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LOPES, Joelma P. S. Programa Nacional de Controle da Tuberculose: A Percepção dos Enfermeiros das Estratégias Saúde da Família do município de Tucuruí – PA. 1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS NÚCLEO UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ – CAMPUS XIII CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM BRUNA DA CRUZ MAGNO WANDERSON LOPES DE SOUSA PREVENÇÃO E CONTROLE DE PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA: PERCEPÇÃO DA EQUIPE INTERDISCIPLINAR EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA TUCURUÍ-PA 2017 2 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. BRUNA DA CRUZ MAGNO WANDERSON LOPES DE SOUSA PREVENÇÃO E CONTROLE DE PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA: PERCEPÇÃO DA EQUIPE INTERDISCIPLINAR EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA Projeto de Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro de Ciências Biológicas (CCBS) da Universidade do Estado do Pará, Campus XIII – Tucuruí-PA, apresentado como requisito para qualificação, orientado pela Profª Larissa Graziela Sousa da Silva e coorientado pela Profª Renata Campos Sousa. TUCURUÍ-PA 2017 3 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS NÚCLEO UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ – CAMPUS XIII CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM BRUNA DA CRUZ MAGNO WANDERSON LOPES DE SOUSA PREVENÇÃO E CONTROLE DE PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA: PERCEPÇÃO DA EQUIPE INTERDISCIPLINAR EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA Data de apresentação: _____/_____/_____ Banca Examinadora Orientado por: _____________________________________________ Enf. Larissa Graziela Sousa da Silva Especialista em Oncologia Coorientado por: _____________________________________________ Enf. Renata Campos Sousa Especialista em Enfermagem do Trabalho e Oncologia Professora da Universidade do Estado do Pará Avaliado por: _____________________________________________ Prof. Esp. Wemisson Silva Neiva Especialista em Saúde Publica Professor da Universidade do Estado do Pará ______________________________________________ Prof. Esp. Leandro de Assis Silva da Costa Especialista em Estratégia Saúde da Família Professor da Universidade do Estado do Pará 4 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. Agradecimentos Agradeço primeiramente a Deus, que me acompanhou em todos os passos dessa jornada me mantendo sempre de ombros leves e pés firmes e nunca permitindo que desistisse durante as etapas do caminho, obrigada meu pai por me amar tanto e cuidar de mim nos momentos difíceis e também nos momentos de alegria. Aos meus pais que nunca pensaram duas vezes em fazer o possível e o impossível por mim, e apesar de reclamarem da minha ausência, principalmente minha mãe, nas reuniões da família e nas conversas casuais dentro de casa porque estava estudando, sempre entenderam que era para o meu bem. Amo muito vocês. Ao meu amigo Wanderson. Obrigada por todos os momentos juntos, pela paciência que teve comigo, por compartilhar derrotas e vitórias e por sempre me apoiar ao longo desses cinco anos, saiba que sua amizade é muito importante para mim e espero tê-la para sempre. Agradeço do fundo do coração aos meus professores, que não hesitaram em contribuir para minha formação com seus conhecimentos, saibam que sem vocês a realização desse sonho não seria possível e desejo tudo de melhor para cada um, que sejam muito felizes e tenham muitas conquistas pela frente. E claro, não poderia faltar meus colegas de turma, que apesar das brigas, também houveram muitos momentos felizes e nesse tempo amadurecemos juntos, aprendemos a conviver com nossas diferenças e agora cada um vai trilhar seu caminho e espero de verdade que seja um sucesso, pois todos merecem. E como uma boa leitora, finalizo meus agradecimentos com um trecho de um texto que fala sobre a gratidão e que se encaixa bem nesse momento. “Eu até quero algumas coisas da vida, mas a principal delas é lembrar de agradecer. Entre um sonho e outro para realizar, eu quero agradecer pelo privilégio de viver tanta coisa até aqui. Coleciono alguns dias ruins, mas nenhum deles tem mais importância que os dias bons e muito bem vividos”. 5 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. Agradecimentos Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, autor do mеυ destino, mеυ guia, por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades pelo qual passei. À minha mãe, “amor da minha vida” e ao meu pai, pelo amor, incentivo e apoio incondicional e por me incentivarem nos momentos difíceis. Sempre estiveram prontos para lutar e resolver os meus problemas e angustias. Obrigado por tudo! À minha família por ter me compreendido durante essa luta contínua por um diploma de nível superior. Obrigado por todo o apoio e compreensão. Especialmente aos meus irmãos que sempre me ajudaram e torceram para que meus sonhos se tornem realidades. Obrigado pelo apoio emocional e financeiro. A esta universidade, seu corpo docente, direção e administração que oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela acendrada confiança no mérito e ética aqui presente. A minha orientadora Enfermeira Larissa Graziela Sousa da Silva e coorientadora Enfermeira Renata Campos Sousa, pelo suporte no pouco tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos. A minha amiga e dupla de Trabalho de Conclusão de Curso, Bruna da Cruz Magno que sempre esteve pronta para me ajudar; sempre tão prestativa. Obrigado pelo apoio e amizade. E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado. 6 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. RESUMO MAGNO Bruna da Cruz; SOUSA Wanderson Lopes. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. A UTI por se tratar de um espaço que atende uma clientela com alto risco de vida deve dispor de vários equipamentos especializados, dentre eles o Ventilador Mecânico (VM) que é um recurso muito utilizado para suprir as atividades e necessidades respiratórias do cliente em estado crítico. Contudo, apesar do forte benefício, o uso da VM expõe os pacientes aos riscos de adquirir Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV). A PAV é considerada uma patologia de alta letalidade na UTI, portanto deve ser prevenida através de ações e intervenções da equipe para minimizar as complicações, o tempo de internação hospitalar e os custos para o tratamento. Desta forma, esta pesquisa teve o objetivo de avaliar quais as medidas de prevenção e controle realizadas pela equipe interdisciplinar na infecção por pneumonia associada à ventilação mecânica. Tratou-se de uma pesquisa de campo de caráter descritivo e transversal com abordagem quantitativa, onde foi entregue um questionário com questões de múltipla escolha a respeito da pneumonia associada a ventilação mecânica para 22 profissionais que compõe a equipe interdisciplinar da UTI adultodo Hospital Regional de Tucuruí- HRT. Os resultados obtidos apontaram que os profissionais têm um conhecimento parcial sobre as medidas de prevenção para PAV. Portanto a solução para esse obstáculo pode ser amenizado através da conscientização da equipe em desenvolver o compromisso na busca da educação permanente que são fatores imprescindíveis para que os profissionais de saúde possam contribuir de forma eficaz na prevenção da doença. Conclui-se que com a aplicação das medidas de prevenção em conjunto com a educação continuada é possível reduzir a incidência desta infecção. Portanto, é necessário disseminar os conhecimentos sobre a prevenção, pois, somente assim os pacientes poderão receber um tratamento adequado. Palavras chave: Pneumonia, Ventilação Mecânica, Equipe Interdisciplinar, Prevenção. 7 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. ABSTRACT MAGNO Bruna da Cruz; SOUSA Wanderson Lopes. Prevention and control of pneumonia associated with invasive mechanical ventilation: perception of the interdisciplinary team in an intensive care unit. Because it is a space that serves a clientele with a high risk of life, the ICU must have several specialized equipment, among them the invasive mechanical ventilator (IV) that is a resource widely used to supply the activities and respiratory needs of the client in critical condition. However, despite the high benefit, the use of invasive mechanical ventilator exposes patients to the risks of acquiring ventilator- associated pneumonia (VAP). The VAP is considered a high-lethality pathology in the ICU, therefore it should be prevented through actions and interventions of the team to minimize complications, length of hospital stay and costs for treatment. So, this research had the objective of evaluating as prevention and control measures carried out by the interdisciplinary team for pneumonia infection associated with invasive mechanical ventilator. This was a descriptive and cross-sectional field study with a quantitative approach, in which a multiple choice questionnaire was issued regarding pneumonia associated with invasive mechanical ventilation for 22 professionals who make up the interdisciplinary team of the adult ICU of the Hospital Regional of Tucuruí-HRT. The results showed that the professionals have a partial knowledge about the prevention measures for VAP. Therefore, the solution to this obstacle can be alleviated by raising the awareness of the team in developing a commitment to the pursuit of continued education, which are essential factors for health professionals to contribute effectively to disease prevention. It is concluded that with the application of prevention measures in conjunction with continued education it is possible to reduce the incidence of this infection. Therefore, it is necessary to disseminate knowledge about prevention, because only then can patients receive appropriate treatment. Keywords: Pneumonia, Invasive Mechanical Ventilation, Interdisciplinary Team, Prevention. 8 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Quanto a gênero ...................................................................................... 43 Tabela 2 - Quanto a idade ........................................................................................ 43 Tabela 3 - Variável Estado Civil ................................................................................ 44 Tabela 4 - Variável profissão .................................................................................... 44 Tabela 5 - Item turno de trabalho .............................................................................. 44 Tabela 6 - Variável tempo de serviço ........................................................................ 44 Tabela 7 - Variável tempo de serviço em UTI ........................................................... 44 Tabela 8 - Variável carga horária de trabalho semanal............................................. 44 Tabela 9 - Qual(is) medida(s) você acha que auxiliam na prevenção da infeção Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV)? ............................................. 47 Tabela 10 - Qual(is) medida(s) são utilizadas no setor da UTI adulto para prevenção e controle da Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV)? ......................... 48 Tabela 11 - Quais dificuldades são encontradas pela equipe interdisciplinar para prevenção e controle da pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV)? ....... 50 9 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Abreviatura Significado CEP Comitê de Ética em Pesquisa CLT Consolidação do Trabalho CNS Conselho Nacional de Saúde CTI Centro de Terapia Intensiva CUFF Balonete de Cânulas de Entubação EPI Equipamento de Proteção Individual HM Higienização das mãos HRT Hospital Regional de Tucuruí HUB Hospital Universitário de Brasília IgA Imunoglubolina A IgG Imunoglubolina G IgM Imunoglubolina M IH Infecção Hospitalar MS Ministério de Saúde NR Norma Regulamentadora PAH Pneumonia Adquirida no Hospital PAV Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica PEEP Pressão Positiva Expiratória Final RDC Resolução da Diretoria Colegiada SUS Sistema Único de Saúde TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TVP Trombose Venosa Profunda UEPA Universidade do Estado do Pará UTI Unidade de Terapia Intensiva VM Ventilação Mecânica VMI Ventilação Mecânica Invasiva VMNI Ventilação Mecânica Não Invasiva 10 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. SUMÁRIO CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO .................................................................................. 14 1.1 - INTRODUÇÃO .............................................................................................. 15 1.2 - JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 17 1.3 - SITUAÇÃO PROBLEMA E QUESTÕES NORTEADORAS .......................... 18 1.4 - OBJETIVOS .................................................................................................. 20 1.4.1 - Objetivo geral ......................................................................................... 20 1.4.2 - Específicos ............................................................................................. 20 CAPÍTULO II – REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................. 21 2.1 - PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA ............................ 22 2.2 - MEDIDAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE DA PAV ............................. 24 2.3 - DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA EQUIPE INTERDISCIPLINAR NA PREVENÇÃO DE CONTROLE DA PAV ................................................................... 28 CAPÍTULO III – METODOLOGIA ............................................................................. 33 3.1 - TIPOS DE ESTUDO ...................................................................................... 34 3.2 - LOCAL DE ESTUDO ..................................................................................... 35 3.3 - POPULAÇÃO E AMOSTRA .......................................................................... 35 3.3.1 - Critérios de inclusão ...............................................................................36 3.3.2 - Critérios de exclusão .............................................................................. 36 3.4 - COLETAS DE DADOS: TÉCNICAS E INSTRUMENTOS ............................. 36 3.4.1 - ESTUDO PILOTO OU PRÉ-TESTE ....................................................... 38 3.5- ANÁLISES E INTERPRETAÇÕES DOS DADOS .......................................... 39 3.6- ASPECTOS ÉTICOS ..................................................................................... 40 3.7- RISCOS E BENEFÍCIOS DA PESQUISA ...................................................... 40 CAPÍTULO IV – ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ........................................ 42 11 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. 4.1 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA .............................................................. 43 4.2 - CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS ........................................... 44 4.2.1 - Gênero ................................................................................................... 44 4.2.2 – Idade ..................................................................................................... 45 4.2.3 - Estado civil ............................................................................................. 45 4.2.4 – Profissão................................................................................................ 45 4.2.5 – Turno de trabalho .................................................................................. 46 4.2.6 – Tempo de serviço .................................................................................. 46 4.2.7 – Tempo de serviço em UTI ..................................................................... 46 4.2.7 – Carga horária de trabalho semanal ....................................................... 47 4.3 Tabelas da pesquisa sobre prevenção da infecção Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV) ....................................................................................... 47 4.3.1 – Lavagem das mãos ............................................................................... 50 4.3.2 – Redução diária da sedação ................................................................... 51 4.3.3 - Colocar o paciente em decúbito elevado (30 – 45º) ............................... 52 4.3.4 - Administração preventiva de antibióticos intravenoso ............................ 53 4.3.5 - Aspiração diária da secreção subglótica ................................................ 54 4.3.6 - Higiene oral com clorexidine 2% 3x ao dia ............................................. 55 4.3.7 - Profilaxia de úlcera péptica .................................................................... 55 4.3.8 - Prevenção da trombose venosa profunda .............................................. 56 4.3.9 - Troca do circuito do ventilador mecânico a cada 7 dias ......................... 57 4.3.10 - Troca dos umidificadores a cada 7 dias ............................................... 57 4.3.11 - Utilização de sistema fechado de aspiração ........................................ 58 4.3.12 - Monitorização da pressão do cuff a cada 6h ........................................ 58 4.3.13 - Troca de inaladores a cada 24h ........................................................... 59 4.3.14 - Uso de ventilação mecânica não invasiva ............................................ 60 12 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. 4.3.15 - Uso de sonda enteral na posição gástrica ou pilórica .......................... 60 4.3.16 - Intubação orotraqueal x intubação nasotraqueal.................................. 61 4.3.17- Desinfecção de nebulizadores diariamente ........................................... 62 4.4 – Quais dificuldades são encontradas pela equipe interdisciplinar para prevenção e controle da pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV)? ....... 62 4.4.1 - Sobrecarga de trabalho .......................................................................... 63 4.4.2 - Falta do programa de educação continuada para prevenção da PAV ... 63 4.4.3 - Esquecimento da utilização do EPI ........................................................ 64 4.4.4 - Esquecimento da lavagem das mãos ..................................................... 65 4.4.5 - Problemas de relacionamento com a equipe ......................................... 66 4.4.6 - Falta da instituição de protocolo específico para prevenção da PAV ..... 67 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 69 CRONOGRAMA ....................................................................................................... 72 ORÇAMENTO ........................................................................................................... 74 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 76 APÊNDICES ............................................................................................................. 85 APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ......... 86 APÊNDICE B – FORMULÁRIO PARA COLETA DE DADOS ............................... 88 APÊNDICE C PARTE I – MEDIDAS DE PREVENÇÃO DA PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA ............................................................... 93 APÊNDICE C PARTE II – MEDIDAS DE PREVENÇÃO DA PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA ............................................................... 94 ANEXOS ................................................................................................................... 95 ANEXO A: CARTA DE ACEITE DO ORIENTADOR ............................................. 96 ANEXO B: CARTA PARA JUSTIFICAR COORIENTAÇÃO .................................. 97 ANEXO C: CARTA DE ACEITE DO COORIENTADOR ........................................ 98 ANEXO D: CARTA DE APRESENTAÇÃO AO COMITÊ DE ÉTICA ..................... 99 13 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. ANEXO E: TERMO DE COMPROMISSO DO PESQUISADOR.......................... 100 ANEXO F: PARECER FAVORÁVEL PARA APRESENTAÇÃO AO COMITÊ DE ÉTICA ...................................................................................................................... 101 ANEXO G CARTA DE APRESENTAÇÃO À INSTITUIÇÃO ................................ 102 ANEXO H: CARTA DECLARAÇÃO DE ACEITE DA INSTITUIÇÃO ................... 103 ANEXO I: PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA ............................. 104 14 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO 15 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. 1.1 - INTRODUÇÃO A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) segundo a RDC 07 de 24 de fevereiro de 2010 é descrita como uma área crítica, na qual existe um risco aumentado para o desenvolvimento de infecções relacionadas à assistência à saúde,seja pela execução de processos envolvendo artigos críticos ou material biológico, pela realização de procedimentos invasivos ou pela presença de pacientes com suscetibilidade aumentada aos agentes infecciosos ou portadores de micro- organismos de importância epidemiológica (BRASIL, 2010). Silva, Nascimento, Salles (2012) retratam a UTI como um ambiente altamente especializado para onde são encaminhados os pacientes em condições severas de saúde e risco iminente de vida. Nesse sentido, necessitam da assistência contínua de uma equipe que de acordo com a RDC 07 é formada por Médicos plantonistas, enfermeiros assistenciais, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem (BRASIL 2010). Silva (2011) afirma que esses profissionais devem ser treinados e capacitados para atender as mais diversas complexidades, pois, os pacientes encontram-se constantemente submetidos a procedimentos invasivos e hemodinamicamente instáveis, precisando de monitorização por 24 horas, além da utilização de todo aparato tecnológico e capacitação profissional especializada. Logo, a UTI por se tratar de um espaço que atende uma clientela com alto risco de vida, deve dispor de vários equipamentos especializados, dentre eles o ventilador mecânico. Para Almeida, Martins e Assis (2012), a Ventilação Mecânica (VM) é um recurso muito utilizado para suprir as atividades e necessidades respiratórias do cliente em estado crítico, sendo indicada na maioria dos casos quando há insuficiência respiratória grave. Contudo, apesar do forte benefício, contraditoriamente, Gonçalves et al (2012) expõe que o uso da VM expõe os pacientes ao riscos de adquirir Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV), sobretudo pela diminuição das defesas naturais da vias aéreas superiores. As Diretrizes Brasileiras para Tratamento das Pneumonias Adquiridas no Hospital e Associadas à Ventilação Mecânica (2007) 16 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. referem a PAV como uma condição que surge em 48-72 h após a intubação orotraqueal e instituição de VM invasiva. Dados estatísticos apontam que a pneumonia adquirida no hospital (PAH), é responsável por cerca de 15% das infecções e constitui a principal causa de morte em pacientes, a incidência estimada é de 4 a 7 episódios por 1.000 internações (BRUNNER & SUDDARTH, 2011). Um estudo realizado por Diaz (2011) no período de 2006 a 2010, para descobrir o índice de PAV nas UTI’s de dois hospitais constatou que, de 474 pacientes que apresentaram episódios de infecções pulmonares relacionados à saúde, 155 possuíram PAV, ou seja, aproximadamente 32,7% desse total supracitado. Diante deste panorama, medidas preventivas devem ser adotadas para modificar e diminuir a morbimortalidade decorrente da PAV. Borges (2012) confirma em seu estudo que a mortalidade por pneumonias associadas à VM pode ser reduzida a partir da conscientização da equipe de profissionais quanto à prevenção com medidas simples e de baixo custo. Dentre as mudanças a serem aplicadas pelos profissionais as Diretrizes Brasileiras de VM (2013), destacam a Lavagem das mãos e/ou desinfecção das mãos com base de álcool a 70%, uso de vigilância microbiológica; Monitoramento e remoção precoce de dispositivos invasivos; Programas para uso racional de antibióticos; Cabeceira elevada de 30 a 45°; higiene oral diária com Clorexidine 2%; interrupção diária da sedação, entre outros. Contundo, são amplamente difundidas as dificuldades para a completa aderência da equipe interdisciplinar às principais recomendações do controle de infecção, um dos motivos é devido os profissionais possuírem uma extensa jornada de trabalho resultando em sobrecarga. Pittet, Mourouga e Perneger (1999) relataram que, em seu tempo experiência, quanto mais ocupado é um profissional de saúde, torna-se menos provável que ele incorpore as práticas de higiene e acrescentam que a observação dessas práticas acompanhada de feedback para a equipe tem um melhor resultado do que simples palestras na educação para melhorar o cumprimento a estas recomendações. 17 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. Portanto, para haver a prevenção e controle da PAV de modo eficaz, devem-se implantar as estratégias recomendadas e a equipe demonstrar realização das mesmas, além de uma mudança de atitudes que deve envolver uma combinação de elementos comportamentais, motivacionais e do sistema de trabalho. Complementa Pombo, Almeida, Rodrigues (2010) que a conscientização, o compromisso e a educação permanente são fatores fundamentais para que os profissionais de saúde das UTI se envolvam e contribuam de maneira eficiente na prevenção de PAV. 1.2 - JUSTIFICATIVA A PAV é considerada uma patologia de alta letalidade na UTI, portanto deve ser prevenida através de ações e intervenções da equipe para minimizar as complicações, o tempo de internação hospitalar e os custos para o tratamento. (SILVA et al, 2014). Complementa, Paula et al, (2013) que embora de grande relevância a prevenção da PAV, ainda é um assunto pouco discutido na literatura nacional, destacando ainda que os conhecimentos de como evitá-la é capaz de trazer benefícios para a comunidade acadêmica, profissional e também para os pacientes. Desta maneira, estudar e investigar esta temática justifica-se por observar, durante os estágios da disciplina de UTI na área hospitalar uma adesão parcial em relação às técnicas assépticas, um exemplo à higienização das mãos, o manuseio durante a aspiração orotraqueal, a intubação entre outros. Assegura Menezes (2015) apud Sousa (2008) que a higienização das mãos, nos programas de prevenção e controle das infecções hospitalares, é uma prática prioritária, considerando ser a ação isoladamente mais importante para reduzir as taxas de infecções no ambiente hospitalar. E ANVISA (2009) acrescenta que as técnicas supracitadas quando não são realizadas de maneira correta, contribuem como grandes fatores de risco para infecção por pneumonia. 18 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. Considerando a magnitude desta infecção nosocomial, este trabalho se propõe a averiguar a relação entre o desenvolvimento da pneumonia em pacientes submetidos à assistência ventilatória na UTI e sua relação com a equipe interdisciplinar. Dessa forma, esta pesquisa poderá contribuir com dados importantes para os profissionais envolvidos, ao ampliar a compreensão e conhecimento dos envolvidos, para assim promover uma assistência fundamentada ao paciente crítico, minimizando os danos decorrentes da VM, bem como reduzir o tempo de internação. 1.3 - SITUAÇÃO PROBLEMA E QUESTÕES NORTEADORAS As Infecções Hospitalares (IH) atualmente representam um problema de saúde pública mundial. Dados epidemiológicos as colocam como uma das principais causas de morbimortalidade, além de estabelecerem problemas de cunho social, emocional e econômico para os pacientes e para todo o sistema de saúde. Abegg, Silva (2011) asseguram que no Brasil, entre aproximadamente 5 a 15% dos pacientes hospitalizados e 25 a 35% dos pacientes admitidos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) adquirem infecção hospitalar, sendo ela a quarta causa de mortalidade, porém os dados sobre a infecção hospitalar são pouco divulgados ou antigos. Sousa et al (2007) explica que isso ocorre devido aos inúmeros casos de omissões, além de outras desagradáveis consequências de imperícia, negligência, ou imprudência, pela representação político-social das infecções hospitalares ede seu controle. De acordo com a ANVISA (2009), dentre as infecções hospitalares mais incidentes, a pneumonia está no topo da lista sendo responsável por 15% das infecções relacionadas à assistência à saúde e aproximadamente 25% de todas as infecções adquiridas nas unidades de terapia intensiva. Vários estudos demonstram que a incidência desta infecção aumenta com a duração da ventilação mecânica e apontam taxas de ataque de aproximadamente 3% por dia durante os primeiros cinco dias de ventilação e depois 2% para cada dia subsequente. Paula et al, (2013) 19 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. e Amaral, Cortês e Pires (2009), enfatizam que pacientes sob ventilação internados em UTI apresentam um risco de 2-10 vezes maior de morte que pacientes sem ventilação. Isso é preocupante, pois as estatísticas supracitadas indicam que a qualidade do conhecimento dos profissionais é insuficiente, haja vista que a etiologia da PAV é multifatorial. Afirma Nepomuceno et al (2014), que para o controle efetivo da patologia se faz necessário profissionais capazes de reconhecer os fatores de risco para que desenvolvam e participem da prevenção de forma conjunta e simultânea. Diante do exposto, a pesquisa leva a procurar respostas para as seguintes questões norteadoras: 1 – Qual a percepção da equipe interdisciplinar acerca dos fatores de risco para infecção por pneumonia associada à ventilação mecânica? 2 - Quais as medidas de prevenção e controle realizadas pelo setor na infecção por pneumonia associada à ventilação mecânica? 3 - Quais as dificuldades encontradas pela equipe interdisciplinar na prevenção e controle da infecção por pneumonia associada à ventilação mecânica PAV? Com base nessas considerações, esta pesquisa teve o objetivo de fazer um levantamento na Unidade de Terapia Intensiva no Hospital Regional de Tucuruí (HRT) para verificar a percepção da equipe interdisciplinar a respeito da PAV e descrever os resultados da análise, quais as medidas de prevenção e controle são utilizadas para minimizar esta infecção, e quais as dificuldades encontradas pela equipe no controle dessa patologia. 20 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. 1.4 - OBJETIVOS 1.4.1 - Objetivo geral Avaliar quais as medidas de prevenção e controle realizadas pela equipe interdisciplinar na infecção por pneumonia associada à ventilação mecânica. 1.4.2 - Específicos Identificar as dificuldades encontradas pela equipe interdisciplinar no controle da infecção por pneumonia associada à ventilação mecânica PAV; Oferecer retorno para a população pesquisada sobre os meios de prevenção e controle da PAV. 21 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. CAPÍTULO II – REFERENCIAL TEÓRICO 22 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. 2.1 - PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA A UTI é um setor direcionado a atender uma clientela que apresenta um estado crítico de saúde e que demanda cuidados de alta complexidade, necessitando de monitoração constante de suas funções vitais. Silva (2010) alega que a UTI é um ambiente hospitalar altamente especializado para onde são encaminhados os pacientes graves com risco iminente de vida e que necessitam ser submetidos a diversos procedimentos invasivos como: cateteres venosos profundo, cateteres arteriais, sondas vesicais de demora, suporte ventilatório entre outros com o objetivo de monitorar e acompanhar o paciente de forma mais eficiente e segura. Entretanto, os procedimentos anteriormente citados também podem ser prejudiciais, pois, dependendo do paciente e do seu estado hemodinâmico, os dispositivos usados para monitorizar e tratar melhor podem também favorecer a proliferação de microrganismos patogênicos, agravando ainda mais o estado clínico do doente favorecendo o aumento de fatores de risco que levam a contrair infecções hospitalares (SILVA 2010). As exposições do paciente a procedimentos invasivos e manuseio favorecem o aumento de fatores de risco que levam a contrair infecções hospitalares. Corrobora Silva et al (2011), que as IH aumentam as taxas de morbimortalidade, fazendo com que o tempo de permanência dos pacientes em internação no hospital seja elevado e por consequência aumentando os custos para os serviços de saúde. Uma infecção aguda dos pulmões mais comumente observada nas UTI são as pneumonias, que geram sintomatologia respiratória, como tosse, respiração curta e rápida, produção de secreção e dores no peito, além de sintomas não específicos, incluindo febre, fadiga, dores musculares e falta de apetite. Diaz (2011) apud Fernandes et al (2000) define a pneumonia como uma resposta inflamatória do hospedeiro à invasão e multiplicação incontrolada dos micro-organismos nas vias aéreas distais, ocorrendo quando um germe particularmente virulento ou um grande inoculo alcança os espaços inferiores 23 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. vencendo os mecanismos de defesa locais, produzindo um exsudato inflamatório que confere a característica purulenta ao escarro. Borges (2012) afirma em seu estudo que a pneumonia é a infecção nosocomial mais frequente entre os pacientes internados em UTI, e quando associada à VM, a incidência é de 7 a 21 vezes maior. A VM é um método de suporte muito utilizado para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada. E tem por objetivos, além da manutenção das trocas gasosas, reverter ou evitar a fadiga da musculatura respiratória, diminuir o consumo de oxigênio, dessa forma reduzindo o desconforto respiratório permitindo a aplicação de terapêuticas específicas. (III CONSENSO BRASILEIRO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA 2007) A VM ainda que salve vidas, também aumenta o risco de eventos adversos, levando muitos pacientes a desenvolver pneumonia pelo seu uso prolongado. A infecção por PAV ocorre essencialmente por três fatores: 1) diminuição das defesas do paciente 2) risco elevado de ter as vias aéreas inoculadas com grande quantidade de material contaminado 3) presença de micro- organismos mais agressivos e resistentes aos antimicrobianos no ambiente, superfícies próximas, materiais e colonizando o próprio paciente (ANVISA 2013). Pombo, Almeida, Rodrigues (2008) ressaltam que os pacientes submetidos a esse procedimento têm os mecanismos de defesa do pulmão alterados pela doença de base, além da perda de proteção das vias aéreas superiores na intubação, ocasionando distúrbios da fisiologia normal respiratória, que vão desde a hipersecreção pulmonar até o aumento da frequência das infecções respiratórias. Para a PAV ter lugar deve ocorrer um desequilíbrio nos mecanismos de defesa do hospedeiro permitindo além da invasão do microorganismo sua permanência no trato respiratório inferior. As vias aéreas são mantidas estéreis pelos mecanismos de defesa, estes incluem barreiras anatômicas (pelos nasais), o aparato mucociliar, a saliva, a imunidade humoral (IgA, IgM, IgG, complemento), a imunidade celular (macrófagos alveolares, polimorfonucleares e linfócitos), o pH, a tosse e o reflexo da epiglote. Quando no paciente apresentam-se fatores de risco, a barreira de defesa é quebrada permitindoa entrada das bactérias no trato respiratório. (Diaz 2011, p 30) 24 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. Ainda segundo Diaz (2011), a PAV é na maioria dos casos de origem aspirativa. No paciente intubado, os micro-organismos tem acesso aos pulmões de diversas formas: Por migração retrógrada de micro-organismos presentes na luz gastrintestinal, facilitado pela presença de sondas enterais e nasogástricas, e pela posição de decúbito supino. Por meio da inalação de aerossóis contaminados Através de espaços criados entre a cânula e a parede da traqueia, quando o produto é acumulado ao redor do tubo (secreção infraglótica), ou quando o balonete é desinsuflado, podendo assim as secreções circular em direção às porções periféricas das vias aéreas. Contaminação direta a partir de um foco adjacente infeccioso, por exemplo, uma infecção no espaço pleural. A disseminação hematogênica raramente leva a pneumonia a partir de um foco infeccioso à distância, como por exemplo, na flebite purulenta, ou endocardite bacteriana. Para Brunner & Suddarth (2011), as PAVs são em grande maioria acarretadas por bactérias e as mais comuns incluem espécies de Enterobacter, Escherichia coli, H. influenzae, espécies de Klesibiella, Proteus, Serratia marcescens, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus sensível ou resistente à meticilina e Streptococcus pneumoniae. 2.2 - MEDIDAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE DA PAV Promover a prestação de cuidados com excelência está intrínseco com a redução de infecções hospitalares. Afirma Silva (2010) em sua pesquisa que a compreensão das medidas preventivas para PAV por parte da equipe multidisciplinar 25 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. através de explanações sobre o assunto, gera uma maior adesão dos procedimentos e, por conseguinte, melhor resultado na diminuição dos números dos casos dessa infecção. Diante disso várias literaturas que englobam: Anvisa (2009), Cardoso e Bizani (2015), Faria (2012) e Diretrizes Brasileiras de VM (2013) destacam a seguir estratégias de prevenção e controle para redução da PAV. Para Anvisa (2009), é indicado nas medidas gerais realizar ações como: Vigilância de Pneumonia Relacionada à Ventilação Mecânica (PAV) por equipe treinada com conceitos de epidemiologia e critérios definidos de pneumonia; Educar a equipe de saúde e envolvê-la na prevenção de infecção hospitalar de acordo com nível de responsabilidade do profissional; Implantar e manter estratégias para melhor adesão à higienização das mãos; O treinamento da equipe interdisciplinar que presta assistência a pacientes em VM é fundamental e tem impacto direto nas taxas de PAV. As estratégias devem envolver metodologias variadas, como: treinamento aula presencial, aula prática e com simulações, discussão da prática à beira do leito, feedback de indicadores com discussão de medidas preventivas, etc. Ainda segundo a Anvisa (2009), a profilaxia da úlcera de estresse e a profilaxia da trombose venosa profunda (TVP), embora não estejam diretamente associadas com a prevenção de pneumonias relacionadas à assistência à saúde, são importantes medidas de qualidade assistencial e têm impacto na diminuição da mortalidade hospitalar e na diminuição do tempo de internação. Entretanto, para Cardoso e Bizani (2015), a preocupação com a profilaxia das úlceras de estresse deve-se ao seu potencial como fator de incremento de risco para pneumonia nosocomial. Agentes que elevam o PH gástrico podem promover o crescimento de bactérias no estômago, principalmente bacilos gram-negativos originários do duodeno. Como fator agravante, pacientes intubados perdem os reflexos de defesas das vias aéreas, pois refluxo esofágico e aspiração de conteúdo gástrico associados com intubação orotraqueal podem levar a colonização endobrônquica, e pneumonia. Logo, a Anvisa (2009) adverte que essa profilaxia está indicada apenas para pacientes com alto risco de sangramento como: úlcera gastroduodenal ativa 26 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. sangrante, sangramento digestivo prévio, traumatismo cranioencefálico, uso de ventilação mecânica, politrauma, coagulopatia e uso de corticosteróides. Nas medidas específicas para prevenção da pneumonia as ações devem ser gerenciadas em conjunto com as anteriormente citadas para um melhor êxito. Faria (2012) ressalta que manter a cabeceira de 30 a 45º ajuda a reduzir a chance de aspiração e melhorar a ventilação, e a Anvisa (2009) complementa que a utilização do decúbito elevado reduz o risco de aspiração do conteúdo gastrintestinal ou orofaríngicos e de secreção nasofaríngea, por este motivo, diminui a incidência de PAV especialmente em pacientes recebendo nutrição enteral. Outra razão para o acréscimo desta intervenção é a melhoria dos parâmetros ventilatórios quando na posição semi-recumbente. Pois, nessa posição, os pacientes apresentam um maior volume corrente, redução no esforço muscular e taxa de atelectasia, quando ventilados com pressão de suporte. Faria (2012) e Anvisa (2009) prosseguem assegurando que a interrupção da sedação promove o desmame precoce reduzindo assim as chances de infecção por pneumonia. Todavia, alertam que apesar dos benefícios gerados, esta intervenção pode apresentar alguns riscos. O exemplo disso está na extubação acidental, no aumento do nível de dor, ansiedade e na possibilidade de assincronia com a ventilação, podendo gerar períodos de dessaturação. Portanto, é importante implantar um protocolo de avaliação diária da sedação, avaliar a prontidão neurológica para extubação, incluir precauções para evitar a extubação acidental, tais como maior monitorização e vigilância, avaliação diária multidisciplinar e implementação de uma escala a fim de evitar aumento da sedação. As Diretrizes Brasileiras de VM (2013) asseguram que é necessário realizar diariamente a higiene oral com clorexedine a 2%, pois previne a ocorrência da colonização do trato aerodigestivo e a broncoaspiração de bactérias orais ao sistema respiratório. Fazer a aspiração de secreções subglóticas quando o paciente for permanecer por mais de 72h em ventilação mecânica, de forma intermitente ou controlada por dispositivo especialmente desenvolvido para esse fim. 27 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. Anvisa (2009) alerta que a secreção acumulada torna-se colonizada pela microbiota da cavidade oral composta principalmente de bacilos Gram-negativos e é importante fonte de bactérias resistentes aos antimicrobianos. Assim, a rotina de aspiração deve ser prescrita de acordo com a necessidade de cada paciente, pela maior ou menos produção de secreção e realizada com técnica estéril. Outras medidas de prevenção recomendadas pela Anvisa (2009), incluem: Circuito do ventilador: deve haver a troca de circuito entre pacientes e quando houver sujidade ou mau funcionamento do equipamento. Umidificadores: É preferível utilizar o sistema passivo de umidificação das vias respiratórias em pacientes mecanicamente ventilados pela facilidade de manuseio e ausência de condensados nos circuitos além do relativo baixo custo. Umidificadores aquecidos pode ser a preferência em pacientes com copiosa quantidade de secreções respiratórias, hemoptise abundante, ou naqueles com maior suscetibilidade à atelectasias, porém, a água e condensadosformados são possíveis fontes de microrganismos. Recomenda-se a troca dos umidificadores passivos não antes de 48 horas. Sistema de aspiração: O sistema fechado é o mais indicado, porque pode ser útil em pacientes infectados com patógenos multirresistentes, como a Staphylococcus aureus ou Mycobacterium tuberculosis. Recomenda-se a troca do sistema fechado de aspiração se houver sujidade ou mau funcionamento. Aspiração de secreção subglótica contínua: a presença do tubo endotraqueal em pacientes em ventilação mecânica contribui para o desenvolvimento de pneumonia. O tubo endotraqueal facilita a colonização bacteriana da árvore traqueobrônquica e predispõe aspiração da secreção contaminada pela diminuição do reflexo de tosse, acumulo de secreção acima do balonete e a própria contaminação do tubo. A utilização da cânula orotraqueal com um sistema de aspiração de secreção subglótica contínua ou intermitente é recomendada para pacientes que irão permanecer sob ventilação mecânica acima de 48h. Evitar extubação não programada (acidental) e reintubação: a reintubação está associada com o risco de PAV devido ao aumento do risco de aspiração de patógenos da orofaringe para vias aéreas baixas. O risco de desenvolver PAV aumenta com o tempo de VM, portanto, recomenda-se que o tubo endotraqueal seja removido assim que as condições clínicas se estabeleçam e a duração da intubação pode ser reduzida por protocolos de sedação e aceleração do desmame, utilização da ventilação não invasiva e a monitorização da frequência de extubações acidentais (eventos/100 dias de tubo endotraqueal). Monitorizar pressão de cuff: a manutenção da correta pressão de cuff (Pcuff) nos pacientes submetidos à VM é essencial. Excessiva pressão pode comprometer a microcirculação da mucosa traqueal e causar lesões isquêmicas, porém se a pressão for insuficiente, pode haver dificuldade na ventilação com pressão positiva e vazamento da secreção subglótica por entre o tubo e a traqueia. A pressão do cuff do tubo orotraqueal ou da traqueostomia deve ser o suficiente para 28 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. evitar vazamento de ar e a passagem de secreção (microaspiração) que fica acima do balonete. Recomenda-se, portanto, que esta pressão permaneça entre 20 e 25cm H2O. Utilização de ventilação mecânica não-invasiva (VMNI): o uso de VMNI tem demonstrado redução na incidência de PAV quando comparado com a VMI em pacientes com falência respiratória. A VMNI tem sido uma alternativa efetiva nos pacientes com insuficiência respiratório devido a edema agudo pulmonar cardiogênico ou na doença pulmonar obstrutiva crônica, e no desmame da VM. O uso da VMNI não está recomendado para pacientes comatosos. Sonda enteral na posição gástrica ou pilórica: o refluxo gastresofágico pode contribuir para a aspiração de conteúdo colonizado para vias aéreas inferiores e consequente aumento no risco de PAV. Apesar disso, existem pacientes que se beneficiariam com o uso da sonda em posição pós-pilórica, como aqueles que necessitam de posição prona para ventilação, pacientes queimados e pacientes com lesão cerebral grave e pressão intracraniana elevada. Intubação orotraqueal ou nasotraqueal: a intubação nasotraqueal aumenta o risco de sinusite, o que pode consequentemente aumentar o risco de PAV, portanto recomenda-se a intubação orotraqueal. Inaladores: deve ocorrer a troca de inaladores a cada procedimento e utilizar o processo de desinfecção estabelecido na sua instituição. Além de só utilizar líquidos estéreis para a inalação. Estas recomendações estão embasadas principalmente na possibilidade de transmissão de Legionella spp. pelo resíduo de líquido acumulado nos inaladores entre os procedimentos. Na prática, as instituições de saúde criaram rotina de troca de inaladores que variam de 24 a 48 horas quando estes dispositivos estão sendo utilizados no mesmo paciente. Nebulizadores: o cuidado com nebulizadores está diretamente relacionado à manipulação do dispositivo e da água utilizada. Segundo manual de prevenção de pneumonia publicado em 2004 pelos CDC, nebulizadores, tendas e reservatórios em uso no mesmo paciente deveriam sofrer processo de desinfecção de nível baixo ou intermediário diariamente. Outros dispositivos: respirômetros, sensores de oxigênio e outros dispositivos devem ser desinfetados a cada paciente. Prevenção de administração de antibiótico intravenoso: a administração prolongada de antibióticos tem sido associada com alto risco de PAV. Devido ao desenvolvimento de resistência microbiana, não se recomenda a administração preventiva de antibióticos intravenoso. 2.3 - DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA EQUIPE INTERDISCIPLINAR NA PREVENÇÃO DE CONTROLE DA PAV Nas instituições de saúde os pacientes internados estão expostos a uma grande diversidade de micro-organismos patogênicos, principalmente em Unidade de Terapia Intensiva. Siqueira et al (2014) expõe que na UTI as chances de contrair infecções podem aumentar devido às condições dos pacientes e aos procedimentos 29 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. realizados. Estes, estão suscetíveis às infecções com mais gravidade e frequência, pois suas barreiras imunológicas, expectoração e o reflexo da tosse estão comprometidos. Anvisa (2005) considera que as infecções hospitalares constituem risco significativo à saúde dos usuários hospitalizados. Sendo assim, sua prevenção e controle se tornam imprescindíveis envolvendo ações que contemplam todos os sujeitos envolvidos no contexto hospitalar. Complementa Anvisa (2013) que a preocupação com a prevenção e controle das IH tornou-se uma realidade mundial, visto que há um aumento no índice de morbimortalidade dos pacientes que estão com suas defesas orgânicas reduzidas. Porém, trabalhar com prevenção e controle de infecção hospitalar não é uma tarefa fácil para a equipe interdisciplinar que segundo a RDC 07 deve ser composta por médicos plantonistas, enfermeiros assistencialistas, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem. Pois, além de trabalharem no controle, uma vez que isso reflete diretamente na sua prática assistencial devem responder a uma série de exigências que para Figueiredo (2009) algumas delas são: ter competência, habilidade/destreza, preparação para adaptar-se aos ruídos dos aparelhos, preparação para a luta diária com a vida e com a morte, conhecimento técnico e cientifico e permanente atualização. Essa sobrecarga de deveres cooperou para o aumento de infecções hospitalares, especificamente a PAV, como foi referido nas estatísticas ao longo do trabalho. Um estudo realizado por Pombo, Almeida e Rodrigues (2008), sobre o controle da Pneumonia associada a ventilação mecânica revela que o número de profissionais sem nenhuma orientação sobre PAV de dois Hospitais de Pernambuco é de 46,1% de 104 profissionais, ou seja, aproximadamente 48 profissionais sendo eles, Técnico de enfermagem, Enfermeiros, Fisioterapeutas e Médicos. Os autores acima enfatizam nesse estudo que é extremamente expressiva a quantidade de profissionais de saúde que estão atuando nas UTI com total despreparo sobre a prevenção da PAV. A taxa elevada nos piores conceitos em 30 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. determinadas variáveis reforça a necessidade urgente de educação permanente neste tema. Anvisa (2013) explana que as principais razões para a ocorrência de infecções relacionadas à assistência à saúde são: falta de infraestrutura para dar suporte ao programade prevenção e controle de infecção, como suporte da liderança ineficiente ou ausente, profissionais insuficientes em vários níveis, treinamento insuficiente dos profissionais da saúde sobre medidas preventivas de infecção e materiais e equipamentos insuficientes, técnica estéril ou asséptica e higiene das mãos inadequadas, emergência de micro-organismos multirresistentes, em parte, ao uso inapropriado de antimicrobianos e o aumento do número de pacientes imunocomprometidos. Gomes (2005) cita que as falhas decorrentes da própria planta física da unidade podem servir como um fator predisponente a infecção, como falta de local apropriado para os casos de isolamento de pacientes, número insuficientes de pias e lavabos, má localização de expurgos, área para limpeza, desinfecção, acondicionamento de materiais e equipamentos. Para Gammon, Morgan-Samuel & Gould (2008), outro fator que contribui para o aumento das infecções é a não adesão do equipamento de proteção individual (EPI). A Norma Regulamentadora nº 6 (NR-6) considera “Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”. Em seu estudo Vieira, Reis e Vasconcelos (2008) revelam que alguns dos motivos pelos quais os profissionais não utilizam os EPI’s devidamente incluem: descuido, esquecimento, desnecessário porque nunca sofreram acidentes, alergia ao material, desconforto/incômodo, falta de hábito/disciplina, falta de disponibilidade do EPI e uso de óculos de grau. Gammon, Morgan-Samuel & Gould (2008) retomam assegurando que o conhecimento é uma das condições necessárias para a adoção do EPI. No entanto, nem sempre a elevada carga de treinamentos gera conhecimento adequado e garante a adoção das medidas preventivas de maneira eficaz. Brevidelli, Cianciarullo 31 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. (2009) explicam que os motivos que levam um profissional a adotar medidas preventivas podem estar associados a aspectos psicossociais, tais como avaliação subjetiva de riscos, benefícios e custos para aderir a prevenção e alguns profissionais acreditam que o uso do EPI interfere no relacionamento com o paciente e outros não consideram sua utilização importante. Logo, é necessário o apoio e o comprometimento da gerencia para a criação de uma organização favorável a adoção de comportamentos seguros no trabalho, pois a instituição de protocolos de prevenção faz parte dos fatores de risco modificáveis para a PAV. O estresse também se encaixa no conjunto de dificuldades que a equipe enfrenta para proporcionar um atendimento de qualidade. Cavalheiro, Moura Junior e Lopes (2008) relatam que a UTI compõe um cenário desgastante e, muitas vezes, frustrante, podendo ocasionar várias consequências e comprometer a saúde dos profissionais e alega que o estresse ocupacional está relacionado a situações específicas tais como: problemas de relacionamento da equipe multidisciplinar, ambiguidade e conflito de funções; dupla jornada de trabalho e atividades domésticas; pressões exercidas pelos superiores de acordo com a percepção do indivíduo e alterações sofridas dentro do contexto de sua atividade. Santos et al (2009) acrescenta que além das situações estressantes existem ainda as condições de adaptação ao ambiente de trabalho que geralmente pioram quando não há ferramentas adequadas, falta de clareza nas regras, normas e nas tarefas que deve desempenhar cada um dos trabalhadores, assim como os ambientes insalubres, gerando, na maioria das vezes, sobrecarga de trabalho para uns e priorizando outros, acarretando falta de realização de determinadas tarefas e ocasionando prejuízo ao paciente no tocante à sua assistência. Ainda segundo o autor acima para que haja controle dos fatores estressantes na UTI sugere-se a realização de reuniões em equipe, planejamento das atividades e a valorização dos distintos saberes com ênfase nas experiências dos profissionais, em prol da saúde dos trabalhadores e da qualidade do trabalho. Deve-se buscar autonomia, ter participação ativa nas decisões da equipe e, acima 32 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. de tudo, obter melhorias para evitar a sobrecarga de trabalho, tendo assim uma tríade de: ambiente de trabalho, trabalhador sadio e assistência de qualidade. 33 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. CAPÍTULO III – METODOLOGIA 34 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. 3.1 - TIPOS DE ESTUDO Tratou-se de uma pesquisa de campo de caráter descritivo e transversal com abordagem quantitativa. A natureza quantitativa é caracterizada por Marconi e Lakatos (2010) como uma investigação que considera que tudo pode ser quantificável, significando traduzir em números, opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Esse tipo de pesquisa requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas e sugere a replicação de resultados. Sobre o caráter descritivo, Prodanov (2013) relata que o pesquisador apenas registra e descreve os fatos observados sem interferir neles, visando a descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. A pesquisa descritiva procura classificar, explicar e interpretar fatos que ocorrem, os eventos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados. Logo, os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não são manipulados pelo pesquisador. Para Vieira (2009) o emprego do estudo transversal permite ao pesquisador examinar todas as unidades de observação de uma população em determinado tempo e local e coletar dados num período específico com o objetivo de responder à questão: “O que está acontecendo agora?”. A Pesquisa de campo para Marconi e Lakatos (2010) é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. Consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que se presume relevantes, para analisá-los. 35 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. 3.2 - LOCAL DE ESTUDO A pesquisa foi realizada na Unidade de terapia intensiva (UTI) adulto localizada nas dependências do Hospital Regional de Tucuruí, endereçado na Avenida dos Amazônidas, s/n – Vila Permanente, Município de Tucuruí, Estado do Pará. O hospital Regional de Tucuruí é uma instituição de médio grande porte, público, estadual e integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS), onde atua uma equipe multidisciplinar que oferece serviços de atendimento de alta e média complexidade, e atende as seguintes especialidades: clínica médica e cirúrgica, neurologia, neonatologia, cirurgia geral, pediatria, psiquiatria, ortopedia e traumatologia, além de serviços complementares de diagnóstico e tratamento, em diversas especialidades médicas. Atende a população local e de municípios localizados em torno dolago da Usina Hidrelétrica de Tucuruí que são: Breu branco, Novo Repartimento, Jacundá, Goianésia e Pacajá. Dispõe de um total de 152 Leitos de especialidades diversas cadastrados no Ministério da Saúde (MS) e mais 53 Leitos Complementares. O CTI é composto por 7 leitos, sendo 1 leito de isolamento. A taxa de ocupação é de 80% ao mês com tempo de permanência em média de 13 dias. (SAME- HRT, 2016). 3.3 - POPULAÇÃO E AMOSTRA Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) a equipe interdisciplinar ao todo é composta por 29 profissionais, sendo eles 5 enfermeiros, 16 técnicos de enfermagem, 5 médicos e 3 fisioterapeutas. A pesquisa teve enfoque na percepção da equipe interdisciplinar sobre o controle e prevenção da PAV. (SAME-HRT, 2016) O universo da população pesquisada é de 100% que divide-se: 17,24% em médicos, 17,24% em enfermeiros, 10,35% em fisioterapeutas e 55,17% em técnicos de enfermagem. 36 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. A escolha da população de forma intencional para Prodanov (2013) constitui um tipo de amostragem não probabilística e consiste em selecionar um subgrupo da população que, com base nas informações disponíveis, possa ser considerado representativo de toda a população. 3.3.1 - Critérios de inclusão Ser parte da equipe interdisciplinar na UTI do HRT que incluem: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem; Estar na escala do setor no período da coleta de dados. 3.3.2 - Critérios de exclusão Foram excluídos os participantes que não se enquadrarem nos critérios acima citados. 3.4 - COLETAS DE DADOS: TÉCNICAS E INSTRUMENTOS A coleta de dados foi realizada no período entre 5 de janeiro de 2017 a 5 de fevereiro de 2017, por meio de instrumento composto por itens referentes aos dados sociodemográficos e questionário de múltipla escolha utilizando uma escala do tipo likert. Segundo Prodanov (2013), o questionário de múltipla escolha são perguntas fechadas, mas que apresentem uma série de respostas possíveis. Onde os respondentes optarão por uma das alternativas, ou por determinado número permitido de opções. A escala de Likert para Gil (2008) objetiva verificar o nível de concordância do indivíduo com uma proposição que expressa algo favorável ou desfavorável em relação ao problema a ser estudado segundo a graduação: concorda muito (1), concorda um pouco (2), indeciso (3), discorda um pouco (4), discorda muito (5). Em seguida, procede-se à avaliação dos vários itens, de modo 37 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. que uma resposta que indica uma atitude mais favorável recebe um valor mais alto e a menos favorável o mais baixo. O questionário foi montado com base no Manual de infecções do trato respiratório da Anvisa (2009), e no manual da Assistência Segura: Uma Reflexão Teórica Aplicada à Prática da Anvisa (2013). Tal instrumento é composto por 2 tópicos, sendo o primeiro relacionado aos dados de identificação pelas características sociodemográficas com 8 questões fechadas de múltipla escolha, e o segundo relacionado com as questões norteadoras que engloba 3 perguntas fechadas de múltipla escolha cujas alternativas seguem 2 pontuações. Para a primeira utiliza-se a pontuação:( )definitivamente sim ( )provavelmente sim ( )indeciso ( )provavelmente não ( )definitivamente não; na segunda e terceira utiliza-se a pontuação: ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) na maioria das vezes ( ) sempre. No segundo tópico em relação às perguntas norteadoras a primeira questão diz respeito às medidas que o profissional de saúde acha que devem ser realizadas para prevenção da PAV e é constituído por 18 alternativas . A segunda questão aborda sobre as medidas utilizadas no setor da UTI adulto para prevenção e controle da PAV sendo constituída também por 18 alternativas. E a terceira refere- se sobre as dificuldades encontradas pela equipe interdisciplinar para a prevenção da PAV e contém 6 alternativas. A coleta de dados ocorreu em três etapas: 1ª etapa : Submissão ao HRT, local de realização da pesquisa para prévia autorização e em seguida ao CEP. 2ª etapa: Consistiu no convite aos profissionais que estavam de acordo com os critérios de inclusão para participarem da pesquisa. Foi marcado com antecedência horário e local da entrega do questionário, onde foi sugerido o repouso dos profissionais, no local de trabalho, para não gerar custo para o entrevistado e ao mesmo tempo lhe garantiu a máxima preservação de identidade, conforto e segurança. O questionário foi entregue nas mãos do pesquisado, nesse momento foi 38 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. explicado o objetivo e finalidade da pesquisa, a preservação do sigilo dos participantes, que será resguardado por meio de codificações alfanuméricas em substituição aos nomes dos mesmos, e o direito de desistência a qualquer momento da pesquisa, sem nenhum dano ou perda. Aos que optaram em participar, foi lido o TCLE onde constam os termos legais da pesquisa que respaldam os entrevistados de acordo com a resolução 466/12-CNS. Após a leitura foi esclarecido qualquer dúvida a existir, e recolhido a assinatura dos participantes em duas vias, uma ficou em posse do pesquisado e outra em posse do pesquisador. 3ª etapa: consistiu na coleta de dados através da checagem do questionário para os profissionais que aceitaram participar da pesquisa. 3.4.1 - ESTUDO PILOTO OU PRÉ-TESTE Antes da coleta de dados propriamente dita, foi realizado um estudo pré- teste aplicando-se alguns exemplares do questionário em uma pequena população escolhida, especificamente, os profissionais de um determinado turno. Para Medeiros (2010) o estudo pré-teste serve para que se possam corrigir eventuais erros de formulação. Ao questionário deve preceder a carta de explicação ou de autorização da pesquisa, que precisa fazer referência ao seu conteúdo, às instruções para efetivação da investigação através do questionário, o pedido de autorização e o agradecimento pela atenção, disponibilidade e veracidade das informações prestadas. Marconi e Lakatos (2010) esclarecem que a análise dos dados, após a tabulação, evidenciará possíveis falhas existentes: inconsistência ou complexidade das questões; ambiguidade ou linguagem inacessível; perguntas supérfluas ou que causam embaraço ao informante; se as questões obedecem a determinada ordem ou se são muito numerosas. As perguntas realizadas no questionário atenderam aos objetivos da pesquisa com sucesso e foram excluídas da amostra do estudo. 39 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. 3.5- ANÁLISES E INTERPRETAÇÕES DOS DADOS Após a coleta dos dados por meio de um questionário, os dados foram digitados, agrupados em áreas afins e codificados em planilhas eletrônicas, utilizando o programa Microsoft Office Excel 2010, e submetidos à análise estatística com o objetivo de saber a percepção da equipe interdisciplinar sobre a prevenção e controle da Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) A análise estatística segundo Gil (2008) fundamenta-se na aplicação da teoria estatística da probabilidade e constitui importante auxílio para a investigação em ciências sociais. Há que se considerar, porém, que as explicações obtidas mediante a utilização do método estatístico não podem ser consideradas absolutamente verdadeiras, mas dotadas deboa probabilidade de serem verdadeiras. Para Marconi e Lakatos (2010) o papel do método estatístico é, essencialmente, fornecer uma descrição quantitativa da sociedade, considerada como um todo organizado. Por exemplo, definem-se e delimitam-se as classes sociais, especificando as características dos membros dessas classes, e após, mede-se a sua importância ou a variação, ou qualquer outro atributo quantificável que contribua para o seu melhor entendimento. Mas a estatística pode ser considerada mais do que apenas um meio de descrição racional; é, também, um método de experimentação e prova, pois é método de análise. Gil (2008) retoma assegurando que mediante a utilização de testes estatísticos, torna-se possível determinar, em termos numéricos, a probabilidade de acerto de determinada conclusão, bem como a margem de erro de um valor obtido. Portanto, o método estatístico passa a caracterizar-se por razoável grau de precisão, o que o torna bastante aceito por parte dos pesquisadores com preocupações de ordem quantitativa. 40 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. 3.6- ASPECTOS ÉTICOS Por se tratar de um estudo que envolve seres humanos, a pesquisa esteve de acordo com os critérios estabelecidos na resolução 466/12-34 CNS/MS, que incorpora os quatros princípios básicos da bioética: autonomia, beneficência, justiça e a não maleficência. A efetivação da pesquisa foi exercida somente após a devida análise e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), do Curso de Graduação em Enfermagem da UEPA. Depois do parecer favorável do CEP, foi entregue aos participantes a serem pesquisados o TCLE para que os mesmos tivessem conhecimento sobre os objetivos, riscos e benefícios da pesquisa. O formulário foi aplicado a todos que aceitaram participar, através da assinatura do TCLE. Foi esclarecido aos participantes a finalidade da pesquisa, que inclui: direito da permanência do anonimato dos próprios, direito de desistência a qualquer momento sem nenhum dano ou perda. Além disso, a pesquisa não teve nenhum custo ou benefício financeiro para os participantes a serem pesquisados. 3.7- RISCOS E BENEFÍCIOS DA PESQUISA Em conformidade com o disposto na resolução 466/12-CNS/MS, todas as pesquisas que envolvem seres humanos estão expostas a riscos, sendo eles tardios ou imediatos, de natureza física, psicológica, moral, intelectual, social, cultural e espiritual. A pesquisa apresentou riscos mínimos, por ser um estudo que não realizou nenhuma intervenção ou modificação intencional nas variáveis fisiológicas ou psicológicas e sociais dos indivíduos que participaram deste estudo, e que tiveram garantida sua confidencialidade. Foram considerados riscos mínimos, pois no decorrer da pesquisa poderia ter ocorrido: constrangimento ao responder o questionário, desconforto ao compartilhar informações pessoais ou confidenciais, quebra do sigilo, anonimato, 41 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. privacidade. A fim de diminuir estes riscos, as entrevistas ocorreram em local previamente acordado entre as partes. Como garantia de preservação do anonimato do participante, os pesquisadores utilizaram uma codificação com a sigla ‘’PS’’ (que representará a palavra profissional de saúde) acompanhada de uma numeração em ordem crescente que iniciará com o número 1 e terminará no 29 (ex: “PS 1”, “PS 2”, “PS 3”) que substituíram os nomes dos profissionais de saúde que participaram da pesquisa. O material da pesquisa ficou em mãos dos pesquisadores e do orientador, mas o nome do entrevistado não constou nela. Caso houvesse desistência, todo o material coletado seria devolvido para o participante, em forma de CD e formulários transcritos, bem como as duas cópias do TCLE para garantir que o material não será usado na pesquisa ou para outros fins. Os participantes da pesquisa que vierem a sofrer qualquer tipo de dano resultante de sua participação na pesquisa, receberão uma indenização de acordo com a resolução 466/12-CNS/MS. Considerando os benefícios que a pesquisa proporciona, a mesma tornou-se viável no que tange à construção de novos conhecimentos e oportunidades de aprendizagem para a equipe interdisciplinar que atua na Unidade de Terapia Intensiva do HRT, bem como seus resultados poderão fornecer, através dos conhecimentos gerados, possíveis resultados em prol da melhoria e qualidade da assistência. 42 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. CAPÍTULO IV – ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS 43 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. Neste capítulo serão apresentados os resultados da pesquisa que foram obtidos a partir de questionários entregue para a equipe da Unidade de Terapia Intensiva Adulta. E para melhor compreensão dos resultados foram feitas as análises e as devidas interpretações dos mesmos. A equipe da UTI adulta é composta no total por 29 profissionais, desse número apenas 22 aceitaram participar da pesquisa, deste 4 médicos, 5 enfermeiros, 2 fisioterapeuta, 11 técnicos de enfermagem. Para uma melhor organização dos dados coletados, estes foram agrupados em duas categorias. Na primeira constam os dados colhidos a partir da folha de identificação das características sociodemográficas composta pelas variáveis sexo, idade, estado civil, profissão, turno em que trabalha, tempo de serviço, tempo de atuação em UTI e carga horária de trabalho. A segunda categoria compreende os itens relacionados com as questões norteadoras que engloba três perguntas fechadas de múltipla escolha à respeito da infecção de Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV). 4.1 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA Esta categoria apresenta a análise dos dados referentes as características sociodemográficas composta pelas variáveis sexo, idade, estado civil, profissão, turno em que trabalha, tempo de serviço, tempo de atuação em UTI e carga horária de trabalho. Tabela 1 - Quanto ao gênero Gênero Feminino Masculino Total / % Pesquisados 9 41% 13 59% 22 100% Tabela 2 - Quanto à idade Idade 20 - 25 26 – 30 31 – 35 36 – 40 Acima de 40 anos Total / % Quan./% 1 4% 3 14% 7 32% 2 9% 9 42% 22 100% Fonte: acervo da pesquisa 44 MAGNO B. C.; SOUSA W. L. Prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica: percepção da equipe interdisciplinar em uma unidade de terapia intensiva. Tabela 3 - Variável Estado Civil Estado Civil Solteiro União Estável Casado Total / % Quan./% 9 41% 6 27% 7 32% 22 100% Tabela 4 - Variável profissão Profissionais Médicos Enfermeiro Fisioterapeutas Tec. Enf. Total Quant./% 4 18% 5 23% 2 9% 11 50% 22 100% Tabela 5 - Item turno de trabalho Turno Manhã Tarde Noite Três Turnos Total Quant./% 6 27% 5 23% 8 36% 3 14% 22 100% Tabela 6 - Variável tempo de serviço Tempo/anos 1 – 5 6 – 10 16 – 20 Mais de 20 Total Quant./% 7 32% 8 36% 3 14% 4 18% 22 100% Tabela 7 - Variável tempo de serviço em UTI Tempo/anos 1 – 2 3 – 5 6 – 10 Mais de 10 Total Quant./% 12 54% 2 9% 3 14% 5 23% 22 100% Tabela 8 - Variável carga horária de trabalho semanal Carga horária 30 – 40h 41 – 50h 51 – 60h Acima de 60h Total Quant./% 12 55% 4 18% 1 4% 5 23% 22 100%
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