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INSERÇÕES ENTRE O PROCESSO CIVIL E O DIREITO CIVIL

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INTERSEÇÕES ENTRE PROCESSO CIVIL E DIREITO CIVIL 
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INTERSEÇÕES ENTRE 
PROCESSO CIVIL E 
DIREITO CIVIL 
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SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 
DIREITO CIVIL ............................................................................................................ 4 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ................................................................................... 5 
Princípios e Regras ..................................................................................................... 6 
Direito Público e Direito Privado .................................................................................. 8 
Direito Objetivo, Subjetivo e Potestativo ..................................................................... 9 
Norma jurídica ........................................................................................................... 10 
Princípios do direito civil ............................................................................................ 13 
Litisconsórcio ............................................................................................................. 15 
DIREITO CIVIL CONTEMPORÂNEO ........................................................................ 16 
Direito Civil e os princípios básicos ........................................................................... 17 
Parte Geral do Código Civil ....................................................................................... 17 
Teoria dos Fatos, Atos e Negócios Jurídicos ............................................................. 19 
Direito das Obrigações .............................................................................................. 20 
Objetivo (objeto obrigacional e objeto prestacional) .................................................. 20 
Subjetivo (sujeito ativo e passivo) ............................................................................. 20 
Vínculo Jurídico (relação que une os sujeitos) .......................................................... 21 
Direito Contratual ...................................................................................................... 21 
Posse ........................................................................................................................ 22 
Código Civil ............................................................................................................... 22 
Direitos Reais ............................................................................................................ 22 
Direito de Família ...................................................................................................... 23 
Direito das Sucessões ............................................................................................... 23 
Princípios gerais do processo civil ............................................................................ 24 
Princípios constitucionais .......................................................................................... 25 
Isonomia .................................................................................................................... 25 
Inafastabilidade do controle jurisdicional ................................................................... 26 
Publicidade dos atos processuais ............................................................................. 27 
Duplo grau de jurisdição ............................................................................................ 28 
Princípio da razoável duração do processo............................................................... 28 
Princípios infraconstitucionais ................................................................................... 29 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
O CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL é a Lei federal 13.105 de 16 de março de 
2015 que regulamenta todo o trâmite dos processos na esfera judicial civil. É nele que 
está estabelecido como devem ser propostas as ações judiciais, formalização das 
partes o que é permitido ou não. Age somente na esfera judicial civil. Assim se uma 
pessoa precisa entrar com ação judicial de cobrança de uma divida deve seguir a 
normatização deste código. 
O CÓDIGO CIVIL é a Lei nº 10.406/2002 que normatiza e disciplina as 
atividades humanas, isto é ele estabelece como serão determinadas relações suas 
obrigatoriedades, deveres e direitos estabelecidos. Age do dia a dia da pessoa fora 
do judiciário. Assim se você quer locar um imóvel, vender seu carro, etc. Este código 
contém as regras. A partir dele é que você busca seus direitos para em caso de 
necessidade usar a via judicial buscando reparação e para usar a via judicial você 
precisará seguir as normas do Código de Processo Civil. 
 
DIREITO CIVIL 
 
O Direito Civil é o ramo do Direito que engloba o conjunto de normas jurídicas 
responsáveis por regular os direitos e obrigações de ordem privada em relação as 
pessoas, seus bens e suas relações. É o principal ramo do Direito Privado. 
De forma geral, o Direito Civil abrange o conjunto de normas previstas pelo 
Código Civil. No Brasil, o atual Código Civil, em vigor desde 11 de janeiro de 2003, 
contém 2.046 artigos. Estabelece, em sua parte geral, do direito das pessoas, dos 
bens e dos fatos jurídicos. Na parte especial, trata do direito das obrigações, do direito 
das empresas, do direito das coisas, do direito da família e do direito das sucessões.
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http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Leis/L5869.htm
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Leis/L5869.htm
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://http/www.senado.gov.br/web/senador/fatimacleide/Educacao/c%F3digocivil.pdf
http://http/www.senado.gov.br/web/senador/fatimacleide/Educacao/c%F3digocivil.pdf
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
O Direito Processual Civil é um ramo do direito público que reúne o repertório 
de normas jurídicas destinadas ao regulamento da jurisdição, da ação e do 
processo, criando o repertório fundamental para que os conflitos de ordem civil e não 
especial possam ser devidamente encaminhados. 
É através do processo que teremos a composição da lide, ou seja, o suporte 
que organiza os procedimentos a serem seguidos no objetivo de se atribuir o direito. 
A matéria possui suas linhas fundamentais projetadas pelo direito constitucional. 
O processo civil divide-se em três partes principais:a) processo de conhecimento; 
b) processo de execução; 
c) processo cautelar. Na primeira parte, de conhecimento, é instaurado o 
processo para que seja reconhecido o direito; no segundo, tal direito já é reconhecido, 
buscando-se a aquisição física do mesmo, tendo como instrumento uma sentença 
previamente constituída ou então o chamado título executivo extrajudicial. Já na 
terceira divisão do processo civil, o objetivo é assegurar que determinado direito não 
perca sua integridade. 
Os princípios que norteiam as diretrizes do direito processual civil são: 
 
1. Princípio da imparcialidade do juiz: Para garantir a validade e a justiça 
no processo é necessário um juiz atuando de forma imparcial, evitando aç~es 
tendenciosas que acabem por favorecer uma das partes. A posição do juiz no 
processo é de colocar-se acima das partes para poder julgar de modo eficaz. Sua 
imparcialidade é essencial para o andamento sadio do processo. 
2. Princípio da igualdade: Ambas as partes devem ter um tratamento igual 
por parte do juiz. Seu fundamento encontra respaldo no artigo 5o da CF.
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https://www.infoescola.com/direito/direito-constitucional/
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3. Princípio do contraditório e ampla defesa: É garantida as partes 
envolvidas no processo o pleno direito de se manifestar sobre assuntos ligados ao 
processo, bem como de defender-se de toda questão levantada no mesmo. 
4. Princípio da ação: Também denominado princípio da demanda, garante 
à parte a iniciativa de provocação do exercício da função jurisdicional (em outras 
palavras, direito garantido ao acesso dos serviços oferecidos pelo poder judiciário). 
5. Princípio da disponibilidade e da indisponibilidade: Este princípio faz 
referência ao poder dispositivo, que é a liberdade garantida a todo cidadão de 
exercício de seus direitos. No direito processual este princípio se traduz pela 
possibilidade ou não de apresentar em juízo a sua pretensão, do modo como bem 
entenda. 
6. Princípio da livre investigação das provas: Neste princípio é 
estabelecido que o juiz depende das provas produzidas pelas partes para que possa 
fundamentar sua decisão. 
7. Princípio da economia e instrumentalidade das formas: O processo, como 
instrumento de aferição de direito, não deve ter um dispêndio exagerado em relação 
aos bens em disputa. 
8. Princípio do duplo grau de jurisdição: É garantido, por meio deste 
princípio, a revisão da decisão processual. Assim, pode o cidadão ter direito a novo 
julgamento além daquele proferido pelo juiz de primeira instância (ou primeiro grau). 
9. Princípio da publicidade: O princípio da publicidade garante que o 
cidadão tenha acesso às informações do processo, vedado o sigilo, garantindo um 
instrumento importante de fiscalização popular. 
10. Princípio da motivação das decisões judiciais: Deve o juiz formular 
coerentemente sua decisão, demonstrando de modo inequívoco como determinada 
sentença foi composta. 
 
Princípios e Regras 
 
A vida em coletividade é indispensável à sobrevivência do homem, quanto ser 
sociável que é, uma vez que, individualmente, não teria como suprir todas as suas 
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necessidades, bem como obter todos os bens imprescindíveis para garantir sua 
sobrevivência. 
A convivência em um meio comum pressupõe a busca de interesses gerais, 
que atendam às necessidades coletivas, bem como a persecução das expectativas 
individuais. Assim, toda a aglomeração de indivíduos, em que pese objetivar o 
atendimento dos anseios comuns (bem estar social), gera zonas de atritos entre os 
diversos interesses individuais presentes, que muitas vezes se revelam antagônicos 
e colidentes, ante a escassez de bens existentes na sociedade, em relação aos 
indivíduos que a compõem. 
O estudo da reunião de pessoas em torno de uma mesma base territorial para 
atendimento de suas necessidades originou-se com a filosofia helênica, a partir do 
conceito de polis. Esta representa o ambiente, dentro de uma delimitação 
geográfica, na qual os indivíduos convivem e buscam a realização de seus interesses, 
seja em caráter coletivo, seja para fins meramente pessoais. 
A fim de garantir a persecução de tais interesses, os pensadores helenos 
conceberam a política, como a arte da defesa e do atendimento tanto das 
necessidades coletivas, quanto dos anseios individuais. Isto é, a arte de se administrar 
o consenso e harmonizar o dissenso social. Para tanto, se fez garantir a todos voz 
participativa, bem como representatividade individual perante a coletividade. 
Na constante busca das necessidades gerais e individuais, se faz estabelecer 
um conjunto de normas, permeadas de valores éticos, morais, científicos, dentre 
outros, a fim de garantir o respeito às pessoas e suas opiniões, evitando que a colisão 
de interesses antagônicos gerem conflitos violentos e irracionais. 
Para tanto, os valores constantes na norma, que representa o código de 
conduta daquilo que a sociedade considera como padrão de comportamento íntegro, 
correto e direito, a ser por todos observado, devem gozar de proteção especial, cuja 
inobservância acarreta aplicação de sanção por parte do coletivo. 
A este conjunto de normas dotadas de observância obrigatória, coercitivamente 
impostas, que representam o comportamento padrão coletivo a ser seguido pelo 
indivíduo, para se garantir a pacificação na persecução de seus interesses, denomina-
se direito. 
O Direito, quanto ciência social, é gerado, destarte, em função da 
necessidade que o homem tem de viver em sociedade, dando ao Poder Público 
autoridade legitima para manter, inclusive com o uso de força e violência necessária, 
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a estrutura da organização juridicamente constituída, uma vez que não se pode 
conceber a vida em coletividade sem a existência de um certo número de normas 
reguladoras entre os indivíduos e de um ente maior e soberano que detêm o 
encargo de zelar pelo cumprimento e respeito destas. 
Tais normas variam de acordo com os costumes e a cultura de cada 
grupamento, podendo ser dotadas de maior ou menor grau de coercibilidade, 
observando-se que seu descumprimento, via de regra, implica em uma reação da 
sociedade, no sentido de reprovar a atitude do violador. 
No princípio, os próprios indivíduos se encarregavam de fazer sua própria 
justiça, promovendo a autotutela de seus direitos, quando violados. Com a evolução 
e o surgimento da vida em sociedade, o Estado assumiu o monopólio da justiça, no 
sentido de disciplinar e legislar as normas necessárias de observância obrigatória por 
todos, para que a vida em coletividade pudesse se desenvolver de forma harmônica 
e pacífica. Outrossim, como consequência do monopólio jurisdicional, avocou para si 
a tarefa de realizar a justiça, quando uma de suas normas fosse descumprida, 
impondo uma sanção ao infrator. 
O Direito, partindo-se de um conceito objetivo, derivado de nossa herança 
romano-germânica, é o conjunto de normas coercitivamente impostas pelo Estado, 
com o fim de promover a pacificação e a harmonização da sociedade.Direito Público e Direito Privado 
 
Após a conceituação do Direito quanto ciência social, deve-se partir para a 
tradicional classificação do direito em Público e Privado, para fins meramente 
didáticos, observando-se que o Direito, em si e por si, é uno. 
A separação do direito em público e privado é oriundo do modelo de 
reconfiguração estatal que resultou no aparecimento do Estado Democrático de 
Direito, pautado nas ideias de Thomas Hobbes, somadas ao pensamento de John 
Locke, dois grandes pensadores que primeiramente apontaram para a necessidade 
de contenção da autoridade pública em face do cidadão, consagrando o regime de 
proteção do domínio privado e das liberdades individuais. 
O Direito Privado é aquele que regula as relações jurídicas entre membros da 
sociedade civil, sejam pessoas naturais ou jurídicas, tendo em vista o interesse 
particular dos indivíduos ou a ordem privada. Classificam-se neste ramo o Direito
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Civil e o Direito Comercial, atualmente denominado Empresarial, bem como 
suas respectivas ramificações. 
O Direito Público é o que disciplina as relações jurídicas de cunho 
transindividual, focando-se nos interesses público, difuso e coletivo, isto é, os 
interesses sociais e estatais, tratando dos interesses individuais de forma reflexa, tão-
somente. Portanto, a este tronco do direito compete: a organização do Estado (Direito 
Constitucional); a regulamentação de sua atividade na consecução de seus fins 
políticos e financeiros, cuidando da hierarquia entre seus órgãos e agentes (Direito 
Financeiro, Direito Tributário e Direito Administrativo); da distribuição da justiça (Direito 
Processual ou Direito Judiciário – Civil e Penal); da repressão aos delitos (Direito 
Penal), do processo de eleição dos representantes políticos (Direito Eleitoral); da 
regulamentação das condições de trabalho humano (Direito do Trabalho); da 
normatização das relações dos detentores dos fatores de produção com o Estado 
(Direito Econômico), dentre outros. 
Atualmente, dada às novas necessidades da sociedade moderna, os regimes 
jurídicos tendem a se aproximar de forma eclética, mesclando elementos 
característicos tanto do direito público, quanto do privado. Tal tendência foi 
observada no fim do Século XIX e durante, praticamente, todo o Século XX, mormente 
com o movimento de socialização do direito privado, no qual diversos institutos, antes 
consagrados à esfera de domínio privado, passaram a ter seu uso racionalizado às 
funções e necessidades da sociedade. 
Direito Objetivo, Subjetivo e Potestativo 
 
O direito objetivo, na clássica lição romana (normas agendi), se trata do 
conjunto de leis, isto é, de normas escritas que ditam as regras pelas quais os
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indivíduos devem se orientar para a vida em sociedade. Observe-se que o 
direito objetivo se traduz na representação gráfica da norma jurídica. Trata-se, 
tão- somente, da tradução em texto escrito da norma, oriunda do processo político de 
escolha dos valores basilares que fundamentam a vida em sociedade. 
Já o direito subjetivo é a faculdade que o indivíduo tem de invocar a seu favor 
o amparo legal para defender seu patrimônio jurídico, quando violado ou ameaçado 
por outrem. Trata-se de individualização da norma jurídica, incorporando-a no 
patrimônio de determinada pessoa, que poderá exercê-lo, ou não, de acordo, única e 
exclusivamente, com sua vontade e seu livre arbítrio. Na lição romana é o facultas 
agendi. Observe-se que o titular do Direito Subjetivo o exerce, via de regra, sobre o 
patrimônio jurídico de outrem, isto é, o exercício deste direito implica em dever e 
obrigação para terceiro. 
Por sua vez o direito potestativo trata-se de um direito potencialmente existente, 
cujo nascimento depende da manifestação volitiva exclusiva de seu titular. Assim, não 
se encontra relacionado a uma obrigação, mas, tão-somente, a uma situação de 
sujeição que depende da manifestação unilateral de vontade do respectivo titular. Ante 
tais razões, o direito potestativo não se encontra, em um primeiro momento, atrelado 
ao cumprimento de uma prestação por parte de outrem, mas, tão-somente, à 
submissão deste à vontade daquele. Seus efeitos patrimoniais somente irão 
acontecer após a exteriorização de vontade do sujeito, podendo, ou não, ter reflexos 
sobre terceiros. 
Norma jurídica 
 
O Direito é um conjunto de normas de conduta, entendendo-se estas como os 
valores axiológicos juridicamente protegidos que fundamentam o ordenamento legal. 
Por sua vez, a norma se traduz em tudo o que se estabelece como base ou 
medida para a realização ou a avaliação de algum fato. Trata-se do modelo, do padrão 
de conduta e ação para o indivíduo em sociedade, sendo, via de regra, uma fórmula 
abstrata daquilo que deve ser seguido e obedecido, em todos os fatos humanos que 
admitem um juízo de valor por parte dos indivíduos 
Com a criação da norma, dar respostas de comportamento e conduta à 
sociedade, em face dos fatos produtores de consequências nem sempre desejáveis, 
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dentro de uma linha daquilo que é razoavelmente necessário e estritamente 
proporcional a se exigir do indivíduo para a vida na coletividade. Para tanto, considera-
se moralmente desqualificado para o convívio social aqueles concidadãos que não 
obedecem ao ordenamento jurídico, os quais terão suas liberdades individuais 
gradualmente cerceadas, mediante aplicação de pena, sendo-lhe mitigado o 
exercício de determinadas prerrogativas e direitos, tais como propriedade, 
possibilidade de desempenho de funções públicas, liberdade e vida, este, tão-
somente, para os ordenamentos jurídicos que ainda adotam sanções capitais. 
A norma tem gênese no processo político-eleitoral de debate e discussão 
parlamentar, no qual os representantes do povo vão escolher quais os valores que 
devem ser tutelados e ter prelazia para a garantia e a manutenção da paz social, 
diante dos fatos sociais, sendo representada graficamente por meio de leis escritas, 
as quais são dotadas de proteção jurídica, o que lhe garante obediência e observância 
obrigatória por todos os indivíduos que vivem em sociedade. 
Conforme magistério consagrado de Hans Kelsen[6], a norma jurídica deve ser 
analisada sob diversos planos de estudo, o qual passa-se a discorrer, de forma 
sintética. 
a) existência: trata-se da verificação se a norma ingressou no ordenamento 
jurídico, adquirindo vigência, mediante a obediência do devido processo legislativo 
para tanto; 
b) validade: cuida-se de verificar se a norma em vigor encontra-se 
procedimentalmente compatível (análise formal) e com conteúdo consonante 
(análise material), dentro do ordenamento jurídico vigente, com a norma que lhe é 
hierarquicamente superior. Segundo o escalonamento de normas proposto pelo 
catedrático austríaco susomencionado, a norma jurídica que goza de prelazia sobre 
as demais é a constituição, sendo seguida pelos atos legislativos produzidos pelo 
parlamento (Poder Constituído Legislativo) e, estes, pelos atos administrativos 
produzidos pela administração pública (Poder Constituído Executivo); 
c) eficácia: é a qualidade e a aptidão da norma para produção de seus 
regulares efeitos jurídicos, no sentido de criar vínculos obrigacionaisentre os 
indivíduos, gerando direitos e deveres entre estes; 
d) efetividade: trata-se da aceitação da norma no meio social em que ela 
produzirá seus regulares efeitos jurídicos, traduzindo-se na receptividade desta com 
seu consequente acolhimento entre os indivíduos; 
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e) aplicabilidade: é a delimitação do campo de incidência da norma jurídica, no 
sentido de se circunscrever quais são os segmentos da sociedade que se encontram 
sob a égide da mesma, isto é, que se encontram sobre o império de sua observância 
cogente; 
f) revogação: é a retirada da norma do ordenamento jurídico, operando efeitos 
no campo da existência. Observe-se que somente uma norma de igual hierarquia é 
capaz de revogar outra, retirando-lhe do campo de existência; 
g) declaração de inconstitucionalidade: traduz-se no reconhecimento de 
incompatibilidade formal (procedimento) e/ou material (conteúdo) de uma norma em 
face daquela que lhe é hierarquicamente superior e lhe outorga validade. Assim, uma 
vez declarada inconstitucional determinado ato legislativo, constata-se que este não 
possui fundamento de validade que o torne apto à produção de seus regulares efeitos 
jurídicos. 
 
As normas se dividem em duas espécies, os princípios e as regras: 
 
a) Princípios: Os princípios são a viga mestra do direito, sendo comandos 
gerais dotados de alto grau de abstração, com amplo campo de incidência e 
abrangência, que orientam a produção legislativa do ordenamento jurídico; para o 
operador do direito, a norma-princípio traduz-se em mandamento de otimização da 
atividade parlamentar, servindo de diretiva para o legislador, bem como, para o 
operador do direito, de parâmetro de delimitação de aplicabilidade do direito positivo 
às situações fáticas cotidianas a serem subsumidas ao direito positivo. Em razão de 
seu maior campo de amplitude, os princípios admitem maior flexibilização às situações 
sociais, quando da aplicação da literalidade do texto da norma aos casos concretos. 
As normas-princípio têm por finalidade precípua orientar a produção de leis, isto é, 
do direito objetivo, sendo de norte imprescindível da atividade parlamentar dos 
representantes democraticamente eleitos para as cadeiras do Poder Constituído 
Legislativo. Por esta razão, não há como se individualizar, via de regra, uma norma-
princípio no patrimônio jurídico de um indivíduo, no sentido de investir-lhe em direito 
subjetivo. Havendo concorrência na aplicação de princípios, está será resolvida por 
meio de exercício de ponderação de interesses, na qual, mediante um juízo axiológico, 
deverá se estabelecer, dentro da hipótese em tela, qual terá primazia sobre os demais, 
inclusive no que se refere à análise de casos concretos entre indivíduos sob a tutela 
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do Poder Público. Assim, em caso de eventual colisão normativa entre princípios, 
esta será resolvida, em cada caso, mediante exercício ponderado de interesses 
casuísticos, sobrepondo-os de maneira condicionada, a fim de garantir a prelazia 
do princípio que melhor se aplica à situação sub examine. 
b) Regras: As regras são comandos aplicáveis em um campo de 
incidência específico, com elementos próximos ao direito comum, capazes de 
investir um indivíduo na titularidade de direitos subjetivos, os quais, por uma questão 
de segurança jurídica, tem de estar previamente estabelecidos dentro do 
ordenamento vigente, por meio dos atos legislativos aptos a inovar, no sentido de criar 
direitos, diretamente correlacionados a deveres que lhes são inerentes. Em casos em 
que se verifique a ausência de norma-regra incidente sobre o campo de aplicabilidade 
de determinado indivíduo, deve-se proceder com extrema cautela uma vez que não é 
dado ao operador do direito, seja o administrador público, membro do Poder 
Constituído Executivo, seja o magistrado, membro do Poder Constituído Judiciário, 
substituir-se ao parlamentar, membro do Poder Constituído Legislativo, sob pena de 
violar o princípio geral da separação e convivência harmônica dos Poderes 
Constituídos estatais. O conflito de aplicabilidade entre normas regras é resolvido por 
meio do exercício das técnicas de especialidade, no qual a regra especial prevalece 
sobre a geral, temporariedade, no qual a regra mais recente tem primazia sobre a 
mais antiga, e hierarquia, no qual a regra oriunda de norma hierarquicamente superior 
prefere a regra inferior. 
Princípios do direito civil 
 
O Direito Civil se caracteriza como o ramo do Direito que regula as relações 
jurídicas entre particulares, como as relações patrimoniais e as relações entre 
familiares. 
O Direito Civil é uma das vertentes do Direito privado, cujo o objetivo é 
determinar como as pessoas devem se relacionar e agir em sociedade, como por 
exemplo, os direitos do nascituro, o casamento, a sucessão familiar por meio da 
herança e do legado, entre outros aspectos legais comuns as relações de uma 
sociedade civilizada. 
Dada à complexidade das relações em sociedade, as relações pessoais e 
patrimoniais entre seres humanos, demandam de institutos que vão além do 
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arcabouço do Código Civil, como as leis extravagantes, entre as quais os princípios 
fundamentais constitucionais, negócios jurídicos viciados entre outros institutos que 
abrangem outros ramos do Direito. 
São ramos do Direito Civil, o Direito do Trabalho, Direito do Consumidor e o 
Direito Comercial, que embora eles tenham a ingerência do Estado são ramos do 
Direito. 
Essa regra também acaba sendo válida para o Direito de Família, que está no 
arcabouço do Direito Civil e também se submete a normas de ordem pública como é 
caso do casamento e do estado de filiação, Direitos irrenunciáveis pelos seus titulares. 
O Direito Civil regula todas as relações entre particulares, sejam elas pessoas 
físicas ou jurídicas. Sendo assim, considera-se o ramo do Direito Civil como Direito do 
cidadão. 
Sua diferença em relação ao Direito Público, é este ramo do Direito trata dos 
interesses coletivos, ou seja, é a estrutura político administrativa que prima pela ordem 
e o interesse público, garante Direitos individuais e coíbe delitos. 
O Direito Civil é o único ramo do Direito que abrange toda a vida civil do 
indivíduo, desde o seu nascimento até a sua morte. 
Dada a essa grande necessidade de criação de várias normas jurídicas que 
regulassem as relações entre pessoas físicas e jurídicas, em um dado momento se 
fez necessária a unificação dessas normas em um só compêndio, o que acabou por 
culminar no Código Civil que conhecemos hoje, valendo enfatizar que não se trata do 
único diploma legal existente, pois há outros como a nossa Constituição Federal de 
1988, o Código Penal. Código de Defesa do Consumidor entre outros institutos 
específicos que acabaram seguindo o mesmo modelo de codificação do Código Civil. 
Nosso primeiro Código Civil foi o 1916, concebido originalmente por Clóvis 
Beviláqua e que anos depois sofreu grande influência de Rui Barbosa. O segundo em 
1969, totalmente reformulado. E o terceiro e mais conhecido é o de 2002, que tem 
como base fundamental três princípios éticos que o norteiamcomo mais uma vez bem 
observou Pamplona filho e Stolze Gagliano: 
Consiste o Princípio da Eticidade na busca de compatibilização dos valores 
técnicos conquistados na vigência do Código anterior, com a participação de valores 
éticos no ordenamento jurídico. 
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Já o Princípio da Socialidade surge em contraposição à ideologia 
individualista e patrimonialista do sistema de 1916. Por ele, busca-se preservar o 
sentido de coletividade, muitas vezes em detrimento de interesses individuais. 
Por fim, o Princípio da Operabilidade importa na concessão de maiores poderes 
hermenêuticos ao magistrado, verificando, no caso concreto, as efetivas 
necessidades a exigir a tutela jurisdicional. 
Litisconsórcio 
 
A relação processual possui uma configuração tríplice, ou seja, apresenta três 
sujeitos: Estado – juiz, autor e réu. Porém, é possível ocorrer uma mudança nesta 
configuração com a entrada de outros sujeitos na relação processual. 
Assim se configura o Litisconsórcio, que nada mais é do que a pluralidade de 
demandantes e demandados em um processo. Toda vez que mais de um sujeito 
pleiteia em seu favor a tutela jurisdicional, ter-se-á litisconsórcio. 
São quatro as formas de se classificar o litisconsórcio: Quanto à posição, 
quanto à sua formação, quanto ao regime de tratamento dos litisconsortes, e quanto 
ao momento de sua formação. 
Quanto à sua posição, o litisconsórcio pode ser ativo, passivo ou misto. 
Ocorre litisconsórcio ativo quando, em um processo, houver diversos autores 
demandando em face de somente um réu. Há litisconsórcio passivo quando 
somente um autor demanda em face de vários réus. Por fim, há litisconsórcio misto 
quando diversos autores demandarem em face de diversos réus. 
Quanto à sua formação, o litisconsórcio pode ser necessário ou facultativo. 
O litisconsórcio necessário decorre de imposição legal (como na ação de 
usucapião) ou da natureza da relação jurídica (como em uma ação de anulação de 
casamento). Nesta hipótese, impõe-se a presença de todos os litisconsortes. A 
ausência de algum deles resulta na falta de legitimidade dos que estiverem 
presentes e na extinção do processo sem resolução de mérito. 
O Litisconsórcio facultativo é aquele que se forma em função da vontade de 
quem propõe a demanda. Neste caso, a formação do litisconsórcio não é obrigatória. 
O artigo 101 do novo Código de Processo Civil apresenta o conceito de 
litisconsórcio e as hipóteses em que ele pode se formar. 
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Quanto ao regime de tratamento dos litisconsortes, pode se falar 
em litisconsórcio unitário e litisconsórcio simples. No litisconsórcio unitário a situação 
jurídica litigiosa deverá receber disciplina uniforme, ou seja, a decisão da lide não 
poderá uma para uma para uma parte e outra para a outra. No litisconsórcio simples, 
os litisconsortes serão tratados como partes distintas, o destino de cada um é 
independente do destino dos demais. 
O litisconsórcio se classifica pelo momento de sua formação. Neste caso ele 
pode ser inicial (originário) ou ulterior (superveniente). O litisconsórcio inicial ou 
originário é aquele que já nasce juntamente com a propositura da ação, ou seja, 
quando vários são os autores que a propõem ou quando vários são os réus 
convocados pela citação inicial. O litisconsórcio ulterior ou superveniente é aquele que 
surge no curso do processo em razão de um fato posterior à propositura da ação. 
O artigo 149 do Código de Processo Civil aborda a questão do prazo que 
envolve os litisconsortes. 
DIREITO CIVIL CONTEMPORÂNEO 
 
O Direito Civil contemporâneo abrange: 
 
 Direitos Pessoais: como os relativos ao indivíduo como ente válido por 
si mesmo, protegendo-lhe o ser pessoal, o nome, a imagem, etc.; 
 Direitos Obrigacionais: tendo como fulcro o poder de constituir 
situações jurídicas intersubjetivas para consecução de fins civis ou 
econômicos; 
 Direitos Associativos: como proteção da autonomia da vontade 
constituindo entes coletivos, isto é, pessoas jurídicas privadas; 
 Direitos Reais: relativos à posse e à propriedade e suas formas de 
explicitação; 
 Direitos de Família: desde a sua constituição pelo casamento até as 
formas de extinção da sociedade conjugal, as relações entre os 
cônjuges, ascendentes e descendentes etc.; 
 Direitos de Sucessão: que resultam da transferência de bens por 
força de herança. 
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No Direito Civil se insere ainda a Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro (LINDB). Trata-se de um conjunto de normas sobre normas. A LINDB 
disciplina as normas jurídicas, determinando o seu modo de aplicação e 
entendimento, no tempo e espaço. É uma lei com objetivo distinto das leis em geral, 
disciplinando elaboração, vigência, aplicação no tempo e espaço, fontes, etc. 
 
Direito Civil e os princípios básicos 
 
O Direito Civil é regido pelos seguintes princípios: 
 
Princípio da Eticidade: significa a superação do formalismo jurídico, primando 
pela objetividade, fazendo-se, assim, um modelo jurídico hermenêutico que privilegie 
efetivamente a boa-fé; 
Princípio da Socialidade: advém do princípio social de justiça. A verdadeira 
igualdade está no tratamento desigual aos desiguais na proporção e medida de sua 
desigualdade; 
Princípio da Operabilidade: apresenta soluções interpretativas que 
pragmatizam a aplicação da norma. Exemplo: a distinção entre prescrição e 
decadência. 
 
Parte Geral do Código Civil 
 
O Código Civil Brasileiro em vigor foi promulgado pela Lei nº 10.406, de 10 de 
Janeiro de 2002. Este Código contempla a definição e abrangência de diversos bens, 
direitos e deveres do cidadão. 
 
Das Pessoas 
 
Para o CC pessoa é o sujeito de direitos e deveres, ente capaz, portanto, de 
adquirir direitos e contrair deveres, podendo, ainda, ser física (ente físico) ou jurídica 
(ente moral, ficção jurídica). 
Todo ser humano é dotado de personalidade jurídica. A personalidade está 
intimamente ligada à capacidade das pessoas. São elementos que se completam. 
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A capacidade de gozo ou de direito confunde-se com a personalidade jurídica 
e é inerente a qualquer ser humano, não podendo ser-lhe recusada. 
A regra portanto, é a capacidade. A incapacidade, a exceção. A primeira 
exprime poderes ou faculdade, sendo a personalidade resultante desses poderes. 
A incapacidade civil é a restrição ao poder de agir e, pela característica da 
restrição, vem expressamente prevista em lei, podendo ser absoluta ou relativa. 
O CC vai tratar da cessação da incapacidade (voluntária, judicial ou legal), 
individualização da pessoa natural e da extinção da personalidade jurídica da 
pessoa natural. 
Também trata da ausência de pessoais naturais, caracteres do direito de 
personalidade, personalidade jurídica, desconsideração da personalidade jurídica,entre outros. 
 
Dos Bens 
 
Para o Código Civil bens são valores materiais ou imateriais que podem ser 
objeto de uma relação de direito, tendo, portanto, valor econômico. 
Algumas das características ensinadas em seus dispositivos são, entre 
outros: 
 Bens Móveis: podem ser transportados de um lugar para outro sem 
perder a sua essência (semoventes: animais); 
 Bens Imóveis: ou bens de raiz, não podem ser transportados sem 
prejuízo de sua substância ou destruição (exemplo: solo, árvores, 
construções); 
 Bens Corpóreos: possuem existência física, material, são tangíveis; 
 Bens Incorpóreos: possuem existência abstrata (são direitos); 
 Bens Consumíveis: são móveis e se destroem à medida que são 
utilizados ou que são postos à alienação (exemplo: combustíveis, 
mantimentos); 
 Bens Inconsumíveis: proporcionam reiterada utilização, sem prejuízo 
da essência do bem (exemplo: automóvel, casa). 
 Bens Singulares: são considerados em sua individualidade; são 
aqueles que, considerados de per si, constituem um bem, mas que, 
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quando unidos a outros bens, conformam um todo que dá origem a um 
novo bem, que será coletivo; 
 Bens Coletivos: são os que, embora constituídos de duas ou mais 
coisas singulares, consideram-se agrupados em um único bem. 
 
Teoria dos Fatos, Atos e Negócios Jurídicos 
 
O fato jurídico todo e qualquer acontecimento da vida que seja relevante para 
o mundo do Direito. 
Dentro desse gênero, encontramos duas espécies: o fato jurídico (stricto sensu) 
e o ato jurídico (lato sensu). 
Diferenciam-se esses conceitos da seguinte forma: 
 
 Fato Jurídico em Sentido Estrito: é todo acontecimento relevante para 
o mundo do Direito que independe da vontade humana (exemplo: 
nascimento, morte, vendaval, furacão); 
 Ato Jurídico em Sentido Estrito: depende da vontade humana e são 
aquelas situações gerais movidas pela conduta humana sem 
estrutura negocial (exemplo: mudança de domicílio); 
 Ato Jurídico Ilícito: depende da vontade humana e são aqueles 
reprimidos pela Lei. 
 Negócio Jurídico: são atos jurídicos em sentido amplo que importam 
em condutas que visam modificar, ou adquirir, ou resguardar, ou 
transmitir ou extinguir direitos (exemplo: compra e venda, casamento). 
 
O negócio jurídico é modalidade de ato jurídico lícito. Consiste em manifestação 
de vontade humana que visa modificar, ou adquirir, ou resguardar, ou transmitir, ou 
extinguir direitos. 
As consequências de referida vontade humana, bem como a forma de praticá- 
la, são elencadas em lei, mas as partes podem controlar seus efeitos.
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Direito das Obrigações 
 
Na conceituação de Washington de Barros Monteiro (2014), obrigação é a 
relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor. 
Objeto da obrigação consiste em uma prestação pessoal econômica, positiva 
ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento por 
meio de seu patrimônio. 
O conceito pode até ser abreviado como o direito do credor contra o devedor, 
tendo por objeto determinada prestação. 
No entendimento de Fábio Vieira Figueiredo (2014), os elementos 
constitutivos da obrigação são: 
 
Objetivo (objeto obrigacional e objeto prestacional) 
 
O elemento objetivo da obrigação subdivide-se em objeto obrigacional e 
objeto prestacional. O objeto obrigacional ou imediato é o comportamento. 
Tal elemento sempre consistirá ou em dar algo, ou em fazer algo ou em não 
fazer algo. 
O objetivo prestacional ou objeto mediato é o núcleo do interesse creditício a 
ser satisfeito, ou seja, é aquilo que tem o dever de dar, fazer ou não fazer o 
devedor da obrigação. 
Subjetivo (sujeito ativo e passivo) 
 
O elemento subjetivo de uma obrigação é composto pelos sujeitos. 
 
A relação obrigacional é formada por uma elipse de crédito e débito. 
 
Desse modo, em toda e qualquer obrigação encontraremos o credor (sujeito 
ativo ou accipiens) e o devedor (sujeito passivo ou solvens).
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Vínculo Jurídico (relação que une os sujeitos) 
 
O vínculo jurídico resulta de diversas fontes e sujeita o devedor a determinada 
prestação em favor da satisfação do interesse do credor. 
O vínculo jurídico perfaz-se em débito e responsabilidade. O débito é o 
vínculo pessoal que forma o liame entre o credor e o devedor. 
A responsabilidade corresponde diretamente ao facultas agendi, ou direito 
subjetivo, que tem o credor de exigir, inclusive judicialmente, a satisfação de seu 
interesse, submetendo o patrimônio do devedor a essa satisfação. 
O regime legal das obrigações é a autonomia da vontade, ou seja, a norma 
assegura determinado período para a manifestação da vontade das partes. 
Desde que não contrarie os princípios de ordem pública, a moral, os bons 
costumes e a boa-fé. 
 
Direito Contratual 
 
O contrato é uma convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas para 
constituir, regular ou extinguir uma relação jurídica. 
O centro gravitacional do contrato é o elemento volitivo, ou acordo de vontade 
entre as partes. Sendo assim, seus elementos são subjetivos e objetivos. 
 Elemento Subjetivo: o elemento subjetivo de todo e qualquer contrato 
são as partes contratantes, que devem ter capacidade para contratar ou 
ser assistidas ou representadas, conforme a situação de incapacidade 
relativa ou absoluta; 
 Elemento Objetivo: o objeto disposto entre as partes deve ser lícito, 
possível (física e juridicamente) e determinável; além disso, não poderá 
atentar contra a ordem pública. A forma não pode ser defesa, ou seja, 
proibida por lei.
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Os contratos são tratados no Código Civil de forma detalhada em cada uma de 
suas espécies. 
Posse 
 
A posse não é direito real nem pessoal. O artigo 1.196 do CC disciplina em que 
situações há posse: 
 
Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno, ou 
 
não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. 
 
Código Civil 
 
Como a posse é considerada um poder de fato juridicamente protegido sobre 
a coisa, distingue-se do caráter da propriedade, que é direito somente se adquirido 
por justo título e de acordo com as formas instituídas no ordenamento jurídico 
vigente. 
Conforme o artigo 1.204 do CC, a posse é adquirida desde o momento em que 
se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à 
propriedade. 
 
Direitos Reais 
 
Os Direitos Reais são bens corpóreos e taxativos, ou seja, não sendo 
possível suposição de novos direitos diversos aos que estão dispostos em Lei. 
Eles apresentam efeitos contra todos (erga omnes), não é possível alegar 
desconhecimento, pois sempre terão registro ou averbação em documentos com fé 
pública. São eles: 
 
 Direitos Reais de Garantia: penhor, anticrese, hipoteca e alienação 
fiduciária; 
 Direitos Reais de Aquisição: compromisso de compra e venda; 
 
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 Direitos Reais de Gozo ou Fruição: propriedade, superfície, 
servidões prediais, usufruto, uso, habitação, concessão de uso especial 
para fins de moradia, concessão de direito real de uso. 
 
Direito de Família 
 
O Direito de Família contém normas jurídicas relacionadas com a estrutura, 
organização e proteção da família. 
Essa parte do CC trata das relações familiares e das obrigações e direitos 
decorrentes dessas relações. 
A família possui grande importância, tanto para seus membros, como para a 
sociedade, servindo como um instrumento de formação e inclusão social. 
De acordo com o artigo 1.591 do CC, são parentes em linha reta, as pessoas 
que estão umas para as outras na relação de ascendentes e descendentes. 
Em linha colateral, ou transversal, até o quarto grau, são parentes as pessoas 
que provêm de um só tronco sem descenderem umas das outras, conforme 
determinação do artigo 1.592 do CC. 
Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, 
na colateral, também pelo número delas, subindo, porém, de um dos parentes até ao 
ascendente comum e descendo depois, até encontrar o outro parente. 
Nos termos do artigo 1.595 do CC, afinidade é a relação que liga uma pessoa 
aos parentes de seu cônjuge ou companheiro. 
Limita-se aos ascendentes, descendentes ou da união estável, nos termos do 
artigo 1.595, § 2º do CC. 
Essa parte do Direito Civil trata, entre outros assuntos, sobre dissolução da 
família e guarda dos filhos, violência doméstica e proteção à mulher, igualdade entre 
os filhos, reconhecimento e os direitos à união estável. 
 
Direito das Sucessões 
 
O Direito das Sucessões é o conjunto de normas que disciplinam a 
transferência do patrimônio de alguém, depois de sua morte, em virtude de lei ou 
testamento. 
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A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso XXX, assegura o direito de 
herança. O Direito das Sucessões está contemplando nos artigos 1.784 a 2.027 do 
CC. 
A sucessão pode ser classificada da seguinte forma: 
 
 Sucessão Legítima (ou ab intestato): decorre da Lei; morrendo a 
pessoa sem testamento, transmite-se a herança aos herdeiros legítimos 
indicados pela Lei. Também será legítima se o testamento caducar ou 
for declarado nulo. 
 Sucessão Testamentária: ocorre por disposição de última vontade 
(testamento). Havendo herdeiros necessários (cônjuge sobrevivente, 
descendentes ou ascendentes), o testador só poderá dispor de metade 
da herança (art. 1.789 CC). A outra metade constitui a legítima, 
assegurada aos herdeiros necessários. Não os havendo terá plena 
liberdade de testar. Mas se for casado sob o regime da comunhão 
universal de bens (art. 1.667 CC) o patrimônio do casal será dividido em 
duas meações e a pessoa só poderá dispor da sua meação. 
 
Nosso ordenamento proíbe qualquer outra forma de sucessão, especialmente 
a contratual. 
Por tratar da morte e do nascimento, da relação entre pais e filhos, da 
personalidade do ser humano, domicílio e bens, o Direito Civil é essencial. 
 
Princípios gerais do processo civil 
 
São princípios gerais do processo civil na Constituição Federal o devido 
processo legal, a isonomia, o contraditório, a inafastabilidade do controle 
jurisdicional, a imparcialidade do juiz, a publicidade dos atos processuais, o duplo grau 
de jurisdição e a duração razoável do processo. 
Já os princípios infraconstitucionais são o dispositivo, a persuasão racional 
(livre convencimento motivado), a oralidade, a boa-fé e a cooperação. 
 
 
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Princípios constitucionais 
 
Devido processo legal 
 
Art. 5º LIV 
 
O devido processo legal é o princípio que constitui a base de todos os 
demais; o gênero do qual os outros são espécie. 
O princípio obriga que se respeitem as garantias processuais e as exigências 
necessárias para a obtenção de uma sentença justa e célere. 
 
Isonomia 
 
Art. 5º, caput e I, CF Art. 7º, CPC 
 
Isonomia é a necessidade de dar às partes tratamento igualitário em relação 
ao exercício de seus direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos 
ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais. 
É preciso que esta igualdade seja substancial, não formal. Isto é: tratam-se os 
iguais igualmente e os desiguais, desigualmente. Para reequilibrar a relação, a lei 
consagra uma série de medidas protetivas à parte mais vulnerável — o consumidor, 
por exemplo. Da desigualdade formal advém a igualdade substancial. 
Sendo assim, o juiz deve conduzir o processo de maneira tal que garanta a 
igualdade das partes, dando-lhes as mesmas oportunidades de manifestação. 
Dois exemplos são a assistência judiciária, que permite a quem não tem 
condições econômicas valer-se da assistência jurídica gratuita, e os privilégios de 
prazo, recebidos pelos escritórios de prática jurídica das faculdades de direito 
reconhecidas na forma de lei (art. 186, CPC). 
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas 
manifestações processuais.(…) 
§ 3o O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das 
faculdades de Direito reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam 
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assistência jurídica gratuita em razão de convênios firmados com a Defensoria 
Pública. 
 
Contraditório Art.5º, LV, CF Arts. 9 e 10, CPC 
 
O contraditório exige que se dê ciência ao réu da existência do processo e, às 
partes, dos atos que nele são praticados. As partes têm o direito de ser ouvidos e de 
expor ao julgamento sua argumentação. 
Há uma diferença entre o contraditório no processo civil e no penal. Neste, é 
preciso a defesa suficiente e técnica, sob pena de nulidade. Naquele, há menor 
amplitude; se a parte não desejar defender-se, não cabe ao juiz forçá-la. 
Não há ofensa ao princípio do contraditório na concessão de liminares 
inaudita altera parte, pois elas pressupõem situação de urgência e apenas 
postergam o contraditório, sem suprimi-lo. 
Também não há ofensa na produção de sentença de improcedência liminar do 
pedido (art. 332, CPC). Não se justificaria que o processo prosseguisse quando já se 
sabe qual será o resultado. Além disso, o réu não sofre nenhum prejuízo. 
Outra questão relevante ao contraditório é a da prova emprestada, que 
consiste em trazer a um processo prova que tenha sido produzida em outro. 
A prova deve ser realizada sob o crivo do contraditório, cientificando a outra 
parte e dando-lhe oportunidade para manifestação. Por isso, a prova emprestada não 
pode ser utilizada a menos que as partes nos dois processos sejam as mesmas ou se 
aquele que não participou da produção de prova no processo anterior concordar com 
seu uso. 
Inafastabilidade do controle jurisdicional 
 
Art. 5º, XXXV, CF 
 
A inafastabilidade do controle jurisdicional proíbe a lei de excluir da 
apreciação do Judiciário lesão ou ameaça a direito. Garante a todos o acesso à justiça 
para postular e defender seus interesses por meio do exercício do direito de ação, 
obtendo pronunciamento judicial. 
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Este direito sofre limitações que não o ofendem, de ordem processual. Quem 
não tem legitimidade ou interesse é carecedor de ação e não receberá do Judiciário 
resposta de acolhimento ou rejeição de sua pretensão. 
Não se impõem, no entanto, restrições que dificultem o acesso à justiça e não 
sejam de ordem processual. Não é lícito, por exemplo, condicionar a garantia da ação 
ao esgotamento das vias administrativas — salvo a hipótese do art. 217, § 1º, da CF. 
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não- 
formais, como direito de cada um, observados: 
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições 
desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. 
 
Imparcialidade do juiz Art. 5º, LIII, XXXVIII, CF Arts. 144 e 145, CPC 
 
A garantia do juiz natural impede que as partes possam escolher, a seu 
critério, o julgador que irá apreciar a sua pretensão. Não há escolha do juiz de acordo 
com o arbítrio e a vontade das partes. A causa deve ser apreciada por órgão judicial 
que já exista no momento do litígio e que tenha sua competência preestabelecida pela 
CF e por lei. 
Não constituem ofensa ao princípio da imparcialidade do juiz a possibilidade de 
modificação de competência estabelecida em lei, como a conexão, e a alteração de 
competência absoluta ou por supressão do órgão jurisdicional (art. 43, CPC). 
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da 
distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato 
ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou 
alterarem a competência absoluta. 
 
Publicidade dos atos processuais 
 
Arts. 5º, LX e 93, IX, CF Arts. 11 e 189, CPC 
A publicidade é necessária para que a sociedade possa fiscalizar seus juízes. 
Preserva-se, com isso, o direito à informação. No entanto, quando houver interesse 
público envolvido ou quando a divulgação possa trazer danos às partes, justifica-se a 
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imposição de restrições à publicidade — que não se aplicam às partes do processo e 
a seus procuradores. 
Duplo grau de jurisdição 
 
Não há na CF exigência expressa do duplo grau de jurisdição. O princípio 
decorre do sistema constitucional, que prevê a existência de tribunais que julguem 
recursos. 
A possibilidade de que as decisões judiciais venham a ser analisadas por um 
outro órgão assegura que estas, quando equivocadas, sejam revistas, o que imbui o 
juiz de maior responsabilidade. 
Existem diversas hipóteses em que o duplo grau não ocorre, como os casos de 
competência originária do STF e os em que o tribunal possa apreciar o mérito (art. 
1.103, CPC). 
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria 
impugnada. (…) 
 
§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal 
deve decidir desde logo o mérito quando: 
 
I — reformar sentença fundada no art. 485; 
 
II — decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os 
 
limites do pedido ou da causa de pedir; 
 
III — constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que 
poderá julgá-lo; 
 
IV — decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. 
 
Princípio da razoável duração do processo 
 
Art. 5º, LXXVIII, CF Art. 4º, CPC 
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Um dos entraves mais problemáticos ao funcionamento da justiça é a demora 
no julgamento dos processos. O princípio de razoável duração do processo é 
dirigido ao legislador, para que editem leis que não atravanquem e que acelerem o 
andamento do processo; ao administrador, para que cuide da manutenção dos 
órgãos judiciários; e aos juízes, que devem diligenciar para que o processo caminhe 
a uma solução rápida. 
Busca-se uma obtenção dos melhores resultados com a máxima economia de 
esforços, despesas e tempo. Um exemplo é a adoção das súmulas vinculantes. Outro 
é o art. 1.048 do CPC, que estabeleceu prioridade de tramitação para processos em 
que a parte ou interessado é maior de 60. 
Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os 
procedimentos judiciais: 
I — em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou 
superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave (…) 
 
Princípios infraconstitucionais 
 
Dispositivo 
 
Art. 370, CPC 
 
Mesmo nos processos que versam sobre interesses disponíveis, há sempre um 
interesse público subjacente. Assim, a iniciativa da investigação dos fatos e produção 
de provas segue, no processo penal, o princípio inquisitivo, que busca a verdade real 
e dá ao juiz a capacidade de conduzir a produção de provas, não sendo mero 
espectador. 
Já no processo civil, a busca era pela verdade formal, do princípio dispositivo. 
O juiz decidia de acordo com os elementos instrutórios trazidos pelas partes, não 
tendo poderes para determinar outras provas. 
Na atual dinâmica do processo civil, ampliam-se as capacidades do juiz, que 
deve ter participação ativa — indeferindo provas impertinentes e desnecessárias e 
determinando as que pareçam necessárias para um julgamento mais justo. 
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Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as 
provas necessárias ao julgamento do mérito. 
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências 
inúteis ou meramente protelatórias. 
Não se pode mais afirmar, portanto, que o processo civil seja genericamente 
regido pelo princípio dispositivo. No que toca a produção de provas, mais vale o 
princípio inquisitivo, tendo o magistrado a possibilidade de investigar e determinar 
livremente as provas que entender pertinentes. 
No entanto, o atual CPC também dá muito mais amplitude dispositiva ao 
permitir, nos processos que admitem auto composição, que as partes convencionem 
mudanças ao procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa. 
 
Persuasão racional 
 
Art. 371, CPC 
 
Não há uma hierarquia de provas. O juiz apreciará a prova observando o que 
conste dos autos, mas, ao proferir a sentença, deve indicar os motivos que lhe 
formaram o convencimento. Isto surge da necessidade de controle da atividade 
jurisdicional. 
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do 
sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu 
convencimento. 
Há divergência doutrinária no tocante ao art. 489 do NCPC, que especifica os 
elementos essenciais à fundamentação de seu convencimento. 
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: (…) 
 
II — os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de 
 
direito; (…)
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§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela 
interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
I — se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem 
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;II — empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo 
 
concreto de sua incidência no caso; 
 
III — invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 
 
IV — não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, 
 
em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
 
V — se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar 
seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se 
ajusta àqueles fundamentos; 
VI — deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente 
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento 
ou a superação do entendimento. 
Existe tese de que estas especificações cerceariam o livre convencimento 
motivado assegurado ao juiz pelo art. 93, IX, da CF, sendo inconstitucionais. É 
evidente, no entanto, que não há cerceamento e sim especificação das motivações já 
previstas no livre convencimento motivado. Há toda uma discussão neste respeito, 
movimentada pelos magistrados mais preguiçosos do país. 
 
 
 
Oralidade 
 
Arts. 139, 370 e 456, CPC 
 
Com a evolução do princípio, a oralidade passou a significar a necessidade 
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de o julgador aproximar-se o quanto possível da instrução e das provas 
realizadas ao longo do processo. O julgador deve colher diretamente a prova e estar, 
pelo contato direto que manteve com as partes e testemunhas, mais apto a julgar. 
Art. 456. O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente, primeiro 
as do autor e depois as do réu, e providenciará para que uma não ouça o 
depoimento das outras. 
No mesmo sentido, a recente lei 11.719/2008 introduziu o princípio da 
identidade física do juiz no Processo Penal, acrescentando o § 2º ao art. 399 do CPP: 
Art. 399. CPP. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para 
a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério 
Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. (…) 
§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. 
Também decorre do princípio da oralidade a concentração da audiência. Esta 
deve ser una e concentrada, a fim de que a colheita da prova oral gere uma visão 
sistemática dos fatos. A audiência una é regra na Justiça do Trabalho, conforme o art. 
849 da CLT: 
Art. 849. CLT. A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for 
possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente 
marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova 
notificação. 
 
Boa-fé 
 
Art. 77, 80, 322 § 2º e 489 § 3º, CPC 
 
A boa-fé está associada à lealdade processual e à necessidade de respeito a 
todos aqueles que participam do processo. O CPC atual eleva a boa-fé à categoria 
principio lógica, de norma fundamental do processo civil. Seu art. 80 enumera as 
hipóteses em que haverá litigância de má-fé; além deste, outras menções, como a do 
art. 322, dão maior concretude à exigência. 
Art. 322. O pedido deve ser certo. (…) 
 
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§ 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e 
observará o princípio da boa-fé. 
 
Cooperação 
 
Art. 6º e 357, CPC 
 
O princípio da cooperação é desdobramento da boa-fé e da lealdade 
processual. Exige-se que as partes colaborem para que o processo evolua 
adequadamente. 
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, 
em decisão de saneamento e de organização do processo: 
(…) 
§ 3o Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, 
deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação 
com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a 
integrar ou esclarecer suas alegações. 
O magistrado, por sua vez, tem deveres como o de prevenir as partes quanto 
a deficiências ou insuficiências de suas manifestações e de esclarecer eventuais 
dúvidas a respeito de suas determinações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
Código de Processo Civil Brasileiro - 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm 
ESTRELA, Hernani. Apuração dos haveres de sócio. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
v. 1. 
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 7. ed., 
volume único, São Paulo: Método, 2015. 
REQUIAO, Rubens. Curso de Direito Comercial 1. 34ª Ed. rev. e atual. Por Rubens 
Edmundo Requião. São Paulo: Saraiva, 2015. 
RIZZARDO, Arnoldo. Direito das Sucessões. 9. ed. Rio de Janeiro: Forense, v. 1., 
2015. 
SAMPAIO JUNIOR, Rodolpho Barreto. Da liberdade ao controle: os riscos do Novo 
Direito Civil Brasileiro. 1. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2009. 
SIMÃO FILHO, Adalberto. A nova sociedade limitada. São Paulo: Manole. 
TEIXEIRA, Egberto Lacerda. Das sociedades por quotas de responsabilidade 
limitada. São Paulo: Quartier Latin, 2. ed.. 
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