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PATOLOGIA VETERINÁRIA AULAS TEÓRICAS DIGITADAS: Conteúdo da Primeira avaliação: 16/03/2021 INTRODUÇÃO A Patologia estuda as doenças e as alterações que estas provocam no organismo. HOMEOSTASE: individuo saudável em sua normalidade de morfologia e funções DOENÇA: resultado de uma agressão que leva a uma alteração da homeostase ou morfostase (morfologia) ETIOLOGIA: é a causa da doença ‘agente etiológico’ ; Exógena ou Endógena LESÕES : São alterações na morfostase – morfologia TIPOS DE LESÕES: A. FUNCIONAL: não vemos a lesão nem macroscopicamente nem microscopicamente. Ex: infarto miocárdio; botulismo; tétano B. MORFOLÓGICA: vemos alteração na morfologia, tanto macrocopicamente quanto microscopicamente C. REGRESSIVA: normalmente devido à lesão gradual e contínua. Ex: atrofia; hipoplasia; necrose; degeneração D. PROGRESSIVA: geralmente leva à morte celular. Ex: hiperplasia; hipertrofia E. CIRCULATÓRIA: hiperemia; edema; hemorragia; trombose F. PATOGNOMÔNICA: lesão espacial. Geralmente é característica de determinada doença. G. PATOGÊNICA: história do desenvolvimento da doença. Desde o ingresso dela até o quadro patológico H. ETIOPATOGENIA: é a causa + a história da doença I. DIAGNÓSTICO: determinação de uma doença a partir da descrição de seus sintomas, da observação dos sinais clínicos e realização de exames laboratoriais TIPOS DE DIAGNÓSTICOS: 1. ETIOLÓGICO: é o diagnóstico ou a definição do agente etiológico. 2. ANÁTOMO PATOLÓGICO: diagnostico dado com nome da doença, baseado em avaliações de características macro e microscópicas. 3. MORFOLÓGICO: é dizer o nome básico da lesão. Ex: ‘esse animal tem EDEMA ou NECROSE’ 4. TERAPÊUTICO: é observar como o paciente reage à certas medicações 5. PRESUNTIVO: suposição de o que é a doença 6. DEFINITIVO/CONCLUSIVO: onde temos a confirmação do que é a doença 7. DIFERENCIAL: onde são feitos exames diferenciais para chegar ao diagnóstico definitivo (quando há doenças parecidas com sintomas iguais) – PROVA OBS: é na fase celular (microscópica) que se inicia a doença; RUDOLPH VIRCHOW, é o pai da patologia. 23/03/2021 MECANISMOS DE LESÃO CELULAR: CÉLULA NORMAL estímulo agressor doença celular/morte celular ↓ ↑ Estresse/aumento ↑ da demanda funcional Adaptação ‘’incapacidade de adaptação’’ Quando a célula normal (homeostase) sofre algum tipo de estresse ou aumento da sua demanda funcional, ela precisa achar uma forma de adaptar-se ao ‘’novo normal’’ mudando algumas de suas funcionalidades e seguindo normalmente adaptada. Porém, quando a célula tiver incapacidade para se adaptar, ela pode entrar em processo de doença e pode até morrer. ESTÍMULO AGRESSOR: Estímulo agressor: depleção (baixa) de ATP. Estímulo agressor: dano em membrana mitocôndria morte celular (baixa de ATP) Estímulo agressor: dano em membrana lisossoma digestão enzimática de componente celular Estímulo agressor: dano em membrana membrana plasmática perca de componentes Estímulo agressor: Ca2+ intracelular lise proteica; Dano DNA Estímulo agressor: ROS lise proteica; Dano DNA MECANISMOS DE LESÃO CELULAR: PARTE 1 1. Depleção de ATP: é a falta ou déficit de energia (ATP). A grande quantidade de ATP presente na célula vem do interior da mitocôndria. Parte do processo ocorre no citoplasma, porém, o Ciclo de Krebs e a Fosforilação Oxidativa ocorrem no interior da mitocôndria. *A mitocôndria é uma organela, possui duas membranas celulares (na parede e no interior). CAUSAS DO DÉFICIT DE ATP 1.1 HIPOGLICEMIA: falta de glicose ‘’fome’’. Em um caso de hipoglicemia, uma das alternativas encontradas pelo organismo é a glicólise anaeróbica. Porém, ao fazer glicólise anaeróbica, o organismo busca energia através desse mecanismo não dependente da fosforilação oxidativa, tendo como resultado, a produção excessiva de ácido. Glicólise anaeróbica: pouco ATP, bastante produção de hidrogênio. Meio celular fica acidificado. Nesse processo é produzido ácido lático e somente 2 ATPS, gerando acidose celular Glicólise aeróbica: bastante ATP, pouca produção de hidrogênio. ROS: Reativos de Oxigênio; São os radicais livres que causam o processo oxidativo. Resposta celular: depende do tipo, da intensidade e da duração da agressão. 23/03/2021 1.2 HIPÓXIA: baixa disponibilidade de oxigênio. Ex: em pneumonias; necrose tecidual. Anóxia: é a falta de suprimento de oxigênio. Isso se aplica tanto para o indivíduo como um todo, como também para somente uma parte no tecido. 1.3 INIBIÇÃO DE ENZIMAS: Ocorre quando por exemplo, o indivíduo sofre uma intoxicação com fumaça de incêndio, aspirando grande quantidade de C02 (gás carbônico/dióxido de carbono). Este C02, além de ligar-se à hemácias, entra dentro da cadeia de fosforilação oxidativa e bloqueia ou impede a conjugação da cadeia com o O2. O mesmo acontece com produtos tóxicos, como por exemplo o cianeto. Esse impedimento da conjugação da cadeia com o oxigênio, impede a respiração celular. 1.4 COMPROMETIMENTO DAS CADEIAS DE FORFORILAÇÃO OXIDATIVA: Pode ocorrer por danos à membrana interna, da mitocôndria comprometendo ou destruindo a cadeia ou parte da cadeia. CONSEQUÊNCIAS DO DÉFICIT DE ATP 1.1.1 Falha na bomba de sódio e potássio: A bomba Na/K serve para equilibrar as quantidades de eletrólitos. Em especial o sódio e o potássio que tem no meio intracelular, independente das concentrações extracelulares. Se a bomba não funcionar, haverá uma saída e entrada de sódio e potássio sem controle, isso faz com que a célula fique em um meio HIPEROSMÓTICO (com muita concentração de eletrólitos no interior), e isso fará com que ela leve pra dentro dela muita água. 1.1.2 Desvio para o metabolismo anaeróbico: ‘’Acidose Celular’’ Na falta de ATP (em situações normais) a célula ira procurar meios para compensar essa falta. Partirá então para o metabolismo anaeróbico, através da glicólise anaeróbica, onde teremos pouco ATP e bastante hidrogênio. Se há bastante hidrogênio livre, o meio intracelular fica acidificado. Falha na bomba de sódio e potássio: Acúmulo de água e eletrólitos. A célula aumenta de volume (incha) Pergunta: ‘’ O que acontece se um ambiente cheio de proteínas começa a acidificar? R: ocorre a desnaturação proteica (coagulação das proteínas). Por isso, um jeito fácil de matar uma célula é fazer com que ela entre em glicólise anaeróbica (respiração anaeróbica). Nem sempre a célula morre. Antes ela adoece. Se a agressão persistir ela acaba morrendo. A resposta da célula frente à uma agressão depende do: TIPO; DURAÇÃO; INTENSIDADE da agressão. 23/03/2021 MECANISMOS DE LESÃO CELULAR: PARTE 2 2. Influxo de cálcio: Desquilibrio na homeostase do cálcio. O cálcio deve estar sempre de maneira muito equilibrada dentro da célula. As organelas possuem estoque de cálcio (ex: reticulo endoplasmático e rugoso) e a mitocôndria também guarda cálcio dentro dela. Em situações que causam danos à membrana celular, as organelas liberam Ca2+ para dentro da célula. O cálcio extracelular também é levado para o interior da célula. Com o aumento de cálcio do citosol, haverá ativação das enzimas celulares (fosfolipases, proteases, endonucleases e ATPase) e danos às mitocôndrias. FOSFOLIPASES: destruição de fosfolipídios (obs*:.membrana é composta de fosfolipídios). PROTEASES: desnutrição das proteínas (sejam proteínas de membrana ou proteínas intracelulares). ENDOUCLEASES: danifica o núcleo (destrói o DNA) ATPase: bloqueio e desnutrição de ATPS (diminuindo-os); 3. Dano às mitocôndrias ‘’Depleção de ATP’’: Além de diminuir a disponibilidade de ATP, também são liberadas substâncias que induzem à morte celular por meios de vários mecanismos, um deles é aapoptose que é o suicídio celular. 4. Acúmulo de Radicais Livres (ROS): Os radicais livres são instáveis, com alto poder reativo. Possuem carência de 1 elétron. Os antioxidantes, por sua vez, doam 1 elétron para os radicais livres e assim os neutralizam. LEMBRETE: ‘’ROS’’ fazem mal para o organismo. Eles se formam como ‘’resto’’ do metabolismo celular. Fumantes possuem maior produção de radicais livres. Algumas fontes indutoras de radicais livres: Poluentes ambientais; Álcool; Cigarro; Alguns tipos de câncer; Toxinas; Medicamentos (quimioterápicos); Alimentos ultraprocessados (ração); Inflamação Crônica; Radiação UV e IV. RADICAIS LIVRES MAIS COMUNS: a) O2: oxigênio – baixa reatividade b) O2+-: superóxido (metabólitos tóxicos do O2 destruído atrves da enzima superóxido mutase c) O3: ozônio d) H2O2: peróxido de hidrogênio e) OH: hidroxila livre f) NO+: Ácido Nítrico. É de extrema importância pois desencadeia uma série de mecanismos intracelulares que levam a célula à morte g) NO2-: Nitrito h) ONOO+: peróxinitrito A produção excessiva de radicais livres - ROS ou a redução das defesas antioxidantes caracteriza o estresse oxidativo. 23/03/2021 Curiosidade Veterinária: A ‘’doença dos músculos brancos’’ que acomete principalmente bovinos e suínos se dá devido à falta de Antioxidantes. Deficiência vitamínica de vitaminas ‘’E’’ e ‘’SELÊNIO’’ (já que essas vitaminas são anti-oxidantes). Com isso os pró-oxidantes (ROS) que estes animais produzem normalmente, não são inativadas pelos anti-oxidantes (vitamina E/ selênio) e acabam destruindo suas próprias células. > Tratamento: reposição de Vitamina E e Selênio com suplementação mineral. 5. Dano às Membranas Celulares: É um dos principais elementos de morte celular, ou indução de desequilíbrio na célula CAUSAS DE DANOS ÀS MEMBRANAS: Não é somente à membrana plasmática, mas a todas às membranas. A) Radicais Livres – ROS B) Lise Enzimática – Autólise; Heterólise Os lisossomos fazem a digestão celular. Possuem no seu interior enzimas líticas (lise) que não podem ser liberadas para dentro do citoplasma. Ao fazer a digestão celular, o lisossomo libera as enzimas líticas para outros vacúolos (que são estruturas que não deixam as enzimas líticas terem contato com o meio extracelular tendo contato só com o que deve ser digerido); Entretanto o lisossomo é constituído por membrana celular, e a estabilidade dele é mantida por estruturas dependentes de ATP e de dano à membrana celular. Ele é ‘’liberado’’ ‘’explodindo’’ dentro da célula e iniciando um quadro de autólise (auto- destruição através de suas enzimas lisossomais). * Autólise: Ocorre através da liberação de células inflamatórias. É a auto-destruição da célula através de enzimas da própria célula. Ex: neutrófilos; macrófagos; eosinófilos; * Heterólise: destruição da célula através de enzimas de outras células ou outros agentes agressores (bactérias) C) Sistema Complemento – É um sistema de ‘’cascata enzimática’’ que forma uma estrutura que faz um ‘’furo’’ na membrana da célula. Complexo de ataque à membrana: Sempre que o organismo é agredido (por bactéria ou reação antígeno anti-corpo) se forma o sistema complemento, com produção do complexo de ataque à membrana. Esse complexo, fura a membrana, fazendo com o que a célula fique permeável (a célula permeável incha com líquido e acontece a TUMEFAÇÃO – aumento de volume, isso ocorre no meio intracelular. Tumefação é diferente de Edema. TUMEFAÇÃO: acúmulo de líquido no meio INTRAcelular. Ocorrendo aumento de volume/tamanho da célula EDEMA: acúmulo de líquido no meio EXTRAcelular. O líquido se acumula entre os tecidos e nas cavidades. 23/03/2021 CONSEQUÊNCIAS DE DANOS ÀS MEMBRANAS CELULARES: - Perda da função e integridade celular. - Alteração no controle do volume celular. Isso ocorre por que há falha na bomba de sódio e potássio, ocasionando aumento direto de permeabilidade da membrana, acumulando líquido na célula. - Deposição de LIPOFUSCINA: acúmulos intra e extracelulares de materiais. LIPOFUSCINAS, são resíduos de células após sofrerem agressões não letais. A parte agredida da célula vai se acumulando em restos. Este acúmulo tem uma pigmentação marrom, que se denomina lipofuscina. É encontrada principalmente em neurônios e cardiomiócitos (células do coração) em animais velhos. IMPORTANTE: Os neurônios e os cardiomiocitos são células permanentes que nascem com o indivíduo e não possuem reposição ao longo da vida. A presença de lipofuscina em exames (necropsia) é um indicador de que houve dano à célula. Muita lipofuscina é sinal de que esta célula vem sendo MUITO agredida. A planta ‘’halimium brasiliensis’’ causa danos neuronais grandes, a ponto de ter muito mais quantidade de lipofuscina do que deveria ter dentro de um neurônio. 6. Dano ao DNA e às proteínas: É causado por toda e qualquer condição que determinam mutações. Podem ser: Agentes biológicos. Ex: vírus (oncovírus) // Radiações (produtos químicos) // ou Hereditariedade CONSEQUÊNCIAS DOS DANOS AO DNA E ÀS PROTEÍNAS: 6.1 Alteração na Síntese proteica e enzimática: Faz com que a célula não produza determinada substância que deveria produzir. Se isso ocorrer por exemplo lá no embrião, o indivíduo pode nascer já com déficit enzimático e talvez já não seja um indivíduo viável. 6.2 Perca do controle de proliferação celular: Por exemplo, o oncovírus entra na célula de DNA e irá se inserir para parecer que ele é um gene. Com isso, ele irá desregular os mecanismos de proliferação celular, fazendo a célula aumentar sua proliferação, dando origem ao câncer. 6.3 Produção de substâncias errôneas (proteínas errôneas): Produção de proteínas erradas ou com defeitos. Importante: Na falta desta homeostase da célula, no caso de por exemplo haver um dano genético (no DNA) que faz com que essas enzimas (que ajudam a transformar substratos complexos em produtos solúveis ou seja, produtos que podem ser eliminados pela membrana celular) não funcionem ou que elas não existam, o produto vai se acumular dentro de vacúolos. 23/03/2021 Também pode ocorrer de células que não conseguem atravessar a membrana e precisam de uma A-coenzima que transporte o produto para fora da célula. Exemplo disso, os lipídeos. Eles precisam ser acoplados às proteínas para serem eliminados de dentro da célula. Se não houver uma proteína para fazer o transporte ele irá se acumular no interior da célula. 7. Outros Mecanismos de danos ao DNA e às proteínas: Desequilíbrio entre a produção e a liberação de substâncias (ocorrendo também um acúmulo de produto no interior da célula. Exemplo: gordura). Depósito de substâncias exógenas, ou seja, aquelas substâncias que entram para dentro da célula, mas não há um mecanismo de eliminação nesta célula, por exemplo: tinta da tatuagem. Adaptações Celulares 1. ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS É quando a célula sofre/sofreu uma agressão e tenta se reorganizar/adaptar no novo meio. Exemplo disso são os linfócitos que são células geralmente pequenas, mas no que elas forem exigidas pelo organismo se transformam ou em linfócito T (funcional) ou linfócito B que originam os plasmócitos. Plasmócitos: células que tem mais retículo endoplasmático rugoso, que produzem anticorpos (proteínas); Célula Muscular: se receber maior demanda de trabalho, irá ficar hipertrofiada (aumenta de tamanho) por que vai aumentar a quantidade de organelas em seu interior. 2. TUMEFAÇÃO CELULAR É a adaptação mais clássica (em pequenos níveis de agressão, aqueles que não matam a célula). É quando a célula fica repleta de água. Observamos isso com o aumento de volume dessa célula, o seu citoplasma fica mais opaco (microscopicamente), fica um tom rosinha claro. Na macroscopia se vê uma SUTIL alteração, quase imperceptível, porém o órgãofica mais pesado. A célula tumefata pode voltar ao normal. Outros tipos de tumefação celular: ATROFIA: diminuição do tamanho (volume) dos tecidos HIPERTROFIA: aumento de volume dos tecidos HIPERPLASIA: aumento de volume por aumento do número de células METAPLASIA: alteração no tipo de tecido (de mais simples para mais resistente) DISPLASIA: lesão pré-neoplasica ‘’.... As agressões por um meio ou outro, induzem à um aumento de permeabilidade da célula. O evento mais clássico que nos mostra que a célula sofreu alguma agressão e que está no processo de adaptação é a Tumefação Celular’’ 23/03/2021 DOENÇA: É uma lesão celular reversível. A doença da célula se manifesta por: A. Acúmulos intracelulares de substâncias: ‘’Degenerações’’ DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA: Acúmulo de água na célula. Acúmulo intenso. Geralmente é após a tumefação. DEGENERAÇÃO GORDUROSA: Acúmulo de gordura na célula (esteatose) B. Acúmulos extracelulares de substâncias - Pigmentos - Cálcio DEGENERAÇÕES CELULARES: São acúmulos intracelulares e substâncias. É uma lesão celular reversível. TIPOS DE DEGENERAÇÃO: 1. Degeneração Hidrópica: É a impossibilidade na regulação do volume celular (com danos à membrana; baixa na produção de ATP; dano à mitocôndria induzidos pelos mais diversos agentes). A regulação do volume, é feita principalmente pela membrana celular e bomba de sódio e potássio (Na/K). Tendo depleção de ATP, estas não funcionam e aí dá-se o dano à membrana. É uma expressão de doença da célula. Acontece principalmente em células epiteliais. Observa-se na microscopia e classifica-se pela presença de vacúolos no interior do citoplasma da célula. Se a agressão persistir pode ser que a célula saia da homeostase (com relações HOMÓLOGAS, comuns à todas as células) e passe a ter reações HETERÓLOGAS que irá caracterizar a doença. ‘’Uma mínima agressão leva à hipóxia e termina em degeneração hidrópica.’’ Agressão HIPÓXIA baixa produção de ATP entrada de sódio e água na célula, saída do potássio da célula aumento da pressão osmótica entra mais água na célula cisternas do retículo endoplasmático se distendem e rompem-se formando vacúolos vacuolação intensa DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA Não confundir Degeneração Hidrópica com Tumefação. DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA: Acúmulo de líquido no interior das organelas. Esse líquido dilata as organelas formando buraquinhos na célula chamados vacúolos. TUMEFAÇÃO: Acúmulo de líquidos no interior do citoplasma. Meio INTRAcelular. 23/03/2021 Alterações macroscópicas (na degeneração hidrópica): Raramente vistas a olho nu. Alterações microscópicas (na degeneração hidrópica): Vemos vacúolos (pequenos orifícios) no interior das organelas. As células que mais apresentam degeneração hidrópica são as células epiteliais (pode até ocorrer em outros tipos de células, mas não são vistas com maior precisão, e talvez as outras células sejam menos susceptíveis à degeneração hidrópica como por exemplo os hepatócitos que devido ao tipo de metabolismo, são mais susceptíveis à Degeneração Gordurosa, mas também podem sofrer degeneração hidrópica). Exemplo de células que são mais susceptíveis à degeneração hidrópica: epiteliais, que estão nas superfícies de revestimento (cutâneo e mucosas trato digestório; bexiga; células alveolares dos pulmões; células tubulares dos rins) 30/03/2021 2. Degeneração Gordurosa: Também chamada de Lípide. É o acúmulo de lipídeos no citoplasma da célula, na forma de vacúolos. Ocorre em especial nas células do fígado e nas células musculares. Nos tecidos do músculos estriados, do cardíaco ou dos rins. O fígado sofre mais pois é ele quem faz o metabolismo de lipídios. Os gatos têm mais tendência à fazer degeneração gordurosa hepática (doença do fígado gordo/ fígado graxo dos felinos). É o acúmulo de triglicerídeos e outros metabolitos lipídicos dentro de células parenquimatosas (órgãos parenquimatosos exemplo rim; baço; pulmões; fígado). Parênquima: é a parte funcional do órgão. No fígado por exemplo é os hepatócitos. A degeneração gordurosa é mais frequente no fígado, onde poderá causar uma insuficiência hepática. // Insuficiência: quando o órgão não consegue executar normalmente/suficientemente suas funções. Quando o animal ingere muito lipídeo na dieta, encontramos lipídios nos tecidos adiposos. METABOLISMO NORMAL: Lipídio no intestino é convertido em Quilomicron vai pra corrente sanguínea tecido adiposo, vira triglicerídeo/triglicerol parte vai para corrente sanguínea fica na forma de ácido graxo livre vai para o fígado para ser metabolizado e convertido pelo acetato em ácidos graxos ácido graxo sofre oxidação e libera corpo cetônico e carbono é conjugado com α-glicerolfosfato e vira TRIGLICERÍDEO é conjugado com uma apoproteína formando então a ‘’Lipoproteína’’ que é a forma utilizável dos lipídeos que vai para a corrente sanguínea. – Se por acaso esse esquema falhar em alguma das etapas, e não haja esses processos para formar a Lipoproteína, essa gordura (lipídeo) fica acumulada no fígado, sem poder sair. Ou seja, o lipídeo só pode sair do fígado para a corrente sanguínea se for em forma de LIPOPROTEINA, se não eles não saem e se acumulam. Características ultra- estruturais: aquelas que são vistas no microscópio eletrônico. 30/03/2021 Obs*:.A glicose é a principal fonte de energia. Não tendo a glicose disponível (situações de fome), o organismo utiliza o lipídeo como energia (no caso, tecido adiposo); MECANISMOS DE DEGENERAÇÃO GORDUROSA: – Liberação excessiva de ácidos graxos livres, provenientes do intestino ou tecido adiposo. – Diminuição da oxidação dos ácidos graxos – Síntese prejudicada de Apoproteína (não havendo a conjugação e não formando a lipoproteína). Obs*:. Fígado quem produz a apoproteína – Combinação deficiente de triglicerídeos e proteínas – Liberação deficiente de lipoproteína pelo Hepatócito. PRINCIPAIS CAUSAS DE DEGENERAÇÃO GORDUROSA EM ANIMAIS: Metabolização aumentada da gordura corporal. Casos em que há aumento da demanda de energia durante um curto período. Exemplo: Casos onde a glicose não está sendo suficiente para o organismo, e este irá buscar lipídeos no tecido adiposo. Começa então a chegar muito ácido graxo livre no fígado, e se inicia todo processo, onde a gordura não consegue sair e vai se acumulando no fígado. Isso ocorre principalmente em vacas prenhes e gatos em obesidade. – o acúmulo pode ocorrer também no musculo cardíaco e nos rins também. – toda vez que a glicose NÃO estiver disponível, a gordura entra em uso. Se não há gordura disponível, o organismo irá utilizar PROTEÍNAS, para assim gerar a energia. IMPORTANTE – DEGENERAÇÃO GORDUROSA/ALTERAÇÕES: – MACROSCOPICAMENTE: A gordura deixa o fígado bem amarelado/amarronzado. Sensação de gordura ao toque. A faca usada ao cortar o fígado que está com degeneração gordurosa fica ensebada na gordura. O órgão fica com os bordos arredondados. – MICROSCOPICAMENTE: Vê-se acúmulo de um único vacúolo grande, ou pequenos vacúolos, que rechaçam (empurram) o núcleo do hepatócito para a periferia (o normal seria o núcleo bem no centro). ‘’ – O álcool tira a gordura quando vamos produzir a lamina, por isso não veremos a coloração amarelada na lâmina’’ ‘’- Coloração especifica para corar gordura: SUDAN 4 ou RED OIL. Se a lâmina corar utilizando um destes é confirmado a degeneração gordurosa. Se alguns destes caminhos não funcionar, influência nos outros e impede a formação da lipoproteína, que sairia de dentro do fígado, mas acaba ficando presa dentro dos hepatócitos (do fígado) na forma de triglicerídeos (como vacúolo de gordura dentro do citoplasma do hepatócito, pois ele tenta isolar a gordura, já que não consegue eliminá-la);30/03/2021 OBSERVAÇÕES: 1. Não vi o órgão, ao ver na lâmina, consigo saber se é degeneração gordurosa? NÃO. Pode ser também degeneração hidrópica, pois nessa também há vacúolos. Só tem como saber vendo o histórico e o órgão (geralmente se o órgão for fígado, é provável que seja gordurosa’’ 2. O fígado faz a gliconeogênese, se ele estiver alterado, o glicogênio pode não ser liberado do hepatócito também, levando à uma alteração parecid com a degeneração gordurosa (com vacúolos) 3. Foá grás: patê de fígado de ganso. É provocada uma degeneração gordurosa, dando bastante carboidrato (milho) para os gansos, superalimentando o animal. Diagnóstico Diferencial - Degeneração hidrópica; - Degeneração gordurosa; (O fígado pode voltar ao normal após a degeneração gordurosa) - Infiltração gordurosa – é diferente da degeneração. A infiltração é quando tem tecido adiposo entremeado no tecido hepático. Para diferenciar a infiltração gordurosa da degeneração, é necessário fazer o diagnóstico diferencial através da diferenciação celular. 06/04/2021 NECROSE CELULAR Quando a célula não consegue reverter as agressões/lesões e morre Necrose é a morte celular em consequência de agressão letal à célula, provocando alterações macroscópicas e microscópicas nos tecidos. É o ‘’tecido morto (células)’’ no ‘’tecido vivo’’ CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS DA NECROSE: – Perca de cor – Perca da resistência do tecido. Resistência ao toque por exemplo, o órgão fica mais friável, se torna mais frágil. A Degeneração gordurosa é diferente da degeneração hidrópica. Na hidrópica, o principal problema é que a célula estava lesada na membrana e ocorre um distúrbio em que a água vai parar dentro da célula. Na gordurosa, ela é tipicamente uma alteração do metabolismo do lipídeo. APOPTOSE: é diferente de necrose. A apoptose é a morte celular, programada para ocorrer. (A própria célula se degrada até ser fagocitada). Ocorre todo tempo desde a vida embrionária. Após ser fagocitada, vem outra célula no lugar dela. Ex: células da pele, intestino e neurônios (porém os neurônios não possuem reposição) 06/04/2021 – Aparecimento da zona de demarcação onde uma ‘’linha’’ se forma e ‘’divide’’ o tecido morto do vivo. – Falta de oxigênio (hipóxia) leva à morte celular. Ausência de oxigênio deixa o tecido mais pálido. ALTERAÇÕES MORFOLOGICAS DA NECROSE SÃO DEVIDO À: – Ativação de enzimas intracelulares (auto degradação enzimática) – Ação das enzimas de outras células (heterólise) – Desnaturação das proteínas teciduais - Estes itens acima vão alterando a forma do tecido a ponto de conseguirmos visualizar essa alteração macroscopicamente também. CARACTERISTICAS MICROSCÓPICAS DA NECROSE Alterações da necrose // NUCLEARES: 1. Picnose: Diminuição/redução do tamanho do núcleo por consequência de agregação da cromatina nuclear. (Núcleo menor e mais condensado do que o núcleo de uma célula viva). Os Núcleo se cora em roxo e citoplasma se cora em tons mais rosados/avermelhados devido à coloração ácido-base (Hematoxilina) A cromatina se localiza mais à periferia do núcleo, quando temos uma célula morta, a cromatina se condensa, fazendo com que o núcleo se condense. 2. Cariorrexia: Fragmentação do núcleo (parece que o núcleo se separa/implodido) 3. Cariólise: Destruição do núcleo. Sofre Lise. (Hepatócito fica sem núcleo). Alterações da necrose // CITOPLASMÁTICAS: 1. Acidofilia: Citoplasma fica com sua cor mais intensa (mais rosado/avermelhado) 2. Citoplasmólise: Citoplasma se dissolve Tipos de Necrose: – Necrose de Coagulação: tipo de necrose onde a arquitetura tecidual é preservada, podendo se reconhecer o tecido morto (e qual órgão é). Sinônimos: infarto; necrose isquêmica (necrose por ausência de oxigenação); Observação: infarto não deve ser associado com aumento de volume. Infarto é uma área de tecido que morreu. Etiologia/principais causas da necrose de coagulação: isquemia e hipóxia. Ou seja, falta de irrigação sanguínea (isquemia) para o local. Se não chega sangue suficiente, não há oxigenação (hipóxia) e com isso o tecido morre. Exemplo: infarto do miocárdio (mais em humanos): causado pela obstrução dos vasos (artérias coronárias), onde para de chegar sangue (isquemia) e para a oxigenação (hipóxia), ocorrendo o infarto. Em animais pode acontecer infartos renais. Necrose de coagulação: Macroscopicamente – fica pálido a área devido à falta de irrigação/oxigenação, depois fica bem branco, bem demarcado a área, como uma cicatriz mesmo (devido ao tecido conjuntivo). 06/04/2021 ‘’Supomos que o animal tenha uma contaminação bacteriana cardíaca (colônias bacterianas aderidas na válvula átrio-ventricular esquerda), cada vez que o sangue for bombeado, as bactérias irão cair na corrente sanguínea, essas bactérias formam agregados e estes podem acabar caindo nos vasos (geralmente vasos renais) e causam uma obstrução levando à uma isquemia e também pode levar contaminação bacteriana (que no rim e principalmente nos cães chamamos de nefrite embólica que é um infarto em uma área de inflamação decorrente de um êmbolo de bactérias).’’ ‘’NÃO É TODA A NECROSE QUE VAI TER ÁREA/LINHA DE DEMARCAÇÃO, ESTA NECROSE DE COAGULAÇÃO QUE É A QUE PRESERVA AS CARACTERIASTICAS DO TECIDO, OCORRE ESSA ZONA DE DEMARCAÇÃO.’’ As demais que iremos falar não possuem essa zona de demarcação. Necrose de coagulação: Microscopicamente – vêmos picnose, cariorrexia, cariólise, acidofilia do citoplasma e citoplasmólise. – Necrose Caseosa: É semelhante à queijo. É a área de necrose em que o tecido perde suas características (não reconhecemos mais o órgão). Aquela área que morreu perde suas características e no local se forma um material pastoso, granuloso e semelhante a queijo cottage (amarelado). Ocorre também uma calcificação, parecendo areia. Etiologia: A principal causa de necrose caseosa são agentes infecciosos (bactérias e fungos), dentre estes, principalmente a Micobacterium spp (que é a bactéria causadora da tuberculose, extremamente resistente e difícil do organismo combater, quando fagocitada, o próprio macrófago morre ao tentar matar ela) essas bactérias causadoras da tuberculose, matam o tecido ao redor, induzindo que ele se transforme em um material pastoso, semelhante à queijo cottage. Na microscopia, não vemos se a célula está em picnose, ou o que for, fica tudo meio misturado, sem conseguir ver as células (tudo homogêneo); Microscopicamente, no local do tecido morto, a gente sabe que é necrose caseosa, ao palpar ou passar a faca vemos uma consistência arenosa. Obs.:* não ocorre necrose caseosa em sistema nervoso. – Necrose de liquefação: Área de necrose onde o tecido é liquefeito (se ‘’desfaz’’), perdendo as suas características e restando um material pastoso à liquido. Não tem o aspecto granuloso. ‘’É QUANDO A CÉLULA MORTA SE LIQUEFAZ’’ Macroscopicamente: material pastoso à liquido; No local onde acontece a necrose de liquefação ficam cavidades (buracos) depois. Necrose do tecido nervoso: no sistema nervoso central, podemos ter a necrose de coagulação, que é a obstrução de um vaso cerebral e logo em seguida pode sofrer a necrose de liquefação que dentro do sistema nervoso, recebe uma nomenclatura específica que é: ‘’malácea ou malácia, que são a necrose do tecido nervoso’’. Pode haver também micro-abcessos no sistema nervoso. Ele não tem tecido conjuntivo (células de sustentação/preenchimento) como temos em outros órgãos, por isso é mais ‘’fácil’’ pra ele se liquefazer quando temos essa área extensa de necrose, pois ele já não tem essa característica de sustentação. LEMBRETE: Ele só pode ter necrose de liquefação ou de coagulação. 06/04/2021 Curiosidade: Doença de equinos causada por fungo (Fusarium moniliforme), devido à ingestão de milho contaminado com esse fungo, que causauma necrose de liquefação no cérebro dos cavalos. O fungo afeta a área de substancia branca do encéfalo. Chama-se Leucoencéfalomalácia (LEME) ou doença do milho mofado. Microscopicamente: Também não dá para distinguir a que tecido pertencia. TIPOS ESPECIAIS DE NECROSE: Necrose da gordura (tecido adiposo): por Inflamação ou por lesão traumática (em animais gordos). Tecido morto fica com aspecto solido (gordura resfriada). Não é comum de acontecer. Gangrena: área de necrose com proliferação de bactérias. Ex: Clostridium spp (produzem gás/anaeróbicas). É a morte celular, porém com proliferação de bactérias (área da necrose que contaminou). - Seca: mais comum de ocorrer em extremidades. Ocorre em regiões do corpo que não tenham muito líquido. Causas: frio em excesso corta a circulação periférica e as bactérias próximas ao casco/do casco se proliferam na área onde o tecido morreu. - Úmida: Formação de bolhinhas de gás, aspecto bem úmido (macroscopicamente) e um cheiro bem forte/fétido. Acontece por exemplo em úbere de vaca (glândula mamaria). Mamite gangrenosa => risco de Septicemia. Necroses! Se o tecido é preservado: necrose de coagulação. Se é uma bactéria por ex: ‘’Micobacterium’’ : necrose caseosa Se liquefez: necrose liquefação (abcessos e tecido nervoso) Se teve proliferação bacteriana no tecido morto: gangrena 13/04/2021 CALCIFICAÇÃO OU MINERALIZAÇÃO PATOLÓGICA: O mineral mais abundante neste processo é o cálcio, mas não só ele. O processo de mineralização patológica, é porque existe a retirada de minerais que é constante e estável acontecendo a todo tempo. Na mineralização FISIOLÓGICA: Uma parte de osso é removida pelo osteoclasto e outra parte está sendo sintetizada pelo osteoblasto, formando os osteóides que depois são mineralizados. Isso é um processo dinâmico, constante que acontece a todo momento. A Vit. D é indispensável para que ocorra a absorção do cálcio no organismo. O cálcio é indispensável para a contração muscular, ele faz o que chamamos de ‘’irritabilidade da placa’’ forçando que a actina deslize sobre a miosina. Quem dá esse start inicial é o cálcio, se não tiver cálcio, o animal entra em um quadro de irritabilidade acentuada dessa fibra, fazendo uma contratilidade que depois não consegue relaxar. É o caso por exemplo de animais em hipocalcemia, que tem o quadro que chamamos tetania, ou seja o animal começa a ter movimentos involuntários pela deficiência de cálcio. A comum ‘’vaca caída’’ que ocorre após o parto onde o cálcio baixa bastante. O cálcio também é muito importante na coagulação sanguínea, fazendo parte da cascata de coagulação. Acarreta em fragilidade óssea, como raquitismo e etc... Apesar de ser de suma importância, o cálcio foi ‘’programado’’ para não estar no meio intracelular, e sim no meio extracelular. Ele circula na forma de ions livre. Quando temos um excesso de cálcio ou quando ele perde essa característica de estar como ions livre e acaba formando sais (fosfatos, citratos ou carbonato de calcio), ele acaba se depositando em tecidos moles (especialmente órgãos parenquimatosos como coração, rins, parede de vasos sanguíneos, pleura pulmonar, nas meninges), deixando esse tecido rígido. Quando isso acontece, chamamos de Mineralização/Calcificação Patológica ou Heterotópicas. (Cálcio está em local indevido) Esse processo pode ocorrer de duas formas: 1. Calcificação distrófica (ou local): acontece localmente. Afeta tecidos lesados e não depende dos níveis plasmáticos de cálcio e fosforo. É preciso que tenha tido uma lesão prévia. Pode acontecer em qualquer tipo de necrose, porém é muito mais frequente na necrose caseosa, ou seja, ocorre a necrose caseosa e ela permite a calcificação distrófica. Mais difícil de acontecer na de liquefação. Quando tivermos uma lesão crônica ou lesão de articulações ou uma inflamação persistente, poderemos ter a calcificação distrófica, pois quando a célula morre ou esta morrendo, o cálcio extracelular consegue atravessar a membrana que está morta ou morrendo, e acaba entrando na célula e se depositando no tecido. 90% do cálcio estão localizados no esqueleto e dentes, na forma de hidroxiapatita. O cálcio da dieta em sua maior parte é excretada pelo tubo intestinal, pelos rins e pela sudorese. A absorção do cálcio se dá por transporte ativo dependente de proteínas e da ação da vitamina D. No plasma, o cálcio está presente sob a forma de íons livres - importantes na regulação da coagulabilidade sangüínea e da irritabilidade neuromuscular (a hipocalcemia causa tetania); ligados a proteínas (50% da calcemia) e em complexos difusíveis. Quando sais (fosfatos, carbonatos e citratos) de cálcio (e também de ferro, magnésio, e outros) são depositados em tecidos moles não osteóides, em órgãos parenquimatosos, na parede dos vasos, e em pleuras ou meninges, enrijecendo-os, dá-se o nome de calcificações ou mineralizações - patológicas ou heterotópicas. 13/04/2021 Locais que pode acontecer calcificação distrófica: Parede de vasos esclerosados (placas ateromatosas antigas, tendões, válvulas cardíacas), em alguns tumores (leiomiomas uterinos; meningiomas; carcinomas mamários; tireóide e do ovário); Também pode ocorrer em áreas de necroses antigas e não reabsorvidas como na tuberculose, infartos antigos, ao redor de parasitas e larvas mortas, e em trombos venosos crônicos (flebólitos). Nos órgãos tubulares (órgãos com luz // ductos (intestino) e vesícula (bexiga urinária) e vesícula biliar), da calcificação pode envolver núcleos orgânicos de debris e células descamadas permitindo a formação de cálculos (pedrinhas). Microscopicamente ele aparece na coloração de rotina (hematoxilina/eosina HE), como um material arroxeado/violeta. Macroscópicamente: fica com aspecto de pó de giz. 2. Calcificação metastática (ou geral/ou discrásica/ou gota cálcica): ocorre de forma disseminada, em vários tecidos. Precisa que os níveis de cálcio sanguíneos (plasmáticos) estejam elevados – isso decorre da absorção elevada de cálcio no tubo gastro-intestinal, seja por excesso de cálcio na dieta, ou uma intoxicação com vitamina D. É mais prejudicial ter excesso de vitamina D, do que de cálcio na dieta. Também pela mobilização excessiva de cálcio nos ossos, consequência de osteólise (em tumores que fazem lise óssea ou metástases ósseas de outros tumores por exemplo de mama); e do hiperparatireoidismo (aumento da glândula paratireoide que acarreta em maior produção de paratormônio, que tem a função de estimular a ação dos osteoclastos (retirada de cálcio do osso para entrar na corrente sanguínea), primário (tumor na própria paratireoide que faz aumentar a produção de pth) ou secundário (problema é em outro local, que fez com que a paratireoide produzisse mais PTH (renal, nutricional ou tumores que fazem síndrome para-neoplásica). Qualquer alteração na paratireoide, que leve a um aumento da produção de PTH, vai provocar um aumento da remoção do cálcio dos ossos através dos osteoclastos, levando a um aumento de cálcio na corrente circulatória, que chamamos de hipercalcemia, esta, por sua vez, resultará na precipitação dos sais em tecidos normais. Se depositando nos tecidos moles e tendo a calcificação metastática. Isso tudo, independentemente de ter lesão ou não. > PERGUNTA DE PROVA HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO: RENAL: O cálcio e o fósforo tem que estar em equilíbrio (em termos de volume na corrente sanguínea). Mesmas quantidades. Se um aumentar a quantidade, o outro automaticamente também aumenta. Porém, se estivermos perdendo um deles, o outro irá tentar suprir para que sigam equilibrados. (Em equinos, essa proporção é 1:1. Nas outras espécies é geralmente 2calcios:1fósforo). Em um rim doente (insuficiência renal crônica) o fósforo fica retido (retenção de fosfatos),levando à uma hiperfosfatemia (aumento do fosfato no sangue) por hipofosfatúria (menor eliminação do fosfato na urina). Se cálcio e fósforo tem que estar equilibrados, e nesse caso tem-se uma hiperfosfatemia, o cálcio ‘’pensa’’ que tem que estar em hipercalcemia para manter o 13/04/2021 equilíbrio, então ele manda sinal pra paratireoide produzir mais paratormônio e tentar equilibrar a relação cálcio-fósforo no sangue. Assim, a hiperfosfatemia induz a elevação da calcemia por excessiva mobilização óssea, as vezes ultrapassando o limiar de solubilidade do cálcio e fosforo no plasma, permitindo sua deposição nos tecidos. Animais que estejam nefropatas, tem grandes chances de ter hipercalcemia e grandes chances de ter calcificação metastática. NUTRICIONAL: a dieta tem que ser balanceada para que haja equilíbrio entre o cálcio e o fosforo. Herbívoros: Se tiver excesso de grãos (ricos em PO4 – Fosfato/fosforo), esse animal precisará de uma quantidade adequada de gramíneas, pois as gramíneas equilibram a quantidade de fósforo que foi ingerida. Se tiver deficiência de gramíneas, terá problemas, pois ocasionará um aumento da hiperfosfatemia + hipocalcemia relativa. Carnívoros: Excesso de carne na alimentação (rica em PO4 – Fosfssato/fósforo), esse animal precisará ingerir também farinha de osso, ou ossos para repor a suplementação com cálcio e manter o equilíbrio. Se não tem essa ingesta, terá problemas também pois ocasionará um aumento da hiperfosfatemia + hipocalcemia relativa terminando em grandes chances de calcificação metastática. Intoxicação por vitamina D (calciferol): 1. Suplementação exagerada na dieta: animais jovens (bovinos, suínos, cavalos, cães e gatos) 2. Plantas calcinogênicas (com glicosídeos hidrossolúveis do 1,25-di- hidroxicolacalciferol): - Nierembergia veitchii – calcinose enzoótica em ovinos (RS) (calcificação metastática que envolve tendões, vasos sanguíneos, e também órgãos como coração pulmões e rins. Macroscopicamente vemos placas esbranquiçadas (no coração). Micro no rim fica um tom mais azulado. No vaso mais pro violeta. - Ou morre por insuficiência cardiorrespiratória ou até mesmo insuficiência renal. - Coloração especial para corar o cálcio: Von Kossa. ‘’É rasteira, palatável e todas as partes dela são tóxicas. Por ser rasteira, é mais consumida por ovinos devido ao habito de pastoreio.’’ - Solanum malacoxylon – calcinose em bovinos (MT) É uma planta arbustiva, os bovinos comem as folhas. É palatável. Conhecida como ‘’Espichamento ou Enteque Seco(UY) ’’ o animal fica aparentemente espichado. Com dificuldade para caminhar, caminha parece que em ‘’pinça’’. Entra no quadro de emagrecimento pois pode haver às vezes (principalmente em bovinos) calcificação da parede gástrica e da parede do intestino. 20/04/2021 DISTURBIOS CIRCULATÓRIOS: Ocorrem ou com a influência do sangue ou ocorrem diretamente envolvendo os vasos sanguíneos. DÉBITO CARDÍACO: volume de sangue que é impulsionado por minuto pelo Ventrículo esquerdo. Vai para a aorta e chega a todos os locais do organismo, para manter a volemia. Para que o volume circulante seja sempre o mesmo e mais adequado em cada organismo (débito cardíaco), o organismo faz mecanismos para conter qualquer perca de sangue. Pois a perca de sangue poderá diminuir esse débito cardíaco e acarretar em prejuízos para o organismo. Esses mecanismos, se chamam de hemostasia. Mecanismos hemostáticos são aqueles que o organismo vai utilizar frente à uma perca sanguínea, para que o volume adequado/débito cardíaco seja sempre o mesmo. MECANISMOS HEMOSTÁTICOS: Utilizados para conter a hemorragia/perca de sangue. 1. Vasoconstrição Periférica: é quando um vaso sanguíneo tem sua luz diminuída. Vai se fechando, diminuindo o tamanho, pois com uma luz menor, vai passar e ser perdido menos sangue. 2. Agregação Plaquetária: As plaquetas tender a ter quimiotaxia (se aproximarem). Quando uma chega perto de outra, vai chamando outra e outra... se agregando várias plaquetas. Elas se unem às hemácias para iniciar a formação do coágulo. 3. Formação de Coágulo: feita pelas plaquetas + hemácias 4. Formação de tampão de fibrina sobre coágulo: A fibrina (derivado do fibrinogênio) se ativa frente ao contato extravascular. Envolve e mantém o coágulo no lugar para conter a perca de sangue. 5. Pressão extravascular: acontece pelo lado de fora do vaso. Uma pressão que pressiona o coágulo para ‘’dentro’’ impedindo que ele venha a ser rompido. Quando a parede do vaso se recompõe, o coágulo é dissolvido. Por isso a importância da sutura pós algum procedimento. Ao aproximarmos os bordos, favorecemos que ocorra essa reparação tecidual. HEMORRAGIA: - Definição: É a perda de sangue para fora do leito vascular (fora do vaso sanguíneo). - Classificação: 1. Mecanismo patogênico: O que ocasionou a hemorragia? 1.1 per rhexis - por ruptura Causas: necrose da parede vascular – perda da resistência e a parede se rompe facilmente; invasão por neoplasias – tumores malignos; doença vascular primária – doenças onde os vasos tendem a se romper facilmente (mais comum em pessoas que 20/04/2021 tem fragilidade vascular generalizada) pessoas que qualquer batida rompem o vaso; traumas – sejam eles traumas cortantes, traumas que esmagam o vaso. 1.2 per diapedese - por diapedese (o atravessar de uma célula sem que haja a ruptura aparente do vaso): ocorre a perca de sangue sem que tenha uma ruptura (aparente), porém as hemácias conseguem sair do vaso por entre as células do vaso. É como se a hemácia se ‘’apertasse’’ para poder passar. Porém, algo precisa acontecer para que haja esse espaço entre as células do vaso, já que normalmente elas são bem unidas. Causas: distúrbios na coagulação – por exemplo, casos de trombocitopenia que levam à uma diminuição na contagem plaquetária (plaquetas são produzidas no fígado) e por sua vez, alteram a coagulação, e ao se tornar mais líquido, o sangue consegue ‘’escorrer’’ e se infiltrar com maior facilidade entre as células endoteliais da parede do vaso; deficiência nutricional – especificamente deficiência de vitamina K. Pois ela auxilia na coagulação sanguínea, se tivermos menos quantidade, o sangue pode ficar mais afinado, e também escorre e se infiltra entre as células endoteliais da parede do vaso; injúria toxica – por exemplo, substâncias aplicadas endovenosamente que acabam lesando internamente a parede deste vaso, sem gerar ruptura.; hipóxia/anóxia – diminuição ou falta de oxigenação no local; vasculite – inflamação da parede do vaso. 2. Aspecto morfológico da hemorragia - Petéquia: hemorragias puntiformes (formatos de pontos), bem pequeninas, são encontradas em mucosas e serosas do organismo. Podem ter inúmeras causas, normalmente são por diapedese, inclusive em doenças sistêmicas como peste suína, doenças virais como herpes vírus caninos. - Equimose: são hemorragias pouco maiores que as petéquias, também puntiformes, formato mais arredondado. Mesmas causadas petéquias. Podem ocorrer juntas em um mesmo local. - Víbice: formato que parece aquele ‘’ralado/arranhado’’. Também mais fácil de observar nas serosas. Normalmente associadas a quadros traumáticos e são aquelas que perdem sua característica arredondada, formam algo mais linear, tipo uns borrados. - Sufusão: são hemorragias extensas não tem um formato definido. É como se o tecido tivesse sido todo pintado com sangue. Geralmente ocorre por ruptura de paredes de vasos. Hemorragias gástricas geralmente são chamadas de sufusões e decorrentes de úlceras gástricas. - Hematoma: São hemorragias traumáticas onde a gente consegue palpar, aquela onde o sangue forma uma saliência palpável e fica ali contido. Famoso calombo ou galo em traumas por batidas. Cuidar ao carregar o gado, etc pois podem gerar condenação de carcaça.3. Localização: - Hemoperitônio: hemorragia na cavidade abdominal - Hemopericárdio: hemorragia na cavidade pericárdica (no saco pericárdico) - Hemartrose: hemorragia intra-articular - Hemoptise: hemorragia na tosse, vem de origem pulmonar. Tosse com sangue. Ao tossir, pode sair alguma coisa de sangue pelo nariz, mas não confundir com Epistaxe. - Hematemese: hemorragia no vômito. 20/04/2021 - Metrorragia: Hemorragia de origem uterina. - Hifema: hemorragia no globo ocular. Especificamente na esclera. - Hemotórax: Hemorragia da cavidade torácica. - Epistaxe: hemorragia de vasos na cavidade nasal. ‘’Sair sangue pelo nariz’’. - Hematúria: hemorragia na urina. Sangue na urina. - Melena: hemorragia nas fezes. Existe diferença entre Hematúria e Hemoglobinúria; A Hemogobinúria não é uma hemorragia em si. Ela sofre uma lise porém só a parte da hemoglobina que é vista na urina, quando a hemácia já está destruída. À campo, se estivermos fazendo uma necropsia e não soubermos se é hemoglobinúria ou hematúria, pega-se um pouco do líquido, coloca em um potinho e observa se vai sofrer precipitação (coagular), se for hematúria ele irá coagular e sofrer a separação do plasma sanguíneo. Se for hemoglobinúria não acontecerá. 27/04/2021 DISTURBIOS CIRCULATÓRIOS – continuação: HIPEREMIA: É um maior direcionamento de sangue de origem arterial para uma determinada região/local do organismo. Em determinado momento ou determinados locais, algo faz com que o organismo necessite que tenha um maior fluxo de sangue, acontecendo a HIPEREMIA. É um processo LOCALIZADO. Pode acontecer de forma fisiológica: durante um exercício por exemplo, que o músculo cardíaco precisa de maior quantidade de sangue. Ou até mesmo o ato de ruborizar as bochechas e ato da ereção. Animais: amamentação/ útero na gestação. Hiperemia de forma patológica: é toda aquela onde o processo desencadeado é em resposta à um processo inflamatório, ou picada de animais, queimadura solar... O tecido fica um vermelho bem vivo. É um processo ativo respondendo à uma agressão, localizado, e envolve sangue arterial. Na macroscopia, o tecido/mucosa fica bem avermelhado, hiperemico. O rubor é hiperemia. CONGESTÃO: é um processo passivo, e envolve sangue venoso. Como o sangue venoso é um processo de retorno ao coração, seu processo é lento. Acontece quando o sangue venoso não consegue ou tem dificuldade de retornar ao coração. Dificuldade de retorno venoso, pode ser localizada e pode ser generalizada. - Localizada: aquela onde por algum motivo o sangue venoso daquela região/órgão não consegue abandonar o local. Toda aquela situação onde os vasos sanguíneos venosos estão obstruídos seja por uma torção, compressão externa ou obstrução dentro do próprio vaso. - Generalizada: envolve o coração (circulação central); insuficiência cardíaca. E pode levar o acúmulo de sangue em dois órgãos principais. Se estiver com problemas no lado esquerdo do coração (V.E/ÁTRIO ESQ/ VÁLVULA ÁTRIO VENTRICULAR ESQUERDA/RAMOS DAS VEIAS 27/04/2021 PULMONARES), o sangue que deveria estar oxigenado saindo do pulmão não consegue sair. Então vai se alojar no pulmão, causando a congestão generalizada. Microscópicamente vêmos uma área rosadinha e homogênea. A principal alteração que vai acompanhar a congestão é o Edema. Se estiver com problemas no lado direito do coração (V.D/ÁTRIO DIR/ VÁLVULA ÁTRIO VENTRICULAR DIREITA/RAMOS DA ARTÉRIA PULMONAR), o sangue não consegue chegar em quantidades adequadas no coração, ficando retido no caminho. Geralmente costuma ficar retido nos grandes vasos (cavas) e também no fígado, pois a maior parte do sangue que está retornando passa pelo fígado. ‘’Pulso Jugular positivo ou ingurgitamento da jugular (aumentada): indicativo que o animal tem algum problema e é no lado direito.’’ ‘’Fígado de noz moscada: áreas escuras é onde o sangue está retido, nos capilares do fígado. As áreas claras é onde está o parênquima, que está deixando de receber oxigenação e morre.’’ Cerca de 40% do sangue que tá retornando, passa no fígado antes de chegar ao coração PROVA: relacionar como o coração faz o processo congestivo. A congestão pode ser: - um processo Agudo: quando ela é localizada geralmente ela é aguda. - um processo Crônico: quando é generalizada é considerado um processo crônico. Toda vez que tivermos um desequilíbrio entre o sangue arterial e sangue venoso, poderá estar afetando o débito cardíaco. (Mais na congestão generalizada); Na congestão o aspecto do sangue é um sangue escuro quase preto. Quanto mais tempo o sangue ficar retido, mais escuro ele ficará. Qualquer processo congestivo decorrente de uma torção ou obstrução (localizada) tem que ser resolvido RÁPIDO, porque se não o tecido irá entrar em morte tecidual e terá necrose. Não chega sangue arterial e nem sai sangue venoso. Observação: na alça intestinal, geralmente a torção é na raiz do mesentério (localizada) – emergência com risco de morte para o animal. EFEITOS DA CONGESTÃO: - Hipóxia: tecido deixa de ser oxigenado edema. - Necrose: tecido morre sem oxigenação - Trombose: - Fibrose: no local do tecido morto se forma uma cicatriz CIRCULAÇÃO: O sangue venoso que retorna da circulação, para o coração através das cavas (processo passivo), vai para o Ventrículo Direito átrio direito artéria pulmonar pulmão para ser oxigenado retorna oxigenado através das veias pulmonares átrio esquerdo ventrículo esquerdo onde é bombeado e vai embora para a aorta agora oxigenado para ser lançado de novo para a circulação. Isso ocorre a cada batimento. (Grande circulação) O sangue venoso chega ao pulmão através da artéria pulmonar e as veias pulmonares que levam o sangue arterial novamente para o coração (Pequena circulação). 27/04/2021 EDEMA: É o acúmulo de liquido no espaço intersticial (espaço extracelular) e/ou nas cavidades, ou em ambos. Esse líquido é um transudato (líquidos de origem plasmática). A maior parte do líquido do organismo está dentro da célula (intracelular), também temos água no interstício e no espaço intravascular. As trocas de nutrientes ocorrem do espaço intracelular para o espaço intersticial, e do espaço intersticial para o espaço intravascular (no vaso). No vaso esse liquido vai para o interstício e depois retorna para o espaço intracelular. Tanto para levar o que precisa quanto para retirar o que precisa sair. Essa troca se chama equilíbrio de Starling, é o que mantém em equilíbrio os líquidos que saem e os que entram no vaso, sendo estas nas mesmas quantidades. Equilíbrio de Starling: Pressão hidrostática intravascular Pressão hidrostática intersticial Pressão osmótica/oncótica intravascular Pressão osmótica/oncótica intersticial *Contribuição dos vasos linfáticos: uma pequena parte dele é contribuição dos vasos linfáticos. É importante pois ele pode ocasionar o edema. Linfa: é um subproduto do próprio plasma que leva células de defesa (linfócitos) e drenar o excesso de líquido do local. Teremos EDEMA, quando QUALQUER um dos passos descritos acima no equilíbrio de starling estiverem com problemas; TODAS AS SITUAÇÕES QUE TIVERMOS CONGESTÃO (localizada ou generalizada), PODEMOS TER EDEMA, pois o sangue obstruído, aumenta a pressão hidrostática. A congestão altera a pressão hidrostática. PATOFISIOLOGIA – 4 MECANISMOS FORMADORES DE EDEMA: 1. Aumento da pressão hidrostática: Onde mais líquido sai do vaso. A pressão hidrostática empurra o líquido para fora do vaso. Então começa a ter mais liquido saindo, volta a quantidade que é capaz de voltar e o resto fica ali retido, fazendo a formação de Edema. - Sempre que tivermos uma congestão ou estase sanguínea (estase venosa), pois principalmente é o sangue venoso. - Pode ocorrer também de origem cardíaca. Umvaso congesto é um vaso que manda mais liquido para fora. Com isso, o líquido se acumula nas partes mais baixas, fazendo o edema. Subcutâneo também é um local onde o liquido costuma se acumular. - ASCITE ou hidro peritônio é um edema da cavidade abdominal provocado por congestão, geralmente associado à pressão hidrostática aumentada. (ex: congestão hepática, que é uma das causas da ascite); 27/04/2021 2. Diminuição da pressão oncótica/osmótica: A pressão oncótica puxa o líquido de volta para dentro do vaso. Porém se por acaso o líquido que sai em maior quantidade não consegue retornar para o vaso, também terá formação de edema pois fica lá sem conseguir sair. Os colóides que regulam a pressão osmótica, eles são feitos pelas proteínas plasmáticas. As proteínas plasmáticas regulam o retorno do liquido do interstício para o vaso. Uma diminuição na produção de proteínas plasmáticas leva a uma diminuição da pressão oncótica. - Qual maior e mais importante proteína que nós temos? R: Albumina, produzida no fígado. Sendo assim, quando temos uma deficiência na produção de albumina (hipoproteinemia, em especial hipoalbuminemia), ou seja, queda das proteínas plasmáticas, nós teremos edema também. Pois a proteína plasmática é quem regula a pressão oncótica e é quem puxa o liquido de volta. Se está com deficiência de proteínas, a força para atrair o líquido não vai funcionar pois estará fraca. Todas as causas de hipoproteinemia levam à edema por hipoproteinemia (hipoalbuminemia). Insuficiência hepática pode levar à depleção de proteína. Insuficiência renal pode excretar as proteínas – proteínuria – glomérulo falha Parasitoses são causas de hipoproteinemia, principalmente parasitas hematófagos e também os parasitas que levam à desnutrição também. Parasitas comuns: Haemonchus: ovinos Ostertagia: bovinos Ancilóstomas; tenias: cachorro 3. Aumento da permeabilidade vascular: vaso fica com as paredes mais permeáveis, com as células endoteliais mais abertas, permitindo a passagem do líquido e também do sangue. O edema por aumento da permeabilidade vascular é o edema que acompanha as inflamações e as reações alérgicas. EDEMA INFLAMATÓRIO. É mais localizado. - Doença do edema em suínos: Causada pela e.coli. quando afeta animais jovens ela causa aumento da permeabilidade vascular generalizada. - Toda alergia leva aumento da permeabilidade vascular generalizada e é perigoso pois pode afetar a glote e levar o animal à uma insuficiência respiratória. 4. Obstrução linfática: se os vasos linfáticos não estiverem drenando mesmo que em pequena quantidade de líquidos, terá formação de edema. A pouca drenagem que o vaso deveria fazer não é feita. Então pode ter uma obstrução de dentro do vaso linfático ou externa. Uma obstrução bem clássica são neoplasmas, (tumores malignos) que podem obstruir ou comprimir vasos linfáticos. Eles podem inclusive utilizar os vasos linfáticos para se espalharem para o restante do organismo, quando que outros podem utilizar os vasos sanguíneos para se espalharem. A Linfa (liquido intersticial) que deve ser drenada pelos vasos linfáticos, vai direto para os linfonodos regionais. Quando o linfonodo aumenta de tamanho, significa para o patologista que está drenando algo a mais do que deveria. 27/04/2021 Então quando temos uma obstrução linfática ou um aumento da demanda linfática, podemos ter edema também, pois os vasos linfáticos podem não estar conseguindo remover todo o liquido dali. MACROSCOPIA DO EDEMA: varia de aspecto bem liquido à mais gelatinoso, com exceção dos pulmões. - Na cavidade (ascite) bem liquido, levemente amarelado, dependendo da quantidade de células, quanto mais células, mais amarelado irá ficar. - Nos pulmões: aspecto espumoso, porque nos pulmões temos a mistura do líquido de edema com o surfactante e com o O2 circulante. A característica espumosa é bem pior do que líquido pois obstrui muito mais os alvéolos, podendo levar o animal à insuficiência respiratória. - No subcutâneo: gelatinoso, tipo gel. MICROSCOPIA DO EDEMA: nos pulmões – no alvéolo toma uma coloração mais rosa/homogêneo. Na região da pleura a gente vê um aspecto de afastamento mesmo do tecido. Edema – composição do liquido: Transudato vs exsudato. Transudato é o líquido de edema normal. Celularidade baixa (+transparente) Exsudato é o líquido de edema com inflamação. Celularidade alta (+amarelado) Quanto mais amarelado maior a chance de alta quantidade de células. NOMES DE EDEMAS – terminologia específica: 1. Anasarca: edema generalizado (tanto nas cavidades, quanto nos órgãos, quanto no subcutâneo e em todo espaço livre possível). Normalmente ocorre em RN em partos complicados (distócicos) ou determinadas raças: ex: bulldog/pugs; 2. Ascite: edema na cavidade abdominal – ‘’hidroperitônio’’ 3. Hidrotórax: edema na cavidade torácica, ex: em edema pulmonar; pulmão enche tanto de liquido que começa a transbordar e aí tem-se o hidrotórax. 4. Hidropericárdio: edema no saco pericárdio. Importante: Existe diferença entre edema encefálico/cerebral e hidrocefalia. O edema é o acúmulo de liquido plasmático e a hidrocefalia é o acúmulo de líquidos cefalorraquidiano. Qual o significado clínico do edema? Além de procurar a causa básica do que está causando esse edema, em cada animal varia muito de onde o edema está localizado, e da doença de base deste edema. 04/05/2021 Trombose, Embolia & Infarto ‘’Hemostasia: mecanismos que o organismo tem para evitar a perca de sangue e inibir a hemorragia, para restaurar o fluxo normal e laminar de sangue’’ Fluxo laminar do sangue: hemácias bem no centro do vaso, plaquetas um pouco mais afastadas das hemácias, e a parte plasmática bem próxima aos bordos da parede interna do vaso. Na trombose, esses mecanismos são ativados, porém são no interior dos vasos sanguíneos, ou seja, sem ocorrer uma perda de sangue para o exterior. Basicamente a trombose é uma coagulação intravascular. Trombose – definição: processo de formação de um trombo. ‘’Ativação de um processo de hemostasia, porém no interior do vaso.’’ O Trombo: é um processo de coagulação intravascular em decorrência de fatores que alteram os constituintes do sangue (é um agregado plaquetázrio); é formado por constituintes do próprio sangue (plaquetas; eritrócitos, algumas células leucocitárias que estejam circulando) e que se agregam no interior do vaso. Ocorre a partir da ativação de um ou mais dos processos a seguir: MECANISMOS DA TRÍADE DE VIRCHOW (que favorecem a ocorrência do trombo): Podem acontecer isoladamente (somente um dos 3; pode acontecer um por consequência do outro, ou então simultaneamente). 1. Lesão endotelial: é uma lesão na camada endotelial, fazendo com que haja uma exposição do colágeno subendotelial, lançando um estímulo que irá atrair plaquetas, fazendo uma agregação plaquetária no local, aprisionando a hemácia que passa e iniciando o coágulo. O que pode vir a causar a lesão no endotélio? Inflamação na parede do vaso, punção repetidamente no vaso, no mesmo local pode desencadear trombose. 2. Alterações no fluxo sanguíneo: - Turbulência: Alteração no fluxo laminar normal do sangue. Pode ser por obstruções (abcesso, tumor), aneurismas (dilatação da parede do vaso)... etc. Pode ser arterial e cardíaca: pode acontecer no endocárdio também. - Estase: trombos venosos favorecidos pela congestão (acúmulo de sangue venoso) Imobilização por muito tempo/ muito tempo parado, choque, anestesias prolongadas ou não inalatórias.. Anestesia inalatória mais segura: isoflurano 3. Alteração na composição sanguínea (hipercoagulabilidade): Hipercoagulabilidade: onde podemos ter mais fatores de coagulação que são produzidos em sua maioria no fígado. Esse aumento de produção dos fatores de coagulação pelo fígadopode levar a favorecer a ocorrência de trombose. 04/05/2021 Alteração das vias de coagulação - Primários (genéticos): Mutação do fator V (fator produzido pelo fígado), déficit de antitrombina III (substancia que existe para evitar que haja agregação plaquetária a todo momento), se a antitrombina não existisse, seria impossível que houvesse um fluxo. Se ela estiver diminuída no organismo, ou o fígado tá aumentando a produção dos fatores de coagulação, existirá uma hipercoagulabilidade. - Secundários (adquiridos): Situações que levam o organismo a produzir maior fator de coagulação ou alterar as vias de coagulação. Exemplos: Prenhez e Pós-parto (fisiologicamente o organismo se prepara para a futura perca de sangue, o que é um risco para um possível trombo); Câncer (tumores malignos que fazem a síndrome para- neoplásica, que alteram a quantidade de plaquetas no sangue); e pós-cirúrgico (cirurgias graves principalmente, traumáticas ou onde ocorra muita perca de sangue); MORFOLOGIA E MORFOGÊNESE DO TROMBO: 1. Trombose cardíaca: no lado direito é mais avermelhado. Se for ao lado esquerdo é mais esbranquiçado. Trombo mais comum ao lado direito... - Trombo mural: localizado na parede do endocárdio - Trombo valvular: localizado nas válvulas 2. Trombose arterial: apresenta coloração mais esbranquiçada - Trombo branco/misto – com maior quantidade de plaquetas e menor quantidade de hemácias. Pode ou não causar uma oclusão da luz do vaso. 3. Trombose venosa: é a mais comum. Apresenta coloração mais avermelhada, vermelho escuro. Quantidade de hemácias um pouco maior que a de plaquetas, dando a cor. - Trombo vermelho: oclusivo. Ocluem totalmente a luz do vaso. Observação: Cólica equina: também chamada cólica trombo-embólica, que é provocada pela migração de parasitas do gênero Strongylus. Equinos que não são desvermifugados (carroceiros por exemplo), podem ter essa parasitose, e esse parasita tende a migrar entre as paredes do vaso para ir migrando, ao atravessar, ele faz lesão endotelial, ao fazer essa lesão, inicia os mecanismos de trombo e depois necrose das alças intestinais, levando ao quadro de cólica. DESTINO DO TROMBO: - Propagação: se propaga em direção ao retorno do coração (principalmente se for trombo venoso) - Embolização: soltar pequenos fragmentos e estes vão parar em outros lugares e vasos menores e trancam. - Fibrinólise: é a dissolução da fibrina (que é como uma cola que mantém o trombo formado/aderido e as células aprisionadas). Pode acontecer principalmente em trombos recentes e também com uso de substâncias fibrinolíticas para dissolver essa fibrina. Tem que ser feito rápido, quanto mais o tempo passa mis difícil de acontecer a fibrinólise. 04/05/21 - Ou então esse trombo pode se organizar e recanalizar, ou seja o organismo dá um jeito de criar novos vasos para que esse sangue tente voltar a fluir naquela área. ‘’Se o fragmento do trombo (êmbolo) é derivado de um trombo venoso, e consegue passar pelo coração, vai acabar parando nos pulmões’’ ‘’Se o fragmento do trombo (êmbolo) é derivado de um trombo arterial, podem parar em qualquer lugar, mas normalmente acabam parando no SNC, nos menores vasos do organismo, que são os vasos encefálicos’’ SIGNIFICADO CLÍNICO DO TROMBO: Circulação colateral: depende se o vaso obstruído daquele órgão era um vaso principal ou não. Se era, o dano será muito maior do que se fosse em um vaso menos importante onde outros vasos supririam aquele que está com trombo. Importante órgãos com circulação colateral mínima. DIFERENÇAS ENTRE TROMBO E COÁGULO PÓS-MORTAL: Aspecto do Coágulo: Trombo: Consistência Gelatinosa Seca Forma Do vaso Não toma forma Superfície de corte Uniforme Laminar Íntima Vaso Não aderido Aderido Aspecto superfície Lisa, brilhante Áspera, granular EMBOLIA: É o processo de circulação de um êmbolo (pela corrente sanguínea). Um êmbolo é todo material que usa a circulação sanguínea, indo parar e obstruir um vaso menor do que o tamanho do material. TIPOS DE ÊMBOLO: Podem ser líquidos, sólidos ou até mesmo gás. Células Tumorais: usam a forma de êmbolos para se disseminarem e espalharem o câncer no organismo. Eles atravessam a parede do vaso e se espalham em outros locais. Quando chegam no local formam outros tumores. Colônias bacterianas circulantes: disseminam as doenças. Quando dizemos que temos uma Septicemia, é isso, uma colônia bacteriana circulante no sangue, êmbolos bacterianos. Corpos estranhos: fragmentos de trombos, que também são êmbolos. DESTINO DOS ÊMBOLOS: Circulação venosa Circulação arterial Coração esquerdo – circulação sistêmica: obs: endocardite valvular bacteriana, afeta o átrio ventricular esquerda Coração direito – pulmão: EXEMPLOS DE EMBOLIAS: Embolia Gasosa: ar nos vasos cerebrais Embolia Gordurosa: pulmão; encéfalo Hifas fúngicas: ruminite micótica Picadas de agulha em veias; pele/pêlos. FIM DO CONTEÚDO DA PRIMEIRA AVALIAÇÃO TEÓRICA.
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