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MONTE CASTELO
O título dá nome à obra. E junto com o nome vem a personalidade da arte, suas características pessoais. O título da música é como o nome de uma pessoa E precisa casar com o que se fala numa canção. E para ilustrar o que é dito, toma-se como exemplo a interpretação da canção Monte Castelo, que tem uma letra constituída basicamente por recortes de Camões e da Bíblia, mas que contém a sua ideia central nas redondezas do título. Monte Castelo é o nome de uma região ao norte da Itália, onde foi travada a chamada Batalha de Monte Castello. Foi lá que militares brasileiros e estadunidenses combateram soldados alemães ao fim da segunda guerra mundial. Essa canção, tem esse nome para nos remeter a esse tempo, a essa batalha. Embora pudesse falar do amor carnal, dos amantes (já que cita o Soneto 11, de Camões) ou do amor divino (afinal repete trechos bíblicos), fala sobre a guerra, sobre a opinião de Renato Russo sobre isso. Acontece nesta música o que chamam de intertextualidade. Renato "apropria-se" do poema de Luís de Camões e do texto bíblico ("A Suprema excelência da caridade" ou "O amor é um dom supremo") e cria uma nova ideia. Os mesmos versos, que antes tinham um significado certo, agora ganham uma nova interpretação, variam de acordo com o contexto que Renato criou.   A mensagem pode ser a mesma: colocar o amor acima de tudo. Mas o que é o amor? O "amor" refere-se ao amor ao próximo (defendido pela Bíblia) ou ao amor dos amantes e dos amigos (o amor de Camões)? Os versos camonianos estariam na música de Renato Russo sem alterações estruturais, não fosse o certo abrasileirado do português europeu. No entanto, poderiam estar intactos, do modo como foram criados, e não teriam o mesmo significado nos dois textos.

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