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Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 1 Genética Diagnóstico citogenético OBJETIVOS: 1. Demonstrar a importância do conhecimento das anormalidades cromossômicas; 2. Capacitar o estudante a reconhecer e avaliar as características dos cromossomos e dos cariótipos. DEFINIÇÃO: o A citogenética foi definida a partir dos estudos de Tijo e Levan (1956), que desenvolveram técnicas efetivas para a análise cromossômica e estabeleceram o número cromossômico humano normal igual a 46; o Citogenética é o estudo, em microscópio óptico, dos cromossomos e suas variações, tanto de número quanto de estrutura; o É atualmente considerada uma pesquisa biológica importante em todas as áreas da genética clínica e molecular. CARIÓTIPO HUMANO: o O cariótipo é o complemento cromossômico característico de cada espécie (número e morfologia); o O cariótipo é a organização dos cromossomos de uma determinada espécie considerando o tamanho e a morfologia dos cromossomos (ordem decrescente de tamanho). Cromossomos humanos são frequentemente classificados em três tipos que podem ser facilmente distinguidos na metáfase, pela posição do centrômero, a constrição primária visível na metáfase: cromossomos metacêntricos, com um centrômero mais ou menos central e braços aproximadamente do mesmo tamanho; cromossomos submetacêntricos, com o centrômero deslocado do centro e braços com tamanhos claramente diferentes; e cromossomos acrocêntricos, com o centrômero próximo a uma das extremidades. Um quarto tipo potencial de cromossomo, o telocêntrico, com o centrômero numa extremidade e apenas um único braço, não ocorre no cariótipo humano normal, mas é ocasionalmente observado em rearranjos cromossômicos. É preciso lembrar que os cromossomos nada mais são do que DNA compactado. Mas, sendo assim, fica a pergunta: P: Então, já que cromossomo é DNA, por que não usa o próprio DNA para fazer essas técnicas? R: É porque, a nível microscópio, o que vai conseguir enxergar é aquilo está mais condensado/eletrodenso. Isso vale não só para cromossomo, mas também para qualquer estrutura: aquilo que está mais denso/espesso se torna mais fácil de visualizar. Então, no microscópio óptico não é possível visualizar o DNA que não está Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 2 Genética condensado (como na figura 1 da imagem anterior, por exemplo), mas a partir do momento em que essas estruturas vão se compactando, a sua visualização vai se tornando mais possível. Então, os cromossomos condensados são extremamente úteis para diagnóstico, e esses cromossomos condensados são os metafásicos/cromossomos em metáfase (cromossomos no seu maior nível de compactação). E é por isso que as técnicas de cariotipagem vão bloquear a mitose no momento em que as células estiverem exatamente na fase de metáfase, e aí o cromossomo bem condensando vai ser utilizado para que seja possível desenvolver as técnicas moleculares. PADRÕES DE BANDEAMENTO: o Tratamento dos cromossomos envolvendo desidratação,envelhecimento,desnatura ção ou digestão enzimática seguida da incorporação do corante DNA-específico. Esse corante pode ser vinculado a um fluorocromo ou não; o Formação de bandas claras, escuras ou coloridas. Cada banda geralmente tem uma estrutura que abriga o gene, e essa estrutura é chamada de locus gênico. A depender da técnica, essas bandas podem ser coloridas ou em preto e branco. O cariótipo mostrado anteriormente é de um indivíduo do sexo masculino, normal, com 46 cromossomos. Mas como saber que esse indivíduo de fato é normal (não possui cromossomopatias)? Existe atualmente um sistema internacional que classifica isso. Nesse sistema terá os cromossomos para serem comparados com os da pessoa analisada, através das bandas cromossômicas, da sua posição, de onde está localizado o centrômero, etc., como mostrado na figura abaixo: COMO ESSAS TÉCNICAS SÃO FEITAS: Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 3 Genética Esse bandemamento é chamado de bandeamento G justamente por causa do corante pelo qual é corado: Gliemsa. Os 24 tipos de cromossomos encontrados no genoma humano podem ser rapidamente identificados, em nível citológico, através de procedimentos específicos de coloração. O mais comum desses, o bandeamento Giemsa (bandeamento G), foi desenvolvido no início da década de 1970 e foi a primeira ferramenta analítica do genoma completo utilizada amplamente para pesquisa e diagnóstico clínico. Este tem sido o padrão‑ ouro para detecção e caracterização de anormalidades genômicas estruturais e numéricas em amostras no diagnóstico clínico de distúrbios constitucionais (pós e pré- natal) e adquiridos (câncer). Hoje, já existe um padrão de bandeamento mais automatizado, o que ajuda bastante para se fazer um bom diagnóstico: INSTABILIDADE CROMOSSÔMICA E CÂNCER: O câncer como sendo também uma doença genética, a qual possui um componente molecular importante, possui a sua verificação genética de suma importância, até mesmo para saber qual o problema que está gerando aquele tumor no paciente. E essas variações genéticas podem se basear na pesquisa de mutações, as quais podem ocorrer nos genes de supressores tumorais e nos oncogenes, e também pode ser realizada uma análise a nível de cromossomo, uma vez que em alguns casos de câncer o paciente vai ter problemas relacionados à translocação, instabilidade cromossômica. Em alguns casos de câncer os cromossomos possuem uma tendência aumentada a sofrer quebras, e essas quebras podem estar diretamente relacionadas a processos carcinogênicos. Essas quebras/instabilidades cromossômicas podem ser avaliadas por essas técnicas de bandeamento e Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 4 Genética posteriormente isso pode ser relacionado aos casos de câncer. CITOGENÉTICA MOLECULAR: Técnica que utiliza citogenética com biologia molecular: o FISH (hibridação in situ por fluorescência). Sondas pontuais; Sondas painting. o SKY (cariótipo espectral); o aCGH (hibridação genômica comparativa array). Alterações cromossômicas 10-100X menores. FISH: Hibridização por fluorescência in situ: Quando uma molécula se liga a outra. Quando duas moléculas de DNA complementares de DNA interagem, haverá a hibridização (estabelecimento de pontes de hidrogênio entre essas moléculas). A hibridização, então, faz com que bases nitrogenadas de estruturas e sequências diferentes (uma do DNA da pessoa e outra artificial) se juntem. No FISH é utilizada a fluorescência, para que quando essa hibridização aconteça, seja possível um sinal fluorescente capaz de ser detectado por algum equipamento. A hibridização pode ser específica (em uma determinada região), mas também pode ser no cromossomo todo. Nessas imagens percebe-se que na primeira ilustração a hibridização está ocorrendo em uma região específica, já na segunda ilustração, o cromossomo está todo pintado (todos os cromossomos autossômicos estão de azul, os sexuais de verde e o Y de vermelho). Isso porque havia uma suspeita de uma síndrome associada a esse cromossomo sexual -> síndrome de Klinefelter (47, XXY). Se o indivíduo fosse normal do sexo feminino, esse cromossomo corado em vermelho não deveria aparecer, já se fosse normal do sexo masculino, o vermelho apareceria, porém apenas um verdeteria que aparecer, não dois. Na figura acima está sendo avaliado especificamente o cromossomo 3. Na imagem acima está havendo uma troca de pedaços entre si, então percebe-se uma translocação. Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 5 Genética Essas translocações são vistas não só em síndromes ou cromossomopatias, mas também em câncer. A translocação 9;22, por exemplo, está associada com a leucemia. Esse é um caso de leucemia mieloide crônica. O bandeamento cromossômico de alta resolução direcionado foi amplamente substituído no início da década de 1990 pela hibridização in situ por fluorescência (FISH, do inglês, fluorescence in situ hybridization), um método para detectar a presença ou ausência de uma determinada sequência de DNA, ou avaliar o número ou a organização de um cromossomo ou região cromossômica, in situ (literalmente, “no local”) na célula. Embora a tecnologia da FISH forneça resolução e especificidade muito maiores do que a análise por bandeamento G, ela não permite a análise eficiente do genoma inteiro, e, assim, sua utilização é limitada pela necessidade de um alvo específico com base numa região genômica suspeita em um diagnóstico clínico. SKY: A técnica de FISHER possui algumas limitações no sentido de quantidade de fluorósforos que se pode utilizar, sobretudo no sentido de identificação de alterações de menores escalas, por exemplo. Quando as alterações acometem sequências bem curtas de material genético, o FISHER já não é tão capaz de identificar. Sendo assim, para substituir a técnica de FISHER nesses casos, existe a técnica SKY (cariótipo espectral), em que tem ondas específicas para todos os cromossomos do cariótipo humano, além de ser uma técnica mais sensível, sendo capaz de identificar alterações em menor escala. A imagem acima demonstra uma cariotipagem usando SKY em célula Hela (célula de tumor). E podem ser observadas muitas alterações nesses cromossomos graças a essa cariotipagem espectral. Essa imagem mostra um pouco da diferença das técnicas mais clássicas, as quais coram somente o centrômero e a da SKY, a qual possui todo o cromossomo corado e, consequentemente, o seu perfil diagnóstico será melhor, uma vez que as cores auxiliam Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 6 Genética muito na identificação das mutações, alterações a nível cromossômico. Na técnica de bandeamento convencional essas translocações não são visíveis, já quando os cromossomos são todos tingidos pelas suas características será possível encontrar com mais facilidade, onde quer que ele ou o seu pedaço esteja. Logo, o poder de detecção da SKY é superior a todas as outras que foram vistas até agora. aCGH: Hoje, uma das técnicas que possui um dos maiores perfis de sensibilidade na área de genética é a técnica de CGH, que é a hibridização genômica comparativa. Nessa técnica o que se faz é comparar o DNA de uma célula normal (que não tem nenhum problema genético) com o DNA da célula do paciente. Esses dois DNAs são misturados e depositados em uma placa (essa mistura gera uma hibridização). Depois de um tempo vai ser possível observar na placa a presença de cores distintas em cada um desses “poços”, dentro desses poços terão cores quentes, frias (essas cores podem variar); essas cores podem indicar deleção, duplicação ou nenhuma mudança (no caso de não haver nenhuma mudança, nesse ponto o DNA é normal). O que vai ser analisado é o DNA atípico. Doenças como esquizofrenia, autismo, alguns casos de câncer, não serão possíveis de identificar por FISHER, SKY ou bandeamento, mas como o CGH possui uma sensibilidade muito maior que todas essas técnicas, consegue identificar essas alterações bem pequenas, em uma escala mais molecular, menor do que as anteriores, além de conseguir identificar todos os outros problemas que as outras técnicas identificam também. Sendo assim, CGH é a técnica mais completa. Porém é sempre bom avaliar o custo benefício, ver o que é melhor para cada caso. O custo para essa técnica é bem mais alto do que as outras, até porque os profissionais que irão mexer nesses equipamentos precisam ser altamente capacitados, além do maquinário e etc.
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