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PEDAGOGIA DAS 
LUTAS E DAS 
ARTES MARCIAIS
E-book 2
Fábio Rodrigo Ferreira Gomes
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3
TRANSIÇÃO DAS LUTAS E ARTES 
MARCIAIS PARA O MUNDO 
MODERNO ����������������������������������������������������4
O berço das lutas e Artes Marciais modernas ����� 4
TROCA DO SENTIDO CULTURAL 
DAS ARTES MARCIAIS ������������������������������ 6
ARTES MARCIAIS (ESPORTES DE 
COMBATE) NOS JOGOS OLÍMPICOS �� 14
LUTA OLÍMPICA �����������������������������������������16
BOXE ��������������������������������������������������������������19
JUD��������������������������������������������������������������21
TAEKWONDO ���������������������������������������������24
CARATÊ ��������������������������������������������������������27
JIU-JITSU �����������������������������������������������������30
CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������� 33
SÍNTESE �������������������������������������������������������34
2
INTRODUÇÃO
Pode-se definir desde os primórdios a prática de 
luta de várias formas: desde a luta como diversão, 
passando pelo desporto até chegarmos à prática do 
confronto corporal para a guerra. Essa divisão não 
é algo estabelecido recentemente, mas já pontuado 
nas primeiras civilizações. Por exemplo, os Jogos 
Olímpicos eram tratados pelos gregos como um fes-
tival religioso, por outro lado existe registro de habili-
dades de guerras e armas na Epopeia de Gilgamesh, 
escrita no século 18 a.C. (REID; CROUCHER, 1983).
No entanto, as artes marciais com o foco em guerra 
perdem o sentido com a abertura de mercado no 
mundo, que se intensificou no século 19.
3
TRANSIÇÃO DAS LUTAS E 
ARTES MARCIAIS PARA O 
MUNDO MODERNO
O berço das lutas e Artes 
Marciais modernas
Quando as Artes Marciais primárias chegaram no 
oriente criaram raízes e houve um processo gradual 
de diversificação e, consequentemente, aperfeiçoa-
mento. Mas infelizmente existem poucos registros 
precisos em relação ao seu berço, o que é sabido, 
por meio de produções artísticas e literárias da Índia 
e da China, é que as artes marciais começaram a 
se desenvolver nesses locais por volta do século 
5 a.C., momento em que se iniciou a produção de 
espadas em grande escala na China, conforme es-
critos em relação às artes de 3 d.C. na China (REID; 
CROUCHER, 1983).
Vale destacar-se que, no que se refere à China, o 
historiador das artes marciais é delimitado por um 
problema metodológico, pois as técnicas de lutas e 
combate de guerreiros individuais eram diferentes 
de técnicas de combate militares, no sentido em 
que os artistas marciais individuais normalmente 
pertenciam às massas iletradas, de maneira que 
sua evolução apresenta poucos registros, indo de 
encontro ao que ocorria com a elite letrada (orga-
nizado no âmbito militar), bem como às técnicas 
4
dos camponeses serem consideradas não dignas 
de registro (SHAHAR, 2011).
A história das artes marciais a partir do século 3 d.C. pode 
ser observada pelo prisma do desenvolvimento paulatino 
das técnicas, tendo uma contribuição de uma base filosó-
fica geralmente pelo trilho da propagação do budismo.
Apesar do entendimento de que o Japão apresenta raízes 
nas lutas chinesas, existe grande controvérsia por causa 
do isolamento geográfico, causando pontos obscuros 
em relação à formação do povo nipônico. Outro fato 
é o idioma japonês que se difere das regiões vizinhas, 
levando a uma dificuldade da interpretação de textos 
(YAMASHIRO, 1993).
Yamashiro (1993) afirma ainda que, opostamente ao que 
se imagina, o povo nipônico não pertence ao tronco 
chinês. A maneira de viver primitiva, que veio a carac-
terizar os japoneses na atualidade, vem de uma época 
anterior ao seu contato com a China, diferenciando-os 
assim dos chineses em pontos básicos como: idioma, 
religião, padrões sociais e conceito de governo. O Japão 
passou por muito tempo tendo como pano de fundo 
político os samurais, e sua maneira de viver, e nesse bojo 
estavam incluídas muitas artes de guerra.
Apesar das artes marciais chinesas apresentarem grande 
impacto e disseminação por conta dos filmes, as artes 
marciais japonesas modernas, em especial o judô, ga-
nharam muito espaço no mundo, principalmente por 
conta dos Jogos Olímpicos. Inclusive pela própria visão 
do mundo moderno as artes marciais tiveram que se 
adaptar culturalmente à nova forma de viver no mundo.
5
TROCA DO SENTIDO 
CULTURAL DAS ARTES 
MARCIAIS
Por conta das necessidades do mundo moderno, as 
armas de fogo ou de destruição em massa e sua mo-
dernização passaram a fazer parte do comércio. Por 
essa razão, as práticas de luta perderam o sentido 
para o uso de guerras. Nesse sentido, percebe-se 
uma transição dessas artes para lutas modernas 
com o objetivo de defesa pessoal, caráter compe-
titivo e até com justificativas higiênicas (vida mais 
saudável e promoção da saúde).
O maior exemplo, ou mesmo cerne dessa mudança, 
é o Japão. Mesmo entendendo-se que foi um país 
com cultura mais isolada no oriente, que apresentou 
menor influência religiosa, de língua e modo de vida 
para os países ao seu redor, notadamente oposto à 
China ou mesmo à Índia, a ressignificação cultural 
apresentada pelas artes marciais japonesas acabou 
influenciando o mundo moderno, inclusive outras lu-
tas orientais. Especificamente, acabou-se o sentido 
bélico e a sobreposição de força, construindo-se um 
rumo instrutivo e de autoconhecimento por meio da 
prática de lutas.
Vários tipos de artes de combate foram praticados no 
Japão Feudal, ou Shogunato, época correspondente 
a uma ditadura conduzida pelos samurais – período 
aproximado de nove séculos, do final do século 9/10 
6
até século 19 –, finalizando-se com a Restauração Meiji 
– 1868 (YAMASHIRO, 1993).
As formas de combate herdadas de eras de conflitos 
antigos foram largamente aprimoradas. Esses mé-
todos de combate sem armas foram uma maneira 
engenhosa de se utilizar o corpo humano para o 
combate com a meta de conquistar o mesmo que em 
guerras com o uso de armas (RATTI; WESTBROOK, 
2006). Por outro lado, entende-se que havia uma 
relativa paz coagida por intermédio dos Tokugawa 
(samurais que controlavam o Japão).
Embora o período feudal no Japão tenha terminado 
oficialmente em 1868, esse processo teve seu início 
alguns anos antes, para ser mais preciso em julho 
de 1853, quando uma esquadra dos EUA, sob o co-
mando do Comodoro Matthew Calbraith Perry, chega 
ao porto de Uraga, impondo a abertura dos portos 
japoneses, desencadeando uma série de aconte-
cimentos que culminaram no fim do Xogunato e 
início de um processo de ocidentalização no país 
(YAMASHIRO, 1993). Com a ascensão da era Meiji, 
o período feudal foi extinto e começou o Estado mo-
derno no Japão, época em que é notada por grandes 
modificações sociais e culturais (SANTOS, 2012). 
Em meio a esse período nasce Jigoro Kano (28 de 
outubro de 1860), em Mikage (atual Kobe), filho de 
Sadako Kano, educadora de família nobre, produtora 
de saquê, e Jirosaku Mareshiba Kano, funcionário 
do governo e empresário, promotor ativo da mo-
dernização do Japão Meiji. Mudou-se com seu pai 
para Edo (atual Tóquio) logo após a morte de sua 
7
mãe (quando ele estava com 10 anos) e iniciou seu 
processo de formação acadêmica em contato com 
a cultura ocidental e a língua inglesa. Esta primeira 
fase educativa vivenciada por Jigoro Kano, além 
da educação clássica, foi sua primeira forte liga-
ção entre as influências culturais ocidentais com 
as tradições orientais, inclusive o estudo da língua 
inglesa (STEVENS, 2007).
Segundo Watson (2011), Jigoro Kano, concomitan-
temente ao tempo em que ingressa na universida-
de, começa a treinar jiu-jitsu em diferentes escolas 
(estilos) com Hachinosuke Fukuda e Masamoto Isso 
(da escola ryu Tenjin Shinyo), Tsunetoshi Iikubo (da 
escola ryu Kito) e com Sekiguchi Jushin (da escola 
ryu Sekiguchi). Na época, por causa do histórico das 
artes marciais
e o passado recente do Japão, ocor-
reu um desinteresse pela prática dessas atividades, 
entendendo-as como ultrapassadas, de forma que 
começaram a perder a notoriedade, em especial os 
métodos de luta que não utilizavam armas. Por outro 
lado, Jigoro Kano, como praticante de artes marciais, 
gozava de vários benefícios, no que tange a aptidão 
física, na performance acadêmica na universida-
de (pós-graduação em filosofia) e possivelmente a 
partir daí forjou princípios filosóficos relacionados 
à prática de luta em que havia valores que poderiam 
perdurar e que auxiliavam na formação do indivíduo. 
Mas, para tanto, havia a necessidade de uma modi-
ficação na maneira de observar as artes marciais.
Assim, vale ressaltar-se as palavras de Kano apud 
(WATSON, 2011, p.51):
8
[...] a maioria das técnicas de jiu-jitsu fo-
ram criadas somente para mutilar ou matar 
um inimigo, não trazem de forma alguma 
nada de positivo moral, intelectual e nem 
fisicamente. No entanto, conclui depois de 
modificações que muitas dessas mesmas 
técnicas de jiu-jitsu poderiam ser executa-
das de maneiras menos perigosas; poderiam 
ter uma natureza prática para o cotidiano da 
vida moderna, ter valor como exercício físico 
e ajudar no desenvolvimento das faculdades 
mentais.
Nesse sentido, Kano enfatizou determinados objetos 
de cunho educativo voltados ao desenvolvimento do 
caráter e da personalidade do homem, modificando 
as técnicas medievais de jiu-jitsu e mudando o nome 
desta síntese metodológica para judô.
Inicialmente, a prática do jiu-jitsu, mesmo com as 
modificações, rcebiam um olhar de descrédito ao 
apresentar-se. Dessa forma, Kano manteve o termo 
ju (suavidade com flexibilidade) e resolveu trocar o 
termo jutsu (método, arte ou técnica) para do (ca-
minho para viver a vida).
9
 
Figura 1: Judô (kanji) e Jiu jitsu, jujútsu (kanji). Fonte: Wikimedia�
Figura 2: Judô (kanji) e Jiu jitsu, jujútsu (kanji). Fonte: Wikimedia�
Na realidade, a palavra judô já era utilizada por mes-
tres antigos de jiu-jitsu nomeando um estilo ou es-
cola, assim, ao se reportar à escola que criou em 
10
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?search=judo&title=Special:Search&go=Go&ns0=1&ns6=1&ns12=1&ns14=1&ns100=1&ns106=1#/media/File:Judo.svg
https://www.wikimedia.org 
https://www.wikimedia.org 
1882, utilizava o termo judo kodokan, significando 
“escola do estudo do caminho” (KANO, 2008a). O 
Judô Kodokan de Kano era baseado em três pontos 
fundamentais nomeados shugi (cuidado e fortale-
cimento do corpo pela educação física), iku (de-
senvolvimento moral e ético) e san (aquisição de 
conhecimento), para ser mais preciso, o desenvol-
vimento físico, moral e intelectual.
SAIBA MAIS
Qual a diferença entre Jiu-jitsu, Ju-jitsu e 
ju-jutsu?
Acesse o link a seguir e confira um vídeo explica-
tivo: https://youtu.be/y7Ff_plbojw
O shugi refere-se à prática da luta como exercício 
físico, não visando somente o combate, mas a gi-
nástica realizada dentro da aula, de maneira que 
um corpo mais forte fica mais disposto e disponível 
outras tarefas da vida diária. Segundo Kano (2008b), 
ainda que o combate seja a essência da prática do 
jiu-jitsu, o treinamento mental e a educação físi-
ca estiveram sempre entre seus princípios, o que 
transformou o jiu-jitsu, de certa forma, em um tipo 
de educação física.
O iku é entendido no modo de se relacionar com as 
pessoas e com o mundo, durante o treino, em que o 
seu oponente empresta seu corpo para troca de téc-
nicas e concomitantemente ocorre o respeito para 
manter a integridade do oponente, pois é preciso 
11
https://youtu.be/y7Ff_plbojw
ter o outro para treinar. Existe o objetivo de vencer 
ou dominar o outro, mas mantendo a integridade 
física dele. Inclusive, é muito comum utilizar os di-
zeres onegai shimassu (por favor), convidando seu 
parceiro para treinar.
Na verdade, essas mudanças eram bem nítidas, 
pois, ao criar o judô kodokan, Kano realizou altera-
ções técnicas significativas: a retirada de golpes e 
exercícios que pudessem ser lesivos, o aperfeiçoa-
mento das pegadas (kumi kata) que proporcionam 
maior controle na aplicação dos golpes de projeção 
e orientação da queda do sujeito projetado, evitando 
lesões, o aperfeiçoamento das técnicas de amor-
tecimento de quedas (ukemis), pelo mesmo motivo 
(proteger o praticante), a criação de uma organiza-
ção hierárquica de graduação (kyu – Dan) e a elabo-
ração de diversos katas – formas pré-estabelecidas 
de execução de golpes, as quais são combinadas e 
ensaiadas pelos praticantes (SANTOS, 2012).
E também o san, referindo-se ao ato de estudar den-
tro e fora dos treinos de artes marciais, produzindo 
pessoas melhores e em constante evolução, sempre 
enfatizando o hábito da leitura para complementar 
as aulas, não obrigatoriamente de artes marciais, 
mas como uma maneira de auxiliar na atenção e 
concentração (WATSON, 2011).
Podcast 1 
12
Após a criação e o grande crescimento do judô, ou-
tras artes marciais modificaram seus princípios e 
fundamentos, seguidamente alterando o sufixo jutsu 
para do, exemplos: kenjutsu / kendo; aikijujutsu / 
aikido, estes termos têm sido utilizados desde então.
Assim, o termo do, que é traduzido como caminho 
de “ver, entender ou de motivar o comportamento no 
sentido filosófico ou religioso” (RATTI; WESTBROOK, 
2006), pode também apresentar muitos significados 
por trás dos traços do kanji (ideogramas utilizados 
como escrita no oriente), por exemplo, doutrina ou 
caminhar com consciência. Pode-se afirmar que o 
termo do é estreitamente relacionado ao código de 
ética dos samurais (budo ou bushido) e nesse pon-
to enxerga-se a diferença para o conjunto de artes 
marciais japonesas (bujutsu), tal e qual a ritualística 
para o processo educativo de forma integrativa e 
sutil. O budo refere-se também, portanto, à ética 
– entendido como o grupo de regras e códigos do 
guerreiro japonês (bushi), ou do homem japonês 
lutador (bujin). Outrossim, budo pode ser as normas 
que determinada classe assegurava seguir, em um 
esforço para exercer certos ditos morais e integrar 
cada guerreiro no sistema como uma pessoa estável, 
madura e confiável (RATTI; WESTBROOK, 2006). Tais 
códigos originalmente eram passados oralmente de 
um guerreiro mestre para seu discípulo.
Hoje, não apenas o termo do, mas muitos dos prin-
cípios acima citados, foram incorporados em outras 
modalidades de lutas, nipônicas ou não, já que o pro-
pósito de Jigoro Kano estava à frente do seu tempo.
13
ARTES MARCIAIS 
(ESPORTES DE COMBATE) 
NOS JOGOS OLÍMPICOS
Concomitantemente às artes marciais, algumas lu-
tas foram criadas especificamente para competição, 
nesse sentido para apresentar o cenário atual vale 
ressaltar sua história.
A Luta e a maratona são os esportes mais antigos 
de que se tem registro. Apesar de não apresentar 
uma data precisa, especula-se que a luta começou a 
ser praticada no Período Micênico da Grécia Antiga. 
No início, os atletas lutavam nus e seus músculos 
delineados representavam o equilíbrio entre corpo e 
mente. Acredita-se, por meio de registros e imagens 
datados do ano 2000 a.C., que as lutas se davam 
com movimentos similares aos utilizados nos dias de 
hoje. A expansão territorial causada pelos romanos 
é apontada como uma das causas de propagação 
da luta. Em literaturas antigas de povos árabes e 
orientais apresentam-se registros de práticas pare-
cidas ao esporte (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA 
DE WRESTLING, 2020).
A luta começou nos Jogos Olímpicos da era antiga 
no ano de 704 a.C. Em registros em escritos e es-
culturas deste período os atletas lutavam nus com o 
corpo besuntado de uma mistura de azeite de oliva 
e terra. O objetivo da luta era derrubar o oponente 
três vezes. A pontuação era considerada quando o 
14
oponente tocava as costas, ombro ou o tórax no solo 
(sem limite de tempo). Ainda era feita uma divisão 
de faixa etária, entre rapazes e adultos.
Figura 3: Registro de lutas antigas. Fonte:
Wikimedia.
Com o controle do Império Romano em relação aos 
gregos e após o fim dos Jogos Olímpicos, a luta se 
perpetuou na cultura romana, atravessando séculos. 
Fato esse que explica o termo greco-romano a um 
dos estilos da luta olímpica. Os Jogos Olímpicos 
da Antiguidade foram assolados por ordem do 
Imperador Teodósio, em 393 d.C., mas, por conta 
da extensão do Império Romano, separado em oci-
dente e oriente, a disseminação da luta estava mais 
do que garantida.
15
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?title=Special:Search&limit=100&offset=0&ns0=1&ns6=1&ns12=1&ns14=1&ns100=1&ns106=1&search=wrestling&advancedSearch-current=%7b%7d#/media/File:Cylinder_seal_and_modern_impression-_heroes_wrestling_rampant_animals_MET_241184.jpg
https://www.wikimedia.org 
LUTA OLÍMPICA
Em 1896, os Jogos Olímpicos da Era Moderna foram 
reiniciados pelo Barão de Coubertin. A luta olímpica 
representava uma espécie de ponte entre passado 
e presente e a edição seguinte marcou a única au-
sência da modalidade no calendário olímpico. Em 
1904, nos Jogos de Saint Louis, pela primeira vez foi 
disputado o estilo livre e participaram apenas atle-
tas americanos. Foi a primeira vez que aos atletas 
foi atribuído categorias com critério de peso. Já na 
edição de 1908, em Londres, os dois estilos (livre 
e greco-romana) passaram a compor os jogos e 
continuam até os dias atuais (COLLI, 2004).
As divisões de categoria de peso foram ajustadas 
conforme o tempo passou. Nos Jogos Olímpicos 
de Munique de 1972 foi estabelecido o número de 
10 categorias para cada estilo. Já em Sydney 2000, 
o número diminuiu para 8 categorias de peso por 
estilo�
16
Figura 4: Luta Olímpica. Fonte: Wikimedia.
Os Jogos Olímpicos de Atenas marcaram a partici-
pação das mulheres no esporte, inicialmente apenas 
quatro categorias olímpicas, enquanto os estilos 
masculinos tinham sete cada. Nos Jogos Olímpicos 
do Rio, em 2016, as categorias foram equiparadas. 
Dessa forma, hoje ocorre o estilo livre masculino, 
estilo greco-romano e luta feminina, com seis cate-
gorias cada, totalizando assim 72 medalhas distribu-
ídas nas Olimpíadas (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA 
DE WRESTLING, 2020).
A luta, independentemente do estilo, ocorre em um 
círculo, onde a área de luta tem sete metros de di-
âmetro e é acrescentado mais um círculo entre 7 e 
17
https://www.wikimedia.org 
8 metros como zona passiva. A área oficial ainda 
conta com mais 1,5 metro de área de segurança. 
Ambos os lutadores usam um uniforme chamado 
de malha de luta, visualmente similar aos macaqui-
nhos de triátlon, sendo que um atleta utiliza azul e 
o outro vermelho.
São realizados 3 rounds de 2 minutos, em que o 
objetivo é colocar o oponente de costas no solo, 
chamado encostamento, além de outras pontuações 
como derrubar (de 3 a 5 pontos), empurrar para fora 
da área de combate (1 ponto), pegar o adversário 
pelas costas (1 ponto), expor, que quer dizer colocar 
o oponente parcialmente com as costas no solo (2 
pontos). O estilo greco-romana não pode atacar as 
pernas do adversário.
18
BOXE
Podemos dizer que o pugilismo ou pugilato prece-
deu o boxe. O primeiro registro do pugilismo foi no 
Egito, em torno de 3000 a.C. Os lutadores praticavam 
nus e o evento fez parte de festas relacionadas ao 
rei. Outro registro foi em 688 a.C., pois o pugilato 
tornou-se modalidade olímpica na referida edição 
dos Jogos Olímpicos da Antiguidade em Olímpia, 
na Grécia.
Após sua incorporação nos Jogos Olímpicos da 
Antiguidade, há mais de 2.600 anos, a arte perma-
nece no programa olímpico, seja como pugilato ou 
boxe.
O boxe, efetivamente como se conhece hoje, foi ela-
borado pelo Barão de Queenberry, em 1867, com a 
regulamentação de regras. A primeira competição de 
Boxe nos Jogos Olímpicos da era moderna ocorreu 
na edição de 1904, em St-Louis (EUA), abrangendo 
sete categorias de peso.
19
Figura 5: Boxe Olímpico. Fonte: Wikimedia.
O ringue de boxe é quadrado e deve ter entre 4, 7 e 9 
metros por lado, possui quatro cordas, com diâmetro 
entre 3 e 5 centímetros cada, as quais devem estar 
presas nos 4 postes a 41, 71, 102 e 132 centímetros 
de altura, a contar do solo do ringue. No boxe olím-
pico é obrigatório o protetor de cabeça.
O objetivo de um pugilista é acertar o maior número 
de golpes no seu oponente e se defender para não 
ser acertado. Vence o pugilista que somar o maior 
número de golpes perfeitos ao final do último round 
(4 no máximo) ou produzir o nocaute do oponente.
20
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?search=boxe&title=Special:Search&go=Go&ns0=1&ns6=1&ns12=1&ns14=1&ns100=1&ns106=1#/media/File:Prata_no_Boxe_(22070120785).jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a3/Olanda_Anderson
JUDÔ
O judô foi concebido pelo professor Jigoro Kano em 
1882, reconhecido como o pai da educação integral 
no Japão, dispondo de técnicas de vários estilos 
de Ju-Jitsu e acrescentando uma nova concepção 
de luta, como explicado anteriormente. Segundo 
Deliberador (1996), o professor Jigoro Kano criou o 
Judô com o objetivo de eliminar contusões, man-
tendo valores do Ju-Jitsu e acrescentando outros 
como o respeito e a preservação do adversário. O 
professor Jigoro Kano é ainda muito respeitado e 
reverenciado pelos praticantes de Judô e esportis-
tas que conhecem sua história, tanto é que é dado 
continuidade à sua obra, buscando conservar-se os 
mesmos princípios básicos de disciplina e respeito.
O judô foi uma forma de mostrar para o mundo a 
cultura japonesa, entendendo a nova etapa pela qual 
passava o Japão, Jigoro Kano, que teve uma forma-
ção acadêmica ocidentalizada, entendia que o Judô 
deveria ser praticado no mundo todo, dessa forma 
enviou seus discípulos por todo o planeta. Por conta 
dessa formação diplomática, e construindo o judô 
como uma modalidade esportiva, Jigoro Kano se 
tornou membro do Comitê Olímpico Internacional.
21
SAIBA MAIS
Conheça um pouco mais sobre o talento e Jigoro 
Kano...
https://www.youtube.com/
watch?v=Aafax-2q_Vk&t=224s
O judô foi a primeira modalidade de luta oriental a 
integrar os Jogos Olímpicos. Foi incluído inicial-
mente nos Jogos Olímpicos na edição de Tóquio, 
em 1964, como demonstração, e retornou aos Jogos 
Olímpicos como modalidade oficial após duas edi-
ções, especificamente em Munique, 1972, sendo 
disputada até os dias atuais.
Segundo Yamashita et al (1994), as técnicas do judô 
podem ser classificadas em dois tipos: de projeção 
(nague-waza) e de domínio (katame-waza), ambas 
ocorrem no combate, de maneira que a luta tem seu 
início em pé, cujo objetivo é projetar o oponente de 
costas no solo. Em relação à pontuação, pode acon-
tecer a pontuação máxima (ippon – caso o atleta 
conquiste o ippon a luta é finalizada) e também pon-
tuações intermediárias, de maneira que se pode dar 
continuidade à luta, tentando imobilizar o oponente 
ou finalizá-lo com estrangulamento ou chave na 
articulação no cotovelo.
A área oficial de combate de Judô tem 10m x 10 
m, com uma área de segurança de pelo menos 2 
metros em volta do quadrado. Para diferenciar os 
22
https://www.youtube.com/watch?v=Aafax-2q_Vk&t=224s
https://www.youtube.com/watch?v=Aafax-2q_Vk&t=224s
judocas, um utiliza o quimono azul e o outro o qui-
mono branco�
Figura 6: Judô. Fonte: Wikimedia.
O judô é considerado uma das lutas mais pratica-
das no mundo, por dois fatores: o primeiro é seu 
cunho educacional e formativo, por exemplo, no 
Brasil, muitas crianças iniciam a prática da moda-
lidade na escola, principalmente no Ensino Infantil 
e Fundamental; o segundo está relacionado à sua 
inclusão nos Jogos Olímpicos, assim vários clubes 
oferecem a modalidade.
23
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?sort=relevance&search=judo&title=Special:Search&profile=advanced&fulltext=1&advancedSearch-current=%7b%7d&ns0=1&ns6=1&ns12=1&ns14=1&ns100=1&ns106=1#/media/File:Yuta_Galarreta_y_la_medalla_de_bronce_en_Judo_-90_k.jpg
TAEKWONDO
Em meio à Guerra Russo-Japonesa,
por volta de 
1904, o Japão exige um arranjo com a Coreia para 
firmar um convênio coreano-japonês e torna-se res-
ponsável por assuntos políticos, econômicos, diplo-
máticos, militares e educativos, proibindo todo tipo 
de manifestação nacional coreana (RIOS, 2005).
Um bom tempo depois, após a Segunda Guerra 
Mundial, ocorreu o fim da clandestinidade das lu-
tas nacionais coreanas. Por conta dos duelos entre 
praticantes de caratê e coreanos, várias escolas de 
artes marciais foram concebidas. Segundo Kim e 
Silva (2000), o General Choi Hong se destacou em 
confrontos pela introdução de técnicas do caratê no 
Tekyon (luta antiga coreana).
Assim, o General Choi Hong Hi reestruturou o sen-
tido filosófico da luta que praticava e nomeou-a de 
taekwondo, em 1955. Após muitas reformulações 
políticas no âmbito das federações de taekwondo, 
em 28 de maio de 1973 fundou-se na Coreia do Sul 
a World Taekwondo Federation (WTF).
24
Figura 7: Taekwondo. Fonte: Pixabay. 
O taekwondo, na década de 1960, passou por diver-
sas transformações e assim foi divulgado. Segundo 
Kim e Silva (2000), em 1967 a diretoria que assumiu 
a Associação Coreana de Taekwondo mudou a di-
reção que vinha sendo dada à luta, de disciplina e 
defesa pessoal, e passa a se preocupar em inserir 
25
https://pixabay.com/pt/photos/taekwondo-esporte-concorr%C3%AAncia-78119/
https://pixabay.com/pt/photos/taekwondo-esporte-concorr%C3%AAncia-78119/
o taekwondo no sistema esportivo. Nesse sentido, 
a diretoria que assumiu a Associação Coreana de 
taekwondo em 1967 optou por trabalhar para que o 
taekwondo fosse disseminado pelo mundo por meio 
da competição, e após 20 anos, mais precisamente 
em 1988, foi que o taekwondo conseguiu se tornar 
esporte olímpico, fazendo parte de um grupo restrito 
e de um forte esquema comercial (LEE; MERGULHÃO 
FILHO, 1978), coincidentemente, os Jogos Olímpicos 
de 1988 foram realizados em Seul, Coréia do Sul.
O taekwondo foi integrado ao programa dos Jogos 
Olímpicos apenas em Sydney 2000. Em Seul, 1988, e 
Barcelona, 1992, o taekwondo participou em caráter 
demonstrativo, não contando para o quadro de me-
dalhas (COI, 2020).
SAIBA MAIS
Para maiores detalhes em relação à esporti-
vização do taekwondo vale a leitura do artigo 
abaixo: https://www.revistas.ufg.br/fef/article/
view/16062
Em relação ao aspecto competitivo, os atletas de ta-
ekwondo têm o objetivo de golpear seus adversários 
com os pés e mãos para marcar pontos ou nocauteá-
-los. Para tanto, os chutes podem acertar qualquer 
parte do corpo acima da cintura e que esteja com 
protetor e os socos, por outro lado, só podem atingir 
o peito do oponente. Em relação ao tempo de luta e 
pontuação, são três rounds de dois minutos cada 
(intervalo de um minuto entre os rounds), se após 
os três rounds persistir o empate ocorre um round 
adicional e o primeiro atleta a marcar ponto vence.
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https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/16062
https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/16062
CARATÊ
O caratê é uma prática desportiva baseada em sis-
temas de defesa pessoal característicos de Okinawa 
(ilha ao sul do Japão), que teve o seu desenvolvi-
mento no século 17 e se espalhou pelo Japão após 
a anexação formal de Okinawa, em 1879.
A tradução de caratê é “mãos vazias”. Além de ser 
um ótimo método de autodefesa, também é um meio 
de prática de exercício físico. Seu treinamento auxilia 
no desenvolvimento de força, velocidade e coorde-
nação motora.
Em Okinawa, os sistemas nativos eram chamados 
de Okinawa-te, e tais lutas sem uso de armas foram 
desenvolvidas em sigilo por muito tempo, devido à 
influência dos fidalgos japoneses que conquistaram 
a ilha, que proibiam os seus súditos de portarem 
armas. Tal proibição levou muitas pessoas a praticar 
métodos de combate sem armas, em segredo, pois 
também eram consideradas patrimônio de família 
(STEVENS, 2007).
O caratê moderno surgiu na época em que o mes-
tre Gichin Funakoshi, no momento que era líder da 
Sociedade Okinawa de Artes Marciais (conhecida 
como Okinawa-te), foi solicitado pelo Ministério da 
Educação do Japão, em maio de 1922, a conduzir 
apresentações de caratê em Tóquio, anteriormente 
Funakoshi havia feito apresentações em Kyoto. A 
nova arte foi recebida e introduzida gradativamente 
27
em várias universidades, momento que começou 
a crescer�
Devido ao fato do caratê ter sido praticado de ma-
neira secreta no passado, muitas escolas ou estilos 
(Ryus) foram desenvolvidos. Hoje existem inúme-
ras escolas no Japão, sendo as mais conhecidas: 
Shotokan, Goju-Ryu, Shito-Ryu e Wado-Ryu.
Podcast 2 
Mais recentemente, têm sido formuladas regras de 
combate para se evitar ferimentos graves, com o 
objetivo de introduzir o caratê como um esporte 
competitivo. Nos torneios, todos os golpes, mesmo 
fortemente focalizados, devem apresentar controle 
antes do contato�
O caratê tem se espalhado rapidamente, não apenas 
entre as gerações mais novas, como um esporte 
para melhorar a força, mas tem se tornado um meio 
popular de exercício para homens e mulheres de 
meia-idade para manter a forma. Ele irá estrear no 
ano de 2020 nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
28
Figura 8: Caratê. Fonte: Wikimedia.
Nos Jogos Olímpicos, o modo competitivo do caratê 
será o kumitê, a vitória é atribuída ao lutador que 
somar mais pontos, que está relacionado ao grau de 
dificuldade dos golpes. Se um dos competidores abrir 
oito pontos de vantagem sobre o oponente durante 
a luta, ele será decretado vencedor. Em caso de 
empate na pontuação ao final da luta, será realiza-
da uma prorrogação de um minuto, e a vitória será 
atribuída ao lutador que marcar o primeiro ponto. 
Mas, se persistir empate, será responsabilidade da 
arbitragem decidir o ganhador do confronto.
A pontuação é da seguinte maneira: ippon vale um 
ponto, é quando o atleta disfere um soco no abdômen 
ou no rosto do adversário: já chute no abdômen vale 
dois pontos e chama-se de nihon e sanbon é quando 
o lutador acerta um chute no rosto, somando assim 
três pontos.
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https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e1/Karate_at_the_2017_Islamic_Solidarity_Games_9.jpg/800px-Karate_at_the_2017_Islamic_Solidarity_Games_9.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e1/Karate_at_the_2017_Islamic_Solidarity_Games_9.jpg/800px-Karate_at_the_2017_Islamic_Solidarity_Games_9.jpg
JIU-JITSU
Inicialmente vale ressaltar-se que a escolha do jiu-
-jitsu incorporado a este material acadêmico está 
relacionada à intimidade da arte marcial com o 
Brasil, pois foi em solo brasileiro que ocorreu uma 
modificação técnica e o processo de esportiviza-
ção independentemente do judô. Existem algumas 
linhas contemporâneas da chegada ao jiu-jitsu ao 
Brasil. Mas aqui focaremos na principal história que 
culminou no Brazilian jiu-jitsu�
Essa é a história de Conde Koma (Mitsuyo Maeda), 
membro da escola de judô Kodokan que sobrevivia 
na América com desafios de combate intermodalida-
des. Ele fixou residência em Belém do Pará. Em 1921, 
Koma criou sua primeira academia de Judô no Brasil, 
no Clube do Remo, no entanto a escola foi se trans-
ferindo para vários locais – Corpo de Bombeiros e 
Igreja Nossa Senhora Aparecida (VIRGÍLIO, 2002). 
Em dado momento, ensinou a arte ao filho de Gastão 
Gracie, Carlos, que posteriormente transmitiu seus 
ensinamentos ao seu irmão mais novo, Hélio, que 
é considerado o pai do jiu-jitsu brasileiro, pois foi 
quem ajustou o repertório técnico aprendido para 
seu biótipo mais franzino.
Nesse sentido, vale destacar-se dois pontos: o 
primeiro é que nessa época judô e jiu-jitsu eram 
entendidos como sinônimos, até porque quando 
Maeda saiu do Japão para divulgar a arte, dentro da 
Kodokan (escola principal de Judô criada por Jigoro 
30
Kano) eram praticadas várias escolas de jiu-jitsu 
e seu refinamento incorporado ao Judô (STEVENS, 
2007).
Figura 9: Jiu-jitsu. Fonte: Wikimedia.
Outro ponto é o tipo de prioridade técnica em cada
uma das lutas após esse momento histórico, pois, 
com os Jogos Olímpicos, apesar do judô apresentar 
técnicas de domínio e finalização, houve a priorida-
de nos golpes de projeção, já no jiu-jitsu de Hélio 
Gracie a prioridade e o refinamento técnico foram 
direcionados para as técnicas de domínio de solo, 
especificamente as finalizações (estrangulamen-
to e chaves articulares), ou seja, as artes tomaram 
prioridades técnicas diferentes, isso fica bem claro 
quando se compara as regras esportivas delas.
Um grande mérito da família Gracie foi a esportivi-
zação do jiu-jitsu e a criação do Ultimate Fighting 
Championship (UFC), que na verdade já fazia parte 
31
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?search=jiu0jitsu&title=Special:Search&go=Go&ns0=1&ns6=1&ns12=1&ns14=1&ns100=1&ns106=1#/media/File:Jiu-Jitsu_Brasile%C3%B1o.jpeg
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?sort=relevance&search=File%3AJiu-Jitsu+Brasile%C3%B1o.jpeg&title=Special:Search&profile=advanced&fulltext=1&advancedSearch-current=%7B%7D&ns0=1&ns6=1&ns12=1&ns14=1&ns100=1&ns106=1#/media/File:Jiu-Jitsu_Brasile%C3%B1o.jpeg
do DNA dos Gracie, já que o crescimento da arte se 
deu por meio de desafios intermodalidades.
Em relação às regras, o participante pode ganhar ou 
perder pontos de acordo com o que executar. Por 
exemplo: o participante pode ganhar 2 pontos por 
queda, raspagem e joelho na barriga; 3 pontos por 
passagem de guarda e 4 pontos por montada e pe-
gada pelas costas. Mas o objetivo da luta é finalizar 
o oponente por meio de estrangulamento e chaves 
de restrição articular, em que o oponente pede de-
sistência (normalmente batendo a mão no solo ou 
no corpo do adversário). Caso ninguém finalize a 
luta, o vencedor da luta é aquele que, ao final do 
combate, obtiver a maior soma de pontos.
32
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este módulo teve o objetivo de apresentar um ca-
minho histórico relacionado ao berço das artes 
marciais, as mudanças culturais e algumas mo-
dalidades em destaque que são entendidas como 
muito praticadas no mundo. Especificamente, as 
artes marciais foram reorganizadas historicamente, 
principalmente com as mudanças culturais e globais 
do último século.
A disciplina de lutas é muito ampla, no nosso caso 
optou-se por enfatizar as artes marciais que acaba-
ram se destacando por conta do cenário desportivo, 
entendendo as que estão nos Jogos Olímpicos. Vale 
ressaltar-se que para as modalidades participarem 
dos Jogos Olímpicos devem cumprir vários critérios, 
um deles está relacionado com o número de países 
em que a modalidade é praticada e sua estimativa 
de praticantes. Para finalizar, a modalidade esco-
lhida foi o jiu-jitsu, pois ela tem grande importância 
no âmbito nacional e internacional e suas regras 
desportivas foram idealizadas por brasileiros, de tal 
forma que hoje é conhecida no mundo por brazilian 
jiu-jitsu�
33
Síntese
• Jiu-jitsu: luta cujo objetivo é finalizar o oponente (gerando sua desistência) por 
meio de estrangulamento e chaves articulares, mas a vitória também pode ser 
conquistada por pontos.
• Caratê: luta que utiliza chutes e socos e que tem como objetivo somar o maior 
número de pontos. A pontuação também está relacionada à dificuldade do golpe 
disferido;
• Taekwondo: luta que utiliza chutes e socos em partes determinadas do corpo do 
oponente, objetivando o nocaute ou o maior número de pontos;
• Judô: luta em que o objetivo é derrubar o oponente de costas no solo, objetivando 
o ippon, mas ao final do tempo a vitória pode ser conquistada com pontuações 
menores;
• Boxe: luta que utiliza socos, em que o objetivo é o nocaute, mas o combate pode 
ser vencido por pontos;
• Os Jogos Olímpicos apresentam várias modalidades de luta, algumas foram 
criadas especificamente como esporte e outras se tornaram esportes e foram 
integradas ao evento de proporção mundial;
• As artes marciais essencialmente eram utilizadas para guerra e esse tipo de 
prática perde o sentido no mundo moderno. As práticas de confrontos corporais se 
renovam explorando outros benefícios da prática da luta, como o exercício físico;
TRANSIÇÃO DAS LUTAS E ARTES MARCIAIS 
PARA O MUNDO MODERNO
PEDAGOGIA DAS LUTAS E
DAS ARTES MARCIAIS
• Luta olímpica: luta em que o objetivo é derrubar e posicionar o oponente de 
costas no solo, mas também a vitória pode ser conquistada por pontos;
Referências
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YAMASHIRO, J. História dos samurais. 4. ed. 
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		Introdução
		Transição das lutas e Artes Marciais para o mundo moderno
		O berço das lutas e Artes Marciais modernas
		Troca do sentido cultural das Artes Marciais
		Artes Marciais (esportes de combate) nos Jogos Olímpicos
		Luta olímpica
		Boxe
		Judô
		Taekwondo
		Caratê
		Jiu-jitsu
		Considerações finais
		Síntese
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