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ALEGAÇÕES FINAIS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXXX
Processo n XXXXXXXXXX
Odin XXXXX, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu advogado e procurador que esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência apresentar ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, com fulcro no art. 403, §3° do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir aduzidas.
BREVE SÍNTESES
O mérito da denúncia trata-se da suposta prática do delito de tentativa de homicídio, tipificado no art. 121, § 2º, incisos III e IV, combinado com art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.
Segundo consta da Denúncia, o acusado teria ministrado substância sem potencial lesivo em Lock XXXXX, não causando, ainda, a morte da vítima.
Após o recebimento da denúncia o Juiz determinou a citação de Odin, bem como sua intimação para apresentar resposta à acusação. Vencido o prazo para essa defesa inicial sem que o denunciado a trouxesse aos autos, o Juiz designou audiência de instrução e julgamento.
Em sua oitiva, o acusado afirmou que não tinha qualquer intenção de causar a morte da vitima ao ministrar a referida substância.
Ocorre que o processo é nulo pela não apresentação de defesa do réu, que se trata de crime impossível, por não existir potencial ofensivo da substância injetada.
da nulidade do processo
Em função do bem máximo disponível em processos penais, qual seja, a liberdade do réu, não se opera, no processo penal, a revelia. Nos casos em que o acusado não apresente a defesa no prazo determinado, o juiz deverá nomear defensor público para oferece-la, conforme claramente disposto no §2° do art. 396-A do Código de Processo Penal.
Ainda, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou sobre o tema ao elaborar a Súmula 523: 
No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
Está claro, no caso concreto, o prejuízo sofrido pelo acusado, que não exerceu o contraditório de forma efetiva, podendo sofrer a pena mais gravosa, qual seja a privativa de liberdade, sem ter exercido seu direito à ampla defesa. Lembra-se, ainda, que todos devem ser considerados inocentes até que se prove o contrário, conforme bem colocado em nosso ditame constitucional, diploma legal máximo.
da decisão de pronúncia
Nos termos do art. 413 do CPP
O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação.
Neste caso, a impronúncia é a medida que se impõe pelos motivos que passa a dispor.
DA impronuncia por crime impossível
O crime impossível é aquele que jamais poderia ser consumado em razão da ineficácia absoluta do meio empregado, conforme acontece no caso sub judice, vez que a substancia injetada não possível qualquer potencial nocivo.
Este encontra-se previsto no art. 17 do Código Penal Brasileiro.
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime
Logo, considerando que seria impossível a morte da vitima em decorrência da substância injetada pelo acusado, conforme relatado pelo laudo do Instituto Médico Legal.
DA IMPRONUNCIA POR ausência de provas
Subsidiariamente, caso o Magistrado entenda pela competência do meio empregado para o fim acusado, há de se destacar que não se pode considerar a admissão de ter injetado a substância feita pelo acusado durante sua oitiva.
O art. 197 do Código de Processo Penal traz que:
O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.
Logo, cabe ao douto Juiz exercer sua função cognitiva de modo a avaliar o conjunto probatória para, então, decidir-se sobre a pronúncia. Neste norte, considerando a inexistência de intenção dolosa do acusado, a sobrevivência da vitima e a não utilização de meios capazes de atingir o resultado que se acusa, não se deve pronunciar, em função da aplicação do princípio in dubio pro réu.
da desclassificação de conduta
Em consoante com o disposto no art. 418 do Código de Processo Penal, o magistrado poderá exercer seu poder cognitivo e entender pela desclassificação da conduta de acordo com o caso
Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave.
Por tal motivo, em nome do principio da eventualidade, pleiteia-se pela requalificação da conduta, classificando-a como lesão corporal em função do ato de ministrar substância sem o consentimento da vítima
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano
Portanto, requer-se que, caso se entenda pela necessidade de condenação do acusado, que esta seja por lesão corporal, por ser mais compatível com os fatos e com as circunstancias sub judice
dos pedidos
Isto posto, requer:
a. A absolvição do denunciado, pela manifesta inocência
b. A absolvição pela constatação de nulidade, em caso de pronúncia
c. A absolvição do denunciado pela ausência de provas nos termos do art. 197 do Código de Processo Penal.
d. Caso assim não se entenda, pelo principio da eventualidade, que seja desclassificada a conduta para a prática de Lesão Corporal, prevista no art. 129 do Código Penal
Nestes termos, pede deferimento
Cidade, 19 de outubro de 2020
Advogado
OAB

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