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95 Sumário 7. Efeitos biológicos da radiação ionizante ............................................................................................................. 95 7.1. Interação de radiação ionizante com a matéria ........................................................................................ 95 7.2. Radiação ionizante e seus efeitos biológicos ......................................................................................... 101 7.3. Ação de radiação ionizante e acidentes radiológicos ............................................................................. 103 7.4. Exemplos de acidentes radiológicas ...................................................................................................... 108 7.5. Bibliografia adicional .............................................................................................................................. 114 7.6. Índice das Figuras ................................................................................................................................. 114 7.7. Índice das Tabelas ................................................................................................................................. 115 7.8. Índice das Equações .............................................................................................................................. 115 7. Efeitos biológicos da radiação ionizante 7.1. Interação de radiação ionizante com a matéria 7.1.1. Poder de penetração dos diversos tipos de radiação ionizante A Figura 1 ilustra esquematicamente o poder dos diferentes tipos de radiação ionizante de penetrar a matéria. Como revela esta Figura radiação é completamente absorbida dentro de uma camada de matéria, como por exemplo uma folha de papel. Este fato se deve da alta transferência de energia pela radiação , que, por exemplo, corresponde em 190 eV nm-1. Por outro lado, radiação é capaz de passar melhor pela matéria, mas também é ser absorvido completamente, por exemplo pelo corpo humano. Isto se explica pela transferência de energia muito menor, que em água corresponde à somente 0,2 eV nm-1. Radiação eletromagnética (raios X, radiação ) porém não é absorvida completamente, mas somente atenuado pela matéria, podendo ultrapassar até camadas grossas de metal. Como mostra a Figura 2 a atenuação da radiação é caracterizada pela camada semi-redutora (d½) a qual diminua a intensidade da radiação pela metade. Pode se mostra, que depois de passar por ≈ 10 vezes a camada semi- redutora a intensidade da radiação se aproxima de zero. Para a mesma energia a razão dos coeficientes de adsorção para radiação , e é aproximadamente 104 : 102 : 1, como é esquematizada na Figura 2. Figura 1. Poder de penetração dos diversos tipos de radiação ionizante* Figura 2. Comparação do alcance dos tipos de radiação ionizante na matéria† 7.1.2. Interação da radiação com a matéria A Figura 3 mostra a transferência da energia pelas partículas passando pela matéria. Como se pode observar nesta Figura a energia transferida aumenta com a penetração da matéria *Mazzilli, B. P., Máduar, M. F., Pires de Campos, M., Radioatividade no meio ambiente e avaliação de impacto radiológico ambiental, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo, 2011, p. 10 †Foßhag, E., Skript zur Vorlesung Radiochemie, Fachhochschule Mannheim, Mannheim, 2001, capítulo 4, p. 21; traduzido (http://www.prc.hs-mannheim.de/prc/) 96 pelas partículas e diminua rapidamente quando as partículas perdem praticamente toda sua energia formando como produto átomos neutros de hélio. Figura 3. Taxa de perda de energia de partículas na interação com um material* A Tabela 1 enumera o alcance de radiação , com a energia de 7,69 MeV em diversos materiais. Para melhor comparação do poder de blindagem dos diversos materiais o alcance da radiação num dado material é geralmente indicado como produto do alcance da radiação e a densidade do material na dimensão mg cm-2. Tabela 1. Alcance de partículas de 214Po (E = 7,69 MeV) em vários materiais† Material Alcance extrapolado (cm) Densidade (g cm-3) Alcance (mg cm-2) Ar 6,95 0,001226 8,5 Mica 0,0036 2,8 10,1 Lítio 0,01291 0,534 6,9 Alumínio 0,00406 2,702 11,0 Zinco 0,00228 7,14 16,3 Ferro 0,00187 7,86 14,7 Cobre 0,00183 8,92 16,3 Prata 0,00192 10,5 20,2 Ouro 0,00140 19,32 27,0 Chumbo 0,00241 11,34 27,3 7.1.3. Interação da radiação com a matéria A interação de radiação com a matéria é menor que a da radiação . Enquanto uma partícula (E = 3 MeV) possua um alcance em ar de aproximadamente 1,7 cm uma partícula da mesma energia possua um alcance em torno de 10 m e os pares de íons gerados por milímetro são de alguns milhares per milímetro para partícula mas somente 4 por milímetro pela partícula . A Figura 4 mostra esquematicamente a atenuação de radiação na matéria. O decrescimento contínuo é resultado da distribuição de energia contínua das partículas e da *Tauhata, L.; Salati, I.; Di Prinzio; R.; Di Prinzio, A. R.; Radioproteção e Dosimetria: Fundamentos, Instituto de Radioproteção e Dosimetria – Comissão Nacional de Energia Nuclear; Rio de Janeiro, 2014, p. 103 † Lieser, K. H., Nuclear and Radiochemistry, Wiley-VCH, Weinheim, 2001, p. 79 97 deflexão no absorber e pode ser descrito pela equação exponencial, mostrada na Equação 1. Ressalta-se que as partículas perdem, devido a atração pelos núcleos positivos durante a passagem pela matéria velocidade resultando na emissão de radiação eletromagnética (raios- X), conhecido pelo termo alemão Bremsstrahlung (radiação de freamento). como demonstra a Figura 5. Ressalta-se que a formação da Bremsstrahlung aumenta com a carga nuclear do absorber. Portanto não é recomendável de blindar fontes radiação com metais pesados como chumbo ou urânio para evitar de criar uma fonte de raios-X. Recomenda-se a sua blindagem com materiais mais leves como por exemplo alumínio. Exemplos para alcance de radiação em diversos materiais mostra Figura 6. Figura 4. absorção de partículas - monoenergéticos* 𝐼 = 𝐼0 ∙ 𝑒 −𝜇∙𝑑 Equação 1. Intensidade de radiação como função da espessura do absorver ( = coeficiente de absorção; d = espessura do absorber) Figura 5. Origem da Bremsstrahlung† Figura 6. Alcance vs. energia para partículas absorvidos no silício e no germânio‡ *Foßhag, E., Skript zur Vorlesung Radiochemie, Fachhochschule Mannheim, Mannheim, 2001, capítulo 4, p. 23; traduzido (http://www.prc.hs-mannheim.de/prc/) † http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ef/Bremsstrahlung.png ‡Tauhata, L.; Salati, I.; Di Prinzio; R.; Di Prinzio, A. R.; Radioproteção e Dosimetria: Fundamentos, Instituto de Radioproteção e Dosimetria – Comissão Nacional de Energia Nuclear; Rio de Janeiro, 2014, p. 98 http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ef/Bremsstrahlung.png 98 7.1.4. Interação da radiação com a matéria 7.1.4.1. Absorção de radiação e camada semi-redutora No princípio radiação e raios-X possuam as mesmas propriedades de radiação eletromagnética. Suas diferenças são somente a origem e a faixa de energia observada como é resumida na Tabela 2. Tabela 2. Faixa de energia e origem de radiação e raios-X Radiação Faixa de energia Origem 10 keV – 10 GeV Diferentes estados energéticos no núcleo atômico Raios-X 100 eV – 100 keV Diferentes estados energéticos na camada eletrônica do átomo Figura 7. Atenuação de radiação por um material de espessura X* Como radiação não é como radiação e uma radiação de partículas os mecanismos de adsorção são diferentes. Enquanto partículas perdem sua energia no impacto com outras partículas em diversos passos a energia de radiação eletromagnética é transferida em um único passo e devido à falta de carga a interação dos fótons com a matéria é extremamentefraca. Assim não se pode determinar um alcance máximo para radiação e sua absorção, exemplificado na Figura 7, segue para radiação monocromática uma equação exponencial dada na Equação 2. 𝐼 𝐼0 = 𝑒−𝜇𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙∙𝑑 Equação 2. Intensidade relativa de radiação num absorber (total = coeficiente de absorção; d = espessura do absorber) Como a interação de radiação não resulta numa adsorção completa, mas somente numa diminuição, a capacidade de adsorção de radiação por diversos materiais não e *Tauhata, L.; Salati, I.; Di Prinzio; R.; Di Prinzio, A. R.; Radioproteção e Dosimetria: Fundamentos, Instituto de Radioproteção e Dosimetria – Comissão Nacional de Energia Nuclear; Rio de Janeiro, 2014, p. 86 99 caracterizada pelo alcance máxima, mas pela camada semi-redutora (d½), como é ilustrado na Figura 2. A dependência da camada semi-redutora, que corresponde à espessura de um material necessária para diminuir a intensidade pela metade, do coeficiente de adsorção é dada na Equação 3. Com um adsorver de espessura 1 d½ a intensidade da radiação é diminuída somente pela metade. Para um adsorver de espessura 7 d½ a intensidade é reduzida para 1 % e com 10 d½ para 0,1 %. 𝑑1 2⁄ = ln 2 𝜇 Equação 3. Camada de semi-redutora para radiação 7.1.4.2. Processos de adsorção de radiação e coeficiente de adsorção Para energias baixas o principal processo de transferência de energia para a matéria de um fóton ou raios-X é o efeito fotoelétrico, ilustrado na Figura 8. Nesse caso o fóton transfere toda sua energia ao elétron que é emitido como fotoelétron com a energia Ee igual a diferença entre a energia do fóton e a energia de ligação do elétrons, conforme Equação 4. Figura 8. Efeito fotoelétrico* 𝐸𝑒 = 𝐸𝛾 − 𝐸𝐿 Equação 4. Energia do fotoelétron Figura 9. Efeito Compton† Para energia de fótons maiores a transferência ocorre pelo Efeito Compton, ilustrado na Figura 9. Neste caso o fóton transfere somente parte de sua energia para um elétron resultando * Foßhag, E., Skript zur Vorlesung Radiochemie, Fachhochschule Mannheim, Mannheim, 2001, capítulo 4, p. 25; traduzido (http://www.prc.hs-mannheim.de/prc/) † Idem, ibid, p. 26 100 na mudança (ângulo ) de sua direção e no aumento de seu comprimento de onda, o qual pode ser calculado pela Equação 5. ∆𝜆 = ℎ 𝑚𝑒 ∙ 𝑐 ∙ (1 − 𝑐𝑜𝑠𝜑) Equação 5. Aumento do comprimento de onda na deflexão de Compton Para energias de radiação acima de 1,02 MeV a energia do fóton pode, no campo elétrico do núcleo, ser transformado em um par de um elétron e de um pósitron. A probabilidade de criação de par é proporcional a Z2 do adsorver e aumenta significativamente com a energia da radiação sendo acima de 10 MeV o processo dominante na adsorção de radiação . Figura 10. Criação de par* Desta maneira o coeficiente total na Equação 2 é composto, conforme Equação 6, pela somo dos coeficientes parciais ph, C e p para os processos fotoelétrico, de Compton e formação de par, respectivamente. A Figura 11 mostra para o chumbo e alumínio os coeficientes de absorção parciais e sua soma (total) como função da energia da radiação . 𝜇𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝜇𝑃ℎ + 𝜇𝐶 + 𝜇𝑃 Equação 6. Composição do coeficiente de absorção total de radiação (a) (b) Figura 11. Coeficientes de absorção de radiação em: (a) chumbo, (b) alumínio† 7.1.5. Interação de nêutrons com a matéria Nêutrons são liberados na fissão espontânea de núcleos pesados e desintegram com um tempo de meia de 10,25 min emitindo partículas -. Além da desintegração - nêutrons podem induzir reações nucleares como (n,), (n,), (n,p), (n,d), (n,2n) ou (n,f). Como eles são eletricamente neutros sua interação com os elétrons dos átomos é desprezível e sua interação * Foßhag, E., Skript zur Vorlesung Radiochemie, Fachhochschule Mannheim, Mannheim, 2001, capítulo 4, p. 27; traduzido (http://www.prc.hs-mannheim.de/prc/) † Idem, ibid, p. 24 101 com a matéria se restringe, além de reações nucleares a colisões elásticas e inelásticas. As colisões são importantes nos reatores nucleares onde a energia dos nêutrons liberados na fissão de 235U em torno de 2,5 MeV (nêutrons velozes) deve ser reduzido a 0 – 0,5 eV (nêutrons térmicos). A Tabela 3 mostra para diversos núcleos o número médio de colisões necessárias para moderar a energia de nêutrons velozes para a energia de nêutrons térmicos. Esta Tabela revela que nêutrons perdem sua energia de forma mais rápida colidindo com núcleos leves como hidrogênio ou carbono. Portanto eles são blindados de forma efetiva por parafina ou água. Tabela 3. Número médio de colisões necessárias para moderação de nêutrons (E = 2 MeV)* Núcleo Número médio de colisões Núcleo Número médio de colisões 1H 14 Be 69 2H 20 C 91 1H2O 16 Na 171 2H2O 29 Fe 411 He 43 238U 1730 Figura 12. Primeira página “De Rerum Natura” de Lucrécio Figura 13. Título de “Von der Bergsucht” de Paracelsus 7.2. Radiação ionizante e seus efeitos biológicos 7.2.1. Primeiras observações de efeitos biológicos da radiação ionizante Embora não se sabia a causa se observou efeitos da radioatividade à saúde humana desde a antiguidade. Por exemplo, Tito Lucrécio Caro (ca. 94 a.C. – ca. 50 a.C) atribuiu na sua obra De Rerum Natura (Figura 12) os problemas de saúde dos mineiros a exalações de minerais: “qualis expiret Scaptensula subter odores? quidve mali fit ut exalent aurata metalla! quas hominum reddunt facies qualisque colores!” * Hippler, S., Reaktorchemie – Skript zur Vorlesung, Universität Hannover (http://www.zsr.uni- hannover.de/folien/reakchem.pdf). http://www.zsr.uni-hannover.de/folien/reakchem.pdf http://www.zsr.uni-hannover.de/folien/reakchem.pdf 102 No século XVI Paracelsus (1493 – 1541) descreve na sua obra “Von der Bergsucht” (Figura 13) como causa da doença dos mineiros: “Dann ir sehet/ das eusserlich in dem Chaos zwischen Himmel und Erden/ Nebel wachsen/ …/ die da den Asma machen/ husten hüsten und keychen/ das ist nun die erfahrenheit/…/ das der Nebel ein ursach ist/ …/ aus welchen die Bergsucht wachsen mag“ Consequências da irradiação consciente de tecido humano por radiação ionizante foram descritos por Pierre Curie (Figura 14) em 1901, que em um experimento voluntario expus seu braço a radiação de rádio, em uma carta para L´Académie française: “A pele se avermelhou na superfície de uma área de 6 cm2; a aparência é semelhante duma queimadura, mas a pele não está doendo. Depois de alguns dias a vermelhidão começou aumentar, sem se expandir: no 20º dia formaram-se crostas e depois um ferimento, que foi tratado com ligaduras; no 22º dia a pele começou de sarar, a partir das bordas em direção ao centro e 52 dias depois da radiação restou uma área do ferimento de 1 cm2, que mostra um tom cinza, que deixa concluir que existe um ferimento mais profundo.”* Sua esposa Marie Curie (Figura 14) descreveu as queimaduras que ela sofreu carregando alguns centigramas de rádio numa ampola de vidro protegido somente por uma caixa de metal, nas seguintes palavras: “As mãos mostram uma tendência geral à formação de escamas: os pontos de dedos, que tinham tocada as cápsulas contendo as substâncias altamente ativas, se endurecem e as vezes tornam-se muito dolorosos. Em um de nós a inflamação nos pontos de dedos continuou 14 diais e terminou com o endurecimento, mas a sensibilidade ao dor ainda não desapareceu depois de uma duração de dois meses.” Figura 14. Pierre e Marie Curie Figura 15. Exame de raios-X em 1906 Queimaduras causadas por radiação ionizante, especialmente de raios-X foram inúmeras vezes observados no início do século 20, especialmente por radiologistas da época (Figura 15) e resultaram até na formação de câncer de pele (Figura 16). Acidentes com radiação ionizante eram comum nesta época como mostra um monumento de 1936 pelas mais de 150 vítimas pelo manuseio de rádio,raios-X e outras fontes de radiação ionizante no Hospital St. Georg em Hamburgo, um dos primeiros hospitais com um departamento de radiologia e medicina nuclear da Alemanha (Figura 17). Figura 16. Dermatite de raios-X Figura 17. Monumento para vítimas fatais de radiação ionizante * http://www.zsr.uni-hannover.de/folienws.htm http://www.zsr.uni-hannover.de/folienws.htm 103 7.3. Ação de radiação ionizante e acidentes radiológicos 7.3.1. Ação de radiação ionizante me tecidos biológicos A Figura 18 esquematiza a interação de radiação ionizante com celas biológicas, constituídos principalmente de água. Assim os mecanismos mais prováveis são: a ionização de moléculas de água, resultando em H2O+ e elétrons solvatizados, ou a radiolíse da água, resultando em radicais livres. Estes produtos são altamente reativos e reagem tanto entre si como com as moléculas de seu ambiente, por exemplo, a DNA da célula, modificando sua estrutura e propriedades. A distribuição dos produtos primários (íons e radicais) na célula depende do tipo de radiação, como mostra a Figura 19, que compara a distribuição de íons depois da radiação com doses iguais de raios-X (esquerda) e radiação (direita). Figura 18. Ação de radiação ionizante numa célula biológica* Figura 19. Apresentação esquemática da distribuição de íons na célula depois da radiação com doses iguais de raios-X (esquerda) e radiação (direita)† As modificações em escala molecular da célula podem modificar as enzimas, membranas ou a informação genética da célula, causando distúrbios na divisão das células, mudanças na sua forma ou tamanho ou até sua morte. Estas modificações na escala celular possam-se manifestar nos órgãos como distúrbios funcionais ou na geração de tumores benignos ou malignos. Na ação da radiação ionizante no organismo vivo se distingue a fase física, a fase química/bioquímica e a fase biológica. A Figura 20 indica os processos ocorrendo em cada fase e na Tabela 4 encontra-se a escala de tempo das três fases. A Figura 20 mostra que a radiação ionizante nem necessariamente causa danos, uma vez que ela pode não ser absorvido pelos tecidos, tornando-a biologicamente ineficaz. Neste caso, se a ocorrência do dano e sua gravidade é não necessariamente ligado a irradiação radioativa e é independente da sua intensidade o dano causado é considerado um dano estocástico. Por outro lado, se há uma relação entre a radiação ionizante e sua intensidade e a ocorrência e gravidade do dano ele é considerado determinístico. * Foßhag, E., Skript zur Vorlesung Radiochemie, Fachhochschule Mannheim, Mannheim, 2001, capítulo 7, p. 12; traduzido (http://www.prc.hs-mannheim.de/prc/) † http://www.zsr.uni-hannover.de/folienws.htm http://www.zsr.uni-hannover.de/folienws.htm 104 Figura 20. Fases de radiação ionizante em sistemas biológicas* Tabela 4. Duração das fases de ação biológica de radiação ionizante Fase Processo Duração Fase física Ionização e excitação de moléculas Tempo de vida de pares de íons < 10-15 s Fase química e bioquímica Tempo de vida de radicais livres Quebra de ligações químicas Reparo enzimático 10-15 – 10-6 s < 10-13 s 1 min – 10 h Fase biológica Síndrome de radiação agudo Tempo de latência para gênese de carcinomas 1 d – 1 a 2 – 40 a 7.3.2. Danos estocásticos Como danos estocásticos entendem-se danos cuja probabilidade aumenta com a intensidade da radiação recebida, mas cuja gravidade não depende da dose. Estes danos estocásticos são defeitos singulares como mutações da DNA, sem perda da possibilidade de proliferação da célula, que podem resultar na gênese de um carcinoma (dano somático) ou na formação de doenças genéticas nos descendentes (dano genético). Nestes danos não há relação entre a exposição radiológica e a manifestação do dano, que aparece em geral anos ou décadas depois da exposição à radiação ionizante. Danos estocásticos são, em geral, resultante da danificação do DNA pela radiação ionizante, e podem ser diferenciados em dano à nucleobase, quebra simples da cadeia do DNA e quebra dupla do DNA, como é exemplificado na Figura 21. * http://www.zsr.uni-hannover.de/folienws.htm http://www.zsr.uni-hannover.de/folienws.htm 105 Figura 21. Danos no DNA causados por radiação ionizante* Figura 22. Ação direta e indireta de radiação no DNA Figura 23. Ação direta de radiação e no DNA A ação da radiação ionizante pode ser diretamente na estrutura do DNA ou nas moléculas de água que por sua vez formam espécies reativos como radicais ou peróxido as quais reagem com a estrutura do DNA. A Figura 22 ilustra a ação indireta de radiação em qual a energia do fóton quebra a molécula de água em dois radicais que subsequentemente reagem com as moléculas na cadeia do DNA. Por outro lado, o fóton pode transferir sua energia diretamente às moléculas na estrutura do DNA e induzir assim mudanças estruturais. Em geral a ação da radiação no DNA leva a danos nos nucleobases. Devido a sua maior energia a radiação particular - e pode reagir diretamente com a cadeia do DNA, o que para radiação - leva quebra simples da cadeia e para radiação a sua quebra dupla, como é ilustrado na Figura 23. Embora existem mecanismos celulares para conserto de danos no DNA, somente danos às nucleobases são consertados completamente em tempo razoável, como indica a Figura 24, que mostra que 100 % desses defeitos são eliminados depois de algumas horas. A remoção de quebra simples e dupla na cadeia do DNA é como indica Figura 24 um processo bem mais *Foßhag, E., Skript zur Vorlesung Radiochemie, Fachhochschule Mannheim, Mannheim, 2001, capítulo 7, p. 18; traduzido (http://www.prc.hs-mannheim.de/prc/) 106 demorado e nem sempre totalmente eficaz, e assim aumenta a probabilidade que estes defeitos causados por radiação ionizante se manifestam no individuo irradiado. Figura 24. Tempo para conserto de danos radiológicos no DNA (BS = dano à nucleobase; ESB = quebra simples de cadeia; DSB = quebra dupla de cadeia)* Além de defeitos de bases e quebras de cordão a exposição à radiação ionizante pode mudar o genoma, ou seja, o número dos cromossomos muda devido à perda parcial de cromossomos depois de quebra de cordão dupla ou aglomeração das partes a outros cromossomos. Estas perdas parciais ou reparos defeituosos resultam em cromossomos anormais como mostra a Figura 25. A Tabela 5 descreve os principais efeitos de danos estocásticos causados por radiação ionizante e o mecanismo de defesa do organismo. Figura 25. Aberrações de cromossomos depois exposição a radiação ionizante: d = dicenter; f = fragmento; t = tricenter; r = anel (com centro); q = quadricenter.† Tabela 5. Efeito e mecanismo celular para eliminação de danos radiológicos‡ Danos Efeito Eliminação estocásticos Defeitos no DNA Conserto, eliminação das células defeituosas determinísticos Retardação e bloqueio de formação de células novas Para doses de até 250 mSv reposição da perda de células por aceleração da proliferação de células * *Foßhag, E., Skript zur Vorlesung Radiochemie, Fachhochschule Mannheim, Mannheim, 2001, capítulo 7, p. 19 † http://www.analytik.ethz.ch/vorlesungen/radiochemie.htm ‡ http://www.zsr.uni-hannover.de/folienws.htm http://www.analytik.ethz.ch/vorlesungen/radiochemie.htm http://www.zsr.uni-hannover.de/folienws.htm 107 7.3.3. Danos determinísticos Nos danos determinísticos a gravidade aumenta com a dose da radiação é depende da uma dose mínima. A causa dos danos determinísticos é em geral a morte das células, ou a perda da sua capacidade de proliferação. Tecidos com alta capacidade de proliferação são mais sensíveis e, portanto, danificados por doses menores como revela a Tabela 6 que compara as doses mínimas* necessárias para a manifestação de danos radiológicos em diversos tecidos. Tabela 6. Dose mínima paraefeitos clínicos depois irradiação corporal† Dose (Gy) Órgão (tipo de dano/sintoma principal) 2 Medula óssea (atrofia); feto (morte) 3 Testículos, ovários (infertilidade permanente) 5 Olho (Catarata); pele, 100 cm2 (inflamação); couro cabeludo, 10 cm2 (queda temporária) 10 Couro cabeludo, 10 cm2 (queda permanente), peito, criança (distúrbios de crescimento) 20 Pele, 80 cm2 (escamação); ossos, criança (distúrbios de crescimento) 40 Coração (inflamação), Pulmão (inflamação) Os efeitos da irradiação corporal inteiro podem ser divididos em três tipos: (1) síndrome hematológica; a partir de 1 Sv (2) síndrome gastrintestinal; a partir de 10 Sv (3) síndrome central nervosa; a partir de 50 Sv Para o desenvolvimento da síndrome de radiação agudo se observa em geral três fases: (1) mal-estar, vertigem; vômito (2) fase de incubação com bem estar relativa: a. até 6 semanas (dose de alguns Sv) b. 3 três dias (dose > 50 Sv) (3) cãibras, distúrbios de coordenação; tremores, distúrbios de consciência Os sintomas principais e a previsão para desenvolvimento da síndrome de radiação agudo em função da dose recebida encontra-se na Tabela 7 e a Tabela 8 mostra alguns fatores que influenciam a ação da radiação ionizante em tecidos biológicos. Tabela 7. Sintomas clínicas da síndrome de radiação agudo‡ Dose (Gy) Incubação (h) Sintoma principal Previsão Risco de morte (%) 1 > 5 hemograma alterado Muito bom 0 1 – 2 > 3 diminuição de leucócitos e plaquetas Bom 0 – 10 * Dose mínima necessário para manifestação de danos em 1 – 5 % dos atingidos. † http://www.zsr.uni-hannover.de/folienws.htm ‡ http://www.zsr.uni-hannover.de/folienws.htm http://www.zsr.uni-hannover.de/folienws.htm http://www.zsr.uni-hannover.de/folienws.htm 108 Dose (Gy) Incubação (h) Sintoma principal Previsão Risco de morte (%) 2 – 10 0,5 – 2 alterações graves do hemograma, dor de cabeça, fraqueza, febre, infecções, cansaço, sangramento interno, queda de cabelo Incerto 0 – 90 10 – 15 0,5 diarreia, Febre, vomito, distúrbios dos eletrólitos Muito ruim 90 – 100 > 50 < 0,2 cãibras, tremor, distúrbios do movimento, Sem esperança 100 Tabela 8. Fatores influenciando os efeitos da radiação ionizante Fator Influência Dose equivalente e tipo de radiação Probabilidade de desenvolver danos aumenta com dose equivalente recebida e poder de ionização da radiação Sensibilidade do tecido Aumenta com teor de DNA e com a taxa de proliferação das células Fatores do ambiente Pode aumentar com sensibilizadores (exemplo: cafeína) Pode diminuir com protetores (exemplo cisteína) Processos de conserto e recuperação das células Efetivo em tecidos de alta proliferação 7.4. Exemplos de acidentes radiológicas Um exemplo para danos causados por uma fonte esquecida é o acidente de Goiânia de 1987. Esta fonte (Figura 26) utilizada na teleterapia de carcinomas continha como fonte de radiação 93 g de 137CsCl. Como pode ser visto na Figura 13 do capítulo 3, 137Cs (t½ = 30,17 a) mostra com uma probabilidade de 94,4 % desintegração - para 137mBa que, com um t½ = 2,5 min, emite radiação da energia de 662 keV, utilizada na teleterapia de câncer. Tabela 9. Doses recebidas pelas pessoas expostas interna- e externamente no acidente de Goiânia de 1987* Contaminados Dose recebida (Sv) Contaminados Dose recebida (Sv) 45 < 0,005 2 2 – 3 42 0,005 – 0,05 1 3 – 4 33 0,05 – 1,0 1 5 – 6 4 1 – 2 1 7 Esta fonte abandonada nas antigas instalações do Instituto Goiano de Radioterapia foi extraviada por catadores de ferro velho, que depois de abrir a capsula da fonte (Figura 26b) perceberam que ela continha uma substancia brilhando no escuro com luz azul. Esta substância tornou-se no fim de setembro de 1987 uma atração na vizinhança e foi aplicada por alguns moradores diretamente na pele ou acidentalmente ingerida. No total 249 pessoas foram contaminadas dos quais 129 pessoas receberam doses externas e internas de até 7 Sv (Tabela * International Atomic Energy Agency (ed.), The Radiological Accident in Goiania, IAEA, Wien, 1988, p. 134 109 9). Destas pessoas 49 foram internados num hospital, sendo 20 na UTI. No total 4 pessoas acabaram de morrer em consequência da dose recebida. (a) (b) Figura 26. Equipamento utilizado para teleterapia com 137Cs: (a) cabeça de radiação com capsula de fonte móvel; (b) detalhes de capsula da fonte de 137Cs* A Figura 27 mostra o desenvolvimento temporal de algumas queimaduras causadas pelo contato com o cloreto de 137Cs. Figura 27 a – c mostra a formação de uma bolha (bulla) na palma de mão e um dos pacientes, revelando a diminuição do dano depois de aproximadamente 2 meses depois do contato. Na Figura 27d e e se observa o desenvolvimento de uma lesão na coxa que mais de 2 meses depois do contato se estende até a musculatura. (a) (b) (c) (d) (e) Figura 27. Queimaduras causadas por 137CsCl no acidente radiológico de Goiânia em 1987: (a) Bolha (bulla) formada na palma da mão ≈ 20 dias depois do contato; (b) bolha estourada e estendida ≈ 28 dias depois do contato; (c) bolha parcialmente curada ≈ 58 dias depois do contato; (d) lesão na coxa causada pela radiação ionizante ≈ 25 dias depois do contato; (e) lesão estendida para musculatura da coxa ≈ 70 dias depois do contato† Fontes abandonadas ou perdidas são uma das causas maiores de acidentes radiológicos como mostra também um caso de 1968 em La Plata/Argentina com uma fonte de 137Cs utilizado para -grafia de soldas. A -grafia é muito utilizado na controle sem destruição de materiais e seu princípio é ilustrado na Figura 28, que mostra a exposição de um filme à radiação permitindo no filme revelado a observação de irregularidades na peça de trabalho examinada. * International Atomic Energy Agency (ed.), The Radiological Accident in Goiania, IAEA, Wien, 1988, p. 20 – 21 † Idem, ibid, p. 107 – 109 110 Figura 28. Princípio da -grafia* A fonte radioativa é guardada dentro de uma caixa blindada (Figura 29b) e introduzido ou levado à peca examinada por um tubo e guia (guide tube) dirigido por uma manivela (crank) como é esquematizado na Figura 29a. As dimensões dessas fontes são demonstradas na Figura 30. Os radionuclídeos tipicamente utilizados como fonte da radiação são 137Cs/137mBa, 192Ir (t½ = 74 d; E = 380 keV) ou 60Co (t½ = 5,272 a; E = 1332/1173 keV). (a) (b) Figura 29. Equipamento típico de -grafia† Figura 30. Fontes utilizadas na -grafia (no lado direito medidas em mm)‡ * https://en.wikipedia.org/wiki/Industrial_radiography#/media/File:RT_Film_Making_a_Radiograph.jpg † International Atomic Energy Agency (ed.), The Radiological Accident in Cochabamba, IAEA, Wien, 2004, p. 11 ‡ Weickhardt, U., Meier, J., Der Strahlenunfall, Schweizerische Unfallversicherungsanstalt Arbeitsmedizin, Luzern, 2001, p. 14 111 Figura 31. Cálculo da dose recebida em Gy* (a) (b) (c) Figura 32. Estado de queimação por 137Cs: (a) 1 mês depois do acidente; (b) 4 meses depois do acidente; (c) 9 meses depois do acidente† * Weickhardt, U., Meier, J., Der Strahlenunfall, Schweizerische Unfallversicherungsanstalt Arbeitsmedizin, Luzern, 2001, p.13 † Idem, ibid, p. 11 e 12 112 Devido a suas dimensões pequenas as fontes para -grafia podem se perder facilmente e causar danos graves às pessoas que as encontram sem conhecer sua origem e seu uso. Um exemplo para um acidente radiológica deste tipo aconteceu em 1968 em La Plata/Argentina quando um operário achou uma fonte de 137Cs utilizada na -grafia e as carregou por um dia na bolsa esquerda e um dia na bolsa direito de seu overall. A Figura 31 mostra as doses efetivas recebidas pelos diversos partes do corpo irradiado que chegaram a 11,2 e 17,0 kSv na coxa direita e esquerda, respectivamente. Durante os primeiros dias depois da exposiçãoa vítima se queixou de dores musculares e depois de dois dias foram observadas as primeiras reações dermatologias (eritemas). O estado das queimações 1, 4 e 9 meses depois do acidente é mostrado na Figura 32. Um acidente semelhante, mas com uma fonte de 192Ir aconteceu 1999 em Yanango/Peru, onde um soldador achou a fonte colocou-a no bolso direito de sua calça jeans onde ela permaneceu por mais que 6 horas. Como ele tinha começado de sentir dor na coxa depois de aproximadamente 5 h ele consultou um médico local, que supunha uma picada de inseto. A Figura 33 mostra o desenvolvimento dessa picada nos dias e meses seguintes. Além disso se observou danos radiológicos na mão direita com qual a fonte foi pego pelo soldador (Figura 1). (a) (b) (c) Figura 33. Danos causados pela irradiação com 192Ir depois de 2 (a), 72 (b) e 240 dias (c)* Figura 34. Queimação da mão direita pelo manuseio inadequado da fonte de 192Ir† Figura 35. Bomba de Cobalto‡ * International Atomic Energy Agency (ed.), The Radiological Accident in Yanango, IAEA, Wien, 2000, p. 16/25/29 † Idem, ibid, p. 23 ‡ Tauhata, L.; Salati, I.; Di Prinzio; R.; Di Prinzio, A. R.; Radioproteção e Dosimetria: Fundamentos, Instituto de Radioproteção e Dosimetria – Comissão Nacional de Energia Nuclear; Rio de Janeiro, 2014, p. 55 113 (a) (b) Figura 36. Queimação pela exposição a 60Co: (a) acima queimação inicial, abaixo estado depois de 46 meses; (b) esquema do aparelho com a posição da mão exposta* Tabela 10. Exemplos de acidentes radiológicos† Ano País Nuclídeo Dose recebida (Gy) Pessoas afetadas Comentário 1963 China 60Co 0,2 – 80 4 mortos Fonte levada para casa de um deposito de lixo 1968 Argentina 137Cs ver Figura 31 1* Fonte perdida 1974/76 EUA 60Co ? 426 Cálculo errado da dose na teleterapia 1984 Marrocos 192Ir ? 8 mortos Fonte perdida 1987 Brasil 137Cs até 7 4 mortos Fonte abandonada levado para casa 1986/87 Alemanha 60Co ? 86 Cálculo errado da dose na teleterapia 1988 Reino Unido 60Co ? 207 Calibração errado da unidade de teleterapia 1992 EUA 192Ir ? 1 morto Fonte de braquiterapia deixado no paciente 1997 Geórgia 60Co ? 1 morto Fonte abandonado 1999 Peru 192Ir ver‡ 1† Fonte perdida *Amputação de 2 pernas; †amputação de 1 perna Embora também utilizado para −grafia a maior aplicação do 60Co era seu uso em aparelhos de teleterapia nos assim chamados “Bombas de Cobalto” (Figura 35) que continham uma fonte de 60Co com atividades de até 296 TBq. Assim os acidentes mais comuns com este radionuclídeo eram erros na manutenção do equipamento (Figura 36) ou erros no calculo da * http://www.zsr.uni-hannover.de/folienws.htm †Ortiz, P., Oresegun, M., Wheatley, J., Lessons from Major Radiation Accidents, International Radiation Protection Association, acessível em: http://wwwirpa.net/irpa 10/cdroin/00140.pdf. ‡ International Atomic Energy Agency (ed.), The Radiological Accident in Yanango, IAEA, Wien, 2000 http://www.zsr.uni-hannover.de/folienws.htm 114 dose adequada na radioterapia, como mostra Tabela 10 que enumera alguns exemplos de acidentes radiológicos. Para diminuir acidentes com fontes radioativas, especialmente com o público comum a IAEA sugerir em 2007 o uso do pictograma mostrado na Figura 37. Figura 37. Pictograma de alerta para os perigos radioativos proposto pela IAEA* 7.5. Bibliografia adicional Atkins, P.; Jones, L.; Laverman, L.; Princípios de Química – Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente, Artmed, Porto Alegre, 2018, Tópico 10 Choppin, G. R.; Liljenzin, J.-O.; Rydberg, J.; Ekberg, C.; Radiochemistry and Nuclear Chemistry, Academic Press, Oxford, 2013, capítulos 8 e 15 Kotz, J. C.; Treichel, P. M.; Townsend, J. R.; Treichel, D. A.; Química Geral e Reações Químicas, v.2, Cengage Learning, São Paulo, 2016, capítulo 25 Tauhata, L.; Salati, I.; Di Prinzio; R.; Di Prinzio, A. R.; Radioproteção e Dosimetria: Fundamentos, Instituto de Radioproteção e Dosimetria – Comissão Nacional de Energia Nuclear; Rio de Janeiro, 2014, capítulos 1.8; 3 e 4 Xavier, A. M.; Gaidano, E.; Moro, J. T.; Heilbron, P. F.; Princípios Básicos de Segurança e Proteção Radiológica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Comissão Nacional de Energia Nuclear, Porto Alegre, 2014, capítulo 2 7.6. Índice das Figuras Figura 1. Poder de penetração dos diversos tipos de radiação ionizante ...................................................................... 95 Figura 2. Comparação do alcance dos tipos de radiação ionizante na matéria ............................................................. 95 Figura 3. Taxa de perda de energia de partículas na interação com um material ....................................................... 96 Figura 4. absorção de partículas - monoenergéticos ................................................................................................... 97 Figura 5. Origem da Bremsstrahlung ............................................................................................................................ 97 Figura 6. Alcance vs. energia para partículas absorvidos no silício e no germânio ..................................................... 97 Figura 7. Atenuação de radiação por um material de espessura X ............................................................................. 98 Figura 8. Efeito fotoelétrico ........................................................................................................................................... 99 Figura 9. Efeito Compton .............................................................................................................................................. 99 Figura 10. Criação de par ........................................................................................................................................... 100 Figura 11. Coeficientes de absorção de radiação em: (a) chumbo, (b) alumínio ....................................................... 100 Figura 12. Primeira página “De Rerum Natura” de Lucrécio ........................................................................................ 101 Figura 13. Título de “Von der Bergsucht” de Paracelsus ............................................................................................. 101 Figura 14. Pierre e Marie Curie ................................................................................................................................... 102 *https://www.iaea.org/newscenter/news/new-symbol-launched-warn-public-about-radiation-dangers 115 Figura 15. Exame de raios-X em 1906 ........................................................................................................................ 102 Figura 16. Dermatite de raios-X .................................................................................................................................. 102 Figura 17. Monumento para vítimas fatais de radiação ionizante ................................................................................ 102 Figura 18. Ação de radiação ionizante numa célula biológica ..................................................................................... 103 Figura 19. Apresentação esquemática da distribuição de íons na célula depois da radiação com doses iguais de raios-X (esquerda) e radiação (direita) ................................................................................................................................. 103 Figura 20. Fases de radiação ionizante em sistemas biológicas ................................................................................. 104 Figura 21. Danos no DNA causados por radiação ionizante........................................................................................ 105 Figura 22. Ação direta e indireta de radiação no DNA ..............................................................................................105 Figura 23. Ação direta de radiação e no DNA ....................................................................................................... 105 Figura 24. Tempo para conserto de danos radiológicos no DNA (BS = dano à nucleobase; ESB = quebra simples de cadeia; DSB = quebra dupla de cadeia) ...................................................................................................................... 106 Figura 25. Aberrações de cromossomos depois exposição a radiação ionizante: d = dicenter; f = fragmento; t = tricenter; r = anel (com centro); q = quadricenter. ...................................................................................................................... 106 Figura 26. Equipamento utilizado para teleterapia com 137Cs: (a) cabeça de radiação com capsula de fonte móvel; (b) detalhes de capsula da fonte de 137Cs......................................................................................................................... 109 Figura 27. Queimaduras causadas por 137CsCl no acidente radiológico de Goiânia em 1987: (a) Bolha (bulla) formada na palma da mão ≈ 20 dias depois do contato; (b) bolha estourada e estendida ≈ 28 dias depois do contato; (c) bolha parcialmente curada ≈ 58 dias depois do contato; (d) lesão na coxa causada pela radiação ionizante ≈ 25 dias depois do contato; (e) lesão estendida para musculatura da coxa ≈ 70 dias depois do contato ................................................... 109 Figura 28. Princípio da -grafia.................................................................................................................................... 110 Figura 29. Equipamento típico de -grafia ................................................................................................................... 110 Figura 30. Fontes utilizadas na -grafia (no lado direito medidas em mm) ................................................................... 110 Figura 31. Cálculo da dose recebida em Gy................................................................................................................ 111 Figura 32. Estado de queimação por 137Cs: (a) 1 mês depois do acidente; (b) 4 meses depois do acidente; (c) 9 meses depois do acidente ...................................................................................................................................................... 111 Figura 33. Danos causados pela irradiação com 192Ir depois de 2 (a), 72 (b) e 240 dias (c) ........................................ 112 Figura 34. Queimação da mão direita pelo manuseio inadequado da fonte de 192Ir ..................................................... 112 Figura 35. Bomba de Cobalto ..................................................................................................................................... 112 Figura 36. Queimação pela exposição a 60Co: (a) acima queimação inicial, abaixo estado depois de 46 meses; (b) esquema do aparelho com a posição da mão exposta ................................................................................................ 113 Figura 37. Pictograma de alerta para os perigos radioativos proposto pela IAEA ........................................................ 114 7.7. Índice das Tabelas Tabela 1. Alcance de partículas de 214Po (E = 7,69 MeV) em vários materiais ........................................................... 96 Tabela 2. Faixa de energia e origem de radiação e raios-X ........................................................................................ 98 Tabela 3. Número médio de colisões necessárias para moderação de nêutrons (E = 2 MeV) ..................................... 101 Tabela 4. Duração das fases de ação biológica de radiação ionizante ........................................................................ 104 Tabela 5. Efeito e mecanismo celular para eliminação de danos radiológicos ............................................................. 106 Tabela 6. Dose mínima para efeitos clínicos depois irradiação corporal ...................................................................... 107 Tabela 7. Sintomas clínicas da síndrome de radiação agudo ...................................................................................... 107 Tabela 8. Fatores influenciando os efeitos da radiação ionizante ................................................................................ 108 Tabela 9. Doses recebidas pelas pessoas expostas interna- e externamente no acidente de Goiânia de 1987 .......... 108 Tabela 10. Exemplos de acidentes radiológicos .......................................................................................................... 113 7.8. Índice das Equações Equação 1. Intensidade de radiação como função da espessura do absorver ( = coeficiente de absorção; d = espessura do absorber) ................................................................................................................................................................. 97 116 Equação 2. Intensidade relativa de radiação num absorber (total = coeficiente de absorção; d = espessura do absorber) ..................................................................................................................................................................................... 98 Equação 3. Camada de semi-redutora para radiação ................................................................................................. 99 Equação 4. Energia do fotoelétron ................................................................................................................................ 99 Equação 5. Aumento do comprimento de onda na deflexão de Compton ................................................................... 100 Equação 6. Composição do coeficiente de absorção total de radiação ..................................................................... 100
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