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PATOLOGIA GERAL - ACÚMULOS OU DEPOSIÇÕES DE SUBSTÂNCIAS ● Substâncias acumulam-se no núcleo, citoplasma ou se depositam no espaço intercelular. ● A presença dessas substâncias podem ser evidências de doenças primárias. ● Alguns acúmulos não trazem mal algum a célula mas outras podem causar disfunção. TIPOS DE ACÚMULOS 1. Substância endógena normal: Substância produzida em ritmo normal ou acelerada, mas cuja velocidade do metabolismo é insuficiente para removê-la (LIPÍDIOS, CARBOIDRATOS E PROTEÍNAS) 2. Substância endógena normal ou anormal: Se acumula em decorrência de defeito congênito ou adquirido em seu metabolismo, transporte ou excreção. 3. Substância exógena anormal: A célula não possui enzimas necessárias para metabolizar-la ou não tem capacidade de removê-la. → LIPÍDIOS Todas as formas de lipídios podem se acumular nas células, mas os triglicerídeos são os mais comuns. Alterações envolvendo o excesso de triglicerídeos: OBESIDADE, INFILTRAÇÃO GORDUROSA E ESTEATOSE. Obesidade: Ingestão calórica maior que o gasto de energia, por isso tem um acúmulo de tecido adiposo. Pode acontecer quando o animal está em idade avançada, quando é castrado, alimentação excessiva, falta de exercício ou quando tem alterações endócrinas. Infiltração gordurosa: Refere-se à presença de adipócitos no estroma de órgãos e tecidos. Acontece na obesidade e quando o animal está em idade avançada. Colesterol: Colesterol é um lipídio encontrado nas membranas celulares e transportado no plasma sanguíneo de todos os animais. Eles são observados em ateromas e provocam aterosclerose. Ele é um indicador de lesão prévia pois ele se deposita em focos de hemorragia e necrose. O COLESTEROL APARECE ASSIM NO MICROSCÓPIO: Esteatose/transformação gordurosa: Acúmulo de lipídios sob a forma de triglicerídeos no citoplasma de células que NÃO sejam os adipócitos. A esteatose ocorre em todos os órgãos que metabolizam lipídios ou que os utilizam como fonte de energia, como o fígado, rins, coração e músculos. MOBILIZAÇÃO DE LIPÍDIOS: Os ácidos graxos livres são obtidos da dieta ou do tecido adiposo. Quando do tecido adiposo, a liberação de lipídios (ac. graxos) é feita por LIPÓLISE, que é a formação de ácidos graxos livres a partir de triglicerídeos nos adipócitos. A lipólise sempre acontece quando há inanição, está em jejum ou em estresse. Quando da dieta, os lipídios entram na corrente circulatória e são transportados sob a forma de quilomícrons. PATOGÊNESE DA ESTEATOSE Esteatose no fígado Ácidos graxos livres -> Hepatócitos -> Esterificados a triglicerídeos ou pequena parte é transformado em colesterol ou fosfolipídios, ou então é oxidada para corpos cetônicos. Quando são esterificados a triglicerídeos, para sair dos hepatócitos ele precisa ser conjugado a uma apoproteína no retículo endoplasmático rugoso para formar as lipoproteínas, que são liberadas no plasma como uma fonte rapidamente disponível de energia. Então, sempre que houver desequilíbrio entre o volume de lipídios que chega ao fígado e a capacidade deste de metabolizá-los ou conjugá-los com a apoproteína, haverá acúmulo. CAUSAS DA ESTEATOSE: Lipólise excessiva, hipóxia e substâncias e plantas tóxicas. LIPÓLISE EXCESSIVA É a mobilização excessiva dos lipídios (AGL) do tecido adiposo e acontece em situações que requerem aumento súbito e intenso de demanda de energia. É observada na inanição, quando, por falta de alimentação, o organismo é obrigado a lançar mão de suas reservas. HIPÓXIA A falta de oxigênio acarreta falta de ATP para promover a síntese de lipoproteínas e outros processos metabólicos do hepatócito. Os hepatócitos mais próximos ao espaço porta ainda recebem oxigênio suficiente, mas os próximos à veia central não. O resultado é esteatose mais grave na região central do lóbulo hepático, o que causa acentuação do padrão lobular do fígado. SUBSTÂNCIAS E PLANTAS TÓXICAS Elas bloqueiam a síntese de apoproteína e o subsequente decréscimo de produção de lipoproteínas. ASPECTO MICROSCÓPICO NA LIPIDOSE: Hepatócitos contêm vacúolos de contornos definidos e que contrastam nitidamente com o citoplasma. Inicialmente pequenos, eles crescem, coalescem e acabam deslocando o núcleo para a periferia da célula, dando aos hepatócitos aspecto de adipócitos. →CARBOIDRATOS O glicogênio é uma forma rapidamente utilizável de energia presente em células de muitos tecidos, principalmente fígado e musculatura esquelética. Depósitos excessivos de glicogênio são vistos em pacientes com distúrbio no metabolismo de glicose ou glicogênio. MECANISMO em hiperglicemias: ↓ Insulina -> ↑ Glicose -> Glicosúria -> Reabsorção tubular de glicose -> Aporte excessivo de glicose à célula -> Acúmulo de glicogênio Ou seja, há tanta glicose no corpo, que seu excesso começa a ultrapassar o glomérulo renal e com isso há reabsorção de glicose no túbulo contorcido proximal causando um aporte excessivo de glicose à célula fazendo com que há acúmulo de glicogênio. Glicogenose: Pode ser por não conseguir metabolizar ou por não ter enzimas que conseguem metabolizar. ASPECTOS MICROSCÓPICOS NA GLICOGENOSE: Corados pelo Carmim de best ou P.A.S → PROTEÍNA O acúmulo de proteína nas células ou em suas imediações geralmente recebe o nome de hialina. Aplica-se a qualquer alteração intra ou extracelular que tenha aparência vítreo, homogênea e eosinofílica. HIALINA: É quando a proteína aparece como gotículas arredondadas eosinofílicas no citoplasma ou núcleo das células. EXEMPLOS CLÁSSICOS DE HIALINA: - As células tubulares fazem reabsorção por pinocitose em caso de proteinúria pelos glomérulos. Quando isso ocorre, o epitélio dos túbulos contorcidos proximais renais ficam com a “bolinha” de hialina, some quando não há proteinúria. - No citoplasma de plasmócitos quando há aumento de produção de imunoglobulinas, eles ficam arredondados e são nomeados de corpúsculos de Russel. - No epitélio do intestino delgado de recém-nascidos ao mamarem colostro, por causa da grande quantidade de imunoglobulinas vai aparecer. - Nos corpúsculos de inclusão viral - cinomose (corpúsculo de Lentz), raiva (corpúsculo de Negri), aviária (corpúsculo de Bollinger). QUANDO A HIALINA É EXTRACELULAR - Hialinização por fibras colágenas em processos cicatriciais - as fibras colágenas tem uma perda de sua elasticidade normal e um certo encurtamento - Hialina nos corpúsculos renais - Glomerulonefrite membranosa ou na glomerulonefrite crônica grave - Depósitos de fibrinas antigos são considerado hialina - Amilóide AMILÓIDE Deposição de hialina no interstício de maneira localizada ou generalizada. A amiloidose é a doença do mal-dobramento de proteínas. TIPOS DE AMILÓIDE 1. Amilóide associado Proteína precursora ASA (associada ao amilóide sérico) secretada pelo fígado. - Por enfermidades crônicas (tuberculose, leish, osteomielite). - Formas hereditárias ou familiares. 2. Amilóide leve Imunoglobulinas de cadeias leves - Em cães tem o plasmocitoma - Em cavalos tem depósitos localizados na amiloidose nasal 3. Amilóide cerebral derivada de proteína beta Acúmulo de Beta-amiloide no córtex cerebral de cães idosos com doença cognitiva ASPECTOS MICROSCÓPICOS A razão do nome amiloide é porque reage positivamente ao ser tratado com lugol. A substância amilóide assume uma coloração-róseo-avermelhada quando corada com o vermelho-congo.
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