dólar para 3 dias: dia 1 = US$ 2,28; dia 2 = US$ 2,29 e dia 3 =US$ 2,19. (x US$ 1.000,00) Solução: Valor dos ajustes a serem pagos ou recebidos pelo investidor: D + 1 = AD = (2.280,00 – 2.260,00) x 50 x 100 = 100.000,00 – receber; D + 2 = AD = (2.290,00 – 2.280,00) x 50 x 100 = 50.000,00 – receber; D + 3 = AD = (2.190,00 – 2.290,00) x 50 x 100 = - 500.000,00 – pagar; O resultado do investidor nesses três dias foi um prejuízo de R$350.000,00. Exemplo 2: Um investidor possui uma carteira de 100.000,00 ações que está sendo cotada no mercado a vista por R$15,00/ação. Ele tem uma previsão de que ocorrerá uma queda no preço da sua ação. Para se proteger ele pode fazer a venda um valor equivalente a sua carteira no mercado futuro que no momento projeta um valor de R$ 15,70/ação. De fato ocorreu uma desvalorização e o preço da ação, um mês depois, atingiu o preço de R$14,40, enquanto que sua cotação no mercado futuro foi para R$14,78. A situação do investidor ficou a seguinte, por ter negociado os contratos futuros de ações ele faz a operação inversa e compra o mesmo montante de contratos: Mercado a vista Mercado Futuro 4 Preço de abertura $15,00 $15,70 Preço de fechamento $14,40 $14,78 Resultado por ação -0,60/ação +0,92/ação Pela operação de venda e depois de compra, o investidor apurou um resultado positivo na operação de R$ 0,32/ação. Outra operação que pode ser feita no mercado futuro é a do futuro de índices de ações, que representa uma carteira definida pela BMF&BOVESPA e é negociada em pontos do índice, não existindo um mercado físico, ocorrendo apenas à liquidação financeira pela diferença entre o valor do índice na compra/venda e o valor do índice na reversão da operação. Cada ponto do índice tem um valor monetário estabelecido pela bolsa. Exemplo 3: Admita um investidor que tenha comprado 20 contratos futuros do índice BOVESPA a 55.780 pontos. No final do dia o mercado de ações subiu, e em consequência, o índice Bovespa passou a valer 56.120 pontos. O valor de cada ponto é de R$1,00. O investidor resolve reverter à operação no final do dia (operação day trade) e faz a venda dos 20 contratos. Apurando o seguinte resultado: Venda de 20 contratos no fechamento – 56.120 pontos; Compra de 20 contratos na abertura - 55.780 pontos; Diferença de 340 pontos. O resultado financeiro foi de: 340 x 20 x $1,00 = $6.800,00. Existe também o mercado futuro de taxas DI (1 dia)
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