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1 MANUAL DE: Contratação Pública em Moçambique (Planificação de Bens e Serviços Públicos) Curso: Administração Pública Universidade Católica de Moçambique Centro de Ensino à Distância -CED 2 DIREITOS DE AUTOR (COPYRIGHT) Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância (CED) e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Católica de Moçambique Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível de processos judiciais. Elaborado Por: MSc. Castiguinho Basílio Falaque. Mestre em Ciência Política, Governação e Relações Internacionais e Bacharel e Licenciado em Administração Pública. Universidade Católica de Moçambique Centro de Ensino à Distância-CED Rua Correira de Brito No 613-Ponta-Gêa· Moçambique-Beira Telefone: 23 32 64 05 Cel: 82 50 18 44 0 Fax: 23 32 64 06 E-mail: ced @ ucm.ac.mz Website: www. ucm.ac.mz 3 Agradecimentos A Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância e o autor do presente manual, Mestre, Castiguinho Basílio Falaque gostaria de agradecer a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: Pela 1aA maquetização e Edição Pela Revisão Final 4 ÍNDICE Visão Geral 7 Objectivos da Cadeira ................................................................................................................. 7 Quem deveria e deve estudar este módulo .................................................................................. 8 Como está estruturado este módulo ............................................................................................ 9 Ícones de Actividade ................................................................................................................. 10 Habilidades de Estudo............................................................................................................... 10 Precisa de Apoio? ..................................................................................................................... 11 Tarefas (Avaliação e Auto-Avaliação) ..................................................................................... 12 Avaliação 13 UNIDADE I 14 INTRODUÇÃO AO ESTUDO CONTRATAÇÃO PÚBLICA EM MOÇAMBIQUE ........... 14 Introdução 14 1.2 Contextualização ................................................................................................................. 14 1.3 Evolução de Quadro Legislativo ......................................................................................... 15 1.3.1 Quadro Legal Anterior ao Actual Regulação de Contratações Públicas ou Procurement ........................................................................................................... 15 1.3.2 Quadro Legal Actual de Regulação de Contratações Públicas ou Procurement ................................................................................................................................ 16 SUMÁRIO 22 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................... 23 UNIDADE II 25 PLANIFICAÇÃO E MODALIDADES DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS ........................ 25 Introdução 25 2.2 Planificação ......................................................................................................................... 26 2.3 Modalidades de Contratações Públicas ............................................................................... 26 5 SUMÁRIO 29 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................... 30 UNIDADE III 31 PROCEDIMENTOS E REQUISITOS DE CONTRATAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 31 Introdução 31 3.2 Requisitos Gerais ................................................................................................................ 31 3.3 Requisitos Específica da Elegibilidade para Contratação ................................................... 32 3.5.2 Lançamento do Concurso.............................................................................. 36 3.5.3 Apresentação das Propostas pelos Concorrentes .......................................... 37 3.5.4 Abertura das Propostas dos Concorrentes ..................................................... 37 3.5.5 Avaliação das Propostas dos Concorrentes ................................................... 39 3.5.6 Saneamento das Falhas/Erros nas Proposta .................................................. 39 3.5.7 Classificação e Recomendação do Júri ......................................................... 40 3.5.8 Adjudicação do Concurso ............................................................................. 40 3.5.9 Contratação da Empresa Adjudicado ............................................................ 41 3.5.10 Supervisão e Fiscalização ........................................................................... 41 3.5.11 Recepção do Objecto Contratual ................................................................. 42 3.5.12 Guarda/ Arquivação dos Documentos ........................................................ 42 SUMÁRIO 42 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................... 43 UNIDADE IV 45 CRIAÇÃO, PAPÉIS COMPETÊNCIAS DE ALGUNS ÓRGÃOS UFSA, JÚRI, AUTORIDADE COMPETENTE ............................................................................................. 45 Introdução 45 4.2 Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições (UFSA) ............................................... 45 4.2.1 Criação da UFSA .......................................................................................... 45 4.2.2 O Papel/Competência da UFSA .................................................................... 46 6 4.2.3 Supervisão, de Normas e Contencioso .......................................................... 46 4.2.5 Treinamento, Ética e Cooperação com o Controlo Interno e Externo .......... 47 4.3 Júri 48 4.3.1 A composição de Júri .................................................................................... 48 4.3.2. Competência de Júri ..................................................................................... 48 4.4 Autoridade Competente ...................................................................................................... 48 4.4.1 Atribuições da Autoridade Competente ........................................................ 49 4.5 Unidades Gestoras Executoras das Aquisições (UGEA) .................................................... 49 4.5.1 Competências da UGEA ............................................................................... 49 SUMÁRIO 50 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................... 50 UNIDADE V 52 TRANSPARÊNCIA E ÉTICA E ACTO ILÍCITOS, DIREITO DE RECLAMAÇÃO E RECURSO E PAPEL DE TRIBUNAL ADMINISTRATIVO ................................................ 52 Introdução 52 5.2 Transparência e Ética e Acto Ilícitos .................................................................................. 52 5.2.1 Actos Praticados por Agentes do Estado ...................................................... 53 5.2.3 Alguns Pressupostos Éticos para a Actuação de Profissional ....................... 54 5.3 Direito de Reclamações e Recursos ....................................................................................55 5.3.1 Direito/Admissão a Reclamação ................................................................... 55 5.3.2 Direito/Admissão de Recurso Hierárquico ................................................... 56 5.3.2.1 Taxa Atinente a Recurso Hierárquico ........................................................ 56 5.4 Papel do Tribunal Administrativo ....................................................................................... 56 SUMÁRIO 57 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................... 57 Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 59 Legislação Consultada .............................................................................................................. 59 7 Visão Geral Benvindo A PLANIFICAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS. Maior transparência e asseguramento efectivo da implementação dos procedimentos de contratação de empreitadas das obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviço ao Estado com a Economicidade. Objectivos da Cadeira Quando terminar o estudo de Planificação de Bens e Serviços Públicos – Terá maior transparência e asseguramento efectivo na implementação dos procedimentos de contratação de empreitadas das obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviço ao Estado com a Economicidade; o/a licenciando deve ser capaz de: 8 Objectivos Contextualizar a contratação pública e a evolução de quadro legal em Moçambique; Discernir as melhorias que vão se introduzindo de algumas legislações em termos de actualização; Mencionar os princípios dispositivos legais da contratação pública moçambicana; Explicar diferentes modalidades de contratação de Empreitadas de Obras Públicas e Fornecimento de Bens e Prestação de serviço ao Estado; Deter o conhecimento e relevância de planificação da contratação pública; Saber os critérios/ requisitos de avaliação, habilidade e decisão para contratação pública; Mencionar os passos pragmáticos a serem seguidos na contratação pública; Mencionar papéis e composição de alguns órgãos no âmbito do procurement; Identificar competências de cada órgão; Explicar alguns órgãos/figuras/ unidades aquém os cria ou nomeiam; e Mencionar papéis e composição de alguns órgãos no âmbito do procurement. Quem deveria e deve estudar este módulo Este Módulo foi concebido para todos aqueles licenciandos que queiram ingressar para o aparelho do Estado, que estão a frequentar o curso de Licenciatura em Administração Pública, do Centro de Ensino à Distância. E é extensivo a todos que queiram informarem-se sobre os procedimentos de contratação de empreitadas das obras públicas, fornecimento de bens e 9 prestação de serviço ao Estado, para além daqueles que procuram consolidar os seus conhecimentos sobre a planificação de bens e serviços públicos. Como está estruturado este módulo Todos os módulos dos cursos produzidos por Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância encontram-se estruturados da seguinte maneira: Páginas introdutórias Um Índice Completo. Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo. Conteúdo do Curso / módulo O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo actividades de aprendizagem, um summary da unidade e uma ou mais actividades para auto-avaliação. Outros Recursos Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir livros, artigos ou sites na internet. 10 Tarefas de Avaliação e/ou Auto-avaliação Tarefa de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes elementos encontram-se no final do módulo. Comentários e Sugestões Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / módulo. Ícones de Actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Acerca dos Ícones Os ícones nos objectivos usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por adrinka. Habilidades de Estudo Durante a formação, para facilitar a aprendizagem e alcançar-se melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficazes e por isso é importante saber como estudar. Apresento algumas sugestões para que possa maximizar o tempo dedicado aos estudos: Antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio 11 sossegado/num sítio barulhento? Preciso de um intervalo de 30 em 30 minutos/de hora a hora/de duas em duas horas/sem interrupção? É impossível estudar numa noite toda, o que devia ter sido estudado durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. É preferível saber bem algumas partes da matéria do que saber pouco sobre muitas partes. Deve evitar-se estudar muitas horas seguidas antes das avaliações, porque, devido à falta de tempo e consequentes ansiedade e insegurança, começa a ter-se dificuldades de concentração e de memorização para organizar toda a informação estudada. Para isso torna-se necessário que; organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar durante a semana; face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado desconhece. Precisa de Apoio? Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra situação, o material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza, alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone, escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor, contacte-o pessoalmente. 12 Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor, usando para o efeito os mecanismos apresentados acima. Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interacção, em caso de problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase posteriorcontacte o coordenador do curso e se o problema for de natureza geral. Contacte a direcção do CED, pelo número 825018440. Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de expediente. As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode apresentar duvidas, tratar questões administrativas, de entre outras. O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta, busque apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-se mutuamente, reflictam sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o seu próprio saber e desenvolva suas competências. Tarefas (Avaliação e Auto-Avaliação) O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes do período presencial. Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação dos trabalhos do estudante. Os trabalhos devem ser entregues ao CED ou mesmos devem ser dirigidos ao tutor\docentes. Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor. O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito) palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autoriais devem marcar a realização dos trabalhos. 13 Avaliação Você será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com base no chamado regulamento de avaliação. Os trabalhos de campo por se desenvolvidos, durante o estudo individual, concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira. Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões presenciais, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da média de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. Nesta cadeira o estudante deverá realizar 3 (três) trabalhos, 2 (dois) teste e 1 (um) exame. Não estão previstas qualquer avaliação oral. Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizadas como ferramentas de avaliação formativa. Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual. Consulte-os. 14 UNIDADE I INTRODUÇÃO AO ESTUDO CONTRATAÇÃO PÚBLICA EM MOÇAMBIQUE Introdução Nesta unidade pretende-se que os estudantes saibam oS procedimentos legais actualizados da Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado em Moçambique. Ao completar esta unidade lição, você será capaz de: 1.1 Objectivos Contextualizar a contratação pública e a evolução de quadro legal em Moçambique; Discernir sobre as melhorias que vão se introduzindo na legislação atinente a contratação pública moçambicana; e Mencionar os princípios legais da contratação pública moçambicana. 1.2 Contextualização O procedimento de contração surge no âmbito da Reforma do Sector Público da Administração Pública Moçambicana harmonizado com o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE); subsistema do património do Estado, que compreende todos os órgãos e instituições do Estado e as respectivas normas e procedimentos, bem como princípios e regras para efeito de contratação e de gestão patrimonial. Porém estes procedimentos se materializa pelo princípios e regra geral de desconcentração e descentralização na aplicação dos procedimentos de contratação pública, aos órgãos e instituições da Administração Pública, da Administração Directa e Indirecta do Estado, 15 representação no estrangeiro, autarquias locais e demais pessoas colectivas públicas, derivados de conjunto de textos legislativos do sistema de aquisições em Moçambique. Cujo estes textos incluem o Regulamento de Contratações Públicas da Administração Estatal e municipal, que podem ser coadjuvados com a legislação contra a corrupção. Para além desses instrumentos legais pode entrarem também os Códigos Comercial, Notarial e Tributário nos processo e procedimento da contratação e aquisição de bens e serviços no Estado. 1.3 Evolução de Quadro Legislativo 1.3.1 Quadro Legal Anterior ao Actual Regulação de Contratações Públicas ou Procurement Antigamente a função de compras em todas as instituições públicas estava encarregue a cada unidade de produção, ou seja, cada área fazia o levantamento das suas necessidades e providenciava a sua aquisição. Os instrumentos de Regulamentação do Contrato de Empreitada de Obras Públicas datavam de há mais de 35 anos, a luz do Decreto-Lei n.º48817, de 19 de Fevereiro de 1969, posto em vigor em Moçambique pela Portaria 555/71, de 12 de Outubro. Pelo Decreto n.º 42/89, de 28 de Dezembro, actualizada pelo Decreto n.º 29/97, de 23 de Setembro, foi aprovado o Regulamento de Aquisições e Requisição de Serviços para os órgãos do aparelho do Estado e instituições subordinadas. Pela Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, foi aprovado o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), que estabelece e harmoniza as regras de programação, gestão, execução, controlo e avaliação dos recursos financeiros do Estado. A aprovação do Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro pelo Governo da República de Moçambique constituiu um código em matéria da realização de despesas pública com a contratação de empreitada de obras públicas, de bens e prestação de serviços ao Estado, decreto este que veio a ser substituído pelo Decreto n.º 15/2010, de 24 de Maio devido às crescentes exigências de clareza, simplicidade e transparência de normas sobre a contratação pública assim como dos direitos e garantias dos administrados relativos aos processos de adjudicação dos 16 contratos dos serviços e fornecimento de bens constantes consubstanciados na Constituição da República de Moçambique (CRM, 2004). Não bastou a aprovação do Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro, o governo sentiu a necessidade da existência de um o sector responsável e centralizado nas instituições pela gestão das aquisições bem como da existência de um órgão responsável pela supervisão das aquisições feitas pelas instituições públicas, criando assim a Unidade Gestora Executora das Aquisições - UGEA através do Diploma Ministerial n.º 142/2006, de 5 de Setembro e a Unidade Funcional de Supervisão de Aquisições – UFSA através do Diploma Ministerial n.º 141/2006, de 5 de Setembro. 1.3.2 Quadro Legal Actual de Regulação de Contratações Públicas ou Procurement A revogação do Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro e consequentemente a aprovação do Decreto n.º 15/2010, de 24 de Maio, constitui razões fundamentais do ajustamento do módulo. Contudo, o desajusto às actuais exigências do mercado relativo a caução provisória e definitiva, conjugado como o incentivo à participação de concorrentes nacionais nos concursos públicos e limitados afiguram-se como motivos da sua revisão (Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro). Pela regulação de contratação de empreitada de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 15 /2010, de 24 de Maio ajustado a Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições como órgão com competência de coordenação e supervisão de toda a actividade relacionada com a contratação pública,gestão do sistema nacional centralizado de dados e informação e dos programas de capacitação em matéria de contratação. Pelo Diploma Ministerial n.º 141/2006, de 05 de Setembro, a Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições, abreviadamente designada por UFSA, foi estabelecida na Direcção Nacional do Património do Estado. Tornando-se necessário conferir maior transparência e assegurar a efectiva implementação dos procedimentos de contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviços ao Estado, foi aprovado Decreto n.º 5/2016, de 8 de Março, decreto que aprova o Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado. 17 Quadro1: Alguns Aspectos Introduzidos e Revogado da Recente Revisão do Regulamento em Relação ao Antigo. Estrutura do Novo Regulamento O Anterior Regulamento O Novo Regulamento Capítulos 5 5 Artigos 147 281 Aplicação do Regulamento Todos órgãos e instituições do Estado, incluindo as Autarquias Locais e Empresas do Estado Aplica-se a todos órgãos e instituições da Administração Pública, nomeadamente da administração directa e indirecta do Estado, incluindo a sua representação no estrangeiro, autarquias locais e demais pessoas colectivas públicas As empresas públicas participadas pelo Estado regem se por legislação específica. Glossários O anterior regulamento tem um artigo específico referente às definições. O novo regulamento têm um glossário e introduz novas definições. Unidade Gestora Executora das Aquisições (UGEA O anterior regulamento não estabelecia. O novo regulamento estabelece que a autoridade competente deve indicar funcionários e/ou agentes do Estado da respectiva UGEA, de acordo com os perfis definidos para o efeito, e comunicar à Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições. Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições O anterior regulamento não estabelecia. O novo regulamento estabelece as competências e prerrogativas da Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições. 18 Modalidades de Contratação O anterior regulamento aborda as cotações como uma das circunstâncias para aplicação do Ajuste Directo. O novo regulamento introduz uma nova modalidade de contratação denominada Concurso por Cotações. O anterior regulamento não desenvolve. O novo regulamento desenvolve com maior detalhe a modalidade de Concurso por Lances. Concurso Limitado O anterior regulamento estabelecia o valor de 3.500.000,00 MT para empreitadas de obras públicas e 1.750.000,00 MT para bens e serviços. O novo regulamento estabelece para o Concurso Limitado o valor de 5.000.000,00 Mt para empreitadas de obras públicas e 3.500.000,00 Mt para bens e serviços. Requisitos de Qualificação Exigível Qualificação jurídica, não será exigida a apresentação de escritura pública, apenas o registo comercial. Qualificação económico- financeira, não será exigida apresentação de balanço patrimonial e demostrações contabilísticas, apenas informação contabilística fiscal Qualificação técnica deixa de ser exigida a elegibilidade de empresas que tenham um ano de actividade, devendo o perfil da empresa ser compatível com os encargos a serem suportados pelo concorrente e proporcional a natureza e dimensão do objecto da contratação. Não exigia INE Regularidade fiscal introduz a exigência de documento emitido pelo Instituto Nacional de Estatística que comprove que a empresa presta informação regular, estabelecida legalmente. 19 Júri O anterior regulamento não estabelecia. O novo regulamento clarifica a necessidade de fundamentar na avaliação: a classificação, desclassificação e recomendação de adjudicação, de acordo com a ordem de pontuação obtida pelos concorrentes. Critério de Menor Preço Avaliado O anterior regulamento estabelecia o critério de menor preço. O novo regulamento introduz o critério de menor preço avaliado em substituição do critério do menor preço e reforça a necessidade de observância da qualidade e da qualificação do concorrente. Na avaliação do preço devem ser levados em consideração as especificações técnicas e/ou termos de referência e requisitos de qualificação, estabelecidos nos documentos de concurso. Garantias O anterior regulamento aborda matéria referente as garantias de forma dispersa. O novo regulamento introduz uma secção específica relativa as garantias. Contrato O anterior regulamento não aborda. O novo regulamento introduz uma secção específica relativa aos contratos na generalidade e um capítulo relativo a gestão de contratos de empreitada de obras e fiscalização. Na elaboração da proposta, o concorrente deverá ter em conta que o contrato compreende a totalidade dos trabalhos, com base no preço proposto. O regulamento em vigor não aborda. Os preços cotados pelo concorrente não serão sujeitos a reajustamento durante a execução do contrato, excepto se estiver especificado no contrato. São introduzidos os conceitos de subcontratação e de cessão da posição contratual. 20 O anterior regulamento não aborda. Estabelece o prazo de pagamento a Contratada de 30 dias, após a entrega das respectivas facturas, as quais só podem ser emitidas pela contratada após o cumprimento dos trabalhos executados. Em caso de atraso no pagamento devidos pela entidade contratante, tem a contratada direito a juros de mora, nos termos definidos no contrato. Documento de concurso para empreitada de obras públicas O anterior regulamento não aborda. Devem estabelecer a exigência de certificação dos materiais e apresentação do controlo de qualidade das obras, feita pelo Laboratório de Engenharia de Moçambique, bem como a respectiva previsão financeira. Reclamações O anterior regulamento estabelecia o pagamento de caução como condição de aceitabilidade da reclamação. O novo Regulamento retira a exigência de pagamento de caução como condição de aceitabilidade da reclamação. Fonte: Autor com base em Regulamento (2016). 1.4 Princípios de Procurement Conceito de Princípios: são diretrizes que regulam e encaminham a aplicação de uma norma ou o exercício de uma actividade. Portanto dentro da contratação pública em termos de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviços como regimento administrativo, são aplicáveis aos seguintes princípios fundamentais a destacar: Legalidade – neste estabelece que a entidade contratante deve actuar em conformidade com alei, para tal os poderes não poderam ser usados para a prossecução de fins diferentes dos atribuídos por lei, a não observância para parte do contraente os acto são considerados inválidos dados assim aos concorrentes a dispor recursos a reclamação, 21 reclamação hierárquica ou recursos contenciosos com vista a contorno das decisões tomadas. Finalidade – refere o assegurar da contratação na implementação do regulamento com vista prossecução do interesse público no qualquer contrato a ser praticado pela entidade contratante. Razoabilidade – estabelece a observância sempre que necessário pelo bom senso e equilíbrio, na sua actuação com vista a prossecução de interesse público. Proporcionalidade – estatui a tomada de medida convenientes no assegurar com vista a prossecução de interesse público. Prossecução do interesse público- estabelece a observância do interesse público, desprotegido de prejuízos de interesses dos particulares protegidos por lei. Transparência – promover garantia de acesso a informações de todos actos relativos a contrataçãopública relativos aos documentos de concursos, anúncios de concursos e adjudicação, cancelamento e da invalidação do concurso que deve ser publicado de modo as pessoas singulares e colectivos quem pretendam contratar com o Estado. Publicidade – estabelece os mecanismos de tornar público recorrendo os meios adequados e previsto no regulamento e actos de realização de concurso, adjudicação, cancelamento e da invalidação e ademais actos de interesse públicos. Igualdade – estabelece tratamento de forma igual e condições igual pelo entidade contratante aos pessoas singulares ou colectivas que pretendam contratar com o Estado perante a lei. Concorrência – estatui o privilégio a realização de processo competitivo, propiciando condições e favoráveis a todos concorrentes interessados em contratar com o Estado. Imparcialidade – estabelecimento de garantia aos titulares os membros dos órgãos abstenham praticar ou praticar em actos administrativos que beneficie directa ou indirectamente a se ou seu cônjuges, parentes ou afim bem com outras entidades com as quais possa ter conflito de interesses nos termos da lei. 22 Boa-fé – observância de procedimento de contratação pública, em todas suas formas e fases, devem actual e relacionar-se de acordo com valores fundamentais do direito pela relevante em face das situações considerados e, termos especiais, confianças suscitadas na contra parte pela actuação em causa e objectivos a alcançar com actuação realizado. Estabilidade – estabelece a prática e observância dos princípios e regras previamente definidos nos regulamento, documentos de concursos e demais legislação sobre matéria aplicável. Motivação – garantia de todos actos praticados sejam justificados e tenham enquadramento legal, nas pessoas singulares ou colectivas do processo de contratação tem direito de conhecer as razões de facto e de direito que serviram de bases para tomada de decisão por parte de entidade contratante. Responsabilidade – estabelece a resposta de conduta dos seus funcionários ou agentes de que resultem danos a terceiros, nos termos da responsabilidade civil do Estado, sem prejuízo do direito regresso conforme as disposições de código cível; Boa gestão financeira – actuação em conformidade com os princípios da economicidade, eficácia e eficiência nos gastos dos recursos económicos e financeiros na contratação pública. Celeridade – garantia de processo de contratação seja célere e eficiente de modo que o concurso seja lançados e adjudicados dentro de prazos razoáveis de modo a assegurar a economia e eficácia na contratação pública. SUMÁRIO O procedimento de contração pública resulta das reformas que o governo moçambicano tem introduzido no Sector Público da Administração Pública particularmente no Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE) e subsistema do património do Estado. Porém estes regulamentos são aplicado somente na Administração Pública, directa e indirecta do Estado, representação no estrangeiro, autarquias locais e demais pessoas colectivas públicas. 23 Contudo as reformas e revogação introduzida na legislação visam conferir maior transparência e assegurar a efectiva implementação dos procedimentos de contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviços ao Estado. Os princípios do procurement ajuda aos envolvidos públicos da Administração Pública na observância escrupulosa de cada princípio que garante a prossecução de interesse colectivo e a economicidade da contratação de empreitadas e fornecimento de bens e serviços. EXERCÍCIOS 1. Qual a real razão da descentralização e desconcentração do procurement na Administração Pública moçambicana? 2. Os concursos de contratos públicos na jurisdição e realidade moçambicana não são aplicáveis nos consulados. a) Perante a afirmação da pergunta n.º 2 tome a posição e fundamente. 3. A contratação de empreitada de obras públicas ou privada e fornecimento de bens e prestação de serviços ocorre em qualquer unidade, para qual instituições do Estado se aplicava o Decreto nº 15 /2010 de 24 de Maio, Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro e se aplica o Decreto n.º 5/2016, de 8 de Março. Fundamente a exposição. 4. A quem diz que muitas das vezes os princípios atrapalham bastante no processo de procurement, discuta os posicionamentos dessas pessoas que acham assim. 5. O Sr. Francisco Trabalha no serviço Distrital de Planeamento e Infra-Estrutura de Quelimane, Técnico Profissional em Obra, no âmbito de melhoramento de infra-estrutura lançaram um concurso na qual pela sua área detinha o valor estimado da obra. Quatro (4) empresas entregaram os documentos de proposta técnica e financeira; por inerência uma das empresa concorrente o técnico é sócio e vendo o calibre das restante concorrentes tratou de tirar documentos e comunicou ao sócio para que fosse rectificar o valor da proposta do concurso e a produção de caderno custou a instituição 25000, 00Mts tratando de uma das concorrentes ele orquestrou a 24 equipa para no processo de levantamento não se pagasse ao custo inerente a produção de documentos. a) Diante de cenário, como perito em matéria qual seria os erros e acessória devia passar ao técnico em função da legislação vigente e que tipo de responsabilidade poderás instaurar numa situação de contencioso litigioso dos restantes concorrentes percebendo da situação. AUTO-AVALIAÇÃO Fazer os exercícios constantes na auto-avaliação. Entregar os exercícios: 2, 3 e 4; e Em 1/2 página faça uma síntese da unidade em estudo. 25 UNIDADE II PLANIFICAÇÃO E MODALIDADES DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS Introdução Nesta unidade pretende-se que os estudantes saibam a relevância de planificação para qualquer processo, neste caso por tratar de recursos públicos, a prossecução de interesse público o seu gasto deve ser acompanhado de princípios de economicidade tendo sempre presente a eficiência e eficácia na contratação de Empreitada de Obras Públicas e Fornecimento de Bens e Prestação de serviço ao Estado devendo ser um processo optimizador, associado ao facto de recursos serem escassos a razão da importância de planificações e criação de prioridade das necessidades em função da disponibilidade de fundo que garante a cobertura das actividades a serem levando acabo. Ao completar esta unidade / lição, o estudante deve ser capaz de: 2.1 Objectivos Explicar diferentes modalidades de contratação de Empreitada de Obras Públicas e Fornecimento de Bens e Prestação de serviço ao Estado; e Deter o conhecimento e relevância de planificação da contratação pública. 26 2.2 Planificação De acordo com os autores Mosley (1998) e Nelson et al., (2003), a planificação é entendida como: Processo de estabelecer objectivos ou metas, determinando a melhor maneira de atingi- las, estabelecendo assim o alicerce para as subsequentes funções de organizar, liderar e controlar, e por isso e considerado o função fundamental do administrador; e Respeito a decisões futuras, mas as implicações futuras de decisão. Os recursos de um país nunca são abundantes razão pela qual não devem ser usados indiscriminadamente, neste contexto há que optar na utilização dos recursos existentes e os resultantes da nossa produção e urgência na necessidade de definir prioridades, selecionando assim entre diversas alternativas os objectivos, políticas e programas de uma organização. Permite avaliar alternativas antes da tomada de decisões evitando assim, a má planificação que poderá trazer desastre, morosidade, esbanjamento de recursos e fornecimentos impróprios. 2.3 Modalidades de Contratações Públicas O dispositivo legal da contratação pública estabelece certos padrões diferenciado em função de concursos em diferentes conjunturas. Porém cada modalidade deconcurso determina o regime jurídico de contratação. O Decreto n.º 5/2016, de 8 de Março, decreto que aprova o regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado., estabelece no seu Art.º 5 três (3) regimes jurídicos para contratação pública, a destacar: Regime Geral - O Regime Geral para a contratação de empreitada de obras públicas, fornecimento de bens, prestação de serviços ao Estado e concessões é o Concurso Público; Regime Especial – estabelece que a Entidade Contratante pode adoptar normas distintas das definidas no Regulamento de Contratação pública moçambicana, para tal essa 27 adopção, deve ser previamente autorizada pelo Ministro que superintende a área das Finanças. Contudo esse regime resulta da: Contratação decorrente de tratado ou de outra forma de acordo internacional entre Moçambique e outro Estado ou organização internacional, que exija a adopção de regime específico; e Contratação realizada no âmbito de projectos financiados, total ou substancialmente, com recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral, quando a adopção de normas distintas conste, expressamente, como condição do respectivo acordo ou contrate. Regime Excepcional – surge Sempre que se mostre conveniente ao interesse público e estejam presentes os requisitos fixados no Regulamento, a Unidade Gestora Executora das Aquisições deve, fundamentando, propor à Autoridade Competente a aplicação de Regime Excepcional para contratação de empreitada de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviços ao Estado. Para tal a decisão a declara deve estar em consonância com os requisitos de contratação em Regime Excepcional e que determina a aplicação deste regime para contratação de empreitada de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviços devendo ser registada por escrito pela Autoridade Competente e regem-se, subsidiariamente, pelas normas do Concurso Público previstas no presente Regulamento. Este regime e aplicável destaca-se em: Concurso com Prévia Qualificação – aplica-se quando a natureza das aquisições é suficientemente complexa do ponto de vista de qualificações técnica e da onerosidade para justificar o uso de uma lista de potenciais concorrentes pré-qualificados; e são admitidos pessoas singulares ou colectivas nacionais ou estrangeiros que tenham sido qualificados em fase preliminar a apresentação das pospostas de com regulamento vigente. Concurso Limitado - restringe-se a participação das pessoas singulares, micro, pequenas e medias empresas, inscritas no Cadastro Único, cujo valor não ultrapassa prescrito no regulamento para caso empreitada de obras públicas 5000.000 Mts e bens e serviços 3,500,000 Mts. 28 Concurso em Duas Etapas - é aplicado quando a natureza das obras, bens ou serviços não permite que à entidade contratante defina previamente de forma precisa as especificações técnicas satisfatórias e adequadas ao questão objecto de contratação ou quando o interesse publico possa ser satisfeito de diversas maneiras e podem participar as pessoas singulares ou colectivas, nacional ou estrangeiros, porem ocorre em duas fase sendo a primeira oferecem se propostas técnicas inicial e na segunda proposta técnica definitiva acompanhada da proposta do preço, de acordo com regulamento. Concurso por Lances - esta modalidade de concurso restringe-se a bens e serviços de disponibilidade imediata. Na qual a disputa entre potencias concorrentes ou interessados é feita por meio de propostas de lances sucessivos em acto publico; Concurso de Pequena Dimensão - é uma forma simplificada dum processo de aquisições que foi concebido para ser usado quando os valores envolvidos são baixos e o objecto a ser contratado seja de pequena complexidade técnica é restrita para caso de indivíduos, e pequenas, médias e micro empresas. E esse tipo aplica-se nos seguintes casos: a) Obras públicas com valor de 15% do 5.000.000,00 Mts ou menos; e b) Bens e serviços com valor de 15% do 3.500.000,00 Mts ou menos. Concurso por Cotações - aplica-se provimentos de pequenos serviços envolvendo as micros, tendo as proposta por via de preço; e Ajuste Directo -Ajuste Directo é aplicável somente em circunstâncias excepcionais e condições de vantagem em relação ao procedimento competitivo e devidamente fundamentado pela Unidade Gestora Executora das Aquisições; porem estes procedimentos destacam-se em: a) Serviços que envolvam continuação de trabalhos anteriores já executados pelo mesmo consultor; b) Desenvolvimento do procedimento competitivo em prazo prejudicial ao interesse público; c) Serviços cujo preço estimado seja inferior a cinco por cento (5%) nos termos dos n.º 1 do artigo 69; e 29 d) Existência de apenas um (1) consultor qualificado ou com experiência relevante para a execução do serviço. SUMÁRIO Em síntese a planificação pode ser entendida como um processo contínuo que envolve as escolhas sobre caminhos alternativos de desenvolvimento e uso de recursos disponíveis com o fim de alcançar um objectivo ou meta particular num determinado espaço de tempo. As diferentes modalidades justifica-se em função do tipo de concurso sem prejuízo de interesse público. Para caso de regime especial é decorrente de tratados ou acordos internacionais entre Moçambique e outros Estados ou organismos internacionais, ou contratação realizada no âmbito de projectos financiados, com recursos provenientes de agências oficiais de cooperação ou organismo financeiro multinacionais, que exijam a adopção de regime específico. Para caso de Concurso com Prévia Qualificação é modalidade de contratação restrita e específica, na qual intervêm os concorrentes que tenham sido qualificados em fase preliminar à apresentação de suas propostas. Concurso de pequena dimensão é modalidade de contratação aplicável quando o valor estimado de contratação for inferior a quinze por cento (15%) do limite estabelecido no n.º 1 do artigo 69 e restrita à pessoas singulares, micro e pequenas empresas; Concurso em Duas Etapas com modalidade de contratação em que os concorrentes oferecem, na primeira fase, proposta técnica inicial e, na fase seguinte, proposta técnica definitiva e a proposta de preço; concurso por lances, é entendida como modalidade de contratação para aquisição de bens e serviços, na qual a disputa entre os interessados é feita por meio de propostas de lances sucessivos em acto público destinada a pessoas singulares e colectivas inscritas no Cadastro Único referido no artigo 41. Concurso Limitado: Modalidade de contratação baseada no valor definido no n.º 1 do artigo 69, destinado às pessoas singulares, micro, pequenas e médias empresas, inscritas no Cadastro Único referido no artigo 41, até a data definida para entrega de propostas e documentos de inscrição no 30 Cadastro Único; Concurso Público é: modalidade de contratação na qual pode participar todo e qualquer interessado, desde que reúna os requisitos estabelecidos nos Documentos de Concurso. EXERCÍCIOS 1. A delegação provincial da ANE Zambézia abriu concurso de uma construção de ponte, na qual não consta no PES (Plano Económico Social)/2016. Tendo em conta a planificação e regime jurídico. Discuta. 2. Que tipo de regime jurídico/ ou modaliudade de contrato é usado com maior realce no território mocambicana. 3. Para obra de grande Engenharia, como o caso de pontes, hospitais rurais, provinciais ou de referência que modalidade se aplica. 4. Distinga o concurso limitado da pequena dimensão 5. Que limite estabelece o curso público para obras públicas e bens e serviços. 6. Como se processa o concurso em Duas Etapas. 7. Um estrangeiro foi renegado a recepção das suas propostas financeiras noConcurso em Duas Etapas depois de ter acendido os cadernos de concurso a qual foi cobrado o custo de reprodução dos documentes por razão de ser estrangeiro. Tendo em conta os conhecimentos adquiridos quais os erros cometidos e que tipo de assessoria darias a este cidadão de nacionalidade americano. 8. No seu ponto de vista, achas necessário a existência de concurso por regime especial, se sim ou não, justifique a sua posição. 9. Que impacto advém da modalidade ou regime especial de contratação para nosso país, tomando em conta que as obras de custo avultados cujos financiamentos são assegurados com maior realce pelo governo Chinês. AUTO-AVALIAÇÃO Fazer os exercícios constantes na auto-avaliação; Entregar os exercícios: 1, 2,3,5,7 e 8; e Em 1 páginas faça um breve resumo da unidade em estudo. 31 UNIDADE III PROCEDIMENTOS E REQUISITOS DE CONTRATAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Introdução Nesta unidade pretende-se que os estudantes devem compreenderem os conteúdos de aplicação do regulamento de contratação pública, tendo em conta as várias etapas que devem ser seguidas pelos diferentes intervenientes, com deveres dos singulares desde a fase do concurso quanto na fase de execução do contrato em consonância com o Decreto n.º 5/2016, de 8 de Março, decreto que aprova o Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado. Ao completar esta unidade / lição, o estudante deve ser capaz de: 3.1 Objectivos Saber os critérios/ requisitos de avaliação, habilidade e decisão para contratação pública; e Mencionar os passos pragmáticos a serem seguidos na contratação pública. 3.2 Requisitos Gerais Esta habilitada a qualquer pessoa singular ou colectiva, nacional ou estrangeira, que satisfaz os critérios de elegibilidade definidos nos requisitos de contratação na administração pública é elegível a concorrer em concursos de aquisições do Estado. Portanto destacam-se: 32 3.3 Requisitos Específica da Elegibilidade para Contratação Concorrente Nacional - Para efeitos do presente regulamento, considera-se concorrente nacional: Pessoa singular que possua nacionalidade moçambicana e devidamente registada para o exercício de actividade económica; Pessoa colectiva que tenha sido constituída nos termos da legislação moçambicana e cujo capital social seja detido em mais de cinquenta por cento (50%) por pessoa singular moçambicana ou por pessoa colectiva moçambicana cujo capital social seja maioritariamente detido em mais de cinquenta por cento (50%) por pessoa singular ou colectiva moçambicana; e Pessoa singular ou colectiva registada em Moçambique, há mais de cinco (5) anos, com capital social maioritariamente estrangeiro. Concorrente Estrangeiro - O concorrente Estrangeiro deve atender às normas gerais fixadas no presente Regulamento, em legislação específica e nos Documentos de Concurso, mediante apresentação de documentos equivalentes aos exigidos à concorrentes nacionais, porem lhe é acrescido de: Ter procurador residente e domiciliado no País ou representante do concorrente no País, com poderes para receber notificação, intimação e responder administrativa e judicialmente pelos seus actos, juntando o instrumento de mandato ou equivalente com os documentos determinados no presente Regulamento; Comprovar a sua qualificação jurídica, económico-financeira, técnica e regularidade fiscal no país de origem; Comprovar a inexistência de pedidos de falência ou apresentar concordata ou documento equivalente no país de origem; e Proceder à entrega dos documentos escritos em língua portuguesa. Consórcio e Associação - É permitida a participação nos concursos, de concorrentes constituídos em consórcio e associação. Nos seguintes moldes: A participação dos membros em conjunto e não, isoladamente nem integrando no outro consórcio ou associação; 33 O nome e qualificação de cada membro integrante do consórcio e a indicação da participação de cada um deles; A indicação do membro representante do consórcio perante a entidade contratante, com poderes para assumir obrigações e para receber notificação e intimação em nome de todos os membros integrantes do consórcio; e A assunção de responsabilidade solidária dos membros integrantes do consórcio por todas as obrigações e actos do consórcio. Habilitados Exigidos aos Concorrentes para Apuramento da sua Proposta – para tal é necessário seguintes qualificações a destacam-se: Económico-financeira - afere-se pela apresentação dos seguintes documentos para singular, apresentação declaração periódica de rendimentos e para colectiva apresentação de declaração periódica de rendimentos; declaração de informação contabilística fiscal; e declaração de que não há pedido de falências; Jurídica/técnica - afere-se pela apresentação dos seguintes documentos como certidão emitida por pessoa de direito público ou privado, comprovativa do registo ou inscrição em actividade profissional compatível com o objecto da contratação, declaração comprovativa das instalações e equipamentos adequados e disponíveis para a execução do objecto da contratação, declaração equipa profissional e técnica disponível para execução do objecto da contratação, acompanhada dos respectivos currículos; declaração emitida por pessoa de direito público ou privado comprovativo de que o concorrente adquiriu experiência em actividades com características técnicas similares; certificado de habilitações literárias e profissionais dos responsáveis pela execução do objecto do contrato e exibição da Alvará ou documento equivalente; e Regularidade Fiscal - se pela apresentação dos seguintes documentos como certidão válida de quitação emitida pela administração fiscal; declaração válida emitida pela instituição responsável pelo sistema nacional de segurança social; e documento válido emitido pelo Instituto Nacional de Estatística que comprove que a empresa presta informação regular, nos termos da legislação estatística vigente. Porém para além do supracitado atras, os concorrentes que pretendem participar em contratações públicas deverão registar-se no Cadastro Único para poderem concorrer em contratações 34 públicas. A UFSA emite um certificado de registo às entidades no Cadastro Único, cuja validade é de um ano. 3.4 Critérios de Avaliação e Decisão A avaliação das propostas financeiras e técnicas dos concorrentes ou concursos somente deve ser feita com base nos critérios a seguir: Critério do Menor Preço Avaliado – consiste em propiciar a escolha das propostas que garantam os níveis de qualidade e de qualificação do concorrente necessário à realização do interesse público, de acordo com os Documentos de Concurso. Além do preço devem ser levados em consideração as especificações técnicas e/ou termos de referência e requisitos de qualificação, estabelecidos nos Documentos de Concurso. Porém a proposta devera ser aquele que apresentar o Menor Preço Avaliado, dos concorrentes apurados, que tenham observado as especificações técnicas e/ou termos de referência e requisitos de qualificação estabelecidos nos Documentos de Concurso. Critério Conjugado - este tipo a avaliação é baseado na conjugação das propostas técnica e preço é feita de acordo com os critérios de ponderação estabelecidos nos Documentos de Concurso. Contudo avaliação técnica deve ser definida por fórmula matemática que contemple, de forma objectivas, as variáveis definidas nos Documentos de Concurso. Para tal constitui factores da validação os seguintes: condições de pagamento; Cronograma de pagamentos; Prazo de entrega; Cronograma de entrega; Custos operacionais; Custo de transporte e seguro até ao local especificado; Eficiência e adequação do equipamento; Disponibilidade de peças de reposição e serviços de manutenção;Condições de garantia; Treinamento; segurança; Benefícios ambientais; a disponibilidade de equipamentos e qualificação da equipe técnica, nos casos em que represente vantagem para a Entidade Contratante e por ultimo ser titular de certificado válido do selo “Orgulho Moçambicano. Made in Mozambique. Solução em Caso de Empate - nas situações em que for adoptado o Critério de Menor Preço Avaliado e houver empate entre duas ou mais propostas, a classificação final deve ser apurada por sorteio em sessão pública. 35 3.5 Procedimentos de Contratação 3.5.1 Elaboração A UGEA verifica o plano de contratação e o respectivo cabimento orçamental, após dessa providencia os documentos para aprovação interna e posterior lançamento do concurso. A Elaboração depreende nos seguintes passos: A UGEA recebe uma solicitação do interessado a indicar a necessidade de contratação de obras, fornecimento de bens ou prestação de serviços, ou a própria UGEA identifica a necessidade de uma contratação. Ao encaminhar uma solicitação para a UGEA, o interessado deve; Indicar a necessidade e a finalidade pretendida; Apresentar as especificações das obras, bens ou serviços desejados; Indicar a estimativa da contratação (detalhada) e a respectiva previsão no orçamento; Indicar as exigências de qualificação que devem ser requeridas dos concorrentes; No caso em que a identificação da necessidade de contratação ser por iniciativa da própria UGEA estas informações são da sua própria responsabilidade; A UGEA analisa as informações recebidas, verifica o cabimento orçamenta; A UGEA providencia, Abertura do processo administrativo e numeração do processo administrativo; A elaboração do Documento de Concurso de acordo com o modelo padronizado que seja aplicável; e A preparação do respectivo Anúncio, de acordo com as exigências pertinentes. Após a emissão do documento de concurso e da elaboração do respectivo nnúncio a UGEA encaminha estes documentos para aprovação da Autoridade Competente (AC), propondo a autorização para a instauração do procedimento de contratação e lançamento do concurso. Na mensagem de encaminhamento para a AC, a UGEA deve solicitar a autorização expressa para os seguintes itens: Objecto; 36 Finalidade da aquisição (interesse público a ser atendido); Valor estimado; Cabimento no Orçamento; Modalidade de contratação a ser adoptada; Critério de avaliação e de decisão (Critério do Menor Preço ou Critério Conjugado), no caso de concurso público; Critério do Menor Preço (no caso de Concurso Limitado); Factores de avaliação, além do preço (quando for o caso); Cotação em moeda estrangeira (quando for o caso); e Solicitação da designação do Júri. A Autoridade Competente recebe a proposta de autorização para a instauração do procedimento de contratação e lançamento do concurso e, se estiver de acordo: Autoriza a instauração do procedimento de contratação e lançamento do concurso; Aprova o Documento de Concurso e o respectivo Anúncio; e Devolve o processo para a UGEA, para lançamento e acompanhamento do processo. 3.5.2 Lançamento do Concurso A UGEA, após receber a aprovação da AC deverá realizar os seguintes procedimentos administrativos: Providenciar a numeração do concurso; Providenciar a publicação do anúncio do concurso no jornal de maior circulação e/ou na Rádio (aplicável ao concurso); Providenciar a colocação de cópia do Anúncio na sede da Entidade Competente (EC), num local de acesso público; Providenciar um exemplar do documento de concurso para a consulta pública, desde a data da publicação do anúncio até a abertura das propostas; Em simultâneo com a publicação, deve colocar para venda ou distribuição os documentos de concurso; 37 Providenciar o envio de correspondência para todos os membros do júri e para o presidente, informando sobre a sua designação e a data, hora e local em que ocorrerá a sessão pública para recepção das propostas; Enviar uma cópia do anúncio para a UFSA; Informar a AC sobre eventuais impedimentos da AC ou do Júri; Informar a AC sobre os eventos ocorridos que possam ocasionar o cancelamento ou a invalidade do concurso; e Providenciar que toda a documentação esteja perfeitamente junta e numerada no respectivo processo. 3.5.3 Apresentação das Propostas pelos Concorrentes A UGEA deve observar com rigor, a data e o horário máximo que foi definido nos Documentos de Concurso e no Anúncio para a respectiva entrega. A UGEA deve elaborar uma lista dos concorrentes que entregaram propostas contendo: A ordem de entrega das propostas; A identificação do concurso; O nome e o endereço do concorrente; A data e a hora em que a proposta foi entregue. No acto da entrega da proposta deve ser entregue ao concorrente o comprovativo da sua recepção. Depois de terminado o prazo de entrega das propostas, a UGEA, deverá entregar para o Júri as propostas recebidas acompanhadas da respectiva lista de entrega. A partir deste momento a responsabilidade pelas propostas é assumida pelo Júri, com o apoio administrativo da UGEA. 3.5.4 Abertura das Propostas dos Concorrentes Júri, em posse das propostas recebidas, deverá abri-las publicamente no horário definido para o acto, na presença dos concorrentes e de outros interessados que desejarem assistir a sessão. O 38 representante do concorrente não é obrigado a assistir a sessão. O Júri deve preparar uma lista de presenças para registar a presença dos interessados. A sessão de abertura deve ser presidida pelo Júri. O júri deve estar presente com a maioria dos seus membros designados. A sessão de abertura deve observar o seguinte procedimento: A identificação do concurso; A leitura da lista dos concorrentes, pela ordem de recepção das propostas; e A abertura dos invólucros contendo os documentos de qualificação e as propostas. A leitura dos dados principais, nomeadamente: O nome dos concorrentes; Os preços cotados; A existência ou não de garantia provisória (quando exigida); A presença de propostas com variante (se tiverem sido permitidas nos Documentos de Concurso); A declaração de descontos oferecidos; A rúbrica pelos membros do Júri em todas as páginas dos documentos e das propostas apresentadas; e A elaboração e assinatura da acta pelos membros do Júri que estejam presentes na sessão e pelos concorrentes presentes. A acta deve ser elaborada e assinada na própria sessão. Na sessão de abertura das propostas não deve declarar-se a desclassificação das propostas visto a desclassificação é um acto de deliberação do Júri, que deve ser realizado em sessão reservada. 39 3.5.5 Avaliação das Propostas dos Concorrentes Logo após à sessão de abertura das propostas, o júri deve providenciar a remessa ao sector financeiro, dos originais das garantias provisórias para registo e arquivo. Uma cópia das garantias e do comprovativo da recepção pelo sector financeiro será junta no processo. A avaliação das propostas deve seguir estritamente os critérios e factores indicados previamente nos documentos de concurso (Art.º 73-6). Se o júri considerar necessário, poderá solicitar esclarecimentos aos concorrentes, por via do saneamento, de acordo com o ponto a seguir. As deliberações do júri devem ser registadas em acta. Se for necessário, o júri poderá solicitar o parecer de técnicos especializados na matéria. Para o efeito, o presidente do júri deve enviar a solicitação escrita para a AC. O técnico especializado emitirá o parecer com recomendação para o júri. Contudo, a deliberação é acto do júri. Durante a avaliação das propostas, e obrigação da UGEA prestar apoio administrativo ao júri. Para o efeito, a UGEA deve atender a todas as solicitações que forem feitas pelo mesmo. 3.5.6 Saneamento das Falhas/Erros nas Proposta Se o júri verificar que existem falhas e/ou omissõesde natureza formal, poderá autorizar o saneamento da falha e/ou omissão pelo concorrente. Para o efeito, o Júri deverá enviar uma notificação escrita para o concorrente, a indicar o prazo em que o concorrente deve fazer a correcção da falha ou do omitido. O prazo a indicar não pode ser inferior a dois dias úteis. São consideradas falhas e omissões sanáveis: A falta de apresentação de documentos (Art.º 74), pelo concorrente, cuja pré-existência possa ser confirmada pelo Júri, os quais, por engano ou esquecimento do concorrente, não foram juntos na proposta. São exemplos a falta de inclusão na proposta de cópia de certidões, diplomas e balanços previamente publicados na imprensa; e Erros de cálculo na proposta (Art.º 76-2). Neste caso, o Júri deve providenciar a correcção dos cálculos e deve informar a todos os concorrentes o novo cálculo. O 40 concorrente com erros a sanar deve obrigatoriamente manifestar-se sobre o novo cálculo. Não é permitido ao concorrente rectificar os preços, excepto no caso de enganos do Júri na correcção dos cálculos. Se o concorrente não aceitar a correcção, a sua proposta deve ser desclassificada e a sua garantia provisória (se houver) deve ser retida pela EC. Não podem ser sanadas as falhas e omissões relacionadas com preços que não foram cotados, bem como a falta de apresentação da garantia provisória, sendo tais actos nulos e de nenhum efeito. 3.5.7 Classificação e Recomendação do Júri Após o saneamento (se houver) o Júri deve promover a classificação e desclassificação das propostas, de acordo com o que está estabelecido nos Documentos de Concurso. Todas as decisões de desclassificação devem estar devidamente fundamentadas. O Júri deve preparar o Relatório de Avaliação das propostas, que deve conter no mínimo as seguintes informações: Os dados do concurso (número, modalidade e objecto); A fundamentação das decisões de classificação ou desclassificação; A recomendação de adjudicação; e A assinatura do Júri. 3.5.8 Adjudicação do Concurso O Júri deverá encaminhar o Relatório de Avaliação para decisão da AC, com a recomendação sobre a adjudicação do contrato, de acordo com o Critério de Decisão e com os factores que tenham sido indicados nos Documentos de Concurso. O Relatório de Avaliação, contendo a recomendação de adjudicação, deve ser enviado para a Decisão da AC através da UGEA. É responsabilidade da UGEA fazer o acompanhamento da situação do processo e zelar pelo cumprimento dos prazos. 41 AC deve examinar a documentação enviada pelo Júri e emitir o despacho de adjudicação. Se houver falhas que impeçam a adjudicação, os documentos serão devolvidos para o Júri fazer as correcções necessárias. A UGEA, após a decisão proferida pela AC, deve providenciar: A comunicação da adjudicação para todos os concorrentes, por escrito, no prazo não superior a dois dias úteis contados a partir da data do despacho de adjudicação; e A divulgação do resultado no quadro de avisos da EC e noutros órgãos de comunicação. 3.5.9 Contratação da Empresa Adjudicado Após a divulgação do resultado do concurso, a EC deverá notificar, no prazo de cinco dias uteis contados da adjudicação, ao concorrente vencedor para que apresente as certidões actualizada que eventualmente tenham caducado durante o concurso. Após apresentação das certidões actualizada, o concorrente vencedor é convidado novamente, para no prazo mínimo de dez dias e no máximo de trinta dias apresentar a garantia e para assinar o respectivo contrato. A UGEA deve analisar a documentação, propondo à AC a adjudicação. O contrato deve ser assinado de acordo com o modelo que constou do Documento de Concurso. A assinatura do contrato em condições diferentes dá origem à invalidade. A assinatura do contrato deve ser feita pelo representante da Entidade Contratante que tenha poderes legais para assumir obrigações em nome da Entidade Contratante, de acordo com as normas do órgão. Depois de devidamente assinado, no prazo de cinco dias, o Contrato de Adjudicação deve ser submetido ao Tribunal Administrativo, para efeitos de fiscalização prévia. 3.5.10 Supervisão e Fiscalização Com a assinatura do contrato, a EC deve: Designar a comissão, constituída por pelo menos dois membros, para recepção do objecto contratual, no caso do fornecimento de bens e prestação de serviços; e 42 A designação do fiscal responsável pela supervisão directa. 3.5.11 Recepção do Objecto Contratual O objecto do contrato deve ser objecto de recepção pela EC, de acordo com o seguinte: Recepção de Empreitadas de Obras Públicas: Provisoriamente - logo após a conclusão da obra, após a vistoria da EC sob o testemunho do fiscal; Definitivamente -findo o prazo máximo de garantia de um ano, após a nova vistoria de todos os trabalhos de empreitada. Recepção de Bens e Serviços: Logo após a recepção dos bens e serviços e a verificação de que os mesmos estão em conformidade com o contrato, no local de entrega ou da execução. 3.5.12 Guarda/ Arquivação dos Documentos É responsabilidade da UGEA o arquivamento e guarda dos documentos, sob supervisão do AC. Todos os documentos originais e os actos decisórios devem ser devidamente numerados e mantidos no respectivo processo administrativo para fins de fiscalização dos órgãos responsáveis pela fiscalização podendo ser interna como externa. Desta forma, é imprópria a circulação de documentos originais. Sempre que for necessária, a circulação deve ser feita por cópia e nunca por originais. De um modo geral, os procedimentos administrativos para o concurso geral podem ser resumidos no seguinte fluxograma: SUMÁRIO De forma geral toda e qualquer pessoa seja ela singular ou colectiva, nacional ou estrangeira, que tenha habilidade e satisfaz os critérios é elegível a concorrer em concursos de aquisições do 43 Estado; mas logo há que se verificar os requisitos específico face o proveniência do potencial concorrente nacional, estrangeiro e consórcios. Contudo para que uma empresa seja apurada deve reunir algumas qualificações tais como: Económico-financeira; Jurídica/Técnica e regularidade fiscal. Existe dois critérios da avaliação para equipa de jurados, Menor Preço Avaliado e neste caso, quando acontece empate recorre apuramento por sorteio em sessão pública por um lado, e por outro, critério de Preço Conjugado. Os procedimentos de contratação, são os passos seguidos pela ente público que pretenda fazer contratação de empreitada de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviços, começando pela verificação de plano de actividade e a sua cobertura orçamental seguindo restantes passos e também para parte dos concorrentes até a entrega do objecto de contrato pela concorrente/empresa ora adjudicado. EXERCÍCIOS 1. O que difere do requisito geral e específica face admissibilidade do concorrente ao concurso? 2. É ou não obrigatório a compra de caderno de encargo pela pessoa ou entidade que pretende concorre e porquê? 3. Quais são critério de avaliação dos concursos públicos. 4. Em caso de empate do critério de menor preço avaliado, quais são os mecanismos subsequentes? 5. Qual o critério que julga ser eficaz e justifica a sua escolha. 6. Em caso de subida de custo face ao objecto do concurso o que se faz para a empresa adjudicada/vencedora em relação ao ente público/órgão do Estado contratante, e se for antes da compra de cadernos de encargo qual é a postura da entendida contratante face a nova realidade 44 de preço do mercado. 7. Três empresas concorrerão uma obra e uma foi apurada as firmas não apuradas, inconformados requereram para verem os dossiers do concurso desde as propostas e relatório e no mesmo ofício solicitava falar com presidente de júri, o presidente não lhes recebeu e UGA não concedeu os respectivo documentos /dossiers todos fundamentando que a lei não lhespermitia. Discuta sobre o caso e qual o último recurso dos concorrentes, tomando em conta que o caso deu-se no Distrito. 8. Qual a razão da recepção das obras se proceder provisoriamente após a vistoria da Entidade Contratante e o testemunho do Fiscal? 9. Qual é importação da arquivação de documentos dos concursos públicos. 10. Qual prazo de reclamação que os concorrentes são dados após a recepção da carta de apuramento ou rectificação dos erros. 11. Quem propõe os membros de júri e quem os nomeia? 12. Quem é Autoridade Competente e de Recurso na jurisdição distrital ou nos distritos. 13. Quando é que fica acessível o valor do concurso ao público tendo em conta o período da aquisição de caderno de encargo e da adjudicação da obra? AUTO-AVALIAÇÃO Fazer os exercícios constantes na auto-avaliação; Entregar os exercícios: 2, 4,5,6,7,9,11e 13; e Em 1 página faça uma breve síntese da unidade em estudo. 45 UNIDADE IV CRIAÇÃO, PAPÉIS COMPETÊNCIAS DE ALGUNS ÓRGÃOS UFSA, JÚRI, AUTORIDADE COMPETENTE Introdução Nesta unidade pretende-se que os estudantes entendam sobre a criação de alguns órgãos, seus papéis e competências no âmbito da contratação pública na Administração Pública. Ao completar esta unidade / lição, o estudante deve ser capaz de: 4.1 Objectivos Mencionar papéis e composição de alguns órgãos no âmbito do procurement; Identificar competências de cada órgão; e Explicar alguns órgãos/figuras/ unidades aquém os cria ou nomeiam. 4.2 Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições (UFSA) 4.2.1 Criação da UFSA Pelo regulamento de contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 15 /2010, de 24 de Maio foi ajustado a Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições como órgão com competência de coordenação e supervisão de toda a actividade relacionada com a contratação pública, gestão do http://www.concursospublicos.gov.mz/index.php/sobre-o-ufsa/48-cria%C3%A7%C3%A3o-da-ufsa 46 sistema nacional centralizado de dados e informação e dos programas de capacitação em matéria de contratação. Na mesma vertente pelo Diploma Ministerial n.º 141/2006, de 05 de Setembro, a Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições, abreviadamente designada por UFSA, foi estabelecida na Direcção Nacional do Património do Estado. 4.2.2 O Papel/Competência da UFSA Constitui algumas das competência de órgão segundo alíneas do n.°1 do artigo 19 do Decreto n.º 5/2016, de 8 de Março, os seguintes: Coordenação e supervisão de toda a actividade relacionada com a contratação pública; Gestão do sistema nacional centralizado de dados e informação; e Programas de capacitação em matéria de contratação 4.2.3 Supervisão, de Normas e Contencioso No âmbito da coordenação da Supervisão, de Normas e Contencioso, compete à UFSA: Propor a aprovação de normas complementares, necessárias á aplicação do Regulamento; Emitir instruções e recomendações aos órgãos e instituições do Estado para aplicação do Regulamento; Prestar informações, esclarecimentos e dar parecer sobre a aplicação do Regulamento, sempre que lhe sejam solicitadas pelos órgãos e instituições do Estado; Propor ao Ministro que superintende a área das Finanças a emissão ou actualização dos modelos de Documentos de Concurso; e Propor modelos organizacionais para a função de contratação. 4.2.4 Cadastro, Estudos, Estatísticas e Informática / Internet No âmbito do cadastro, estudos, estatísticas e informática / internet, compete à UFSA: http://www.concursospublicos.gov.mz/index.php/sobre-o-ufsa/49-o-papel-miss%C3%A3o-da-ufsa http://www.concursospublicos.gov.mz/index.php/sobre-o-ufsa/51-supervis%C3%A3o,-de-normas-e-contencioso http://www.concursospublicos.gov.mz/index.php/sobre-o-ufsa/52-cadastro,-estudos,-estat%C3%ADsticas-e-inform%C3%A1tica-internet 47 Centralizar e gerir o sistema nacional de dados e informações sobre as contratações do Estado; Formular, criar e prover a manutenção e actualização do cadastro de empreiteiros de obras públicas, fornecedores de bens e de prestação de serviços e do cadastro de impedidos de participar nos concursos e contratações; Comparar os preços praticados nos contratos com os de mercado; Formular, criar e prover a manutenção e actualização de um catálogo contendo as especificações de bens e serviços; Analisar e propor sistemas de informação e a aplicação de tecnologias de informação e comunicações; e Realizar estudos quantitativos e qualitativos necessários à definição e implementação de políticas públicas. 4.2.5 Treinamento, Ética e Cooperação com o Controlo Interno e Externo No âmbito do Treinamento, Ética e Cooperação com o Controlo Interno e Externo, compete à UFSA: Elaborar e gerir o programa de capacitação em matéria de contratação; Propor requisitos para a carreira e mobilidade de comprador público, prover a certificação dos respectivos funcionários, propor requisitos e a política de promoções; Promover a ética e práticas transparentes; Estabelecer no âmbito das suas competências, mecanismos de cooperação com os órgãos de controlo interno e externo; Receber e analisar denúncias que lhe sejam apresentadas por qualquer pessoa sobre irregularidade; e Denunciar aos órgãos e autoridades competentes, as irregularidades apuradas no exercício das suas atribuições. http://www.concursospublicos.gov.mz/index.php/sobre-o-ufsa/53-treinamento,-%C3%A9tica-e-coopera%C3%A7%C3%A3o-com-o-controlo-interno-e-externo 48 4.3 Júri 4.3.1 A composição de Júri O Júri é composto por um mínimo de três (3) membros, qualificados na matéria objecto do concurso, dos quais pelo menos um (1) é funcionário ligado à Unidade Gestora Executora das Aquisições, constituído em cada concurso, antes da abertura das propostas até a conclusão do processo de avaliação, classificação, desclassificação e recomendação de Adjudicação. 4.3.2. Competência de Júri Constitui algumas das competências do júri segundo alíneas do n°1 do artigo 16 para alem disso as competências específicas se encontra no artigo 76 do Decreto n.º 5/2016, de 8 de Março a destacar: Receber da Entidade Contratante, as propostas dos concorrentes e proceder à sua abertura; Solicitar esclarecimentos aos concorrentes, em nome da Entidade Contratante, durante a avaliação das propostas; Propor à Entidade Contratante a consulta a técnicos e especialistas, quando necessário; Propor à Entidade Contratante a lista curta, nos concursos com Prévia Qualificação, em Duas Etapas e para a contratação de serviços de consultoria; Propor alterações nas propostas técnicas iniciais, no concurso em Duas Etapas; e Verificar os requisitos de qualificação dos concorrentes, avaliar, desclassificar, classificar as propostas e recomendar a Adjudicação. 4.4 Autoridade Competente Autoridade Competente: agente que representa a Entidade Contratante, formalmente designado, com poderes para praticar os actos relativos aos procedimentos de contratação definidos no Regulamento de contratação pública. 49 Do outro lado encontramos a Entidade Contratante que é órgão ou instituição do Estado que promove a abertura de concurso e celebra o contrato, representado pela Autoridade Competente. 4.4.1 Atribuições da Autoridade Competente Destacam algumas as atribuições da autoridade competente, em representação da Entidade Contratante, mediante proposta devidamente fundamentada da respectiva Unidade Gestora Executora das Aquisições: Indicar o interesse público específico a ser prosseguido; Definir de forma precisa, suficiente e clara, o objecto da contratação; Determinar a estimativa do preço da obra, bens ou serviços a contratar; Definir a modalidade de contratação a ser adoptada; Dispensar, nos termos previstos no presente Regulamento, os requisitos
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