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I – Enfermagem aplicada às bases moleculares. Bases moleculares é o estudo dos seres vivos ao nível molecular com base dos seres constituintes moleculares. Sem este ramo de estudo da biologia, não existiria a biomedicina, enfermagem, medicina, e, através da biologia molecular, é possível compreender o conceito de lesão molecular, que ocorre quando é detectado um defeito ou ausência de uma molécula, fazendo com que essa molécula, lesionada ou ausente, seja importante o suficiente para ocasionar um dano ou uma doença. Este defeito molecular pode advir de diversos fatores, como um caso genético (hereditário), por conta de uma mutação gênica que é herdada dos pais, como a anemia falciforme, ou também pode ser congênita, durante o desenvolvimento embrionário, ou adquirida durante o decorrer da vida do indivíduo. Tudo isso se dá pelo fato de diversos fatores como intoxicação medicamentosa, exposição à radiação, insolação, envenenando, radicais livres, etc. De uma molécula lesionada também pode acarretar na doença molecular, a maioria das doenças são decorrentes de um defeito molecular, como a anemia (a anemia está relacionada com a diminuição de hemácias no sangue, com poucas células vermelhas também terá pouca hemoglobina, logo o indivíduo terá pouco oxigênio nos tecidos. A anemia tem diversas etiologias, como, por exemplo, a anemia hipovolênica, que ocorre quando o indivíduo tem uma grande perda de sangue, etc.) que é acarretada pela lesão da molécula, logo, é uma doença molecular. O defeito está na molécula de hemoglobina – proteína encontrada no interior das hemácias ou eritrócitos, as células vermelhas presentes na corrente sanguínea –, que é responsável pelo transporte de oxigênio, a anemia falciforme é hereditária, esse defeito na molécula, na hemoglobina, causa deformações nas hemácias e onde deveria ter ácido glutâmico, se tem o ácido valina e essa substituição causa a deformação do eritrócito e acarreta em sua morte. O indivíduo com esta anemia sofrerá dores nas articulações, dificuldade respiratória, tontura; quanto maior a falta de oxigênio, maior será os sintomas, podendo levar à falência múltipla dos órgãos. Se o indivíduo tiver hemoglobinas saudáveis, logo também terá um transporte adequado de oxigênio para os tecidos. Toda proteína é uma molécula formada por um conjunto de aminoácidos (vinte tipos de aminoácidos são usados para produzir todas as proteínas e regular as funções do corpo), qualquer proteína é formada pela combinação de 20 aminoácidos. A isquemia é o adoecimento do tecido, pois a falta de oxigênio nos tecidos acarreta esta doença, ocasionando sérios danos. Na área de farmacologia, o receptor é um componente celular que se combina com um fármaco, hormônio ou mediador químico, para mudar as funções da células. A combinação de um desses componentes com o receptor, faz com que a célula mude seu comportamento. Os receptores são moléculas, geralmente proteínas (glicoproteínas), que ficam mergulhadas na membrana celular, que é fluídica para poderem funcionar. Então, os receptores são proteínas que conseguem receber, se ligar a alguma coisa de forma específica, como um indivíduo fazendo uso de um medicamento – ligante, se não houver um receptor o remédio não fará efeito algum, pois é o receptor que irá se comunicar com o núcleo da célula e fazê-la responder ao fármaco. Os ligantes são componentes que se ligam especificamente para um receptor. Todo hormônio, medicamento ou mediador químico necessita de um receptor específico, como, por exemplo, o Sistema Simpático libera o hormônio adrenalina (produzido na suprarrenal) em prol de produzir e gastar energia de forma rápida, mas para isso o hormônio adrenalina necessita de um receptor para ter determinada ação nos órgãos, esses receptores são os beta e alfa adrenérgicos. Os receptores imunológicos são marcadores de superfície celular das células de defesa (os leucócitos), há diversos tipos variados desses marcadores de superfície celular, então, cientistas criaram um código para identificar os receptores imunológicos, que são iniciados com CD (diferenciação celular), os marcadores de diferenciação celular. Pode ser CD-4, CD- 1, CD-8, etc. O CD-4 é uma proteína que existe em um tipo de linfócito (célula de defesa), quando tem o CD-4, este linfócito é denominado de linfócito T Helper CD-4, que é o principal linfócito do sistema imunológico, sem este linfócito não seria possível fazer resposta imunológica. Sem este linfócito não teríamos defesa. O vírus HIV ataca e mata estes linfócitos e, consequentemente, diminuindo os número de linfócitos CD- 4, deixando o indivíduo imunodeficiênte. Com esta imunodeficiência, o quadro vai se agravando, e o indivíduo é acometido por doenças oportunistas desta imunodeficiência, como a AIDS e a tuberculose, principalmente, entre outras doenças infecciosas persistentes. Roteiro II – Carboidratos Existe diversas categorias de carboidratos, estes são açúcares que queimam com facilidade. Estes têm a função estrutural e energética. O açúcar é uma molécula de carbono, como, por exemplo, a glicose – produzida pelas plantas verdes que a armazenam sobre forma de amido –, usada domesticamente, é uma molécula de seis carbono. Como dito, há diversos carboidratos, a glicose é um exemplo. Mais da metade do total de carbono no mundo todo está armazenado em apenas duas moléculas de carbono orgânico (seja vegetal ou animal), que são o amido (substância de reserva vegetal da glicose) e a celulose. O amido está presente em variados alimentos, como a mandioca, massas, batatas, raízes de árvores, beterraba, tubérculo, etc., e a celulose (encontrada nas plantas) que é o tronco da árvore, a madeira, etc., todas essas variedades são carboidrato. O carboidrato (ou açúcares, glicídios, sacarídeos, hidratos de carbono) é um polímero (unidades repetitivas ligadas entre si, uma cadeia). A celulose e o amido são polímeros de glicose (principal fonte de energia), ou seja, o amido é formado por uma grande molécula com diversas unidades de glicose. Na saliva tem uma enzima específica para separar as moléculas de glicose no amido, essa enzima é denominada de alfa amilase – enzima que digere o amido, por conta dessa quebra da cadeia de moléculas de glicose, os polímeros, junto a saliva, é possível sentir o gosto do açúcar enquanto faz a mastigação. Depois do amido ser mastigado, quebrado em glicose (parcialmente) durante a mastigação, o amido será digerido e absorvido no intestino delgado – nas primeiras porções do juno e no íleo – sobre a forma de glicose, que é a principal fonte de energia. A celulose é um polímero de glicose (várias unidades) também, mas, diferente do amido, a celulose não é digestiva, pois há uma diferença entre o amido e a celulose, a forma como está organizada quimicamente, como estão ligadas. Por conta desta diferença, a celulose não pode ser digerida por não haver uma enzima que ingira e absorva a celulose em glicose, como ocorre com o amido. Os cupins conseguem se alimentar da madeira por terem um protozoário que consegue fazer a digestão da celulose. A celulose também está presente na parede celular das células vegetais, alguns animais conseguem se alimentar do capim, por terem um compartimento extra e neste há bactérias que fazem a ingestão da folha, fazendo a fermentação, regurgitando-a e a engolem novamente, por isto que animais, como a vaca, estão sempre mastigando, por conta dessa fermentação e regurgitação da folha até engolir novamente, ajudando na ingestão da celulose. Quimicamente, os carboidratos são classificados como poli- hidroxicetona (cetoses) ou poli-hidróxi-aldeídos (aldose). Quando no carbono 2 há o conjunto de CO, este açúcar será uma poli-hidróxicetona. Quando tem no carbono 1, tem 1 H e 1 O2 ligados ao carbono, terá uma poli-hidróxi-aldeídos. Os carboidratos tem como função energéticaa partir do amido, onde é extraído a glicose utilizada para produzir ATP, quando é ingerido o amido e transformado em glicose, é absorvida pelo sangue e vai para o interior da célula e lá irá ser desmontada, tendo a energia retirada e colocada em outra molécula de ATP (adenosina trifosfato); sempre que precisa de energia para fazer algo é usado a energia armazenada no ATP. Os carboidratos também fazem reserva energética, a substância de reserva de glicose nos vegetais é o amido, a glicose, produzida nos vegetais sobre a forma de amido, já nos animais, a forma de reserva é por meio do glicogênio. Então, quando sobra energia, é armazenada na forma de glicogênio (reserva animal da glicose). Por ex.: caso um indivíduo esteja com fome, caso tenha substância de reserva dentro das células, será produzido um hormônio no pâncreas que irá comunicar as células para pegarem o glicogênio e quebrá-lo, transformá-lo em glicose e despachar no sangue novamente, e assim, saciando a fome. Caso não tenha reserva, o indivíduo terá cefaleia, visão turva, dor epigástrica. Os carboidratos são classificados em: polissacarídeos, oligossacarídeos e monossacarídeos, os polissacarídeos significa molécula grande formada por muitas unidades de glicose. Oligossacarídeos são de duas a dez unidades de glicose ligadas entre si. Pentose é açúcar de cinco carbonos. Ex: ribose, anabilose, xilose. A frutose é um açúcar de 6 carbonos. Monossacarídeo= uma molécula de glicose (frutose, galactose e glicose). É a partir dos monossacarídeos que são formados outros tipos de carboidratos. Dissacarídeo são duas glicoses grudadas uma na outra, elas sofrem hidrólise produzindo 2 monossacarídeos (glicose + frutose= sacarose). Quando tem um trissacarídeo no processo de hidrólise irá dar origem à 3 monossacarídeos, por ex.: a rafinose, quando sofre hidrólise no intestino, dá origem a uma glicose, frutose e galactose. Hidrólise significa quebrar utilizando água. A glicose, o monossacarídeo mais comum, é possível observar em sua estrutura as características do açúcar: possui um grupo carbonila (CO) e vários grupos hidroxila (OH) – hidroxila é um hidrogênio ligado a um oxigênio. Variando da localização do grupo CO, o açúcar pode ser uma aldose (açúcar de aldeído) ou uma cetose. A glicose é uma aldose, a frutose é um isômero da glicose, é uma cetose. Obs.: a maioria dos nomes dos açúcares possui a terminação ose. Outro tipo de classificação dos açúcares é o tamanho da cadeia principal de carbono. A glicose, frutose e outros carboidratos com 6 carbonos são chamados de hexose; com 3 carbonos são trioses; com 5 são denominados de pentose, etc. A glicose apresenta duas formas: aberta ou fechada. Os carbonos são sempre numerados, o n° 1 é denominado de carbono anomérico, este pode assumir duas formas: quando a hidroxila do carbono anomérico estiver p/ baixo será chamada de alfa e quando estiver p/ baixo será beta. Como dito anteriormente, dissacarídeos são 2 monossacarídeos que são ligados através da ligação glicosídica (ligação entre dois açúcares) por reação de desidratação – quando duas moléculas são covalentemente ligadas, com a liberação de uma molécula de água. Um OH vai sair de uma glicose e da outra vai sair um H. Sempre que ocorre a ligação glicosídica há formação de água: OH+H= H2O. Ex.: a maltose é um dissacarídeo formada por duas glicoses ligadas entre si, o carbono 1 alfa da primeira glicose se liga ao carbono 4 da segunda glicose, formando a seguinte ligação glicosídica: Gli alfa (1,4) Gli. Os polissacarídeos são macromoléculas, polímeros com milhões de monossacarídeos conectados por meio de ligações glicosídicas. Alguns polissacarídeos: amido, pectina celulose, dextrina. Alguns polissacarídeos servem como armazenamento, outros servem como suporte p/ estruturas que protegem a célula e todo o organismo. O tipo e a função de um polissacarídeo são determinadas por seus monômeros de açúcar e pela posição das ligações glicosídicas. No amido, as cadeias de polímeros tendem a formar hélices nas regiões não ramificadas por conta do ângulo das ligações entre as moléculas de glicose. Algumas determinadas moléculas no amido são principalmente helicoidais. (REECE, JB et al; 2015. p. 70). Existem 2 tipos de amido: amilose e amilopectina. Toda vez que tiver carbono 1 de uma glicose ligada ao carbono 4 de outra, e caso seja alfa, ela irá se enrolar. A ligação glicosídica do amido é Gli 1 a (1,4) Gli, já no glicogênio se tem as ligações a (1,4) e a (1,6). Sempre que tiver a ligação a (1,6) se ramificará. A celulose, por não ter a ligação a e beta (1,6) não se ramifica, pois sua ligação é beta (1,4), ela é linear e fibrosa. A celulose não é digestiva. As enzimas que digerem o amido das ligações alfa não são capazes de digerir as ligações beta da celulose por causa dos formatos diferentes das duas moléculas. Também não é digestiva a Gli beta (1,4) Gli, presente no amido. Enquanto a pessoa se alimenta de carboidrato, o amido, ele precisa ser quebrado em glicose para ela ser absorvida. Existe enzimas que quebram os polissacarídeos de amido em glicose, a alfa amilase que vai digerir a glicose alfa (1,4) Gli (suco pancreático e o intestino delgado também fazem a digestão), hidrolisando e transformando o amido em grandes quantidades de glicose e depois a digestão continua no intestino delgado, através do suco pancreático, transformando o amido em maltose e depois em glicose, e depois vai para a corrente sanguínea e vai pro fígado ser armazenada ou usada para produzir energia. Intolerância à lactose é a deficiência na enzima; ou o indivíduo não tem a enzima que faz a digestão da lactose – a lactase – ou tem, mas é inativa. A intervenção terapêutica é retirar a lactose da dieta do indivíduo. A deficiência de isomaltase-sacarase resulta na intolerância à sacarose. Este distúrbio é encontrado em cerca de 10% dos esquimós da Groenlândia enquanto 2% dos norte-americanos são heterozigotos para a deficiência. O tratamento é a retirada da sacarose da dieta.
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