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Urbanismo e a redução da desigualdade social

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Novo Urbanismo e a redução da desigualdade social.
É sabido que o processo de crescimento urbano de nossa sociedade iniciou-se a partir da Revolução Industrial, onde cerca de 30% da população brasileira residia em zona urbanas.
Neste contexto é que teve início o processo de urbanização, onde a crescente da população foi descrita pelo doutrinador José Afonso da Silva como sendo:
‘’[...] a população urbana cresce em proporção superior à população rural’’, são gerados enormes problemas nas cidades, como danos ao meio ambiente, falta de habitação, desordem social, carência de saneamento básico e ocupação irregular e descriteriosa do solo urbano. (SILVA, 2010, p. 26).
Em síntese, o êxodo rural tem como fator resultante, o crescimento da demanda da coletividade, por muitas vezes reprimida, pelo direito a habitação. Deste modo, ocorrendo a concentração populacional em determinados espaços, e a consequente superpovoação, temos a geração de situações de ocupação dessas áreas de modo precário, e consequentemente, uma precariedade na saúde pública.
Isso por que, à indústria deu início a centralização da mão de obra, que por sua vez, deu origem às reivindicações trabalhistas por educação, lazer, transporte público, e a democratização de espaços públicos, que ainda nos dias atuais, se mostram como sendo os maiores problemas do fenômeno da urbanização.
 No início dos tempos, os malquistos eram colocados para fora dos burgos, contudo, nos dias atuais, é notório que nossas cidades não são mais construídas por muralhas de pedras, que eram responsáveis pela segurança de seus cidadãos, com também, por afastar seus inimigos, mas sim por uma espécie de linhas imaginárias de perímetros que se observarmos de forma atenta, sera possível identificarmos a segregação social presente em nossos tempos atuais.
Em se tratando de segregação sócio espacial, tem-se como sendo uma realidade urbana, uma vez que, seu cenário, encontra-se edificado, “seja pela diferenças econômico-sociais ou pelas relações sociais no âmbito urbano”. (CARMONA, 2014, p. 74).
Assim sendo, se analisarmos as relações jurídicas existentes nas cidades, verificaremos a existência de uma ordem privatista, onde sua edificação encontra-se estabelecida através dos interesses da classe dominante. 
Deste modo, urbanização se mostra como sendo o principal causador das mazelas, quando ocorrida de forma não planejada, uma vez que está é fator decisivo para que se evite a fragmentação social, que por sua vez, em inúmeros momentos, é evidenciada e ampliada por um caos que se implementa e fomenta a desigualdade social, onde a soluções possíveis findam-se por serem paliativas.
Quando ocorre o crescimento urbano de forma desenfreada, os conceitos e princípios vinculados ao urbanismo, possivelmente, encontraram dificuldades em se fazerem presentes, e com isso, as desigualdades, como também, a violência urbana e os conflitos sociais, são considerados como sendo frutos desse processo desenfreado, onde não se verifica a existência dos regulamentos jurídicos urbanísticos.
Contudo, em se tratando dos regulamentos jurídicos urbanísticos, apesar de representarem inúmeras normas, as mesmas, não refletem, necessariamente, a um projeto de uma cidade sustentável, ocasião em que se carece de efetividade, legitimidade, eficácia e bases científicas.
Assim sendo, visando minimizar as moléstias urbanas, criou-se o plano diretor, que se instituiu como sendo o responsável por todo o crescimento das cidades, do início ao desenvolvimento de seu território, bem como, a forma de governar e gerir o município. Ou seja, o plano diretor, nada mais é, do que um projeto de como será edificada a cidade e como ela será gerida.
Estando definido o plano direito como uma ferramenta para a origem das cidades de forma organizada, este se mostra como sendo complexo, uma vez que trata da objetividade de todas as carências e deficiências que possam existir em uma cidade, que podem ser sociais, ambientais, econômicas, dentre outras.
Contudo, para ser algo tangível, e que possa resultar na diminuição das desigualdades sociais, e que por fim, ofereça medida concreta e eficaz de forma representativa, é preciso verificar de forma pormenorizada a realidade de nossas cidades.
É possível verificar isso se voltarmos ao século XIX, onde somente 2% da população mundial residia em áreas urbanas. Em contrapartida, no ano 2000, praticamente metade da população mundial, vivia nas cidades. Situação em que podemos verificar um crescimento alarmante e desenfreado, onde sobreveio as desigualdades sociais.
Neste mesmo contexto, a ONU – Organização das Nações Unidas, estima que cerca de 70% da população mundial, em 2030, se encontraram residindo em zonas urbanas.
Diante disso, o Direito Urbanístico, se mostra como sendo o principal aliado das cidades diante de todos os desafios de efetivação do plano diretor, sendo ele indispensável para a resolução das demandas sociais nas cidades.
Mesmo tendo a Constituição Federal estabelecido a política urbana, e o Estatuto da Cidade, reger regras para que essa política urbana aconteça, é de extrema importância que em nossas cidades sejam implementados políticas públicas mais justas e democráticas, com o intuito de minimizar as desigualdades sociais.
Para tanto, relativamente ao desenvolvimento de nossas cidades, e demandas sociais das redes cada vez maiores, cabe ao Direito Urbanístico, promover o urbanismo, através do plano diretor que, em conjunto com toda sociedade, através da participação popular, decidirão quais as normas e medidas urbanísticas a serem construídas de acordo com a realidade existente em suas cidades.
Neste diapasão, o doutrinador Adir Ubaldo Rech estabelece que:
“Esta condução tem como premissa que a população tome conhecimento dos processos e dos conteúdos formais, para que se sinta apta a opinar mesmo que na sua forma mais singela de visão de construção da cidade, pois expressará a sua realidade, tendo como foco a redução das desigualdades sociais que tem conhecimento.” (RECH, 2010, p. 49).
Enfim, o urbanismo, se mostra como sendo a principal ferramenta para a redução da desigualdade social, uma vez que, minimizar as moléstias sociais, é cargo do plano direto, que fará a gerencia da ocupação e desenvolvimento do território, como também, permitirá a criação de diretrizes de gestão democrática.
Referência Bibliográfica
CARMONA, Paulo Afonso Cavichioli. Violência x cidade: o papel do direito urbanístico na violência urbana. 1ª Ed. São Paulo: Marcial Pons, 2014.
SILVA, José Afonso da. Direito Urbanístico Brasileiro. 6ª ed. São Paulo: Malheiros, 2010.
RECH, Adir Ubaldo. Direito urbanístico: fundamentos para a construção de um plano diretor sustentável da área urbana e rural. 1ª ed. Caxias do Sul: Educs, 2010.

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